Quarta-feira
Quarta-feira
No dia seguinte, o assunto mais comentado era como a certinha e formosa monitora ruiva da Grifinória, havia conquistado e feito com que brigassem três dos garotos mais bonitos e unidos de Hogwarts.
Lílian já não agüentava mais. Por onde passava havia cochichos. Sorte sua que quase metade de Hogwarts estava fora, passando a semana do natal em casa, com sua família.
Mas mesmo assim o número de comentários era enorme. Pra ver como aquela escola é enorme.
Lílian estava a ponto de pular no pescoço do próximo que comentasse sobre aquilo. E isso não demorou a acontecer.
-... Quem é?- perguntou uma menininha do segundo ano.
-Lílian Evans? É aquela ali! A garota ruiva.- respondeu um garoto com cara de ser do quinto ano.
Lílian não esperou dois minutos. Logo estava na frente do garoto com uma cara, que provavelmente assustaria o próprio Voldemort.
-Dá pra parar de falar de mim?- ela ameaçou pausadamente. O menino com certeza estava assustado.
-É que... É que... Ela me perguntou quem era Lílian Evans... E... Eu só respondi!- o menino disse em sua defesa, todo engasgado.
Ela se voltou para a menininha.
-O que foi?
Assustada com a cara de Lílian, a pobre loirinha não conseguia formar uma frase inteira, soltando apenas frases desconexas: Slughorn, chamando, pediu, Lílian Evans, e algumas outras que nenhum ser humano normal conseguiria entender.
Lílian que estava se sentindo culpada por ter assustado tanto a menina, resolveu ajudar:
- Slughorn pediu para você me chamar?
A pobre garotinha simplesmente assentiu com a cabeça.
Lílian deu um sorriso culpado e disse um simples obrigado dirigindo-se até a sala de seu professor de poções.
Ao chegar bateu duas vezes na porta, para saber se o professor estava na sua sala. Decididamente, não devia ter ficado tão brava e assustado a garota tanto. Afinal, por causa disso ela não podia nem quase falar e Lílian foi obrigada a se dirigir até as masmorras sem mesmo ter certeza que Slughorn estava lá. Só faltava ter andado tanto e ele não estar.
Mas estava com sorte. Ele estava lá.
-Entre!- disse uma voz grave, que reconheceu sendo a de Slughorn, de dentro da sala.
Lílian disse bom dia e entrou. Slughorn estava em volto de frascos e fumaça.
Ela ficou só olhando, esperando que ele dissesse porque a chamara. Mas, pelo jeito ele estava muito entretido com seu experimento, e ela mesma teve de se pronunciar.
-Ah... Professor... O senhor me chamou aqui... E... Posso lhe perguntar o que aconteceu?- Ela ficou esperando uma reação dele. Que demorou um pouco a acontecer, diga-se de passagem.
-Ah é mesmo! Oh desculpe-me srta. Evans. Você sabe como me distraio com poções não?- ele desculpou-se sorrindo e convidou-a a sentar. -Bom... Eu te chamei aqui, para te perguntar uma coisa.- disse ele quando ela se sentou.- Na verdade, para confirmar. Por favor, me diga, é verdade o que andam dizendo por ai?
-Ah... Depende. O que andam dizendo por ai?- perguntou ela com uma cara intrigada.
-Que os senhores Black e Luppin também estão apaixonados por você? Além do Potter, mas esse já era sabido.
Lílian quase ficou mais vermelha que os seus cabelos.
-Infelizmente, foi o que eles disseram ontem à noite, no salão comunal da Grifinória. Ou então, é tudo mais um plano do Potter... O que eu acho mais provável, aliás.
-Hum...- foi a única coisa que Slughorn disse pensativo. Pensativo, e aparentemente, preocupado também.
-Ah... Professor... Se me permite... Posso saber por que toda essa preocupação?- perguntou Lílian.
-Nada demais... Pelo menos, por enquanto.
-Como assim, por enquanto?- é... Com certeza ela estava com medo da resposta.
-Bom, até termos o resultado definitivo dessa poção... Só posso fazer conjecturas... E tentar arranjar meios para arrumar isso.- respondeu o professor meio indeciso.
