Sonserina! Definitivamente, So



CAPÍTULO V - SONSERINA! DEFINITIVAMENTE, SONSERINA!

As aulas foram tão maravilhosas que Amélia não viu o tempo passar. Pra começar, ela teve dois tempos de Feitiços com o vice-diretor Dumbledore. Ótima aula. Bruxo poderosíssimo. Segunda aula: Transfiguração, com Minerva McGonagall. Ela era um Animago – se transformava num gato.

A quarta e última aula da manhã foi de Defesa Contra as Artes das Trevas. O professor era bem estranho. Chamava-se Alberdeen McSueyd. Era muito pálido, tinha olheiras profundas, cabelos desgrenhados grisalhos, um nariz bem pontudo e sobrancelhas crespas e grossas. Ele não começou a aula falando sobre artes das trevas... Ele deu apenas uma introdução à história das Trevas... E pediu um resumo com 60 cm para a próxima aula (que, por sinal, era em dois dias).

À tarde, Amélia teve aula de poções e, para fechar o dia, História, com professor Binns. Um fantasma! Pior: Um fantasma chato! Amélia quase não conseguiu se manter acordada na aula dele, de tão maçante que foi.

Banho, jantar, descansar um pouquinho... Feito tudo isso, só faltava fazer o exercício que McSueyd tinha passado. Por sorte, Amélia já sabia de quase tudo que teria que escrever... E, além disso, ela tinha o livro perfeito para fazer as pesquisas: “Maldição – uma breve história das Artes das Trevas”.

Ela começou a procurar pelo seu livro no malão. E procurou... E procurou... E lembrou:

Eu emprestei o maldito livro a Snape! E ainda está com ele!

Droga! Droga! Droga! DROGA! E agora!’

Ela realmente precisava do livro para fazer o exercício... Mas não queria falar com Snape! E se ele a maltratasse? E se ele a maltratasse na frente de todo mundo! E se eles acabassem trocando azarações? E se ela machucasse ele e fosse expulsa!

Droga!’

Bom, ela teria que falar com ele de qualquer jeito. Mas isso ficaria para o dia seguinte...

XxXxX

Tudo parecia estar dando certo naquele dia. Até a grama parecia estar mais verde! Amélia, que só queria uma oportunidade de falar com Snape, nem teve que esperar muito: A terceira aula dela foi de Aritmancia (professor Danúbio Akward), junto com a Sonserina. O professor passou um trabalho em dupla, e Amélia correu para fazer par com Snape.

Ele a olhou com indiferença, mas não reclamou. Professor Akward deu as instruções do trabalho e os alunos começaram a fazê-lo em silêncio. Amélia cochichou.

- Eu estou precisando do meu livro.

- Que livro? – Ele sussurrou rudemente.

- “Maldição”

Ele franziu a testa, mas logo pareceu se lembrar que ainda estava com o livro dela. Os lábios dele se moveram no que Amélia poderia jurar que fosse um ensaio de sorriso se formando.

- Eu não me lembrava de estar com ele

Snape está olhando para mim amigavelmente! O meu dia está realmente bom!’

Ela sorriu.

- Nem eu me lembrava que você estava com ele. Mas eu estou precisando para a redação de...

- Defesa Contra as Artes das Trevas.

- Isso. Então, você já leu?

Como se eu me importasse.’

- Já, sim... Quer dizer, boa parte dele. Eu achei int...

Nesse momento, os dois jovens estudantes escutaram um pigarro. Quando olharam para trás, viram Akward, que os olhava em reprovação.

- Eu pedi para que vocês se juntassem para fazer o trabalho e não para ficar batendo papo. Menos dez pontos para cada uma das casas.

E ele voltou a circular a sala. Snape virou-se para Amélia e cochichou:

- Passe na torre da Sonserina hoje, depois do jantar.

- Mas eu não sei a se...

- Sangue de basilisco.

Durante o resto do dia, os dois não se falaram mais.

Amélia teve mais uma aula de Feitiços (e descobriu que, antes de ensinar essa disciplina, Dumbledore já tinha passado pelos postos de Poções e Transfigurações) e na sua primeira aula de vôo ela se saiu bem, afinal tinha sido ensinada a voar ainda bem nova. Também teve o clube de duelo, que foi a melhor parte do dia (ver adultos se azarando sempre é bom).

Mas entardeceu... Anoiteceu... E deu a hora de ir fazer uma visita à torre da Sonserina. Amélia vestiu uma calça jeans e uma camiseta. Quando já estava quase saindo da torre da Grifinória, ouviu uma voz a chamar.

- Amélia! Hey, Amélia!

Era Tiago. Amélia foi até onde ele estava (com Sirius, Remo e um outro garoto que ela ainda não conhecia).

