Favoritismo de Lana

O feriado de Natal, para a infelicidade dos quintanistas, foi excepcionalmente curto e seguido de mais pressão quanto aos NOM´s, exercida por pais ansiosos por louváveis resultados de seus filhos no exame.

O mês de Janeiro passou em um piscar de olhos e a chegada da primavera representava, mais do que nunca, a abstinência dos alunos do quinto ano quanto a necessidade de desfrutar do perfume das flores, da brisa suave e refrescante, da primavera mais bela de se ver e sentir em toda a história do colégio, embora o estudo ocupasse todo o tempo ‘livre’. A falta do ar livre matava.

Tiago rolava em sua cama, era cedo, mas não conseguia mais dormir (os roncos de Pedro impediam-no). Levantou-se e foi contemplar o belo nascer do sol através da janela do seu dormitório. Seus olhos se perderam na paisagem, iluminada por uma luz avermelhada sobre o verde da floresta, a qual lhe trazia a lembrança de Lily. A vontade de estar junto a ela, abraçá-la sentir o seu doce perfume...

--Realmente não consigo entender como a ruivinha resiste à mim-- murmurava-- Sou o garoto mais belo e desejado da escola. Formaríamos um par perfeito, já que somos a verdadeira perfeição...

--Convencido nem um pouco...

--Que susto, Aluado!

--Se eu fosse você, tomaria cuidado para que o Almofadinhas não ouça o que você disse.

--Por quê?

--Você fica aí afirmando que é o mais gostosão da escola...vai arranjar uma bela concorrência com ele...

--A verdade às vezes dói, mas precisa ser dita. Eu sei que sou perfeito. Preciso que alguém conte isso imediatamente ao Almofada e à ruivinha.

--Você não tem jeito mesmo...

--Não fique chateado, você é um lobinho muuuuuito apetitoso, ta?!

--Imagina! Eu nunca serei páreo para um veadinho da CORNUÁLIA...

--(coçando preocupadamente os cantos de sua testa) O que você quer dizer com Cornuália?

--Fique tranqüilo, você não tem chifres... ainda.

--Você está se referindo à ruivinha ou à minha digníssima forma animaga?

--Quando eu digo veadinho da cornuália?(saboreando o apelido que criara).

--Sim!

--Aos dois.

--Explique-se.

--Meu querido amigo, se você não deixar de galinhar creio que perderá a Lílian.

--É melhor galinhar e investir na pessoa amada, que não galinhar e nem investir na pessoa amada.Mas, para quem eu perderia a minha ruivinha?

--(Fingindo não ligar para a primeira afirmação).Existem muitos na lista de espera...

--Acho bom que não esteja se referindo a você (cerrando os punhos).

--Claro que não estou.

--A quem, então?

--Ao novo apanhador da Corvinal, por exemplo.

--Dave.(Olhar de ódio) Vou acabar com ele no jogo de hoje.

--E que vença o melhor!(animado)

--E você ainda tem alguma dúvida de que eu vá vencer???(estressado)

--Não... (cauteloso) Só tenho ouvido falar muito bem do tal apanhador... dizem que ele é imbatível.

--Porque ainda não jogou contra mim!

Ambos são interrompidos por um barulho seguido de um gemido e um leve tremor no chão. Remo gira nos calcanhares e se depara com Sirius caído no chão,totalmente descabelado, meio babado, com a cara inchada e olhos de zumbi:

--Caindo da cama, Almofadinhas?! Mas que coisa feia.(gargalhadas) Sonhando com quem, ou com o quê?

--(Voz rouca) Por quê você não pegou o pomo, Pontas?(voltando a dormir onde estava)

--Do que ele ta falando?

--Sei lá. Acho que estava sonhando com quadribol, estava lhe perguntando por que você não pegou o pomo...

--Cachorrinho cabeçudo. Eu peguei o pomo todas as vezes, e desta não será diferente.

------------------------------------------tempinhos depois------------------------------------------------------------

No café da manhã:

--Nossa Sirius, o que ouve pra você cair da cama desse jeito?

--Esses moleques que ficam aumentando história.

--Mentira, Lua, eu contei exatamente como aconteceu.

--Você me paga, Tiago... É que eu tive um sonho meio esquisito

--E bastante agitado!!!

--Apoiada, ruivinha!

--Cala a boca, Potter. Prosiga, Black.