Lílian nada respondeu, e logo entendeu que nada mais seria falado naquela sala, por enquanto, e que era, silenciosamente, convidada a se retirar.
E foi o que fez.
Enquanto isso Lizzie andava, procurando a sua amiga:
-Onde será que ela se meteu?- perguntava a si mesma toda a hora.
E continuaria procurando, se inadvertidamente, não tivesse batido em um garoto, que ela reconheceu na hora, apenas pelo cheiro.
-Ei! É melhor olhar por onde anda Lizzie.- disse Remo sorrindo.
Elizabeth quase desmoronou aquela hora. “Que sorriso”, pensou ela.
-Foi mal... É que eu estava tão entretida procurando a Lily, que nem percebi quem vinha na minha frente.- ela se desculpou com um sorriso também.
E dito isso, saiu andando.
Remo ficou observando a amiga ir se distanciando.
Era estranho para ele, pensar nisso. Há menos de duas semanas, era totalmente apaixonado por Lizzie. Achava que amava aquele sorriso sincero, aqueles olhos azuis claro combinando com o longo cabelo preto. Aquele jeito de andar, de falar. Tudo. Mas agora... Amava Lílian. Como começara, ele ainda não sabia. Infelizmente, outra coisa que não sabia, é que aquele sentimento que nutria por Lizzie, não havia sido, nem nunca seria erradicado. Mesmo, que temporariamente, ele só percebesse o amor por Lily, se prestasse mais atenção em si mesmo, teria percebido que ficara extremamente nervoso com o contato entre ele e Lizzie na hora da trombada. Mas ele não percebeu.
E por isso continuou com sua chata cegueira, que tanto magoava Lizzie.
Remo saiu andando, a procura de seus amigos, até que parou, e percebeu... Que não tinha mais amigos. Sirius e Tiago eram agora seus inimigos. Seus rivais pelo amor de Lílian.
Resolveu então, ir a biblioteca.
Sirius estava sentado no salão comunal da Grifinória, escrevendo alguma coisa que ninguém sabia o que era. Volta e meia parava, olhava, pensava bem, riscava alguma coisa ou então, punha.
E era observado ardentemente, por Tiago.
-O que será que ele está fazendo?- repetiu Tiago.
-Tiago, se você quer tanto saber, vá lá ver... Converse com ele... Façam as pazes... Vocês foram amigos por tanto tempo. Por que perder isso agora?- ponderava Frank, um dos únicos amigos em comum, que estava tentando a todo custo juntar os três novamente.
-Por que?- Tiago olhou para ele como se a resposta fosse a coisa mais óbvia do mundo. – Por que ele quer pegar a MINHA Lily pra ele, é uma boa razão?
-Tiago... A Lílian não é sua.- Tiago olhou feio para o amigo. – Que foi? É verdade! Ela é livre pra ficar com quem quiser. E se ela por acaso, gostar dele? Você não pode impedi-los de ficar juntos.
-Acontece que ela não gosta dele. Ela gosta de mim. Eu sei disso. Dá para perceber isso facilmente!- disse ele, com a voz meio incerta.
Frank apenas olhou para ele, e limitou-se a ficar calado. Ele sabia, que quando o amigo implicava com uma coisa, não largava. Desde o meio do quinto ano, ele implicara em sair com a ruivinha. E desde então, fora se apaixonando. E embora, nunca tivesse admitido que a amasse mesmo (de acordo com ele, quando dizia para ela que a amava, era apenas para conquistá-la e convencê-la.), Frank tinha certeza que havia se apaixonado por ela. Tiago estava sempre pensando em um jeito de conquistá-la, de agradá-la. Já fazia muito tempo, desde que Lílian Evans deixara de ser apenas uma aposta para Tiago Potter. E embora o próprio não quisesse admitir, ele também sabia disso.
E Frank, como um bom amigo, claro, resolveu provocá-lo:
-Vem cá Tiago... Você por acaso, gosta da Lílian?
-Como assim?- perguntou Tiago se fazendo de imbecil.
-Oras... Você ama, gosta mesmo da Lílian?- perguntou Frank novamente.
