Capítulo 25
N/A: Como tem alguns leitores reclamando do tamanho dos capítulos, esse aqui é o penúltimo, assim o ultimo capítulo vai ficar bem grandão, pra felicidade e satisfação de todos!
E para aqueles que assim como eu estão em depressão pós livro 7, muito H² nesse capítulo! Enjoy the chapter!
Capítulo Vinte e Cinco
Hermione acordou, sentindo o coração pesado, atordoada como se não houvesse dormido. Um nó se formou em sua garganta ao se lembrar da humilhação injusta a que Harry a submetera na noite anterior. Afastou os cabelos do rosto e, apoiando-se em um cotovelo, lançou um olhar distraído pelo quarto. E foi então que seus olhos pousaram na caixinha de veludo sobre a mesa-de-cabeceira.
Uma raiva como ela jamais sentira antes explodiu em seu peito, apagando todas as outras emoções. Hermione saiu da cama, vestiu o robe e apanhou a caixa.
Furiosa, abriu a porta que comunicava o seu quarto com o de Harry.
— Nunca mais me dê uma jóia! — sibilou.
Ele estava parado ao lado da cama, vestindo apenas uma calça bege, sem camisa. Virou-se para Hermione a tempo de vê-la atirar a caixa na sua direção, mas não moveu um músculo para escapar. A caixa passou a um centímetro de sua orelha, para então aterrizar no chão e deslizar para debaixo da cama.
— Nunca o perdoarei por ontem à noite — Hermione anunciou de punhos cerrados. — Nunca!
— Sei disso — Harry falou com voz totalmente desprovida de emoção, e apanhou a camisa.
— Odeio suas jóias, odeio o modo como me trata e odeio você! Você não sabe amar ninguém, é cínico, sem coração... um bastardo!
A palavra deixou os lábios de Hermione antes que ela pudesse impedi-la. Porém, a reação de Harry a apanhou de surpresa.
— Tem razão — ele concordou. — É exatamente o que eu sou. Lamento destruir as ilusões que ainda possa ter a respeito da minha pessoa, mas a verdade é que sou o produto indesejado de uma breve ligação de Sirius Potter e uma dançarina, há muito esquecida, que ele conheceu na juventude.
Enquanto vestia a camisa, Hermione o observava, muda, dando-se conta de que ele pensava estar confessando algo feio e repugnante.
— Cresci em meio à sujeira, criado pela cunhada de Sirius. Mais tarde, dormi em um armazém. Aprendi a ler e escrever sozinho. Não freqüentei Oxford, nem fiz as coisas que os seus outros pretendentes refinados e aristocráticos fizeram. Resumindo, não sou nada do que você pensa. Ao menos, nada das coisas boas. Não sou um marido adequado a você. Não deveria nem sequer tocá-la. Fiz coisas que você não suportaria nem sequer ouvir falar.
As palavras do capitão Lupin ecoaram na mente de Hermione: “A louca obrigou-o a se ajoelhar e implorar perdão diante daqueles indianos imundos”. Hermione olhou para Harry e sentiu um forte aperto no coração. Agora, compreendia por que ele não queria, não podia aceitar seu amor.
— Sou um bastardo — ele concluiu — no sentido mais exato da palavra.
— Nesse caso, está em excelente companhia — Hermione falou com voz embargada —, pois três filhos do rei Charles também eram, e ele os transformou em duques.
Por um momento, Harry pareceu surpreso, mas, então, deu de ombros.
— O problema é que você disse que me ama e não posso permitir que continue pensando assim. Você ama uma miragem, não eu. Você nem sequer me conhece.
— Ah, conheço — Hermione corrigiu-o, sabendo que seu futuro dependia inteiramente do que dissesse naquele momento. — Sei tudo sobre você. O capitão Lupin me contou, há mais de uma semana. Sei o que aconteceu a você, quando era um garotinho...
— Ele não tinha o direito de lhe contar.
— Você deveria ter me contado — ela gritou, incapaz de controlar o tom de voz, ou as lágrimas que cobriam seu rosto. — Mas não podia, porque se envergonha do que, na verdade, deveria se orgulhar! Teria sido melhor se ele não tivesse me contado. Antes, eu o amava apenas um pouco. Depois, quando me dei conta de quanto você é forte e corajoso, passei a amá-lo muito mais. Eu...
