Briguinhas entre si

Briguinhas entre si



A quarta feira da segunda semana de outubro chega trazendo novos trabalhos escolares, deixando os alunos do quinto ano da casa Grifinória desanimados e fazendo-os esquecer da vitória do time de quadribol no sábado.
Na segunda-feira a professora McGonagall passou um trabalho para a turma, procurar os máximos de dados possíveis sobre animagos, animagia e como os bruxos conseguem fazer tal façanha, em dupla sorteada.
Estavam Lua, Lily, Laila e Alice na biblioteca depois do horário de almoço.
--Lalita... você não acha que está muito grudada com Remo? –pergunta Lua, examinando um pesado e velho livro.
--Ora , Lua. Remo é minha dupla no trabalho da professora Minerva, temos que nos encontrar algumas vezes para fazer nossa pesquisa, que por sinal já está no fim. –fala Laila olhando algumas anotações, rabiscando palavras erradas, escrevendo conclusões.
--Mas... vocês têm se encontrado a noite.—Lua levanta os olhos e encara Laila, que pára o que estava fazendo para encarar com raiva a prima.
--Fique sabendo que ele está muito ocupado com os deveres de monitor, podendo me encontrar de noite apenas. Não estamos fazendo nada de errado, se é o que você quer tanto saber.—dizendo isso, se levanta, recolhendo os papeis, pena e tinteiro –Eu já te prometi que não faria mais nada que lhe machucasse com ele, então, por favor, acredite. Aquela vez foi por causa da bebida, algo completamente diferente. Pare com essas suas insinuações! –sai andando furiosa e triste pela biblioteca.
Lua acompanha Laila com o olhar, um pouco envergonhada, e se vira para Lily e Alice.
--Vocês acham que estou...
--Sendo uma insuportável com esse seu ciúme doentio? –termina Lily, que tinha um livro grosso e manchado nas mãos—Sim, está.
--Acredite nela, Lua. Se a Lalita está dizendo que não acontecerá mais, então é porque não acontecerá.—diz Lice, observando a capa de um livro cujo título era: ‘Animais humanos’.
--Tem razão.—Lua volta sua atenção ao livro.
Laila, que andava pelo corredor a caminho da torre da Grifinória, esbarra em Remo e Sirius.
--Opa! Me desculpem. –fala passando as mãos nos olhos, limpando as lágrimas que caiam.
--O que você tem, Lalita? –pergunta Sirius virando a cabeça para o lado, tentando ver o rosto que a garota escondia nas mãos.
--Nada...—Laila diz, erguendo a cabeça, mostrando seus olhos vermelhos.
--Então você deu para chorar por nada?—pergunta Remo, limpando a última lágrima que teimou cair.
Laila olha dentro dos olhos de Remo, sentindo um sentimento estranho, aconchegante e bom, mas instantaneamente volta-se para Sirius, aqueles olhos claros que cintilavam preocupação, o que deu um solavanco em sua barriga.
--É que a Lua... meio que brigou comigo.—Laila abaixa o olhar. Não queria sentir aquilo de novo ao olhar para Remo, não podia sentir.
--Foi algo sério? –quis saber Remo. Não gostava de ver ninguém chorando, muito menos a morena pequena que, de repente, conquistou um lugar a mais no seu coração.
--Não, eu que sou boba, uma chorona.—a garota sorri.
--Não é não. Você se importa com o que ela pensa, apenas isso. – fala Sirius retribuindo o sorriso, no que o estômago de Laila deu outro solavanco.
--Eu gostaria mesmo de te perguntar se podemos nos encontrar na biblioteca hoje à noite, para termina de vez nosso trabalho de Transfiguração. –fala Remo, tentando voltar a atenção de Laila para ele, algo meio impossível quando Sirius estava por perto, mas se surpreendeu com a menina parando de fitar o sorriso encantador do amigo para olhá-lo.
--Tudo bem. Lá pelas oito, ok?