-É claro que não... Eu só quero convencê-la de que eu não sou um idiota e que ela não é superior a mim. E, principalmente, que ninguém consegue me rejeitar.- Frank o encarou com um sorriso irônico do tipo “e-o-que-ela-fez-até-agora?” e Tiago foi obrigado a corrigir-se - Bom, não por tanto tempo assim.
Eram sete horas da noite. Lílian estava só no dormitório feminino do sétimo ano.
Ela estava sentada em sua cama, lendo, quando ouviu o movimento do “abre-fecha” da porta e levanta os olhos.
Lizzie percebe que é sua amiga e tenta fugir. Mas, Lily é mais rápida.
-Hei, hei. Lizzie!- chamou a ruiva, enquanto se levantava e punha o livro de lado.
Elizabeth foi obrigada a atender. Depois de tentar achar a ruiva, o que ocasionou aquele encontro com Remo, ela decidira que seria muito mais fácil, fugir da ruiva. Não estava com vontade de falar sobre o episódio do dia anterior.
-Sim?- perguntou Lizzie.
-Eu preciso falar com você, moça. A gente... Bom, a gente precisa conversar sobre ontem.- Lílian disse justo o que Lizzie menos queria no momento.- É que... Sinto muito.- Lily baixou os olhos. Elizabeth a olhou intrigada.
-Sente muito, pelo o que, Lily? Agora, eu não ‘to te entendendo.
Lily contorcia suas mãos em um claro sinal de nervosismo, e quando respondeu tinha um tom de culpa na voz:
-É que, pô. Eu quase te obriguei a confessar ao Remo, que você gostava dele, e bem quando você aceita, chega aqui e encontra ele falando aquilo.
Lizzie se sentou ao lado da amiga na cama.
-Lily, você não tem culpa de nada. Você não me obrigou a nada. Eu aceitei, porque quis, mocinha!- ela disse com um tom de riso, para tentar animar a amiga.- Não pense que tem tanto poder assim sobre mim, não mocinha!- ela conclui com um riso, no que Lily a acompanhou.- Agora, falando sério. Ninguém teve culpa de nada. Foi, simplesmente, um acaso triste.
-Ah Lizzie. Mas você deve ‘ta tão triste. No entanto, você está me consolando. Ô minha amiga...- Lily abraçou a morena.
Lizzie que já não agüentava mais aquela dor acabou chorando nos ombros da amiga.
Lílian apenas a abraçou ainda mais forte e sussurrou baixinho:
-Sinto muito...
Já devia ser por volta das dez da noite. Lílian e Lizzie já estavam dormindo, cada uma em sua cama, quando foram despertadas pelo som de algo batendo na grande janela, que ficava bem do lado oposto à cama das duas.
Lílian e Elizabeth se olharam e caminharam bem devagar e cuidadosamente, quase com medo do que poderia estar ali batendo na janela.
-Mas o que cargas d’água, pode ser?- resmungou Lílian, que ainda divagando sobre um sonho, que incluíam um caldeirão fervente, uma cabeça loira, uma cabeça morena, e outra cabeça morena de cabelos arrepiados sendo jogados impiedosamente lá dentro por uma pequena cabeleira vermelha, que ria macabramente.
Lizzie simplesmente sacudiu os ombros e resmungou um “é melhor abrir logo, e olhar!”. Ela não ficava de muito bom humor, quando era acordada no meio da noite... Estavam abrindo os vidros da janela, quando ouviram vozes indiscutivelmente conhecidas.
-Sai daqui, Tia... Potter.
-Nem vem Black!- ouviu-se a voz de Potter, incrivelmente mortífera.- Cheguei primeiro!
-Mas eu já tinha bolado isso na minha cabeça, Potter. Aposto que você viu de algum jeito e roubou minha idéia!- Sirius falou presunçosamente.
-Oras. Mas, é muito convencido mesmo. Como pode ter tanta certeza que eu roubei a sua idéia?
-Simples Potter. Você nunca teria cérebro o suficiente para bolar um plano genial como esse.
-Sinto lhe desapontar, Black – Potter frisou bem o nome do “ex” -amigo.- Mas eu tenho sim. Tanto que bolei sozinho. Não preciso roubar planos de ninguém.
E a discussão provavelmente teria se seguido, caso a janela não tivesse sido aberta de repente, mostrando uma Elizabeth se segurando para dar risada, e uma Lílian completamente abismada.
