No Jardim
Draco se aproximou da garota e tocou em seu ombro.
Ela se levantou, mas Draco segurou seu braço
- Espera, eu posso explicar...
- Não tem o que explicar. – ela estava de cara fechada quando caiu sentada ao lado de Draco.
- Olha, não foi exatamente minha culpa, tá.
- Mas você tinha prometido!
- EU???? Mas... do que você está falando????
- Como do que? Da fada, oras! Você deixou ela voar EM CIMA DA MINHA CABEÇA E NÃO FEZ NADA! Você pode imaginar o que poderia acontecer?
- Fada??? Mas – “Não é possível que ela não tenha percebido nada!” – foi por isso que saiu correndo?
Ela olhou com uma expressão mais surpresa do que o normal:
- Ora... e por que mais seria...?
- Por... por nada... – ele ainda não acreditava na alienação daquela garota – então, ãhn... vamos voltar para festa... eu vou prestar mais atenção nas... ãhn... fadas, ok? – “Embora não haja muito o que sugar aí...”
- Promete? – disse, desconfiada.
- Claro.
- Certo. – Ela se levantou e foi andando. Quando Draco ia acompanhá-la, ela se virou um pouco séria:
- A propósito, você deveria arrumar um lugar melhor para guardar sua varinha. Estava me incomodando...
Ela se virou e continuou andando. Draco, estático no jardim, esperou que o escuro não a deixasse ver o quanto ele tinha corado. Seguiu a garota, sem saber se aquilo havia sido ou não uma indireta.
Quando eles retornaram ao salão, Draco já havia recuperado o autocontrole. Sobrou apenas uma certa raiva, daquelas que se sente por uma pessoa que te deixa constrangido. “Ela me paga”, pensou Draco. A música que tocava era dançante.
- Vamos dançar? – convidou Luna.
- Não – respondeu Draco, mal-humorado.
- Eu vou então.
- Não, não vai! – Draco segurou-a pelo braço – Você é meu par, e vai ficar bem aqui – ele a jogou em uma cadeira e sentou-se na do lado.
- Certo, o que vamos fazer então?
- Nada. Fique quieta e não me irrite.
Luna o olhou um tanto ofendida. Um longo período de silêncio se seguiu, durante qual Draco observava a garota e pensava na melhor maneira de se vingar dela. Considerou seriamente a possibilidade de grudar uma fada no cabelo dela. Imaginou-a correndo desesperada pelo salão gritando: “Ela vai sugar meu cérebro, ela vai sugar meu cérebro!”. Mas desistiu da idéia ao pensar que, no dia seguinte, os comentários de toda a escola seriam sobre “a maluca que estava com o Malfoy”. Não precisava desse tipo de publicidade... sua moral já estava baixa o suficiente desde que... Ele balançou a cabeça querendo espantar os pensamentos. Olhou para o salão procurando distrair-se. Viu Pansy tentando dançar com um desajeitado Crable. Ele era anormalmente grande perto dela (e de qualquer outra pessoa que não fosse Hagrid), e a toda hora os dois esbarravam em outro casal. Pansy contorcia a cara, mas Draco deduziu que isso talvez fosse pelos constantes pisões de pé que recebia do companheiro. Não pode deixar de sorrir. “É bom que ela saiba o que perdeu. A propósito, cadê a Layla?”. Ele procurou pelo salão e a encontrou no fundo, em pleno amasso com um garoto da Corvinal que ele nunca havia visto antes. A cena não melhorou em nada seu humor. Não que fosse ciúmes. Ou seria? De fato, ele queria mesmo era poder atingi-la da forma como Layla fazia com ele. Um suspiro ao seu lado o despertou do torpor e ele se lembrou que Luna estava ali. ”E se eu... não, péssima idéia!”. Olhou para Luna, que estava com um olhar distante, parecendo profundamente entediada. Começou a sentir uma certa culpa por estragar a noite dela. Afinal, era bem possível que ela REALMENTE achasse que ele tinha uma varinha no bolso.
- Anh... Luna... – “Não é boa idéia convidá-la para dançar de novo...” – Está pensando no que?
Ela o olhou, parecendo animada com o repentino interesse do garoto.
- Estava pensando se essas pessoas que estão dançando sabem sobre as Esquisitonas...
Draco levantou as sobrancelhas
-Todo mundo sabe sobre as Esquisitonas, é o grupo mais famoso da Grã-Bretanha...
- Não, não assim... quero dizer a história de verdade, sabe...
Draco sorriu. “Lá vem ela”.