— O quê? — Harry indagou com um sussurro quase inaudível.
— Eu não o admirava, antes de ouvir a sua história. Agora, admiro e não posso mais suportar o que está fazendo...
Através das lágrimas, Hermione viu Harry se mover e, em seguida, sentiu-se quase esmagar em um abraço desesperado.
— Pouco me importa quem são seus pais — soluçou com o rosto enterrado no peito dele.
— Não chore, querida — Harry murmurou. — Por favor, não chore.
— Detesto quando você me trata como uma boneca idiota, dando-me vestidos de baile e...
— Nunca mais comprarei outro vestido — ele tentou brincar, mas sua voz soou rouca e sufocada.
— E me cobrindo de jóias...
— Também não comprarei mais jóias.
— E, quando se cansa de brincar comigo, me deixa de lado.
— Sou um imbecil — ele concluiu, afagando-lhe os cabelos.
— Você nunca me diz o que pensa, ou sente, a respeito das coisas e eu não sou capaz de adivinhar o que se passa pela sua cabeça.
— Nada se passa, pois perdi a cabeça há meses.
Hermione sabia que havia vencido, mas o alívio era tão intenso, que os soluços continuaram a sacudi-la.
— Ah, pelo amor de Deus, não chore assim! — Harry implorou. — Juro que nunca mais farei você chorar. Vamos para a cama. Deixe-me fazê-la esquecer a noite de ontem.
Em resposta, Hermione passou os braços em torno do pescoço de seu marido e se deixou carregar até a cama, onde Harry se deitou a seu lado, beijando-a com terna paixão.
Quando ele se levantou para se livrar das roupas, Hermione observou-o sem pudor, nem embaraço. Ao contrário, deleitou-se com a visão dos músculos fortes e bem desenhados, cobertos pela pele bronzeada. Então, Harry virou-se de costas e um grito escapou da garganta de Hermione.
Ao ouvi-lo, Harry imobilizou-se, tenso, sabendo o que Hermione via. As cicatrizes! Havia se esquecido das malditas cicatrizes. Imediatamente, lembrou-se da última vez em que se esquecera de escondê-las, da repulsa e do desprezo no rosto da mulher em sua cama, ao descobrir que ele se deixara surrar como um cachorro. E fora por isso que ele sempre fora tão cuidadoso ao apagar as velas e jamais dar as costas a Hermione, quando faziam amor.
— Meu Deus! — ela exclamou e estendeu a mão para tocá-las de leve. — Ainda dói?
— Não — Harry respondeu, mergulhado em vergonha, esperando pela reação inevitável diante da evidência de sua humilhação.
Para sua surpresa, Harry sentiu os braços de Hermione o enlaçarem e, em seguida, os lábios dela em suas costas.
— Você teve de ser muito forte para suportar isso — ela murmurou. — Muito forte para sobreviver e seguir adiante...
Quando Hermione começou a beijar cada cicatriz, Harry virou-se e tomou-a nos braços.
— Eu amo você — confessou. — Eu amo tanto...
Então, seus lábios traçaram linhas de fogo na pele de Hermione, à medida que ele cobria seu corpo de beijos.
— Por favor — pediu com voz rouca e apaixonada —, toque-me deixe-me sentir suas mãos em meu corpo.
Até então, jamais ocorrera a Hermione que Harry pudesse desejar ser tocado por ela como ele a tocava. A idéia era excitante. Pousou as mãos sobre o peito largo, surpresa ao sentir-lhe a respiração acelerar. Deslizou as mãos pelo abdome liso de Harry, deliciando-se ao ver os músculos se encolherem em um reflexo. Então, sentindo-se mais ousada, acariciou-lhe um mamilo e beijou-o, exatamente como Harry fazia, deixando-a cega de prazer. E foi recompensada com um gemido abafado, que só serviu para encorajá-la ainda mais.
A descoberta de tamanho poder sobre o corpo de Harry a embriagou e ela o forçou a se deitar de costas e, depois de acariciá-lo e beijá-lo durante longos momentos, posicionou-se sobre ele.
Em vez de penetrá-la de pronto, como Hermione esperava, pois podia sentir-lhe as batidas descompassadas do coração, Harry segurou seu rosto entre as mãos e, com humildade, pronunciou as palavras que a forçara a dizer, na noite anterior.
