Capítulo 1



1) Capítulo 1


]You'll never know the way your words have haunted me (Você nunca saberá o jeito que suas palavras me assombraram)
I can't believe you'd ask these things of me (Eu não acredito que você perguntava essas coisas sobre mim)
You don't know me (Você não me conhece)

Snow White Queen – Evanescence

- Eu ainda não sei por que não se rende de uma vez, Granger – o homem loiro estava de pé, parado, sua varinha em sua mão direita apontada para a mulher a sua frente, sentada numa simples cadeira e presa por cordas invisíveis – Por acaso ainda acreditas que sairá viva desta guerra?

- Estou viva até agora, não estou? – Hermione levantou o rosto para Lucius Malfoy. As expressões de irritação do homem fizeram-na esboçar um sorriso de provocação.

- Sua insolente! – e como se já esperasse a ação do bruxo, ela apenas fechou os olhos antes de sentir o peso da mão dele em seu rosto. Pôde sentir um leve gosto de sangue em sua boca, certamente aquela região ficaria arroxeada mais tarde – Se estás viva até agora é somente porque o mestre insiste, mas não pense que essa situação durará para sempre.

Lucius olhou-a com desprezo uma última vez, antes de caminhar até a saída da pequena cela. Ela já recebera maldições suficientes, e certamente não falaria nada, pelo menos por enquanto, ele pensava. Assim que o homem saiu, Hermione fechou os olhos por algum tempo, seu corpo doía devido às maldições que recebia por não “contribuir” com Voldemort.

Respirou profundamente, e apesar de ser prisioneira há duas semanas, e passar por sessões de tortura quase todos os dias, ela não revelaria nada ao bruxo das trevas. Sorriu para si mesma, enquanto agradecia mentalmente por terem conseguido uma poção que anula os efeitos do Veritasserum, deixando as pessoas que a tomam, imunes à ação do líquido.

Ainda lembrava da expressão de raiva de Voldemort quando ao ser questionada sobre a localização da Ordem, ela simplesmente mentira, alegando que não sabia. Jamais seria capaz de prejudicar seus amigos. O som da porta sendo aberta pareceu despertá-la. Revirou os olhos ao ver Draco Malfoy adentrar com o seu “jantar”.

- Granger, Granger... O que você fez dessa vez? – o loiro questionou.

- Eu não fiz nada... E acho que é isso que o chateia – a mulher sorriu ironicamente.

- Colaborar seria bem mais...

- Rápido? Você não acha que eu acredito que vou sair viva daqui, acha?

- Oras... Eu pensei que ainda acreditasse que o Potter Perfeito viria num unicórnio branco lhe salvar! – Draco disse sarcasticamente.

- E ele virá... Eu sei que virá na tentativa de me resgatar... – ele revirou os olhos – Mas isso não significa que estarei viva até lá. Não há mais salvação para mim, Malfoy.

- Eu sei, Granger – o bruxo parecia saborear aquela situação – E não imaginas como me sentirei feliz no dia em que você morrer... Uma sangue-ruim a menos, e será só o começo.

- Antes, confesso que sentia apenas raiva de você, Malfoy – ele ergueu a sobrancelha – Agora, posso afirmar que sinto pena também. Eu sei que você não é como seu pai, e é triste observar que se destruirá por ser tão covarde e temer seguir o seu próprio caminho!

- Cala boca, sua imunda! – Draco aumentou o tom de voz – Não fale como se me conhecesse...

- Talvez não lhe conheça, mas eu não sou burra, Malfoy... Você não é um comensal do grupo de confiança de Voldemort, e pelo jeito que Lucius te olha, a culpa é somente sua... Seu pai parece desapontado com você, aliás... Eu diria envergonhado!

- Maldita! – ele pegou a varinha e apontou para Hermione – Crucio!

A mulher cerrou os dentes enquanto sentia a dor tomar-lhe o corpo. Jamais se acostumaria com a maldição, mas a dor já não a cegava como antes... Além disso, era normal após as torturas de Lucius, ela acabar recebendo alguma maldição de Draco, quando este lhe trazia alguma refeição.

Não o provocava apenas porque lhe era prazeroso ver a irritação em seu rosto, mas também porque queria realmente entender a situação do loiro no círculo de Voldemort. E nos últimos dias, conseguira levantar algumas hipóteses... A depender da reação de Draco, ela as julgava verdadeiras ou falsas. Quando a maldição cessou, havia um discreto sorriso de satisfação em seus lábios.

- Ah, Malfoy... Você é tão tolo – ela o viu fechar os punhos, completamente irritado – Essa reação só me leva a conclusão de que estou certa...