--Ok. Vamos, Almofadinhas.—chama Remo, mas Sirius não se move.
--Tenho que conversar um pouco com Lalita. Vai andando na frente.—diz Sirius, e Remo continua sua caminhada.
Laila e Sirius se encaram durante alguns segundos.
--Você gosta do Remo? –pergunta Sirius, e Laila o encara com os olhos arregalados.
--Não. Por quê? Só por causa do beijo que demos depois da festa?
--É que... vocês estão se tratando um pouco diferente desde... bem.. o beijo.
--Que bobagem, Sirius. Faça-me o favor! Lua ama Remo, e eu jamais...
--Ela ama?
Laila dá um tapa na boca. Não devia ter contado.
--E por que não tenta ficar com ele?
--Ora, Sirius. Vergonha, eu presumo.
--Assim como você?
Laila encara Sirius confusa. Do que ele estava falando, afinal?
--Eu sei que você gosta de mim.
Laila arregala novamente os olhos, ficando corada e sem fala.
--Descobri depois do treino que tivemos segunda passada, quando a McGonagall nos contou contra quem jogaríamos.
Laila continuava calada e constrangida durante alguns minutos, dos quais Sirius esperava uma confirmação, então a garota disse, desapontada:
--Se você sabe, poderia ter um pouco de consideração por nossa amizade, e parar de me fazer sofrer. Isso seria um gesto digno.
Sirius a olha confuso.
--Te fazer sofrer?
--Sim. Acha que gosto de te ver se agarrando pelos corredores com outras? Será que seria muito difícil você tentar escolher outros lugares?
--Laila... eu...
--Chega, Sirius! Não sinto o menor orgulho de gostar de alguém como você, mas como não posso mandar....
--Não diga isso, Lalita! –Sirius a segura pelos ombros –Não diga que não te mereço!
--E o que você quer que eu diga?!
--Que vai esperar por mim, me esperar decidir o que realmente quero!
--O que você acha que fiz o tempo todo?—indignada.
--Tentou me esquecer.
--Há! Mas é claro que tentei! Não quero esperar por uma chuva em época de seca! –desvencilhou-se dos braços de Sirius e saiu andando—Me esquece! Prometo que não vou gostar mais de você, mas me deixa!
Sirius a olha, ao longe, sério.
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Os marotos caminhavam entre os estudantes, a chuva batendo forte nos telhados da escola.
--Que houve, Almofadinhas? –pergunta Tiago—Está com tédio?
--Não, Pontas. Estava apenas pensando.—responde o maroto sério. Encontrara-se assim o dia todo.
--Pensar não é muito o seu forte, Almofada. –brinca Remo.
--Ora! Quem faz os planos aqui?
--Eu e você. Não tente ficar com a glória apenas para si, seu egoísta. –fala Tiago.
--O que te preocupa, Almofadinhas? –pergunta Pedro.
--Laila. –responde desanimado.
--Mas vocês não estavam conversando? –pergunta Remo. Como Sirius conseguia ser tão contraditório?
--É, mas... eu lhe disse que sabia dos sentimentos dela. –os marotos param de andar. Remo e Tiago se viram perigosos para Sirius.
--Não disse nada que a magoasse? –pergunta Tiago.
--Não... quer dizer... não muito, eu acho. –responde.
Tiago revira os olhos e Remo encara Sirius, muito sério.
--O que ela falou? –quis saber.
--Que não era para eu ficar me agarrando com outras garotas na sua frente, e para deixá-la em paz.
--Então, dê um tempo a ela.
--Será que não entende, Aluado? Não quero dar esse tempo! Imagina se outro aparece e...
--Tira uma fã sua?
--Sim... quer dizer... não... quer dizer...Ah! Eu não sei!
--Dê um tempo para vocês dois, Almofadinhas. –diz Tiago – Acho melhor você descobrir o que quer, antes de procurá-la novamente.
--Certo. –fala Sirius convencido.