- Na verdade, as esquisitonas são trouxas que se infiltraram no mundo bruxo... você nunca viu elas fazendo magia, não é?
- Não, mas...
- Pois é. Meu pai fez uma reportagem inteira sobre isso, mas não pôde publicá-la. Sabe, o Ministério não quer que as pessoas saibam que ele fracassou e deixou um bando de trouxas se tornar famoso no país, entende.
Ela falava muito séria, parecia acreditar realmente no que dizia. Ouvindo-a falar assim, Draco se divertia como nunca. “Essa garota é bizarra”.
- E então elas entraram lá e viram alguns bruxos entrando no Beco Diagonal, e ficaram espantadas...
- Mas ninguém pode ver a entrada do Beco Diagonal, fica nos fundos...
- E elas viram depois um grupo grande que entrou, e entraram no meio...
“Por que eu me dou ao trabalho de responder, se ela nunca me escuta?”. O feixe de bom humor de Draco desapareceu. Desejou que a garota parasse de falar.
- Luna, olha...
- Mas é claro que não puderam, porque não sabem fazer magia...
- Luna... – mas parou, sabendo que ela não o escutaria. Lembrou-se de quando a convidou para o Baile, mas sabia que não poderia gritar com ela no meio do salão. Luna continuava falando. “Por que ela não cala essa boca?”. De repente, seus olhos encontraram um olhar conhecido encarando a mesa. Era Layla. Impulsivamente, Draco puxou Luna pela nuca e a beijou. De olhos abertos, viu Layla corar levemente e sentiu aquele ar de raiva que ele conhecia tão bem. Satisfeito, fechou os olhos, mas não soltou Luna. Sem saber exatamente por que, ele ficou uns bons minutos beijando a garota. Lentamente, ele se separou de Luna, que o olhava com a expressão mais espantada que ele já vira. “Ok, idiota. Explique para ela agora porque a beijou”. Ele realmente não tinha pensado antes de fazer aquilo. Luna continuava encarando-o. “Pelo menos ela ficou quieta”.
- Hum... Luna, eu...
Mas ela se levantou e saiu correndo em direção ao jardim...
“De novo???? Ok, ok, minha culpa de novo”.
Ele se levantou para segui-la, e quando estava quase alcançando a porta do Saguão de Entrada, sentiu uma mão em seu ombro. Ele se virou.
- Layla? O que você quer?
- Você...
Ela agarrou suas vestes e o puxou para si. Com um olhar malicioso, beijou o garoto. Draco sentiu o conhecido arrepio. Era sempre assim quando Layla o beijava. E, como de costume, Draco a apertou mais forte e começou a deslizar as mãos por seu corpo. Quando o calor começou a irromper por seu corpo, vindo debaixo, ele percebeu que, diferente do beijo de Luna, ele tinha plena consciência de que não queria de jeito nenhum largar Layla. “Luna...”. Lembrou-se do motivo pelo qual estava lá e, com imenso esforço, empurrou Layla.
- Sai daqui garota!
Layla o olhou espantada. Aparentemente, não esperava aquela reação.
- Mas... mas, Draquinho... você nunca recusa, você sabe...
- Nunca recusava... enjoei de você... – E, sorrindo maliciosamente diante da cara indignada de Layla, completou - e estou em outra agora.
- Outra? Está falando daquela loira pirada?
Draco contentou-se com a fúria da voz dela.
- Hum... pode ser – “Não, não pode“. Ele alargou o sorriso – Está com ciúmes?
- Eu... daquilo??? Claro que não!!! Eu duvido que ela beije melhor do que eu!
- Bom, eu não teria tanta certeza se fosse você...
Layla lançou-lhe um olhar gelado de fúria.
- Se você pensa que vai me trocar por aquela...
- Te trocar? E desde quando você é minha?
- Draco, não brinque comigo, eu sou capaz de...
Ele a segurou fortemente pelo braço.
- De que? Acha mesmo que eu tenho medo de você? E é melhor você não tentar nenhuma gracinha, porque eu perdi a paciência com você há muito tempo.
Layla soltou-se com raiva e virou as costas, mas Draco a puxou novamente e a beijou violentamente.
- Só para me despedir – disse quando terminou de beijá-la.
Ela o empurrou e saiu pisando forte em direção ao Salão Principal. Draco saiu sorrindo para o jardim. Beijar Luna parecia realmente ter sido a melhor coisa daquele baile.
--------------------------------------------------------
Voltando!!! Comentem aí, rapaziada!!
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!