--Eu sonhei que nós perdemos no jogo de hoje.

--Sem chance. Mesmo que você e a Laila não façam seu trabalho corretamente eu apanharei o pomo antes que o outro time o faça, ou que a diferença de pontos seja alarmante.

--Fique tranqüilo, que a Lalita aqui está preparada para dar um show.

--Espero que o tombo que o Sirius levou não tenha afetado o seu cérebro.(Pedro, tentado ser engraçado)

--Impossível, Pedro. A cabeça dele é muito grande, o cérebro muito pequeno, mais fácil a massa cinzenta dele escapar toda pelos ouvidos... – Laila parecia realmente acreditar em sua teoria.

(Gargalhadas)

--Eu ouvi isso!(Sirius estava sem graça e preocupado com o jogo, que se aproximava com a rapidez de um testrálio preparando-se para o pouso.)

--Brincadeirinha, Siriusito.- Laila exibe um largo sorriso meigo e Sirius derrete.

Lua e Lupin reparam a cena e, ‘acidentalmente’ se encontram no olhar. Ela fica corada e rapidamente desvia olhar e muda de assunto:

--Acho que está na hora de irmos, para que possamos pegar um bom lugar na arquibancada.

Ela se despede dos amigos jogadores e se levanta, seguida por Pedro, Lílian, Lupin e Alice.

O grupo chega às arquibancadas a tempo de garantir bons lugares e Lupin tem o cuidado de sentar-se ao lado de Lua, assim como Frank, que acabara de se juntar ao grupo, senta-se ao lado de Alice.

Logo o estádio lota e as cores da Grifinória começaram, lentamente a se sobressair sobre as cores da Corvinal. A excitação geral era impressionante e podia ouvir-se de dentro do castelo centenas de pessoas gritando em uníssono o belo coro de sua torcida.

Aquela energia positiva contagiava os jogadores de ambos os times, que foram convidados um a um pela locutora, a qual apesar de pertencer a Corvinal estava realmente confusa sobre qual dos dois times seria seu favorito e não conseguia ser imparcial em sua locução:

--Será realmente um páreo duro: O time dos Leões, aparentemente invencível, com jogadores excepcionais e...

--Senhorita Lana, contenha-se.

‘Desculpe professora McGonagall... E o time dos Corvos: com novos jogadores mas a perspicácia tática de sempre. Sem mais rodeios, o jogo vai começar! E Soa o apito, a goles é lançada e a Corvinal já tem a sua posse... Gary passa para Touya que voa rapidamente em direção às balizas...

OOOOOOOhhhhhhhhhhh

O que foi isso??? Sirius Black manda um balaço e acerta Touya momentos antes que ele lançasse a goles. E Endora Ash pega a goles, lança para Edgar, que lança para Laila que acerta!!!! Dez pontos para a Grifinória! Por Merlin! Johnny e Sirius parecem ter tido uma discussão violenta e estão lançando balaços ameaçadores um ao outro. Duelo de batedores!!!!!

Uuuuhhhhhhh’

--Sirius! Presta atenção! O Pomo de ouro não gira ao seu redor, dá pra jogar direito?!- Laila estava realmente irritada.

‘Parece que Laila Durand está dando uma dura no colega. Uuuhhhhhhhhhhhh, Sirius é acertado por um balaço e cai da vassoura. Mais esperem, ele se recupera com a ajuda de Laila... e Edgar rouba a goles, passa para Endora e marca!!!! Vinte pontos para a Grifinória!’

Tiago voava de um canto a outro no estádio, de olhos atentos em Dave, que parecia olhar para um ponto fixo, em direção às arquibancadas, mas Potter não conseguia ver o que era. O apanhador do time oposto era ruivo, alto, forte. Tiago tinha de admitir a si mesmo que talvez ele pudesse representar uma certa ameaça quanto a sua popularidade... as garotas achavam o novo batedor atraente e tudo mais...

‘Mas é impressionante!!!!!! Cinqüenta pontos para a Grifinória!!!!

Esperem... parece que Dave, o apanhador da Corvinal está dando um baile em Tiago!!! Está fazendo manobras incríveis com a vassoura...’

--Aquele idiota cabeça de fósforo - nada contra a minha ruivinha – está se exibindo... mas pra quê? Pra quem? – Tiago não entendia e preferiu se concentrar no jogo.