Os marotos se viram, para recomeçar a andar, e avistam uma pessoa de cabelos oleosos, um nariz desproporcional ao rosto (de tão grande) e um jeito encurvado de andar. Era Snape.
--Ora, Ora... Seboso! –os olhos de Sirius brilhavam maliciosamente –Não o via desde que chegamos na escola, apenas durante as aulas. –um sorriso maroto surgiu em sus lábios – Finalmente uma distração.
--Vá em frente, Almofadinhas. Hoje o Ranhoso é todo seu. Divirta-se! –sussurra Tiago, ao ouvido do amigo, que anda na direção de Snape.
--Como vai, Ranhoso? –saúda Sirius, ainda com um sorriso maroto nos lábios.
--Que quer, Black? –pergunta Snape enfiando a mão no bolso, pegando a varinha.
--Não é óbvio? –Sirius saca a varinha ao mesmo tempo em que Snape também o faz.
Uma turminha de alunos se juntou perto dos dois, prontos para ver uma briga. Os marotos também ficaram na rodinha.
--Expelliarmus! –ordena Sirius, e a varinha de Snape voa de sua mão – Accio varinha! –a varinha de Snape se ergue do lugar onde caiu, indo para nas mãos de Sirius. Snape contorceu seu rosto de raiva.
A platéia gritava: Briga! Briga! Briga!
Tiago, junto de Pedro, gritava: Adeus, Sebosinho! Vai para a Ala Hospitalar! Sonserino podre, é ruim em duelos!
Sirius sentia um fervor, que não era raiva, mas sim euforia. Euforia de estar ganhando, de ouvir todos torcendo para ele.
Quando ia lançar outro feitiço, o certeiro, Lílian aparece no meio da confusão, um pouco descabelada por entrar no meio da roda, e com o rosto da cor dos cabelos.
--Detenção, senhor Sirius Black! Por atacar um sonserino desprotegido que apenas andava pelo corredor.
Sirius se volta para Lily, enraivecido.
--Lily! Não posso nem me divertir? –pergunta olhando o povo se afastando, pois o espetáculo acabara. Sirius adorava ser o centro das atenções.
--Chama atacar uma pessoa indefesa de diversão? Seus conceitos baixaram muito, Black. –ralha Lílian decepcionada com o amigo. Que arrogância ridícula!
--Mas o Seboso... quero dizer... o Snape vive fazendo o mesmo conosco! –Tiago se intromete para defender o amigo.
--Não estou falando com você, Potter. –responde Lily – E você, Remo, devia ter apartado a briga. Que desapontamento!
--Raio de sol, estou lhe dizendo que se não fossemos nós a começar, ele próprio nos procuraria...
--Cale-se, Potter! Não quero saber o que teria, provavelmente, acontecido! –virou-se para Sirius –Pensei que você fosse mais do que isso. Você é tão melhor do que ele.
Tiago abre a boca desapontado e com raiva, e diz:
--Desculpe, Evans, se não posso ser o que você espera, mas não venha jogar na minha cara que prefere outro a mim! –e sai, desorientado, escada à cima.
Lílian, Pedro, Remo e Sirius se entreolham.
--Que foi que eu disse? –fala Lily confusa.
--Acho que Pontas pensou que você preferia Sirius à ele. –deduz Remo.
--Quando foi que eu disse isso? –Lily estava com o coração apertado. Não queria magoar Tiago.
--Na verdade, não disse. Ele deve ter entendido.
--Mas eu estava falando que Sirius era melhor do que Snape! –Oh, não! Tiago fizera uma confusão e saiu magoado com ela!
Lílian sobe as escadas apressada. Tinha de achar Tiago.
Os marotos seguem para a torre da Grifinória, entram no dormitório e começam a procurar o mapa do maroto, para localizar Pontas.
O Relógio de Aluado marca oito horas e ele segue para o encontro que tinha com Laila, pedindo para Sirius e Pedro o informarem se Tiago aparecesse e o que acontecesse, pois não o tinham encontrado com o mapa, deduzindo que Tiago estava na Sala Precisa.

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