Relembrar é viver outra vez.
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Dormitório feminino, da Torre da Grifinória, era onde eu havia acabado de entrar, saltitante, feliz como nunca havia sido em toda a minha vida. Eu me joguei em minha cama, e comecei a lembrar, lembrar de como havia sido quando o conhecera. É... talvez essa não fosse a melhor lembrança que eu tinha dele, afinal quando nos conhecemos, ele me derrubara no lago, sem querer, me fazendo pegar uma gripe, e provocando a fúria de minha melhor amiga, Lílian Evans.
Mais, agora tudo era diferente, bem diferente. Nós havíamos acabado de ficar juntos em uma festa. Bom, ele ainda não dissera que me amava, mas talvez ainda fosse muito cedo. Por mais que eu já tivesse certeza do que sentia, o amava com todas as forças do meu ser, e sabia disso, só não admitia para as minhas amigas, o que se provara em vão, pois todas já pareciam saber.
Eu tinha certeza somente de uma coisa, iria ficar com ele, seria única, não seria para Sirius Black, o que as outras haviam sido, seria muito melhor, eu seria inesquecível. Afinal, eu era Susan Timms, que podia não ser a mais bonita, mas tinha o seu valor, era amiga, leal, engraçada, e um pouco estressada, mas quem não sai da linha um pouco?! E, como minhas amigas viviam dizendo. Eu era um pouquinho doida, mas de perto quem é normal?!
Com esses pensamentos na cabeça, adormeci. Era de se esperar que eu tivesse um sonho lindo, eu em um campo, com ele ao meu lado, correndo para lá e para cá, com borboletas ao nosso redor, os pássaros cantando... Mas, o meu sonho não foi nem de longe tão bonito quanto esse. Na verdade, eu “sonhei”, com o meu namorado, Gideão Prewett, assistindo a cena, eu ali, aos beijos com Sirius.
Acordei assustada, e enquanto olhava ao redor, me lembrava, tinha um namorado. Como pudera ser tão idiota e me deixar levar?! Gideão não merecia aquilo, lembrei-me também, que as meninas tentaram me avisar, mas eu estava bêbada e não me dera conta do que fazia. Porém, a besteira já estava feita, iria falar com Gideão, e entenderia muito bem se ele nunca mais olhasse na minha cara.
Resolvi descer e ir atrás das meninas, mas antes mesmo que eu pudesse me levantar, a porta do dormitório se abriu, e por ela passaram Lily, Alice, Emelina e Marlene. Todas se sentaram alinhadas na cama de Alice, que era do lado da minha. Pronto! Pensei, sabia que aquele era o início de uma conversa, e uma longa conversa.
-Você está bem?!-Marlene perguntou.
-E por que não estaria?!-respondi mal humorada.
-É. Não ta bem mesmo!- Emelina completou.
-A gente tem que conversa Su. -disse Lílian.
-Ah! Ta bom, agora vocês também vão querer me julgar? Já não basta a minha consciência não Lil?!
-Nem vem. Você sabe que a gente só quer o seu bem. -Marlene murmurou.
Minutos de silêncio se passaram, e então eu me decidi...
-Tudo bem, vamos começar o debate.
-Su, onde é que você tava com a cabeça?!
-Em cima do meu pescoço Lene.
-Não, é sério!
-Como eu vou saber Alice. Poxa, eu tava bêbada, alguém faz o favor de se lembrar desse detalhe?!
-Você gostou?!
-Claro Lil, ele é demais, foi perfeito, lindo, maravilhoso, tudo de bom...
-Apaixonada.
-Quê?! Emelina você endoidou?! Eu apaixonada por Sirius Black?! Eu tenho namorado sabia?!
-É, mas nem esse namorado que você tem, foi um bom motivo para você não ficar com o Black
-A última coisa da qual preciso agora, é que as minhas melhores amigas fiquem me pressionando.
-Ninguém ta te pressionando.
-Estão sim Lene. Você não sabe o tanto que é ruim acordar de manhã e se lembrar que você traiu o seu namorado, que você ama, e ficar se sentindo culpada, pois sabe que quando você contar para ele, ele nunca mais vai olhar na sua cara, e essa é a última coisa que você queria...
-Espera aí, você não ta pensando em contar para o Gideão, não é?!
-É claro que eu vou contar, ele merece saber, e tem que ser feito por mim, Alice.
Desci as escadas do dormitório, e dei de cara com Sirius. Nossa! Como eu tenho sorte! Mal saio do meu dormitório, que dou de cara logo com o causador de todos os meus problemas. Que ironia do destino!
-Su, eu tenho que falar com você.
-Mais tarde Sirius, mais tarde.
E assim o deixei para trás, e caminhei direto para os jardins, e lá encontrei Gideão, sentado debaixo de uma faia. Sentei-me ao lado dele. Eu sabia que não estava pronta para aquela conversa, mas precisava ser feito e logo.
-Bom dia Su.
-Bom dia Gideão.
-Então, me conta. Como foi á festa da Grifinória?!
No mínimo ele viu a minha cara feia, e descobriu que tinha algo errado.
-Que foi que aconteceu?!
-A gente tem que conversar.
-Tudo bem.
-Gideão, aconteceu, uma coisa ontem na festa, que eu tenho que contar para você. Eu sei que corre o risco de você nunca mais olhar na minha cara, mas eu preferia que você soubesse, e por mim.
Como ele não me interrompeu, eu continuei.
-Eu bebi além da conta ontem, e acabei fazendo besteira, as meninas tentaram me impedir, mas... Eu fiquei com o Sirius. E me desculpe, eu me sinto péssima, eu sei que você nunca mais vai olhar na minha cara, e eu vou entender, eu só quero o seu perdão!
E á essa hora, vocês já podem imaginar, eu estava aos prantos. E surpreendentemente, ele me abraçou, e disse.
-Su, todos cometem erros. É claro que eu te perdôo, eu amo você.
-Vai, pode falar o “mas” agora.
-Mas... Eu to no sétimo ano, você no sexto, o ano ta acabando, e depois eu vou começar a trabalhar no ministério. As coisas vão ficar complicadas, você entende não é?!
-E você quer que a gente termine.
-É. A gente tem que dar um tempo. Pelo menos até você sair de Hogwarts.
-Eu entendo.
Mas é claro que eu não entendia nada. Mais eu sabia da sua situação, e sabia que eu estava errada, e que não tinha direito a nada.
-Amigos?-ele disse.
-Amigos.
E nós nos abraçamos, e depois cada um foi para o seu lado. E eu?! Ah! Eu voltei correndo para o meu quarto, chorando. E quando cheguei ao Salão Comunal, não é que a praga ainda não tinha saído de lá?! E se você pensou que ele me deixou passar, você se enganou completamente.
-Você ta chorando Su?!
-Olhos traidores.
-O quê?!
-Deixa pra lá, eu quero ficar sozinha.
-Não, a gente tem que conversar.
-Depois!
E assim eu subi, e quando cheguei lá, aff, mais interrogatório.
-E aí?! Como foi com o Gideão?!
-A gente terminou Lil.
-A não. Calma, você vai ficar bem.
-Tomara Lil, porque agora é a hora de falar com o Sirius.
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