— Eu quero você... Por favor, Mione...
Sentindo o coração prestes a explodir de tanto amor, Hermione respondeu com um beijo apaixonado. Em seguida, seus corpos se fundiram em um só e os dois cavalgaram juntos na busca do êxtase mais completo que já haviam experimentado.
Harry foi invadido por uma felicidade que jamais imaginara existir. Depois de todos os seus triunfos financeiros e romances sem sentido, ele finalmente encontrara o que sempre procurara, mesmo sem saber. Encontrara o seu verdadeiro lugar. Harry possuía seis propriedades na Inglaterra, dois palácios na Índia, uma frota de navios, mas nunca, em lugar algum, se sentira em casa. Agora, estava em casa, em seu lugar, nos braços daquela linda mulher.
Beijou-lhe a testa e, quando ela abriu os olhos, Harry pensou que fosse se afogar naqueles olhos intensos.
— Como está se sentindo? — Hermione perguntou com um sorriso, lembrando-se de que ele lhe fizera a mesma pergunta um dia.
— Estou me sentindo um marido — ele respondeu em tom solene. Então, beijou-a, antes de voltar a fitá-la. — E pensar que eu nunca acreditei em anjos — murmurou com um suspiro. — Como fui idiota...
— Você é brilhante — sua esposa o corrigiu com lealdade.
— Não, não sou. Se fosse um pouquinho inteligente, teria levado você para cama na primeira vez em que tive vontade e, então, teria obrigado você a se casar comigo.
— E quando foi a primeira vez em que pensou em me levar para a cama?
— No dia em que você chegou a Gryffindor — ele admitiu com um sorriso maroto. — Acho que me apaixonei no momento em que vi você diante da porta, com um leitão nos braços e os cabelos ao vento.
— Ora, Harry, por favor, não vamos mentir um para o outro. Você não me amava, então. E não me amava quando nos casamos. Não tem importância. O que importa é que você me ama agora.
Harry segurou-lhe o queixo com dedos ternos.
— Não, minha querida, eu disse a verdade. Eu me casei com você porque a amava.
— Harry! Você se casou comigo para satisfazer o desejo de um moribundo!
— O desejo de um... — ele atirou a cabeça para trás com sonora gargalhada. — Ah, minha adorada Mione! O “moribundo” que nos chamou a sua cabeceira tinha um baralho debaixo das cobertas!
Hermione se apoiou em um cotovelo.
— Ele o quê? — indagou, dividida entre o riso e a fúria. — Tem certeza?
— Absoluta. Eu as vi, quando o cobertor escorregou. Ele tinha quatro rainhas.
— Por que ele faria uma coisas dessas?
Harry deu de ombros.
— Certamente, Sirius achou que estávamos demorando demais para tomar uma decisão.
— Quando penso em quanto rezei para que ele melhorasse, tenho vontade de matá-lo!
— Não diga isso. Não gosta do resultado do plano dele?
— Bem, sim, gosto, mas... Por que você não me contou, ou... Por que não disse a ele que sabia de tudo?
— Para quê? Estragar a brincadeira de Sirius? Nunca!
Hermione lançou-lhe um olhar indignado.
— Você devia ter me contado. Não tinha o direito de me esconder a verdade.
— Tem razão.
— E por que não me contou?
— Teria se casado comigo se não acreditasse ser absolutamente necessário?
— Não.
— Foi por isso que não contei.
Hermione caiu na risada, rendendo-se à determinação desprovida de princípios de Harry em conseguir o que queria e de sua completa falta de arrependimento.
— Será possível que você seja totalmente desprovido de princípios? — ela inquiriu, fingindo um ar severo.
— Aparentemente, não — Harry respondeu com um sorriso.
Hermione estava sentada no salão, esperando por Harry, que fora resolver alguns negócios, quando o mordomo abriu a porta.
— Sua alteza, a duquesa de Claremont, deseja vê-la, milady. Eu disse a ela...
— Ele me disse que você não está recebendo ninguém — a duquesa completou, entrando no salão, para horror do mordomo. — Esse tolo parece não compreender que sou da família.
— Vovó! — Hermione exclamou, surpresa pela visita inesperada.
A duquesa virou-se para o mordomo.
— Ouviu isso? Vovó! — repetiu com satisfação.
