Ai como eu queria vê-la dormir
E lá estava na minha porta, uma garota de cabelos negros e desgrenhados, a pele que já era branca, estava ainda mais pálida, no olhar, o brilho que eu costumava ver desaparecera, suas roupas estavam rasgadas, nas mãos ela só tinha uma carta e uma varinha, e trazia também uma coruja empoleirada em seu ombro, a minha coruja, ela piou como se estivesse satisfeita e aliviada de chegar ‘em casa’ e saiu voando em direção ao meu quarto.
Marlene McKinnon estava realmente em uma situação deplorável, parecia faminta e tinha olheiras profundamente profundas. Eu estava paralisada em frente a ela, em estado de choque, nunca imaginaria ver aquela garota que sempre andava tão bem vestida naquele estado.
-Lílian! Eu pensei que nunca ia te achar... – disse ela parada na porta com olhos cheios de lágrimas, eu não agüentei tive que abraça-la pra mim não importava se ela cheirava mal, e nem o que tinha acontecido, eu apenas agradecia por ela estar na minha porta, viva!
-O que houve Lene? - eu realmente senti pena dela naquele momento.
-Ele...ele os matou Lily... – disse a garota desabando – Voldemort os matou! Eu não vou deixar que mate você também, não vou! – ela parecia ter perdido o controle que restava, ela apenas chorava e dizia coisas sem nexo. Eu a levei pro meu quarto na mesma hora, não queria que ninguém a visse naquele estado..
Quando chegamos ao quarto eu arranquei-lhe a carta das mãos e abri, ela a minha carta, estava amassada e bem³ rasgada, ela estava sentada na cama e tremia feito louca, eu estava desesperada, fui buscar um copo de água mas ela quase não conseguiu tomar de tanto que tremia.
Assim que ela se acalmou arranjei uma toalha e ela foi tomar banho, já era quase hora do almoço e ela devia estar faminta, fora que eu precisava avisar meus pais de que ela ficaria com a gente o resto das férias.
Enquanto ela tomava banho eu comecei a pensar no que devia ter acontecido, e todo esse pensamento fortalecia cada vez a minha vontade de me tornar auror , eu não agüento mais ver toda essa destruição, essa carnificina, esse louco tem que parar, tantas pessoas morrendo todos os dias. Não agüento mais ver as pessoas se escondendo.
Assim que ela saiu do banho eu arranjei roupas e nós descemos para o almoço, Petúnia estava com uma cara de que estava tramando algo e meus pais e minha avó se assustaram porque ninguém viu Marlene entrar. Eu expliquei que a Lene iria passar o resto das férias conosco e perguntei se não tinha problema ninguém se opôs apenas Petúnia (se bem que ela não conta):
- Eu sei muito bem o porquê dela estar aqui! – disse com um ar de nojo.
- Ah e então porque você não conta? – perguntei com desprezo.
- Por que os pais aquele ‘monstro’ do “seu mundo” matou os pais dela...E agora vai vir atrás dela e nos matar também, papai e mamãe são loucos de deixa-la ficar... – ela fez questão de frizar as palavras ‘seu mundo’ e olhava pra Lene com nojo, como se ela fosse algum animal.
- Não se preocupe, porque aquele ‘monstro’ do MEU mundo não virá pra cá, além do mais porque ele nem sabe onde ela está, ou você vai contar pra ele? – perguntei com ar de riso.- E papai e mamãe já sabem de tudo, não se preocupe em dar a notícia.
Ela me olhou com cara de nojo, assim como olhava para Lene, virou as costas e foi para a mesa.
Fora isso o almoço foi tranqüilo, Lene não dizia uma palavra, comia desesperadamente, devia estar sem comida há dias. Depois do almoço nós fomos conversar no quarto porque era realmente chato ficar vendo Petúnia escondida nos cantos querendo ouvir nossa conversa, Lene adormeceu pouco depois que subimos, eu estava sem sono e fui na casa do James. Eu chamei pelo nome dele (é claro) mas quem atendeu foi o Sirius.
-Ooooiii Evans! – disse o garoto alegremente.
- Pra que toda essa alegria Sirius? – eu disse rindo.
- Não sei acordei assim hoje!
-Que bom...vai ficar mais feliz agora, sabe quem chegou hoje? – perguntei abrindo um sorriso de orelha a orelha.
