Capítulo I



Era dia 24 de dezembro de 1976, véspera de natal, e como sempre, os marotos não iriam deixar que o natal naquele ano fosse tranqüilo, mas havia algo errado...

*

08h30min – Dormitório Masculino.

*

- Sirius! Quer calar essa sua boca, imbecil! Já é véspera da natal e nós não temos nada planejado para esse ano! – Disse Tiago.



- Calma Pontas, são oito e meia da manhã, ainda temos muito tempo para arranjarmos algo. Esqueceu que está falando com o seu lindo, maravilhoso e inteligente amigo Sirius? – falou todo convencido.



- Verdade?!



- Invejoso...



- Do que foi que você me chamou?



- Foi isso mesmo que você ouviu! Você tem inveja de mim, porque eu posso ter qualquer garota que eu quiser, enquanto você está atrás da Lily faz três anos, e o máximo que conseguiu foi um beijo roubado dela.



- Fugindo do assunto, não é? Nós estamos perdendo muito tempo com esta discussão que não nos vai levar a lugar algum... Enquanto você fica penteando este seu MALDITO CABELO (que por sinal não vai conseguir arrumar) para a coitada sua “próxima vítima”, as horas vão passando e ficando mais perto da festa de hoje à noite!



- Meu cabelo está bom?



- Sirius, você ouviu alguma coisa que eu te disse?



- Pra falar a verdade... Eu ouvi as palavras “Foi isso mesmo...” e depois não lembro de mais nada que você disse.



- Pelo amor de Deus Sirius! Não está vendo que eu estou preocup...



- Você está preocupado com a Lily!



- A Lily outra vez não!



- E vai me dizer que não é verdade?



-Desisto de você, Senhor Almofadinhas. Vou procurar o Lupin.



E naquele exato momento a porta do dormitório se abriu, atrás dela apareceu Lupin, sendo ajudado por Rabicho, com uma cara de quem tinha acabado de ver um fantasma (o que não era a coisa mais difícil do mundo, pois eles estavam em Hogwarts).



- O que foi que aconteceu? Perguntaram Sirius e Tiago ao mesmo tempo.



- E-e-eu... é... a ... L-lucy... pe-e-di...



- Lupin, desse jeito nós vamos ficar um ano inteiro esperando você terminar essa frase. Ai eu vou morrer de curiosidade! – disse Sirius.



- A Lucy me pediu em... namoro.



- Lucy? Lucy Mayfield?! A garota mais bonita da Corvinal?! Aquela de quem você gosta desde quando... desde quando você entrou na escola?! Aqu... – Sirius fora interrompido por um Lupin quase irreconhecível.



- Quer parar de fazer perguntas Sirius! É ela mesma!



- Sirius, acho que ele está delirando... – Tiago estava com uma vontade muito estranha de rir, não estava acreditando em nada daquilo que o amigo acabara de dizer.



- Olha Tiago, pela primeira vez no dia eu concordo com você.



- Eu gostaria de dizer que eu só apenas estou um pouco abalado, não fiquei SURDO! – Lupin estava voltando ao normal.



- Por acaso isto é alguma brincadeira sua Lupin? – Perguntou Sirius.



- Por acaso eu já menti pra vocês?



- Me deixa pensar... 1...2...3...4...12...



- Quer parar Sirius! Eu estou falando sério!



- Ué! Eu também! Você perguntou e eu respondi.



- Eu desisto! Vocês nunca vão acreditar em mim.



- Deixa que eu conto Lupin - pela primeira vez Rabicho abriu a boca para falar algo naquela manhã – É verdade pessoal, ele está falando a verdade, eu estava lá quando aconteceu. O Lupin estava tomando café no salão comunal quando a Lucy apareceu na nossa mesa, sentou do lado dele, chegou perto do ouvido e... perguntem pra ele o que ela disse porque ele só me contou a parte que ela o pediu em namoro, mas eu sei que ela falou mais que isso, pelo jeito que ele ficou abalado! – Rabicho fez um sorriso típico de maroto – Fale Lupin! O que mais ela disse?



- Disse... disse que eu era lindo – a fisionomia dos marotos já havia mudado – que era apaixonada por mim desde o primeiro ano – a cada palavra que ele falava o rosto de cada um deles ficava mais vermelho, tentando segurar o riso – e que se algum dia eu quisesse, ela adoraria namorar comigo. Como é que eu pude ser tão burro...



Aquilo tinha sido a gota d’água, os marotos caíram no riso, não tinha como agüentar, o rosto do Lupin ficava muito cômico enquanto ele contava a história e chorava ao mesmo tempo. Era triste e engaçado.