- Eu juro que se o mestre não a quisesse viva, por enquanto, eu a mataria agora mesmo – ele disse. Draco a encarava, irado, mas as expressões de Hermione não mudavam. O loiro mirou o prato de comida que trouxera e num acesso de raiva chutou o objeto, fazendo todo o alimento se espalhar pelo chão – Péssima noite para você, Granger!

Hermione não respondeu, e apenas pôde assisti-lo sair da cela. Olhou a comida agora caída no chão... Draco sequer a desamarrou. Suspirou profundamente, seria realmente uma péssima noite...

**********************

Draco caminhava de cabeça baixa, em direção ao seu quarto. Desde o início da guerra, ele, juntamente com os pais, mudou-se para o esconderijo de Voldemort. As palavras de Hermione insistiam em atormentá-lo; odiava ter que descer até as masmorras para alimentá-la, porque a morena sempre o provocava. Maldita sangue-ruim, disse em pensamento.

- Conseguiu alguma informação, Draco? – assustou-se ao ouvir a voz fria de seu pai. Ao virar-se percebeu que o homem o seguia.

- Claro que não! Minha função não é obter informações... Se não obtivemos progresso com a sangue-ruim, a incompetência é toda sua – ele foi surpreendido pelas mãos do pai em seu pescoço, que o colocou contra a parede.

- Pense bem antes de falar assim comigo, Draco – Lucius alertou calmamente. A força que fazia com as mãos no pescoço de Draco já estava deixando a região vermelha, e aos poucos o loiro começava a ficar sem ar – Eu posso não ser tão piedoso de uma próxima vez. O único incompetente aqui é você, caso não lembre. Não sou eu que tem que alimentar uma sangue-ruim... – ele sorriu ironicamente – É deprimente a sua posição.

Ao soltar o pescoço do filho, Draco tossiu um pouco. Seu olhar brilhava de raiva, mas não ousava responder ao pai naquele momento. Lucius sorriu, debochando das expressões do filho, antes de seguir para outra direção. Draco bufou de raiva, e deu um murro numa das paredes, na tentativa de aliviar a cólera que o consumia, mas foi em vão.

Respirou fundo, várias vezes, antes de finalmente voltar a caminhar para o quarto. Sentia uma raiva infinita por Lucius. Assim que adentrou no aposento, bateu a porta violentamente atrás de si. Maldita vida a que levava, reclamou. A voz de Hermione voltou a atormentá-lo, contudo, as coisas não eram tão simples como ela imaginava... Ele não tinha escolhas, nunca teve. E acreditava que jamais teria.

Jogou-se contra a cama relativamente confortável. Sabia que os aposentos do pai e de outros comensais eram bem mais luxuosos, mas não lhe era permitido reclamar. Mais uma vez, a imagem de Hermione lhe veio à mente, e só então lembrou que se esquecera de desamarrá-la. Sorriu sozinho ao imaginar como seria a noite dela. Porém, alguns segundos depois seu sorriso se desmanchou. Percebeu que nos últimos dias a morena estava constantemente em seus pensamentos. Amaldiçoou-se mentalmente por perder tempo pensando na sangue-ruim.

********************

O som forte da porta batendo a fez despertar. Não que estivesse dormindo muito bem e não desejasse ser acordada, mas simplesmente porque demorara bastante para conseguir adormecer, ansiou mais algum tempo de sono. A presença de Draco Malfoy, entretanto, impossibilitava um possível momento de paz. O viu se aproximar, com uma nova bandeja nas mãos. Provavelmente trazia o café da manhã.

- Não acredito que não quis o jantar... – debochou vendo a comida ainda espalhada pelo chão.

- Você é desprezível, Malfoy!

- Alegra-me saber que sua raiva supera sua pena – ele disse.

- Na maioria das vezes... – Hermione falou. Discutiria eternamente com Draco, se assim tivesse que ser, mas seu maior desejo naquele momento era ser desamarrada. Odiava, contudo, depender do loiro.

- Se eu pudesse, a deixaria morrer de fome – ela ergueu a sobrancelha, enquanto o via se aproximar – Mas esse desejo terá que esperar um pouco – usando um feitiço, ele a desamarrou. A região do pulso de Hermione estava roxa e levemente ferida.

- Que pena – sorriu sarcasticamente, enquanto agradecia mentalmente por estar livre das cordas invisíveis. O homem praticamente jogou a humilde bandeja sobre o colo de Hermione, fazendo um pouco do café transbordar.

Sem importar-se com a presença de Malfoy, ela começou a comer o pão que lhe fora ofertado. Em alguns intervalos, tomava goles do café frio que naquele momento era extremamente saboroso. A refeição pareceu insuficiente para o estômago de Hermione.

