Revivendo o Passado
Revivendo o Passado
Hailey caminhava por um corredor tranquilamente observando o dia ensolarado da Espanha em sua escola. Acabara de descobrir que tinha poderes que nem o pior bruxo das trevas tinha conhecimento e isso havia lhe deixado bastante animada.
Sempre quis ter grandes poderes, ter controle do mundo bruxo, aquela era sua natureza, desde pequena sempre quis o poder, e parecia que agora aquilo estava ao alcance de suas mãos.
Enquanto estava se dirigindo para o dormitório feminino do 5º ano, encontrou com um lindo moreno de olhos azuis extremamente claros e um sorriso cativante que derreteria qualquer garota, menos ela.
- Vejo que o dia está mais belo do que nunca Baudelaire, nunca a vi sorrindo assim...
- Se está, acabou de ficar péssimo devido a sua aparição Peterson...
- É, já vi que nem todos os dias são perfeitos.
- E é possível observar que seus dias são constantemente ‘imperfeccionados’.
- Sua culpa...
- Ah! Essa é muito boa! E quer saber? Até acho divertido acabar com o ‘dia perfeito’ de algumas pessoas, principalmente o seu! – e Hailey retomou sua caminhada quando foi segurada pelo braço.
- Quero dizer que é por sua culpa que meus dias são imperfeitos!
- Você já disse isso e eu não sou surda e eu volto a repetir que acho isso ótimo, então tenha um péssimo dia! – ela ironizou e desvencilhou-se do aperto no braço como se nada tivesse acontecido.
“Um dia... Ela verá como meus dias foram acabados...” – pensava Peterson, que também retomou sua caminhada.
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Estava um dia chuvoso e Hailey se encontrava debaixo de um salgueiro nos jardins da Academia Mágica de Madrid observando os campos. Não importava o fato de que estava encharcada, estava prestes a tomar uma decisão que poderia mudar os rumos de sua vida quando ele apareceu.
- O que você está fazendo aqui Hailey?
- Nada que te interesse Peterson! E pra você é Baudelaire!
- E pra você é Eric!
- Então Eric, não meta seu nariz em coisas que não te dizem respeito!
Ela preparava-se para tomar os rumos da escola quando sentiu um puxão pelo braço e sentiu-se envolvida por um beijo. Eric a soltou já de olhos fechados aguardando a primeira reação da menina que seria dar-lhe um tapa no rosto, mas surpreendeu-se. Ela apenas saiu correndo, mas ele pode jurar que havia visto uma expressão de medo naqueles olhos verdes...
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Era o último dia letivo de Hailey na Academia Mágica de Madrid, também era o último dia que veria aquela escola e estava andando por cada corredor que conhecia para tentar lembrar-se de tudo que lhe acontecera naquela escola. Tudo veio em sua cabeça como um filme, desde seu primeiro dia de aula até aquele momento.
- Pensando na vida?
- Não, em como te odeio, dê o fora!
- Sei que você vai se mudar de escola e preciso lhe dizer uma coisa antes que vá Hailey.
- Então diga Peterson, não tenho o dia todo pra ouvir suas lamentações. E aproveite que ainda estou de bom humor para querer lhe ouvir!
- Eu... – hesitou.
- Olhem! Ele sabe dizer um pronome! Que inteligente...
- Escute aqui – Eric irritara-se e empurrara Hailey contra a parede – Tolerei suas ironias durante cinco anos apenas para lhe dizer que EU TE AMO!
- Não... Você não pode... NÃO PODE! – ela começou a tremer nervosamente.
- Hailey, eu não disse nada demais! Ou será que disse...
- Não importa! Suma da minha frente – ele continuou parado – É surdo agora? Eu mandei você SUMIR!
Intimidado, Eric saiu daquele corredor o mais arrasado possível, mas antes de dobrar o corredor, percebeu que Hailey chorava encolhida em um canto da parede como se tivesse acabado de ver um fantasma.
Ele compreendeu tudo, voltou o mais depressa que pode.
- Hailey...
- EU JÁ DISSE PARA VOCÊ SUMIR! – ela gritou cortando o rapaz.
- Eu sei de tudo.
- NÃO! NÃO SABE!
- Pare de gritar comigo!
- Obrigue-me – ela ergueu o rosto e seus olhos costumeiramente verdes estavam de um tom vermelho-fogo.
- Não tenho medo de você Baudelaire.
- Pois devia, Peterson! Não sabe meu passado? – dizendo isso as lágrimas do rosto da jovem desapareceram instantaneamente – Sou a filha do ódio e do amor, mas encarnei o ódio. O amor não me habita, a escuridão em mim prevalece. Não temo a morte, mas a provoco facilmente. Desumana? Entenda como quiser... Apenas digo que é uma forma de alcançar o poder, meu principal objetivo. O objetivo da maior bruxa das trevas que o mundo bruxo irá conhecer em breve.
Eric estava paralisado de frente para a garota que por cinco anos amara, nunca pensou que diria algo daquele tipo após ouvir um breve relato particularmente surpreendedor.
- Você teme o amor...
- E você Peterson, teme a mim.
- Já disse que não...
- Posso te matar se você não suplicar muito pela vida. Agora você sabe demais Eric, e não me surpreenderia se viessem me contar que encontraram seu cadáver neste corredor.
- Hailey, venha para o lado certo, esta vida não leva a lugar algum! Posso ensinar-lhe que não há nada a temer do amor, que as trevas não lhe serão benéficas e que você pode conquistar seu poder de forma justa!