- Por que é que vocês estão rindo? – lágrimas escorriam do seu rosto.



- Desculpa Lupin, mas... o que você fez na hora? – disse Sirius enxugando as lágrimas dos olhos de tanto rir.



- Eu? Eu não fiz nada! Entrei em choque!



-Lupin, Lupin... o que foi que eu te ensinei? – Sirius, agora segurando nos ombros do amigo, começou a chacoalhá-lo – DEVIA TER LASCADO-LHE UM BEIJO NA HORA!!!!! APROVEITADO O MOMENTO!!!!!! JÁ VI QUE VOU TER QUE LHE ENSINAR TUDO OUTRA VEZ – E com a mão na cintura Sirius se levantou e começou a bater o pé direito no chão como se estivesse esperando o seu marido atrasado – Né Lupin?



- Olha que o povo vai começar a desconfiar Sirius...



- Cala a boca Tiago!



- Eu não quero virar um Sirius... Sirius Dois! E não estou precisando dos seus conselhos no momento – Remo parecia não ter visto a cena ridícula que Sirius acabara de fazer (graças a Deus, pensou Almofadinhas).



- Você pode até não estar precisando no momento, mas pode apostar que irá precisar logo.



- Espero nunca estar tão desesperado pra precisar.



Sirius parecia ter levado uma apunhalada no coração, como alguém iria negar as suas dicas?! Não era possível!



- Desculpa me intrometer, eu sei que é meios inconveniente falar sobre isso agora, mas, não sei se vocês perceberam que É VÉSPERA DE NATAL E NÓS NÃO TEMOS NADA PARA A FESTA DE HOJE À NOITE! JUSTO ESSE ANO QUE A MAIORIA DOS ALUNOS RESOLVEU FICAR NA ESCOLA! – Tiago parecia que ia explodir.



- Essa história de novo não! Bem... vou deixar vocês sozinhos com ele, podem conversar a vontade – disse Sirius saindo de fininho.



- Não adianta fugir Sr. Almofadinhas, pode ficar aqui!



- Tiago, eu estive pensando a mesma coisa hoje de manhã. Acho que já temos um alvo pra hoje, só precisamos pensar em o que fazer com ele – disse Lupin pela primeira vez naquele dia com um sorriso divertido no rosto.



- Acho que já sei de quem você está falando Lupin. Você sabe Sirius?



- Claro que sei. E você Rabicho?



- Hãã... Desculpem-me, mas... eu não sei.



- Meu Deus! Em que planeta você vive?! Ahhhh! Esqueci que você é lerdo mesmo... - disse Sirius segurando o riso, e com um tapa na cabeça de Pedro respondeu - é nada mais nada menos que o Ranhoso Snape – e um sorriso tão maligno surgiu nos lábios de Sirius, que gelou todo o corpo de Rabicho.



Agora eles já tinham um alvo, o mais odiado entre os marotos, Severo Snape, conhecido carinhosamente entre os garotos por Ranhoso, só falta uma coisa “o que fazer com ele?”.

*

09h30min – Salão comunal

*

- A gente tem que fazer o Lupin criar coragem e ir falar com a Lucy, ele não pode deixar ela escapar.



- Pode deixar comigo Tiago, desse problema cuido eu....vou dar umas dicas ao Lupin.



- Ah! Sirius nós ainda temos um assunto muito importante pra resolvermos: Severo Snape, o Sr. Ranhoso – disse rindo.



- Já pensou em alguma coisa?



- Pra falar a verdade eu não pensei em nada até agora, a não ser conquistar aquela ruivinha.



- TIAGO! Você ficou a manhã inteira me enchendo o saco pra eu pensar em alguma coisa para a festa enquanto você, que é o mais preocupado, está pensando em como conquistar a Lily!



- Você acha que ela gosta de mim – falou como se estivesse nas nuvens



- Você está fazendo isso pra me dar o troco, não é Pontas? Pensando bem... agora nós estamos quites. Então, por Merlim, faça um favor de tirar essa garota da cabeça por que nós temos mais coisas a fazer – Sirius se levantou decidido da mesa da Grifinória, e seguido por Tiago foi até o lago onde Lupin e Rabicho se encontravam.



-Lupin, eu e o Tiago decidimos que você precisa de umas dicas. Por isso, pega papel e caneta, porque tem muita coisa que você tem que aprender. 1º...



Tiago havia se desligado totalmente da conversa. Lily estava ali. Era uma ótima oportunidade para ele partir para o ataque mais uma vez. Criou coragem e foi. Seu coração parecia bater mais rápido que o normal, “O que está acontecendo comigo” pensava ele. Depois de tanto tempo tentando conquistá-la, seus sentimentos em relação a ela haviam mudado, mas mesmo assim ele não perdeu a sua pose de galã insuportável.