Murmurando desculpas, ele se retirou, fechando a porta atrás de si e deixando Hermione sozinha com a bisavó. A duquesa se sentou, apoiou as mãos na bengala e estudou Hermione com atenção.
— Você me parece muito feliz — concluiu, como se isso a surpreendesse.
— Foi por isso que veio a Londres? — Hermione perguntou, sentando-se diante dela. — Para saber se estou feliz?
— Vim para falar com seu marido.
— Ele não está aqui — a bisneta explicou, apreensiva ao ver a expressão de desagrado no rosto da idosa senhora.
— Foi o que me informaram. Todos em Londres sabem que ele não está com você! E estou disposta a confrontá-lo, mesmo que tenha que correr a Europa inteira para encontrá-lo!
— Acho mesmo engraçado — Harry comentou com voz tranqüila, ao entrar no salão — que quase todas as pessoas que me conhecem tenham medo de mim, exceto a minha frágil esposa, minha jovem cunhada e a senhora, que tem três vezes a minha idade e um terço do meu peso. Só me resta concluir que a coragem, ou quem sabe imprudência, seja transmitida através do sangue, assim como as semelhanças físicas. No entanto — acrescentou com um sorriso —, vou lhe dar permissão para me confrontar aqui mesmo, no salão de minha própria casa.
A duquesa se pôs de pé, fitando-o com olhar faiscante.
— Ora, vejo que você finalmente se lembrou de onde mora e de que tem uma esposa! Deixei bem claro que o responsabilizaria pela felicidade de Hermione e, pelo que sei, você não está fazendo minha bisneta nem um pouco feliz!
Harry lançou um olhar interrogativo para Hermione, que sacudiu a cabeça e deu de ombros, como se não soubesse do que a outra estava falando. Satisfeito por constatar que sua esposa não era a responsável pela acusação da velha duquesa, ele passou um braço em torno dos ombros de Hermione e voltou a encarar a outra.
— De que maneira estou falhando com minhas obrigações conjugais?
— De que maneira? — a duquesa repetiu, chocada. — Aí está você, com o braço em torno dos ombros de sua esposa! Acontece que minhas fontes me informaram de que você só esteve na cama dela seis vezes, em Gryffindor!
— Vovó! — Hermione protestou, profundamente embaraçada.
— Quieta, Hermione — a bisavó ordenou, sem desviar os olhos de Harry. — Dois de meus criados são parentes de dois dos seus. Eles me contaram que todos em Gryffindor estavam em polvorosa porque você se recusou a dormir com sua esposa durante uma semana, logo depois do casamento.
Hermione emitiu um gemido mortificado e Harry apertou-a contra si, a fim de confortá-la.
— Muito bem — a duquesa prosseguiu, implacável. — O que tem a dizer, meu jovem?
Harry ergueu uma sobrancelha.
— Acho que estou precisando ter uma conversa muito séria com os meus criados.
— Não se atreva a fazer piada sobre o assunto! Você, mais que todos os homens na Terra, deveria saber como manter uma esposa feliz ao seu lado. Deus é testemunha de que metade da mulheres de Londres passaram os últimos quatro anos suspirando por você. Se você fosse um desses almofadinhas de camisa engomada, eu compreenderia por que não sabe o que fazer para me dar um herdeiro...
— Pretendo fazer de seu herdeiro a minha prioridade — Harry a interrompeu em tom solene.
— Não permitirei que continue vacilando! — a duquesa declarou, embora sua voz houvesse perdido parte da autoridade inicial.
— A senhora foi muito paciente até agora — Harry elogiou-a.
Ignorando a zombaria, ela assentiu.
— Agora que já nos entendemos, pode me convidar para jantar, embora eu não possa ficar até tarde.
Com um sorriso maroto, Harry ofereceu-lhe o braço.
— Espero que concorde em nos fazer uma visita mais prolongada, daqui a algum tempo... digamos, nove meses.
— Combinado — a duquesa afirmou com audácia, mas ao virar-se para Hermione, seus olhos brilhavam de divertimento. Uma vez na sala de jantar, ela se inclinou para a bisneta e sussurrou: — Ele é atraente como o demônio, não é, querida?
— Muito — Hermione concordou, apertando a mão da duquesa.
— E, apesar dos mexericos que ouvi, você está feliz, não está?
— Mais do que a senhora pode imaginar.