- Senta aqui, garota.

Ela suspirou e se sentou entre Remo e o garoto desconhecido.

- Quem é--

- Pedro Pettigrew!

O garoto se apresentou. Só então Amélia prestou atenção nele: gordinho, feioso e tinha os dentes da frente um tanto... Salientes. Ele parecia ter alguma doença mental! Amélia sorriu educadamente e falou:

- Oi Pe... Posso te chamar de Pedro?

O garoto arreganhou ainda mais o sorriso e começou a balançar freneticamente a cabeça. Amélia, inicialmente, tentou sorrir, mas, depois de quase um minuto em que o garoto chacoalhava a cabeça incansavelmente, ela começou a temer que o garoto, de fato, tivesse uma séria doença mental. Ela olhou para Tiago, que ria feito um louco... Ria do garoto. Amélia respirou fundo.

- Er... Eu... Bom, eu tenho que ir agora!

- Ei, moça, para onde é que você vai? – Sirius perguntou.

- Tenho que dar um pulo lá na Sonserina... Sabe, para pegar um livro.

Ela se levantou. Tiago disse:

- Quer dizer que você conseguiu a amizade deles?

- Não. Eu estou indo lá para pegar um livro meu... É que eu emprestei para Snape quando estávamos no trem e agora preciso para a redação de defesa.

Ela caminhou rapidamente, temendo ser interrompida mais uma vez. Quando já estava perto da porta, sentiu os braços serem agarrados. Quando olhou para os lados, viu Tiago e Sirius. Ela não conseguiu conter a risada.

- Mas o que diabos vocês estão fazendo!

- Nós vamos com você! – Tiago disse com um sorriso maroto

- Ou você achava que íamos deixar uma dama ir para o ninho de cobras sozinha!

Ela adoraria tê-los no caminho... Mas o que os sonserinos fariam se ela chegasse por lá com guarda-costas? Pior: O que Bellatrix iria dizer se cruzasse com o seu querido primo?

- É melhor não... Eu já não acho que eles vão reagir bem à minha presença... Imagine se vocês forem!

- Então nós te acompanhamos no caminho. Se acontecer algo lá dentro, você grita e nós invadimos, OK! – Remo, que estava logo atrás dela, disse. Amélia não pode fazer nada, senão aceitar a escolta.

- Então vamos, meus três mosqueteiros! – Eles a olharam, confusos – Vocês sabem, aquela história trouxa! – Eles não mudaram o jeito do olhar. – Ah, esquecem!

Amélia passou todo o trajeto contando a história dos três mosqueteiros para os garotos. Assim que chegou na porta da sonserina, ela terminou. Remo mudou de assunto.

- Que livro é esse que você emprestou, Amélia?

- “Maldição - uma breve história das artes das trevas”.

- Isso é bem típico de Sonserinos! Você sabe, ler sobre artes das tr... – Sirius estava falando até ser interrompido por Remo.

- Sirius! O livro é de Amélia, esqueceu! Ela o lê por diversão!

Sirius ficou tão vermelho que Amélia não pode segurar a risada. Ele se ajoelhou e começou a pedir perdão. Quanto mais Amélia dizia que estava tudo bem, mais ele se desculpava. Só se levantou quando conseguiu fazer Amélia chorar de rir. Tiago perguntou:

- Você emprestou o livro pra quem? Não me diga que foi para Malfoy!

- Não, não foi. Eu empreste para Snape.

- Snape... ? – Sirius se perguntou – Quem é Snape?

- Ah, você sabe! – Ela respondeu – Severo Snape! O que eu fiz o trabalho de Aritmancia!

- Aaaaaaaaaaaaaaaaah! – Tiago lembrou que ele era – O seboso!

- Seboso! – Ela meio que perguntou, meio que exclamou, vendo a vontade de rir voltar.

- Ah, Amélia – Remo respondeu, como se o apelido que foi dado a Snape fosse a coisa mais óbvia do mundo – Vai dizer que você não percebeu que o cabelo dele é, no mínimo, nojento!

- E aquele nariz! – Sirius falou, com cara de nojo – É o maior que eu já vi na minha vida! No dia que ele der um espirro, eu não quero estar por perto!

Ela começou a rir desesperadamente de novo. Levou um tempo para se controlar.

- Bom, gente, eu já vou entrando. Qualquer coisa eu grito!

- Se você demorar mais de uma hora, nós invadimos! – Tiago disparou

- E boa sorte com Snivellus Snape! – Os três caíram na risada... E ela também não conseguiu evitar.

- Ai, ai... Ranhoso! Esse foi o melhor apelido que eu já inventei!

