O Primeiro Dia dos Namorados
CAPÍTULO IX. - O PRIMEIRO DIA DOS NAMORADOS.
‘É... Até que o dia não começou tão ruim...’
Não começou ruim, mas passou rápido! Sem que Amélia percebesse, a tarde chegou e, junto com ela, a hora de finalmente ir a Hogsmeade para o seu encontro de dia dos namorados com George Zwingli!
- Não! Não, não, não, não, não, NÃO!
- Amélia, pare, OK?!
Amélia começou a andar de um lado para o outro, temendo a expectativa do encontro. Ela estava nos jardins de Hogwarts considerando cancelá-lo... Se ela não fosse, tudo seria mais fácil, não é? Ela só teria que se esconder de baixo da cama por uma semana e tudo ficaria bem. Talvez, se não fosse por Lílian, que pacientemente a segurava impedindo-a de sair correndo, Amélia já estivesse longe...
- Lí, não dá! Sinto muito! Eu não vou sair com ninguém! Eu acho que nasci para ser uma freira, como fazem algumas trouxas, que não se casam!
- Nada disso! Você vai! Olha ele ali... Você não tem mais escapatória. Divirta-se!
E empurrou Amélia na direção do capitão do time da Lufa-Lufa, que vinha sorridente. Ela, como se dando um passo pra frente, dois pra trás, chegou nele, suando frio.
- Zwingli.
Ela estendeu a mão para um aperto. Ele segurou levemente a mão dela e beijou-a. Com um sorriso encantador nos lábios, ele disse:
- Eu acho que teremos que cancelar esse encontro, se você não parar de me chamar de Zwingli.
- Então eu acho melhor chamar você de...
'Zwingli!'
- George!
- Então? Vamos?
'Não!'
- Claro!
E os dois saíram para o primeiro dia dos namorados de Amélia.
No começo, tudo foi muito estranho... Nenhum dos dois sabia o que dizer e ainda tinham que passar pelos incômodos olhares dos garotos que tinham convidado ela e das garotas que tinham convidado ele. Mas essas dificuldades foram superadas com o tempo e, antes que eles pudessem perceber, os dois já estavam conversando e rindo com velhos amigos.
- Amélia, você quer tomar um sorvete?
- Seria ótimo!
Ele segurou timidamente a mão dela e a guiou até a sorveteria, onde os dois se sentaram, não um de frente para o outro, mas lado a lado, e bem perto.
'Muito, muitíssimo perto demais!!!'
Ele pediu um sorvete gigantesco para ela e um milkshake para ele. Depois que a bebida acabou, ele começou a olhar insistentemente para Amélia. Ela percebeu e começou a se concentrar no sorvete. Afundou na cadeira, colocou a taça para perto e começou a comer bem devagar, temendo que o ele acabasse.
Depois de um tempo em silêncio, George contou uma piada engraçadíssima (sobre um lobisomem e um bruxo das trevas). Amélia riu um pouco e cometeu o grave erro de olhar para ele em seguida.
'Droga!'
Ele a olhava de uma maneira estranhíssima. Já não ria mais. Ela também parou de rir. Baixou um pouco o rosto, tentando desesperadamente voltar à atenção ao quase inexistente sorvete. Grave erro! Uma mecha do cabelo dela caiu sobre seu rosto e, antes que pudesse voltar a devorar o sorvete, ele gentilmente colocou a mecha de volta ao lugar onde ela deveria estar.
Ela se sentiu quase obrigada a voltar a encará-lo. Ele passou a mão gentilmente sobre o rosto dela... Ela sentiu vontade de beijá-lo... Mas estava com medo. O rosto dele começou a se aproximar... Mais... Mais... Ela sentiu a urgência de recuar a cabeça... Mas, ao mesmo tempo, uma vontade quase incontrolável e aproximá-la. Ela sentiu a mão dele na nuca dela. Apertou os olhos e deixou acontecer.
'Ai, Merlin, é agora!'
Os lábios dele gentilmente pousaram sobre os dela.
'Até aí, tudo bem'
Ele abriu levemente os lábios. Os de Amélia também se partiram como por um impulso... Ele, então enfiou a língua na boca dela, ato que ela teria achado extremamente nojento, se não fosse tão bom. Ele começou a mexê-la mais e mais, e Amélia foi seguindo ele. Depois de uns bons (ótimos) cinco minutos, eles se separam.
- Muito bom para um primeiro beijo! - Ele sorriu.
- Muito bom? Sério!?
- O meu primeiro beijo foi um desastre... Se eu não soubesse que você nunca beijou ninguém, eu jamais pensaria isso!
- Até que não é muito difícil, sabia?
- Amélia, eu tenho que te dizer somente uma coisa...
- Sim?
- Em matéria de beijo, a prática leva à perfeição.
- Então...
- Vamos praticar.
XxXxXx
- Você veio me contar como foi o seu encontro?!
- Exato! Severo, eu tenho que te contar tudo! Afinal, foi você quem fez ele acontecer!
- EU?! Não, eu não!