‘Parece que a Corvinal vai reagir... E Gary marca!!! Oitenta a dez para a Grifinória!!! E os batedores de ambos os times não dão trégua!!!O goleiro da Grifinória não se deixa abater e banda a goles para o outro lado do campo e Laila marca!!!!! Que jogo quente!!!!!’

--Nossa que jogo difícil – a cada jogada Lua se aproximava de Remo involuntariamente – e apesar disso a Grifinória está se saindo super bem!

--Com certeza – Remo estava enfeitiçado pelo perfume de Lua e se continha para não tirar proveito da situação. Mas, por outro lado, não deixava de lembrar do que seu amigo Pontas dissera: É melhor galinhar e investir na pessoa amada, que não galinhar e nem investir na pessoa amada. Ele se sentia o maior galinha por ter beijado Laila, não conseguiria se abrir com Lua.

‘A vantagem dos Leões sobre os Corvos já é de cento e quarenta pontos!!! Creio que a única esperança do time da Corvinal seja que Dave apanhe o Pomo! – Laila irradiava animada – Vamos ver se ele consegue fazê-lo antes do Potter. Parece que o apanhador dos Corvos está mais ocupado em se exibir para a arquibancada do time oposto! Agora ele está mandando beijinhos... Para quem, será?’

--Eu não acredito!Aquele idiota está mandando beijos nojentos para a minha Lily! – Tiago acelerou a sua vassoura na direção do outro apanhador – Isso não vai ficar assim!!!

‘Será que Tiago viu o Pomo? Não! Ele vai se chocar com Dave!!!

Oooooooohhhhhhhhhhhh

E Dave mergulha rapidamente despistando Tiago e...’

O silêncio instalou-se na multidão, podendo ouvir-se apenas o prender da respiração. Então Lana, visivelmente desapontada, irradia:

‘Corvinal captura o Pomo e ganha, por dez pontos do time dos Leões, agora não mais invictos, da Grifinória.’

Não! Não podia ser real!

A cabeça de Tiago rodava com o pavor da perda da partida. Ele não conseguia nem respirar direito, perpassando cada movimento do jogo, desde o momento que montara na vassoura, até aquele, onde se encontrava pairando fantasmagoricamente no ar, esperando por acordar de um pesadelo, enquanto o time aterrissava, arrasado.

Laila e Sirius aterrissam juntos, um mirando a expressão da derrota do outro. Iam andando em direção ao vestiário quando escutam um baque vindo do gramado, como se algo caísse do céu. Ao se virarem se deparam com um Tiago sentado na grama, com a vassoura pairando a alguns centímetros do solo, visivelmente sem chão, e correram para acudir, acompanhados pelos demais colegas do time de quadribol.

--Tiago! –Laila se aproximava, ficando sobre os joelhos a fim de ficar no mesmo nível que o amigo, com um inconfundível olhar de pena –Está tudo bem?

Tiago não respondeu, mirando os sapatos de Endora, que estava de pé, diante dele. Sirius se agacha atrás do amigo e fala:

--Pontas, relaxa! Sabemos o quanto... –começou, tentando amenizar a situação, mas Tiago o interrompeu dizendo:

--Não sabem não! Eu perdi! Perdi o pomo para um idiota que não parava de secar a Lílian, lá do alto! Deixei que meu ciúme atrapalhasse meu rendimento no jogo! Agora teremos que jogar novamente, contra a Sonserina, que como nós ganhou uma partida e perdeu outra. TUDO POR MINHA CULPA!!! –Tiago tinha lágrimas de fúria de si mesmo escorrendo pelos olhos. Esqueceu-se que ainda tinham vários alunos no estádio, alguns comemorando, os da Grifinória tentando aceitar o fato da perda. Não sentia vergonha por chorar, e sim ódio por não saber separar as coisas. Sentia-se um tremendo estúpido, levando o time para a lama.

--Não seja bobo, Tiago!–fala Yasmin rispidamente, fazendo o garoto mirá-la desconcertado —Todos erramos, e aprendemos com isso. Então faça o favor de ser um bom jogador, aceitando a derrota e indo para o vestiário tomar uma ducha, pois temos que melhorar nosso ânimo para o próximo jogo, que será decisivo. –olha bondosa para o apanhador—Precisávamos mesmo perder para baixarmos um pouco nossa arrogância quanto a capacidade dos outros times. Vamos ganhar a taça! Tenho certeza e plena confiança em todos vocês! –olha com ardor para o time, deixando Tiago melhor, com um novo vigor, embora a amarga derrota ainda não fosse digerida.