-Não tenho a mínima idéia... – respondeu retribuindo o sorriso – Já te disse que você fica mais bonita do que já é quando sorri?
-Deixa de ser galinha Sirius... – disse fazendo cara feia
-Só foi um elogio... – se defendeu dando um sorriso de derreter ate tijolo – Mas você não vai me contar quem chegou?
-Ah...quem chegou foi a.... – comecei a rir
-Quem? Pára de fazer mistério. – disse ele de cara feia.
-A Marrrrrlene McKinnonnnnn... – nesse momento os olhinhos do Siriuzinho brilharam mais que diamante.
-O que ela faz aqui? – perguntou ele sorrindo e olhando pra casa da minha vó – Cadê ela? Por que ela não tá aqui com você?
-Calma, uma pergunta de cada vez... ficou feliz né s...
-Falaaaaa Evans!
-Cadê o James?? – perguntei só pra enrolar.
-Não vai falar?
-Me diz cadê o James primeiro... –falei emburrada.
-Não resisto a essa sua carinha, tá lá em cima... – disse ele rindo.
-Vai chamar...
-Ah você não vai...?
-Se você chamar o James eu conto...
Ele foi correndo e em menos de dois minutos trouxe um James com metade da cueca pra fora, o cabelo pingando água (lógico né? Dãã), e sem camisa...uiii que corpinho heinn...controle da mente ativar! (hauhauahua eu tinha que por isso!)
-Por que você tá assim? - Perguntei me abanando disfarçadamente, cuequinha preta...hum...deixa de ser tarada Lílian.
-E por que você tá fechando os olhos desse jeito? – perguntou o Sirius. Eu estava fechando e abrindo meus olhos como se estivesse espiando num jogo de esconde-esconde.
-Ah...nada! – disse tomando postura. – Você não respondeu James...por que tá desse jeito? – perguntei olhando pra ele de baixo pra cima e de cima pra baixo.
-Bom é que um Sr. Sirius me tirou do banho e me fez vir correndo então não deu tempo de me vestir direito. Por quê? – perguntou me abraçando e me beijando, sem camisa...uii!
-Nada, vai vestir uma camisa –não, fica assim mesmo – Essas meninas vão ficar te olhando ai... – e fiz cara feia.
-Tá ciumenta, já volto... – que fofinhoooo, dá vontade de apertar ele não é? – conta logo o que você tem pra contar pro Sirius e depois você me conta senão ele vai molhar as calças de curiosidade... –e subiu correndo as escadas.
-Vamos sentar ali na calçada ai eu te conto.
Contei a história toda, consegui contar em 5 minutos (quem quer saber disso?), e quando eu disse que ela estava lá no quarto dormindo ele deixou escapar um suspiro e disse:
-Ai como eu queria vê-la dormir... – ahnnnn? O que ele disse?
-Ahhh não você se entregou agora... – comecei a gargalhar.
-Quem se entregou? – perguntou o James sentando do meu lado.
-O Sirius... por que você demorou tanto? – perguntei fazendo bico, não estou mais me reconhecendo.
-É que eu tive que passar...
-Você ou sua mãe? – perguntou o Sirius divertido.
-Tá minha mãe teve que passar...
-Lílian você realmente vai querer casar com um cara desses?
-E quem falou em casar? – perguntei seriamente.
-Uiii, doeu agora hein Almofadinhas...espera aí...- disse ele parando pra pensar -Você não quer se casar comigo?
-E eu disse que não quero? Só disse que ninguém falou em casar, e outra, não acha que tá se precipitando não? Antes de você querer se casar com alguém, principalmente comigo tem que aprender primeiro a lavar suas próprias cuecas ...- disse eu rindo.
-Nossa, muito obrigada Lílian Evans... – ele virou de costas pra mim.
-Ao seu dispor... – eu continuava rindo.
-Uuuiii, o que que doeu agora Pontas? – o Sirius ria tanto que até deitou na calçada
-To brincando James... – expliquei abraçando ele por trás.
-Não...já que é assim...ao meu dispor não é? – de repente ele abriu um sorriso maldoso.
-Hey...não gostei desse sorriso...- e soltei-o imediatamente
-Desculpa... Não consegui me controlar... – foi ai que o Sirius riu mesmo.
De repente papai apareceu na porta e me chamou pra ir até lá, provavelmente a Lene tinha acordado.
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