Ela estava há meia hora tentando fazer Severo escutar tudo que tinha acontecido no encontro dela, mas o garoto simplesmente se recusava a ouvir. Ele não queria saber nada que se tratasse de Amélia, Zwingli ou Hogsmeade. Amélia esperneou se jogou no sofá, ao lado dele.
- Ora, vamos! Não custa nada!
- Tempo, Lair, vai me custar tempo!
- Lair? Porque você me chamou assim? Hei! O que foi que aconteceu com "Amélia", ou só "Mia"?!
- Ora, ora, ora...
Bellatrix tinha acabado de chegar. Sentou-se do outro lado de Severo.
- Quer dizer que "Mia" quer contar tudinho que aconteceu hoje, não? Não se preocupe, amiga, eu mesma faço isso para você: Severo, ela passou a tarde se agarrando com o capitão da Lufa-Lufa! Sabe, eu realmente não pensei que ela fosse capaz disso! Eu achava que ela era santa! Mas as pessoas se enganam, não é mesmo, "Mia"?
E levantou-se e saiu cantarolando. Severo ficou um tanto boquiaberto.
- É verdade?
- Não exatamente. Eu o beijei, isso é verdade. Mas eu não passei a tarde me agarrando com ele, como ela disse. E o seu encontro?
- Foi bom.
- Com quem?
- Ninguém que seja da sua conta.
- Ok, desculpa.
- Vocês estão namorando?
- O que?
- Você e Zwingli. É sério?
- Acho que sim...
E foi de fato sério. Os dois começaram a namorar a partir desse dia. Com o tempo, Amélia e George formaram o casal preferido de toda a escola, contando com a aprovação de todos, exceto Severo, que continuava a dizer que ele era um ‘animal desprovido de cérebro’ e que ‘não era bom o suficiente para Amélia’.
O namoro dos dois só balançou um pouco duas semanas depois de começar, quando teve a final da taça de quadribol... Ele era o capitão da Lufa-Lufa, ela a batedora da Grifinória... O jogo era Lufa-Lufa X Grifinória... É claro que a grifinória ganhou! Ele ficou um pouco chateado, mas, quando as férias chegaram, eles já estavam nas boas!
Férias... O que são as férias, senão um tempo que só serve para se desatualizar dos assuntos e das aparências dos amigos?
E todos os amigos de Amélia pareciam estar passando por uma fase crônica de crescimento... Bom, no caso do namorado dela, George Zwingli, de crescimento de espinhas!!!
Amélia chegou na estação King Cross toda feliz... Finalmente iria ver o namorado, de quem tinha tanta saudade!!! A felicidade dela aumentou ainda mais quando viu aquele garoto alto, forte, de cabelos claros e sedosos que se mantinha em pé, de costas para ela, a mais ou menos um metro de distância... O seu namorado! Ela, com um largo e sincero sorriso, foi até ele.
Estava morrendo de saudades. Eles claro tinham trocado cartas durante todo o verão, mas, como Amélia estava nos Estados Unidos e ele na Escócia, não se viram sequer um dia. Ela queria muito beijar ele! Ela chegou até ele o cobriu seus olhos com as mãos.
- Adivinha!
- Hmmmmmm... Lia? Não... Terry? Helen? Fran? Lucia? Dana? Katty? Lee? Rose? Nancy? - Amélia já estava pronta para dar um grito bem histérico, quando ele começou a rir e segurou as mãos dela. Virou-se e a abraçou - Ou pode ser Amélia!
Amélia olhou para o rosto do garoto e perdeu a fala. Ele estava simplesmente desfigurado de tantas espinhas! Amélia não pensava que seria possível, mas George Zwingli estava feio! Sim, ele tivera algumas poucas espinhas no fim do semestre, mas nada comparado com o que estava agora!!! Ele se abaixou para beijá-la, mas ela recuou antes que ele conseguisse se aproximar dos lábios dela.
- O que houve?
- Er... V... Você não pretende me beijar aqui, né? Na frente de todo mundo!
- Mas - ele pareceu confuso - Nós sempre nos beijamos em público!
- E... A... As férias me deixaram tímida... Eu acho.
- Tudo bem. No trem nos matamos as saudades, não?
Ele deu um leve beijo no rosto de Amélia... Encostou aquelas espinhas, que mais pareciam vulcões prestes a entrar em erupção no rosto dela. Ela sentiu nojo.
Ai, droga!
- Sabe, George, eu acho que vou ficar com meus amigos... no trem!
- Mas...
- SEV!
Ela gritou, assim que viu um garoto passar por ela... Mas ele, na verdade, em nada se parecia com Severo... Era muito alto para ser Severo. E não tão magro para ser Severo... Mas tinha os mesmos cabelos negros e oleosos. Amélia não pensava que o garoto fosse realmente o amigo, só queria uma desculpa para parar de falar com George, mas, para a sua surpresa, o garoto se virou.
‘Meu Merlin! Severo!’
Como as ferias podem mudar uma pessoa!!! Snape estava... diferente. Ele não era lindo... Quer dizer, nem bonito era. Mas ele tinha uma coisa a mais... Uma coisa que Amélia nunca tinha visto em garoto algum... Uma coisa que ela não sabia explicar o que era, ou porque a atraia tanto... Era algo em seu olhar.
XxXxXxX
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