Todos se encaminham para o vestiário para tomar um banho rápido, pensando que apenas assim o sabor azedo da terrível novidade passasse.

Laila estava penteando seus cabelos, já vestida com o uniforme preto da escola, quando Sirius sai do chuveiro com a toalha enrolada no quadril, mostrando o peitoral. A menina o encara, corada, enquanto o garoto pegava o uniforme da escola e uma cueca limpa. Ele pára a caminho do boxe, onde os jogadores se trocavam, apoiando-se na estante, olhando Laila, que repara nas olhadas.

--O que foi? –pergunta sentindo as bochechas corarem mais ainda.

--Nada. Apenas estava admirando a sua beleza. –responde com simplicidade.

--Por que não vai se trocar ao invés disso? –Laila sentiu-se completamente mole por um momento. Sirius sabia como deixar uma garota sem graça e completamente abobalhada por ele.

--Se te incomodo assim... –disse passando a mão pelo peitoral molhado.

--Sim, incomoda com esse seu peitoral sem músculos.—vira a cabeça e se levanta do banco onde estivera sentada penteando os cabelos, indo mexer no seu armário, próxima de Sirius, que ficou visivelmente perplexo com o comentário (que era uma mentira!).

--Então, pensa que não sou o bastante para você, é? –pergunta inconformado, saindo do lugar, parando ao lado de Laila, que se virou para responder, mas permaneceu calada por causa da aproximação—Ora, desculpe se meu corpo não lhe agrada, mas nenhuma outra garota reclamou dele.

--Não sou uma garota qualquer, querido Sirius. –diz irritando-se com a comparação.

--Já percebi isso. –Sirius dá um beijo estalado na bochecha de Laila e sai para o boxe, para se trocar.

‘O que essa menina ganha tentando me afastar dela?’ Sirius pensava enquanto vestia as calças, ‘Sei que gosta de mim, mas ela não dá o braço a torcer!’, reclamava ao abotoar a blusa.

--Acho que eu e o Pontas devíamos arrumar garotas normais para gostar... –Sirius falou abrindo a porta do boxe, mas se calou, pensando no que acabara de pronunciar. Dissera a palavra “gostar”? Mas ele não sabia como era sentir algo especial por alguém! Como ter certeza dos seus sentimentos? Aquilo tudo era muito confuso, e só tinha um jeito de descobrir.

Sirius saiu decidido do boxe, pronto para fazer aquilo que estava em sua mente, quando levou um choque: Laila estava beijando Shoran Chang, e claramente forçada!

Ele não se conteve, arrancou Laila dos braços do chinês, fazendo-a bater no armário, e partiu pra cima do garoto abusado, dando-lhe um soco de quebrar os dentes.

-- O QUE VOCÊ PENSA QUE ESTAVA FAZENDO, SEU SAFADO?! — perguntou irado para o corvinal, que estava caído no chão por causa do soco, pegando na boca ensangüentada, avançando novamente, pegando-o do chão e o colocando contra um armário –ACREDITA MESMO QUE PODE IR BEIJANDO A GAROTA DOS OUTROS E AINDA À FORÇA, COMO EU VI?!! –Sirius dá outro soco no rapaz. Laila solta um grito por socorro e os companheiros de time chegam pegando Sirius por trás. O menino estava descontrolado!

--CALMA, ALMOFADINHAS! –berrou Tiago, esforçando-se para manter o amigo preso. Quando Sirius ficava alterado ninguém conseguia controlá-lo, apenas com muita paciência para com a agressividade dele—NÃO SEJA TÃO IMPULSIVO!

Magno Wood empurra Shoran para fora do vestiário enquanto Endora e Yasmin acudiam uma Laila chorosa. Sirius desistiu de resistir e aquietou-se, assim Tiago e Edgar o soltam, os três ofegantes.

--O que houve aqui? –perguntou Yasmin com voz autoritária, como capitã que era. Todos do time miraram Sirius, indagadores, mas fora Laila quem contou:

--Shoran veio dizer que não tínhamos jogado mal, que tinha vindo dar os parabéns pela excelente partida...—soluça—mas ele do nada veio para cima de mim, me agarrando! –escorrem lágrimas de nojo e um soluço—Não deu tempo de chamar por ninguém... se Sirius não tivesse aparecido... –deita a cabeça no colo de Endora, que também chorava, silenciosa.

