A Rapariga Perfeita



Mr. Weasley já tinha o carro preparado para irem ter ao Caldeirão Escoante para entrar em segurança em Diagon-Al. Estavam confortáveis no novo carro.
- Então, Ron, vamos à loja do Fred e do George? – perguntou Harry.
- Podes crer que vamos! Hoje eu trouxe dinheiro para comprar uma Rosa-de-Flousch.
- Uma quê?
- É a novidade deles! Não sei o que são, mas eles dizem que são espectaculares!
- Devem ser é uma partida das grandes... – resmungou Hermione.
- Hermione, tens de te conformar que a “Magias Mirabolantes dos Weasleys” é a loja de doces mais famosa de todo o mundo!
- Não é por isso... é por eles estarem a vender coisas sem sequer avisar dos perigos que fazem.
- Não inventes... – finalizou Ron.
A viagem até ao Caldeirão Escoante foi simples e sem problemas. Quando lá chegaram, Hagrid já estava lá pronto para receber os visitantes.
- Hagrid! – exclamou Harry.
- Harry, também vieste? Pensei que o que tinha acontecido... no ano passado, que tu não vinhas mais para Hogwarts.
- Eu vou... mas não sei se vou lá estar a tempo inteiro...
- O que queres dizer com isso?
- Eu depois explico-te. Olha, achas que o Voldemort anda a preparar alguma? – sussurrou Harry.
- Porquê?
- Não tens notado que não tem acontecido nada de especial.
- Realmente, é verdade. Ainda não pensei muito nisso. Bem, vamos a Diagon-Al!
Hagrid pegou no guarda-chuva e carregou num tijolo da parede, fazendo-a abrir e mostrar a larga rua de Diagon-Al.
Diagon-Al estava diferente. Muito diferente. Parecia que nada tinha acontecido. Harry pensava que, com o que tinha acontecido no final do ano anterior, que as pessoas se fechassem em casa, as lojas fechassem, mas não. A rua da Diagon-Al estava cheia e as lojas, todas abertas, excepto a Ollivander’s e a Florean Fortescue, pois os donos haviam desaparecido no ano anterior. Mas a multidão concentrava-se, como era habitual, na loja do Fred e do George.
Enquanto Mrs. Weasley e Mr. Weasley foram comprar os livros e o material para os estudantes, o resto foi às “Magias Mirabolantes dos Weasleys”. Quando lá chegaram, aquilo estava apinhado de gente. Quando, finalmente, conseguiram entrar na loja, apressaram-se a ir ter com Fred e George que os chamava para a arrecadação, que estava mais vazia.
- Olá a todos! – saudava Fred.
- Fred, antes que me esqueça, está aqui o dinheiro para a Rosa-de-Flousch. – apresentava-se Ron.
- Ora muito bem! Vejo que andas a fazer bons negócios. – George sorria.
- Olhem, sinceramente, digam quais são os efeitos dessa coisa. – pedia Hermione.
- Bom, a Rosa-de-Flousch é uma invenção de que nos orgulhamos muito, pois é diferente de todas as outras feitas até agora.
- Sim, e para que é que serve?
- Bem, para nada de especial. Imagina o Krum, Hermione.
- O que é que o Viktor tem a ver? – perguntava Hermione, intrigada.
- Ele andava sempre atrás de ti e tu não gostavas, certo?
- Sim, e depois?
- Bem, bastava tu comprares esta Rosa e dar-lha que o teu problema estava resolvido.
- O quê?
- Bem, quando ela fosse comer a Rosa, os espetos picavam-lhe e ele era enfeitiçado, fazendo com que ele não quisesse mais nada contigo! – levantou os braços, como se tivesse acabado de dizer alguma coisa de extraordinário.
- Só isso? – indagou Ron – Se é só isso, não vou gastar o meu dinheiro nisso. Esqueçam.
- Vês, Hermione. É por estas e por outras que não dizemos o efeito das nossas magias. – observou Fred.