-Eu, eu... Eu não acredito nisso!- ela falou baixinho, mas o suficiente para ouvirem. – O que vocês estão fazendo aqui, a essa hora?
Sirius e Potter estavam, ambos, com um violão cada e em cima de vassouras, bem perto da janela.
Eles bem tentaram responder, mas foram cortados por Lílian, mais uma vez:
-Não... Vocês são loucos ou o quê? Vocês têm problema, não? GRAVES problemas mentais, aliás.
-Calma Lily! Eu só vim aqui...-começou Tiago, mas foi novamente interrompido por Lílian.
-Vocês não vieram aqui fazer uma serenata, não é?- perguntou ela, assustadoramente ameaçadora.
Eles fingiram que não perceberam o tom da ruiva, e na hora de responder, Sirius foi mais rápido.
-Bom, EU vim. Agora, essa escória ai do lado, - ele apontou Tiago com a cabeça - ele, só veio me encher o saco, me imitar.
-Cala a boca, Black. Já disse que não preciso de um cérebro de minhoca como você, para fazer surpresas para a MINHA Lily! – Tiago exclamou, no que Lílian revirou os olhos e fez uma cara de desgosto.
-Já disse Potter, e repito. Eu não sou SUA!- Tiago fez um gesto de descaso com a mão.
-Por enquanto Lily, por enquanto.
Lizzie apenas ria e olhava tudo abismadamente.
-Cala a boca Potter. A Lily é MINHA ruivinha!- ele exclamou, brandindo os braços freneticamente.
Daí começou uma infantil gritaria.
-Imbecil, ela é Minha ruivinha!
-Sua nada, ela é minha!
-Minha!
-Minha, seu quatro olhos!
-Calado, seu pulguento! Ela é minha ruivinha!
-Minha!
-Minha!
-Minha!
Tiago estava no meio de um “minha”, quando ouviram uma voz melodiosa cantar, acompanhada do som de um violão.
-Shed a tear 'cause I'm missin' you/ I'm still alright to smile/ Girl, I think about you every day now/ Was a time when I wasn't sure/But you set my mind at ease/ There is no doubt, you’re in my heart now/It'll work itself out fine/All we need is just a little patience/Said, sugar, make it slow/And we come together fine/All we need is just a little patience...
Lizzie parou de rir de súbito quando ouviu o “cantor”. Sem sequer olhar para Lílian, ela voltou-se para dentro, indo esconder-se debaixo de suas cobertas.
Lílian suspirou cansada. Não achava certo isso, sua amiga sofrer tanto. Por que Remo tinha que gostar dela? Aliás, por que aqueles três tinham que começar a gostar dela? Ela era tão feliz, em sua vidinha pacata... Estudar, estudar e estudar.
Ai chegou o Potter. E sua rotina virou estudar, brigar com o Potter, estudar, gritar com o Potter, estudar, brigar com Potter, brigar com o Potter mais uma vez e por ai vai. Mas, não... Merlin não achou que fosse suficiente UMA peste. Agora mandara TRÊS.
-Deve ter virado moda, essa coisa de tentar me encher.- resmungou Lílian revirando os olhos.
Remo tinha parado de cantar, e agora, voava rápido, tentando escapar de Sirius e Tiago que voavam atrás dele, querendo enchê-lo de porrada, enquanto brigavam entre si também.
-Eu mereço... Além de estragar a minha noite e a da minha amiga, ainda me deixam aqui, plantada.- ela se virou e voltou para sua fantástica “Terra dos Sonhos”, onde podia muito bem entupir um caldeirão fervente com três cabecinhas muito conhecidas...
N/A: Booa tarde!
Bom gente... Desculpe a demora! É que eu tive um monte de problemas... E não acho que vocês estejam, realmente, interessadas nisso! :P
Foi um monte de desencontros e tal... Mas, tudo bem.
Agora, aos agradecimentos:
muito obrigada à: Tyanne Black , Trendy Witch, *mell potter*, Ayla Rios, e a todos que e leram e não comentaram! :D
Beijos!
*Dandi Aluada Evans*
11/12/07
ps: A música usada é Patience, do Guns N' Roses.
Beijões! ; )
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