--Obrigado por defendê-la, Black. –fala Edgar, que lançava olhares fuziladores para a porta, que Wood fechava, voltando para o grupo—Ainda bem que aquele abusado não conseguiu fazer nada de mais grave. –Edgar se aproxima de Laila e lhe dá um beijo na testa. Sirius sentiu o sangue ferver novamente. Não era para outro consolá-la, afinal fora ele quem a salvara! Tiago pressentindo o perigo que transparecia nos olhos claros do amigo, foi para perto de Bones.

--Vamos, Edgar. Estou morto de fome e você me disse agora a pouco que também estava. Deixe que Endora cuide de Laila. –Edgar segue Tiago até a porta, dando uma última olhada na morena. Os dois são acompanhados pelo resto do time, ficando apenas Laila, Endora e Sirius no vestiário.

--Hm... Endora... deixa que eu cuido dela... –fala Sirius para a ruiva, notando pela primeira vez as lágrimas que ela tinha nos olhos.

--Tudo bem. –responde deixando Sirius e Laila a sós.

Laila olha Sirius nos olhos, mostrando sua expressão de pavor e agradecimento. Isso fez com que o menino sentisse vontade de matar o chinês atrevido.

--A Endora gosta do Shoran... por isso ela ficou tão chateada... –a menina tentou puxar assunto com o maroto, que balançou a cabeça negativamente.

--Endora merece ficar com alguém melhor. –fala com convicção, e Laila sorriu desgostosa.

--Nós garotas não mandamos em nossos corações, Sirius. Amamos sempre aqueles que não podemos ter.

Sirius pega Laila pelo braço e a traz para perto de si, abraçando-a com ternura, passando a mão pelos cabelos lisos e molhados dela.

--Pare com isso. Não generalize tanto. Não ouviu o que a Pewit disse no campo quando o Tiago estava caído? Todos erramos e aprendemos com isso. Talvez... o seu erro não seja assim tão grande...

Laila ergue a cabeça e olha dentro dos olhos do maroto, confusa, e Sirius dá uma risadinha.

--Não acho que gostar de mim seja assim, um erro... apenas uma aposta perigosa que pode ser altamente danosa a você... é que eu... –aprofunda o olhar—simplesmente não sei o que é gostar de alguém...

Laila o olha, admirada. Adorava ver a sinceridade de Sirius, e a sua incapacidade de saber sobre sentimentos, a sua carícia terna.

--Só tem um jeito de descobrir... –Sirius estava tão perto que Laila sentia sua respiração pesada –e eu quero tanto descobrir... –os dois se beijam por alguns segundos, e ele volta a falar, enquanto a trazia ainda mais para perto—é só você ficar assim... parada... como as outras...

Sirius é interrompido pelo barulho da porta do vestiário se abrindo. Dela surgiu Remo, ainda com o rosto pintado.

--Será que você não se cansa de ficar aqui, Almofada? –Remo pergunta caminhando para os dois. Como estava escuro, Remo não viu que Sirius estava acompanhado e só percebeu quando ficou na frente do casal, mas já era tarde. Estragara tudo –Opa! Eu não...

--Tudo bem, Remo. Você até ajudou, pois se não tivesse aparecido um outro tarado maníaco por beijos teria me usado! –fala Laila se desvencilhando do abraço de Sirius –E eu já te falei, Black: não sou como as outras, como você estava dizendo antes do meu salvador chegar.—sai do vestiário deixando dois marotos de boca aberta.

Remo se vira para o amigo, que ofegava.

--Não era minha intenção atrapalhar, Almofadinhas. –fala corado por causa da burrada que cometera.

--Tudo bem. Consegui o que queria.—responde com um sorriso estranho no rosto. Um sorriso que Remo não conhecia, que o fez assustar.

--Hey, Almofadinhas... não fique brincando com a Laila. Você pode brincar com todas, menos com ela!

Sirius ergue uma sobrancelha e encara Remo com desconfiança.

--Por que essa preocupação?

--Porque ela não merece.

--Quer dizer que as outras mereciam?

--Não, mas ela menos ainda.