- BASTA! Já te agüentei demais Peterson... O suficiente para você provocar minha fúria!
E dizendo isso, Hailey apenas fez um gesto brusco com as mãos e Eric jazia morto próximo a uma estátua daquele imenso corredor.
Sorriu triunfante – ‘ele apenas recebeu o que mereceu por despertar meu medo’ – pensou enquanto caminhava para a saída da escola, mas o simples fato de lembrar que Eric Peterson fora a primeira pessoa que lhe amara era apavorante. Com certeza aquele fato deixara sua marca em Hailey, mas agora, ela sabia o destino perfeito para qualquer um que lhe amasse...
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- Hailey... Hailey... HAILEY! – gritou Hermione
A garota acordou de sobressalto, passou a mão pelo rosto e percebeu que suava frio, teve pesadelos durante aquela noite após o encontro com o bicho papão.
- Você está bem? – perguntou à amiga – Estava se remexendo furiosamente na cama, aconteceu alguma coisa?
- Pesadelos, nada mais grave Mione... Que horas são?
- Hora de acordar, temos que começar a estudar para as provas que teremos na primeira semana de novembro.
- Mas hoje é sábado! – reclamou Hailey.
- Ótimo dia para revisões, levante-se!
Meio relutante, Hailey levantou-se e foi trocar de roupa no banheiro do dormitório. Estava frio, mas ainda não começara a nevar e ela optou por um moletom preto bem quente e justo e uma calça jeans acinzentada. Prendeu os cabelos em um rabo-de-cavalo e saiu do dormitório, arrancando olhares de reprovação de suas outras companheiras de quarto, Parvati Patil e Lilá Brown.
Quando se encontrou com Hermione já no Salão Comunal, Gina estava com ela. Terminou de descer as escadas e foi ao encontro delas, Gina logo disse:
- Precisamos lhe contar algo. Encontre-nos na biblioteca em cinco minutos.
- Algo importante?
- Posso adiantar que lhe interessa.
- Ótimo, encontrarei vocês em breve.
Hailey esperou as meninas saírem e sentou-se em uma poltrona de frente para a lareira e ficou observando as chamas por um curto tempo, sobressaltando-se ao sentir dois pares de olhos fitando suas costas:
- Dá próxima vez podem me cutucar, juro que não me importo! – falou em tom de reprovação para Harry e Rony.
- Como sabia que éramos nós? – Harry perguntou sentando-se de frente para ela.
- Eu... – ela procurou alguma desculpa, não podia dizer que ‘havia sentido’ a presença deles – Vi as suas sombras... E chutei que eram vocês... – fora o melhor que conseguira, mas eles pareciam ter engolido.
- Ah... Hailey, precisamos falar com você sobre o que aconteceu ontem... – Harry falou.
- Sinto muito, mas terá que ser depois... Preciso ir à biblioteca.
- Em um sábado? - Rony perguntou perplexo.
- Sim, eu e Hermione iremos fazer as revisões para os testes da próxima semana.
Dizendo isso, seguiu para o buraco do retrato e tomou a direção da biblioteca para se encontrar com Hermione e Gina. Chegando lá, foi logo puxado para um canto isolado da imensa biblioteca.
- Achamos que descobrimos uma pista da Jóia – Hermione disse quase que num sussurro.
- E onde vocês crêem que ela está? – Hailey perguntou animando-se.
- Em alguma parte da Floresta Proibida. Mas não podemos ir para lá... – Gina logo disse.
- Nós não, mas conheço alguém que pode... Excelente trabalho garotas, agora preciso ir.
Hailey deixou a biblioteca satisfeitíssima. Mal podia acreditar que finalmente alguém encontrara uma pista do paradeiro da Jóia e isso a animava mais a cada segundo. Havia imaginado que a Jóia poderia estar na floresta, mas precisava de confirmações. Agora tinha, e precisava entrar em contato com Tom Riddle, precisaria dele o quanto antes.
Quando estava retornando ao Salão Comunal da Grifinória, no momento que dobrou o corredor, encontrou um pequeno embrulho que continha um bilhete com seu nome.
Curiosa, apanhou o pacotinho do chão e abriu o bilhete, este continha o seguinte:
“Temendo você, amando você
Eu não deixarei você me destruir”
Hailey largou o embrulho imediatamente e saiu em disparada na direção da torre da Grifinória parando em frente ao retrato da Mulher Gorda que olhou espantada para a menina que tremia compulsivamente. Hailey pensou alto:
- Isto não pode estar acontecendo! Não de novo... Não pode... – ela falou com a voz fraca.
N/A: Não posso dizer que eu deveria estar atualizando, mas é que estou aproveitando os poucos momentos que terei para escrever esta fic e aproveitando algumas idéias que surgem de repente nestas horas vagas que eu tenho ^^
Bem, acho que agora ficou claro o porquê da Hailey temer o amor e já aviso que este bilhete que ela encontrou junto com um suposto presente é a chave de toda a história! É só vocês pensarem um pouquinho e descobrirão que o mandou... apesar de eu achar que deixei isto um pouco óbvio... xD
Mais tarde vocês entenderão porque este bilhete é tão importante, principalmente para o epílogo da história! Particularmente eu adorei esse capítulo e espero que vocês gostem também ^^
É só e até a próxima atualização ;]
Marie Lejan Potter
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