- Não imaginava que estaria com tanta fome... – Draco comentou, ainda observando a moça terminar o café – É uma pena, mas infelizmente terá que esperar pelo almoço...

- Eu ainda vou descobrir, Malfoy – o loiro ergueu a sobrancelha, confuso – Fico tentando imaginar o que você fez de errado para estar aqui agora... Ao lado de uma sangue-ruim.

- Você é realmente insuportável, Granger – ele aproximou-se para pegar a bandeja.

- O que houve, Malfoy... O que você fez para receber tal castigo? – ele fingiu que não a escutou – Tenho certeza que “cuidar” de uma prisioneira como eu não caberia a um comensal de confiança...

- Cala a boca! Será que não sabe ficar quieta um minuto? – reclamou enquanto arrebatava violentamente a bandeja das mãos da morena.

- As coisas poderiam ter sido diferentes para você, bastava fazer a escolha certa e... – ela foi interrompida pelo loiro. Podia ver a cólera refletida em seus olhos acinzentados.

- NÃO, Granger, eu não tinha escolha – Hermione não nada disse – Eu não era um garoto indeciso e ingênuo que foi levado para o mal. Eu fui criado para ser o que sou e apenas aceitei meu destino! Não havia escolha para mim! Eu estou farto de você ficar repetindo isso todas as vezes que eu tenho que vir aqui para trazer sua maldita comida! Demônios! Não há nada de bom em mim e nunca haverá... Você precisa entender que há aqueles que salvam e aqueles que condenam, e eu estou longe do grupo dos heróis! Sei o que está tentando fazer, mas desista... Eu jamais a salvaria!

Ela permaneceu imóvel e calada. Sentiu as mãos de Draco puxarem as suas sem cuidado algum, e amarrá-las novamente. Observou o homem sair, bufando de raiva, com a bandeja em uma das mãos. Viu-se sozinha novamente, e as últimas palavras do loiro ainda em sua mente... “Não havia escolha para mim”. Suspirou pesadamente, antes de fechar os olhos.

************

- Maldita! Maldita! Maldita! – Draco dizia enquanto caminhava pelos corredores do castelo. Algumas vozes, contudo, fizeram-no parar subitamente. Reconheceu a voz de Lucius, embora não conseguisse compreender exatamente o que estava sendo dito.

- Não tardará a finalmente vencermos essa guerra – seu pai falou, e todos os outros concordaram – Está chegando a hora do plano principal.

- E quando acontecerá? – um dos comensais questionou.

- Ainda não sabemos exatamente, já que dependemos de fatores externos – Lucius explicou – Explicarei melhor mais tarde, precisam ir agora!

Os homens concordaram imediatamente. Lucius era agora o braço direito de Voldemort, e era temido por todos os outros comensais. Assim que o pai ficou sozinho, Draco entrou.

- Há quanto tempo está aí? – ele perguntou, como se já soubesse da presença do filho.

- Não muito – Draco respondeu, tentando parecer indiferente ao que ouvira. A curiosidade, contudo, estava o corroendo.

- É muito feio ouvir conversas de outras pessoas.

- Por acaso, há algo que eu não possa saber?

- Digamos que não é aconselhável que você saiba, afinal não pertence ao círculo de confiança do mestre – Lucius falou – Sua lealdade é duvidosa.

- Maldito – disse o mais baixo que conseguiu, mas Lucius escutou. O bruxo apenas sorriu.

- Não precisa ficar zangado... É sigiloso, apenas por enquanto. Todos saberão em breve...

Draco fechou as mãos, enraivado. Odiava as provocações do pai, mas precisava se controlar. O viu sorrir sarcasticamente, mais uma vez, antes de se afastar. Sozinho novamente, Draco começou a pensar sobre o que eles poderiam estar falando e qual seria o plano de Voldemort. O que quer que fosse, certamente não era nada bom...

N/A: E aqui está o primeiro cap da minha fic!! xD EH a minha primeira DHr drama, e como eu não costumo escrever muitos Draco, eu tow tentando tomar cuidado para não transforma-lo num Harry fofo e meloso ¬¬ heuiehuiehuiehe... Espero conseguir até o final da fic... =D Talvez a atualização demore um pouco, mas ela virá, eu garanto... A fic terá cerca de 5 caps, e um epílogo... Tenham paciencia comigo, pois essa eh minha 3ª DHr, então não tenho muita facilidade com o casal, apesar de amarr!! =D Outras att do domingo: "A garota do quarto ao lado" e "Por acaso"!! =D Feliz Natal para vcs, espero que curtam a fic!! Obrigada a todos que leram, comentaram e votaramm!! Bjussssssss!! Pink_Potter : )

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