— Gostaria que fosse me visitar, um dia desses. A mansão Claremont fica a quinze minutos de Gryffindor, seguindo pela estrada do rio.
— Farei isso — Hermione prometeu.
— Pode levar seu marido.
— Obrigada.
Nos dias que se seguiram, o marquês e a marquesa de Gryffindor compareceram a vários eventos sociais da ton. Ninguém mais falava da suposta crueldade de Harry para com sua primeira esposa, pois estava claro para todos que lorde Potter era o mais devotado e generoso dos maridos.
Bastava olhar para o casal e verificar que lady Hermione transpirava felicidade e que seu marido alto e atraente a adorava. Na verdade, as pessoas se surpreenderam ao descobrir o antes frio e austero Harry Potter sorrindo, apaixonado, para a esposa, enquanto os dois dançavam, ou rindo alto durante uma peça de teatro, por algo que ela havia sussurrado em seu ouvido.
Não demorou para que se tornasse geral a opinião de que o marquês fora o homem mais injustiçado e incompreendido do mundo. Os nobres que o haviam temido durante tanto tempo agora buscavam a sua amizade com entusiasmo.
Cinco dias depois da tentativa de Hermione em acabar com os mexericos sobre seu marido ausente, falando maravilhas sobre ele, lorde Wood fez uma visita a Harry, a fim de lhe pedir conselhos sobre como conquistar a confiança e lealdade de seus criados e colonos. Passada a surpresa inicial, lorde Potter sorriu e sugeriu que ele conversasse com lady Potter a respeito.
Naquela mesma noite, no clube White’s, lorde Jordan acusou Harry, de bom humor, pela última compra extravagante de lady Jordan: um conjunto caríssimo de colar e brincos de safiras. Lorde Potter ofereceu-lhe um sorriso divertido, apostou quinhentas libras nas cartas que tinha nas mãos e, em seguida, ganhou a mesma quantia do lorde em questão.
Na tarde seguinte, no Hyde Park, quando Harry ensinava Hermione a conduzir a pequena, mas linda carruagem que acabara de comprar para ela, uma outra carruagem parou subitamente e três senhoras idosas o observavam, curiosas.
— É incrível! — exclamou a condessa de Vector, examinando Harry com olhos estreitos. — Ela é mesmo casada com Gryffindor! Quando lady Hermione descreveu o marido como sendo “a gentileza em pessoa”, pensei que estivesse se referindo a outro homem!
— Ele não só é gentil, mas também muito corajoso — observou uma de suas amigas, observando o pequeno veículo disparar pelo parque. — Ela quase capotou a carruagem duas vezes!
Para Hermione, a vida havia se transformado em um arco-íris de prazeres. À noite, Harry fazia amor com ela e a ensinava a satisfazê-lo de todas as maneiras. Deixava-a atordoada de prazer, mergulhada em uma paixão arrasadora que ela nem sabia existir.
Ela o ensinara a confiar e, agora, Harry se entregava a ela por inteiro: corpo, coração e alma. Ele lhe dava tudo: seu amor, sua atenção e todo tipo de presentes em que pudesse pensar, do mais simples ao mais extravagante.
Harry mandou mudar o nome de seu iate para Hermione e levou-a para um passeio pelo rio Tâmisa. Quando Hermione disse que gostara muito mais de navegar no rio do que no mar, Harry comprou outro iate, para uso exclusivo da esposa, e mandou decorá-lo em tons de azul e dourado, para o conforto dela e de suas amigas. Ao saber da extravagância, a srta. Patil comentou, invejosa, durante um baile:
— Vamos ver o que ele vai comprar a seguir, para superar o iate!
Ronald Weasley sorriu para a invejosa.
— Que tal o Tâmisa?
Para Harry, que nunca antes experimentara o prazer de ser amado, não pelo que possuía ou pelo que parecia ser, mas pelo que realmente era, a paz interior que o invadira era como um sonho. À noite, sua paixão por Hermione era insaciável. Durante o dia, saíam juntos para piqueniques e nadavam no riacho de Gryffindor. Enquanto trabalhava, ela ocupava os recessos de sua mente, fazendo-o sorrir consigo mesmo. Queria pôr o mundo aos pés dela, mas tudo o que Hermione parecia querer era ele, e tal conhecimento o preenchia de profunda ternura. Harry doou uma fortuna para a construção de um hospital perto de Gryffindor, o Hospital Patrick Granger. Então, começou a tomar providências para que outro fosse construído em Portage, Nova York, também levando o nome do pai de Hermione.