--Por quê?

--Porque ela te ama e já foi sua amiga! –Remo estava começando a se irritar. Ele sabia que Sirius era safado, mas não imaginava que fosse tanto assim.

--Sei disso, Aluado. Não estou querendo me aproveitar dela, apenas consegui descobrir algo, mas tenho que trabalhá-lo ainda. A única coisa que não compreendo é sua preocupação desmedida. Acaso está se lembrando do beijo que deram?

--Que isso, Almofadinhas! –olhos arregalados –Estávamos bêbados...

--Mas rolou uma química que eu sei! Eu vi!

--Mas nos entendemos, conversamos, vimos que não gostávamos um do outro, que fora apenas algo momentâneo...

--Ora, ora, o lobinho está mostrando as presas! Disse que não era pra me divertir com a Lalita, mas não perdeu a oportunidade de beijá-la, não é mesmo? Traidor!

Remo olhou perplexo para a reação de Sirius após meses do acontecido.

--Olhe, Almofadinhas, eu jamais brincaria com ela, o beijo foi apenas um deslize...

--Deslize? Acha que beijar a Lalita é um deslize?! Pois eu achei perfeito!

Remo piscou para ter certeza de que aquela discussão ridícula não era um sonho idiota que estava tendo.

--Não precisa ter ciúme, Almofadinhas! Depois do incidente... –viu o olhar mortífero de Sirius – quer dizer... do momento, eu apenas senti algo adormecido despertar...

Sirius pegou Remo pela blusa do uniforme, assustando-o.

--Quero que você fique bem longe da Lalita com esse seu... algo adormecido!!! Compreendeu?!

Remo se desvencilhou de Sirius.

--O que deu em você?! Sabe que gosto da Lua e que não vou estragar minhas chances com ela ficando com a prima! Por que esse ciúme doentio agora?

--Porque eu já sei o que queria, e não quero que um dos meus melhores amigos me atrapalhe.—umidece os lábios com a língua-- Desculpe o mau jeito, mas era importante falar tudo.

--Impulsivo como sempre –revira os olhos –mas tudo bem. Diga-me, o que descobriu que te deixou nesse estado, tão exaltado?

--No momento certo todos vão saber, caro Aluado. No momento certo. –sorriso maroto.

N/A: Bem... hoje viemos com este capítulo agitado (sorrisos) mas... a vida não está assim... colorida...

Infelizmente... um infelizmente bem infeliz mesmo... estamos aqui para noticiar que as Marotas sofreram uma imensa e inestimável perda...

Beatriz Cunha Dias, vulgo Bia, Bião, Beyon, Beoyncé ou Moony, faleceu no dia 20 de fevereiro desse ano de 2007...

Uma jovem de apenas 15 anos de idade, rodeada de pessoas que a amavam, alegre, divertida, tímida e cabeça-dura, morre em um terrível acidente de carro, junto dos pais. A irmã, Laura, está em estado gravíssimo.

E é por nossa melhor amiga, irmã, companheira e maravilhosa pessoa, que fazemos uma pequena homenagem, afinal, a Moony merece mesmo ser lembrada...

Um fio de cabelo

Com uma vida cotidiana tão agitada, repleta de afazeres e preocupações, ninguém repara em coisas tão simples, como a queda de cabelo.

A cada vez que se escova, molha ou ajeita o cabelo, fios deixam a cabeça em grupos de três, quatro ou cinco.

Ninguém dá a devida importância ao cabelo caído ao chão, na escova e na blusa.

E assim a vida segue, corrida e estressadamente, até que um dia cai um cabelo que a pessoa considera importante... um dia um fio de cabelo que cai se torna visível...

O fio de cabelo seria a vida de uma pessoa especial que se vai, que se perde... Mostrando assim o quão frágeis somos...

A Moony foi um fio de cabelo que caiu, que guardaremos sempre em nossos corações... Uma pessoa tão maravilhosa e amada jamais será esquecida!!!

Moony...nosso amor por ti será eterno!!!!!!!!!!!!

As Marotas continuarão unidas pela eternidade!!!!!!

Ninguém poderá ti substituir, Moony!!!!! NUNCA!!!!!

TE AMAMOS, BIA!!!!!

As Marotas:

Isabela (Prongs), Camila (Wormtail), Dandara (Padfoot) e Luisa (Lily)

E demais amigos

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