Harry viu que os irmãos tinham contratado dois novos empregados.
- Quem são? – disse, apontando para os dois novos funcionários.
- Foram contratados em Agosto. São o Jonathan e a Audrey. O Jonathan está a tempo inteiro e a Audrey está em part-time. Vai este ano para Hogwarts. Ela tem 16 anos. Estava a ter aulas de magia particulares e chegou a fazer os NPF’s em casa, pois o pai dela pediu ao Ministério que assim fizesse. Ela é excelente. Falou com a McGonagall e vai entrar em Hogwarts, mas já no sexto ano. Ela é mesmo boa naquilo que faz e sabe fazer muito bem magia e...
- E é muito bonita. – Harry deixou escapar esta frase, olhando, embasbacado, para Audrey. Ficaram todos a olhar para ele.
De facto, Audrey era mesmo muito bonita. Era alta e tinha olhos azuis. Cabelo longo e encaracolado, acastanhado. O seu sorriso era mágico. E os seus olhos enfeitiçavam. Tinha um rosto belo, sem uma única imperfeição. Usava brincos de pérola e tinha um colar que Harry não conseguiu ver muito bem do que é que era. Estava a usar um top escuro e umas calças de ganga que combinavam muito bem. Usava saltos altos e tinha umas pernas perfeitas. As suas mãos, delicadas, pareciam suaves ao tocar nas guloseimas que vendia. Harry ficou enfeitiçado a olhar para ela.
- Harry, se isto te serve de alguma coisa, ela não tem namorado.
Harry não ouviu e saiu. Pegou em algumas gomas e foi para a caixa. Quando ficou frente a frente com Audrey, foi incapaz de proferir uma palavra, mas o que ouviu, deixou-o petrificado.
- É só isto?
A sua voz deixou-o num universo completamente diferente. Era só ele e ela. Uma voz suave e feminina. Uma voz sussurrando ao ouvido. Uma voz linda! Só lhe apetecia beijá-la, acariciá-la, sentir os lábios dela, a sua respiração. Precisava de oxigénio. Precisava dela. Ela era o seu mundo. O seu canto de refúgio. A sua imagem de santuário. A sua fuga. Uma beldade no mundo.
Harry foi incapaz de proferir uma palavra, ficando a olhar para ela.
- Senhor, é só isto? – voltou a repetir.
Harry voltou à realidade. Que figura de estúpido, pensava ele.
- É.
- São cinco galeões certos.
Harry pegou na carteira e pagou. Saiu dali um pouco sem-vontade, pois o que lhe apetecia era ficar a olhar para ela.
Quando voltou à realidade, e, ao mesmo tempo que voltava à arrecadação, ouviu umas gargalhadas e uns avisos.
- Rapazes, parem de gozar! – avisava Hermione aos rapazes que se riam da cara de Harry a olhar para Audrey.
- Deixa estar, Hermione. – dizia Harry.
- Olha, espero que tenhas mais sorte do que eu. – dizia Fred. – Eu pedi-lhe para sair comigo e ela disse que não, na minha cara.
- Meninos! Vamos embora, já estão prontos? – era Mr. Weasley que viera ter com eles para os avisar para irem embora.
- Sim, pai. – dizia Ron.
- Bem, vemo-nos quando puderes, Harry. – dizia George – E vai dando notícias. – apontou para Audrey, começando-se a rir, juntamente com Fred.
Abandonaram a loja em direcção a Hagrid, que continuava junto à parede, já com Mrs. Weasley.
- Estão todos? Não falta ninguém? – perguntava ela.
- Não... estamos todos. Podemos ir. – esclarecia Bill.
- Então, vamos! – exclamava Hagrid.
Pegou no guarda-chuva e fez abrir a parede do Caldeirão Escoante. Harry só pensava em Audrey e no que lhe ia dizer quando chegasse a Hogwarts.

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