No aniversário de casamento de um mês, Harry recebeu uma mensagem que exigia a sua presença em Portsmouth, onde um de seus navios acabara de atracar.
Na manhã de sua partida, ele beijou Hermione diante da porta de entrada da mansão, com ardor suficiente para fazê-la corar e forçar o cocheiro a conter uma gargalhada.
— Gostaria que você não precisasse ir — Hermione falou afundando o rosto no peito de Harry e enlaçando-o pela cintura. — Seis dias me parecem uma eternidade. Vou me sentir muito solitária sem você.
— Sirius estará aqui para lhe fazer companhia, querida — Harry confortou-a, escondendo a própria relutância em partir. — Remus Lupin mora perto e você poderá visitá-lo. Ou, então, pode visitar sua bisavó. Estarei de volta na terça-feira, antes do jantar.
Hermione assentiu e se pôs na ponta dos pés para beijar-lhe o rosto barbeado.
Com forte determinação, ela se manteve ocupada o tempo todo, durante aqueles seis dias. Trabalhava no orfanato e supervisionava a manutenção de sua casa. Mesmo assim, o tempo parecia se arrastar. As noites eram ainda mais longas. Jantava com Sirius e passava algumas horas em sua companhia, mas quando ele se retirava para seus aposentos, o relógio parecia parar.
Na noite anterior à data marcada para o retorno de Harry, Hermione ficou andando de um lado para outro, em seu quarto, tentando adiar a hora de se deitar sozinha. Entrou no quarto de Harry, sorrindo diante da diferença entre a decoração predominantemente masculina e a de seu quarto, tão suave. Sorrindo, tocou as escovas e apetrechos de barbear. Então, com relutância, voltou para seu quarto e, finalmente, adormeceu.
No dia seguinte, despertou ao amanhecer, o coração explodindo de felicidade, e já começou a planejar um jantar especial para a chegada de Harry.
A noite chegou fria , enquanto ela esperava no salão, os ouvidos apurados captando o som da carruagem de Harry se aproximando.
— Ele chegou, tio Sirius! — anunciou, deliciada, espiando pela janela.
— Deve ser Remus Lupin, Harry ainda vai demorar uma ou duas horas para chegar — Sirius corrigiu-a, sorrindo com carinho. — Sei quanto essas viagens demoram e Harry já conseguiu poupar um dia, para voltar hoje.
— Tem razão, tio Sirius, mas ainda são sete e meia e eu convidei o capitão Lupin para jantar às oito. — O sorrido abandonou os lábios de Hermione quando a carruagem parou diante da mansão e ela constatou que realmente não era Harry quem havia chegado. — Acho que devo pedir à senhora Pomfrey que adie o jantar... — ela dizia, quando Slughorn abriu a porta do salão, lívido.
— Há um cavalheiro pedindo para vê-la, milady — ele anunciou com voz tensa.
— Um cavalheiro? — ela perguntou, sem fazer idéia de quem poderia ser o visitante.
— Senhor Draco Malfoy, da América.
N/A: Ohhh, o Draco voltou! Já vou adiantando, muitas emoções no último capítulo. Postei o primeiro capítulo na fic nova, comentem lá. E quem quiser dar uma olhadinha na minha mais nova loucura:
http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=2367008&tid=2543715630416337689
Tá só no comecinho gente, mas preciso do apoio e opinião de vcs pra saber se continuo ou não!
E até o próximo e último, snif, capítulo!
Bjs, Jéssica malfoy!
Comentários (2)
Achei que estava comentando no ultimo capitulo, enfim. Muito boa
2015-03-05Nunca me diverti tanto com um fic. Eu ameiii essa relação Sirius e vó da Mione. Além dos empregados. Muito bem escrito. E essa relação Harry mione não poderia ter sido melhor. Eu amei. Sorri bastante com as 3 senhoras no parque e com esse último capítulo. Me aurpreendi com o fim, afinal, sempre tem aqueles epílogos da mocinha rodeada de filhos e eu amei a fic mais ainda por causa desse fim Ela está entre minhas favoritas, pena que não consigo marcar como favoritaMuito bom, parabéns!
2015-03-05