Ela tentou desesperadamente tirar o apelido da cabeça... E se não conseguisse, iria acabar chamando Snape de Ranhoso. Ela respirou fundo.

- Sangue de basilisco.

O salão comunal sonserino era bem parecido com o da Grifinória... Mudava apenas as cores da decoração (o que era óbvio). Amélia achou que a combinação do verde com prata era muito melhor que a do vermelho com o dourado.

Ela adentrou o salão e viu que Snape a esperava numa poltrona no canto do salão. Ela foi até lá.

- Quer se sentar?

Ela se sentou cautelosamente. Sentiu vários pares de olhos sobre ela. Precisava falar algo.

- Então... Você gostou do livro?

- Gostei, sim. – Ele a olhou estendeu o livro, que estava nas mãos dele. – É interessantíssimo. Eu te chamei aqui porque queria retribuir o favor.

- Que favor?

- De ter me emprestado esse livro.

- Ah! – Ela falou um pouco alto demais. Quando viu o olhar de reprovação de Snape e as várias cabeças que tinham se virado para ela, baixou a voz – Não precisa! Quer dizer, eu só estava sendo gentil e...

- Eu insisto. - Ele disse entre dentes, de uma forma bem definitiva. Ela não conseguiu evitar um sorriso que apareceu no canto da boca. Snape cerrou os olhos – O que foi, Lair?

- Nada não... é só que... É engano meu ou você está tentando ser simpático, Snape?

- É engano seu. – Ele se levantou e segurou a mão dela, de modo que fizesse o mesmo – Vamos?

- Para onde?

- Eu vou te mostrar.

Amélia seguiu Snape até o dormitório masculino. Era um exemplo de organização. Não lembrava em nada o dormitório dela. Ele pegou um malão e abriu. Lá dentro, tinha uma biblioteca inteira.

Wow!’

- Escolha

Amélia não se fez de rogada! Começou a vasculhar a maior e melhor coleção de livros sobre Artes das Trevas que já tinha visto. Soltava gritinhos de excitação quando via algum livro muito raro.

Depois de muito analisar as opções, ela escolheu “Mistérios do Mal” de Louise Caldwell – um livro raríssimo que conta as maiores façanhas alcançadas utilizando Artes das Trevas... E ensinando como fazer os feitiços, poções, rituais etc que foram utilizados nos feitos. Era um livro esplendido e em edição de luxo!

- Eu juuuuuuuuuuuuuuuuuro que trago ele de volta inteiro!

- Você fez uma ótima escolha!

- Ai, Ra... digo, Snape! Muito obrigado!

- Só estou fazendo isso para não ficar te devendo favor algum.

- Mesmo assim! Obrigado! De coração.

Ele rolou os olhos e começou a sair do dormitório. Amélia o acompanhou (agarrada ao livro). Quando saíram, Malfoys, Black e Lestrange estavam no sofá que há pouco ela estava com Snape. Black disparou.

- O que diabos ela está fazendo aqui!

- Intercâmbio de livros, Bella. – Augusto disse, entediado – Ela só veio pegar o livro que tinha dado a Severo e tomar um emprestado. Já está indo embora, não, Lair?

Ela suspirou pesadamente. Já não tinha mais paciência para aturar as provocações sonserinas. Disparou.

- E se não, Malfoy? O que você vai fazer! Afogar-me em água oxigenada!

Todos se entreolharam.

BURRA! Água oxigenada é usada por trouxas!’

- Ah, esquecem! O que eu quero dizer é: Você, Malfoy, foi extremamente simpático comigo, até eu ser selecionada para a Grifinória! Quer dizer, não é porque eu não estou na sua casa que eu tenha mudado! Se você pensa assim, então surpresa! Eu ainda sou a mesmíssima pessoa que você conheceu quando estava no trem! O mesmo vale para voce, Black, voce, Ra... SNAPE e você, Lestrange!

Ela respirou fundo, ainda não acreditando que tinha enfrentado os tão temidos sonserinos. Acreditando menos ainda quando viu que Snape, Lestrange e os Malfoys estavam a olhando com admiração. Lúcio Malfoy se aproximou.

- Você sabe com quem está falando, não sabe?

- Sei, sim! E não tenho medo de nome de família! Eu também tenho um!

- Eu gostei de você, Lair. – Ele se virou para os outros sonserinos – Essa garota tem um grande potencial. Ela não é apenas mais uma grifinória. Espero que vocês percebam isso.

E saiu. O irmão dele, Augusto, foi até ela.

- Espero que você possa me desculpar, Amélia.

- AUGUSTO!

- Calada, Bella! Então?

- Eu acho que esta tudo bem.

- Nesse caso, seja bem-vinda ao nosso ciclo de amizades. Quer se sentar?

XxXxXxXxX

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