- Ruivinha! Já decidiu largar de ser cabeça dura e se render à louca paixão que sente por mim?



- Potter, você não desiste, né?



- Eu nunca vou desistir. Só vou parar o dia que você se render.



-O dia em que eu me render vai ser quando eu estiver a beira da morte.



- Até lá eu espero, faço tudo por você!



- Já que você faz tudo por mim, por que você não para de me encher, quem sabe você me conquistar... hãã... CALANDO A SUA BOCA!



- Lily, sabia que você fica linda brava?



- Sabia. E você sabia que nunca, está ouvindo? Quer que eu soletre? N-U-N-C-A, nunca vai ter a ruivinha aqui? Ah! Antes que eu me esqueça, menos 5 pontos pra Grifinória.



- Mas é a sua casa também!



- Eu sei, e por isso acho melhor você pensar melhor antes de vir pra cima de mim, você não faz idéia do que eu sou capaz - ela se levantou e foi embora rindo, deixando-o constrangido no meio de tanta gente rindo dele. E no meio dessas possoas...



- Parabéns Potter! – Tiago logo reconheceu a voz.



- O que você quer Ranhoso? Quer que eu azare você?



Snape não disse nada, Tiago sabia que Severo tinha medo dele, por isso aproveitava o máximo que podia. Snape era o protegido de Lily, toda vez que ele era azarado pelo Tiago ela aparecia, por isso Pontas resolveu não fazer nada com o Ranhoso, já que ela estava por perto.



- Ah! Pensando bem Ranhoso, eu acordei com ótimo humor hoje, por isso não vou te azarar, mas não vá se acostumando, ok? – um sorriso maroto surgiu nos seus lábios.



- Você só está dizendo isso porque a Lily está por perto, e você não quer perder mais pontos, não é Potter?



- E você está aproveitando disso, mas, fazendo as palavras da Lilyas minhas, você não sabe do que eu sou capaz. Ah! E vê se aprende a comprar melhor as suas brigas, você ainda vai sofrer muito por causa disso.



-Isso foi uma ameaça?



- Talvez... Até mais Ranhoso.



Quando ele se virou, se deparou com Sirius, Lupin e Ranhoso com uma expressão nada amigável no rosto.



- Tiago, o que foi que a gente combinou?



- Eu não combinei nada! Você disse que você ia dar umas dicas ao Lupin, eu não disse nada só te segui até aqui.



- Pode até ser, mas eu te disse pra parar de correr atrás da Lily.



- E quem disse que eu fiquei correndo atrás da Lily?



- Nem vem Tiago! Nós assistimos de camarote o seu showzinho. Eu estou começando a achar que você gosta realmente dela, e que ela não é apenas um desafio pra você.



- Cala a boca seu...cachorro sarnento.



- Cachorro até pode ser, mas “sarnento”? Pensando bem...é melhor ser sarnento do que ser um veadinho.



-Eu sou um cervo! CERVO! Quer que eu soletre? C-E-R...



-Eu sei como se soletra, não sou burro igual a você – os dois estavam com as varinhas apontadas um para o outro.



- Tiago Potter e Sirius Black! Vamos parar com essa briga, por que daqui a pouco alguém vai perder o olho, parecem duas crianças...



- É melhor viver sem olho do que ter alguém mandando em você a vida inteira! – disse Sirius com a varinha ainda apontada para o amigo.



- Como assim “mandando”? – Tiago não estava entendendo nada, mas ainda com a sua varinha erguida.



- Você vive sempre nos mandando fazer as coisas, mas nunca faz nada!



- Eu concordo com ele – falaram Lupin e Rabicho ao mesmo tempo.



- Tá! Eu sei... me des.. me des...



-Me des...? – repetiu Sirius, tentando fazer o amigo a dizer aquela palavra tão temida entre eles



- Me desculpem...



- Agora eu quero que vocês façam as pazes.



- Tá falando sério? Que coisa mais infantil! – Sirius agora estava bem mais relaxado e já havia abaixado a varinha, assim como Tiago.



- Eu concordo com ele.



- Ótimo! Já voltaram a concordar um com o outro. Agora nós podemos ir?



- Ir aonde? – perguntou Tiago.



- Ah! O Lupin criou coragem para ir falar com a Lucy.



- Ótimo! Então vamos logo antes que ele perca a coragem.



- Você fala como se eu fosse um covarde.



- E você se acha muito corajoso, fugindo dessa garota há anos? Ah me poupe Lupin! Vamos logo.



E seguiram para o salão comunal onde ela se encontrava.

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