O baile se aproxima
Era noite e Draco estava deitado em sua cama sem conseguir dormir. Faltava uma semana para o baile de inverno, e a cada dia Draco ficava mais apreensivo com a possibilidade de aparecer na frente da escola toda com Luna. Tentou, pela milésima vez aquela noite, fechar os olhos. Imagens começaram a surgir em sua mente. A música do baile. A comida. Os alunos rindo e conversando. Luna aparece com um vestido verde, do avesso. Sob os olhares de todos os alunos, ela se dirige a Draco. Pega sua mão e o tira pra dançar. Ele sente os olhares em cima dele. Se recusa a levantar, então Luna vai para a pista sozinha. A princípio, ele pensa que ela está tendo uma convulsão, mas depois percebe que ela está dançando. Ele vê as pessoas rindo e apontando para ele, e entre os vários rostos, ele distingue de Layla. Ela está sorrindo maliciosamente, de mãos dadas com...
Draco desperta assustado. “Baile maldito! Tomara que chegue antes que eu enlouqueça!”.
A manhã seguinte chegou iluminada e radiante, ao contrário de Draco. Não conseguira pregar os olhos durante a noite toda, e o resultado eram olheiras que contrastavam com seu rosto pálido. “Um pecado em um rosto tão lindo”. A semana passou muito mais rápido do que ele desejava. E de repente, numa aula de feitiços, Draco estremeceu ao se dar conta de que o baile seria no dia seguinte. Naquela noite em seu quarto, ele se revirou na cama por horas. Quando dormiu, sonhou que Luna entrava no salão com uma touca de macaco e dançava a conga. Acordou suando e decidiu que se suicidaria antes do baile, mas adormeceu de novo antes de pensar na melhor forma de fazer isso.
Era sábado, e Draco estava em sua cama sem saber o que fazer. Seu estômago decidiu que era melhor se levantar e comer alguma coisa, e ele se dirigiu para o salão principal. Antes que chegasse a seu destino, trombou com Pansy. A garota o abraçou.
- Oi, draquinho!!!
- Oi.
- Está de mau humor, lindinho?
- Não.
- Ah, gatinho, eu te conheço! Anda, conta pra Pansy o que aconteceu!
- Não é nada! E para de me tratar como retardado!
- Nossa, fofinho!
- PARA DE ME CHAMAR ASSIM!
- Mas...
- Sai, Pansy!
- Ok, ok... Diga, com quem você vai ao baile?
- Não é da sua conta!!
- Diz, vai! Ou será que...
- Será que o quê?
- Bom... você conseguiu um par não é?
- MAS É CLARO, O QUE VOCÊ ACHA????
- Não, eu só pensei, que... nada não! É claro que você conseguiu, Draquinho, você é lindo!
- É, eu sei...
- Não como esses desesperados que saem com a Granger...
- Eu sei...
- Ou até com a Lovegood...
- Eu... ok, chega de papo, Pansy, cai fora!
- Mas eu...
- SAI!
Os olhos dela se encheram de lágrimas, mas Draco não se importou. Foi até o Salão Principal tomar seu café, mas não conseguia comer muita coisa. Nem no aniversário de 100 anos de sua avó Draco se sentiu tão fúnebre. E olha que ela fez um strip em cima da mesa. Após o ralo café da manhã, o garoto decidiu ir até o jardim espairecer. O sol raiava muito forte, e o jardim estava lotado de alunos animados com a proximidade da festa. Draco se sentia um ponto nublado. Caminhou até uma árvore afastada e se sentou em baixo dela. Finalmente, adormeceu. Seus sonhos foram calmos, talvez pelo ambiente em que se encontrava. Pela primeira vez naquela semana, ele conseguiu descansar. Quando despertou, já estava anoitecendo, e ele resolveu voltar para o dormitório. Ia abrindo a porta do quarto, quando...
- AAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!!!!!!!!
Draco deu um pulo para trás e a porta se fechou com um estrondo.
- Mas que diabo é isso?
Hermione saiu do quarto. Ela estava com uma toalha na cabeça que fazia um volume anormalmente grande.
- O que está acontecendo? Eu quero entrar!
- Não pode.
- Mas é meu quarto!
- Era... eu e Luna estamos nos arrumando e você e Ernesto vão se trocar na sala ao lado.
- Por que?
- Não seja idiota, Malfoy, não queremos que você nos veja! Principalmente a Luna – ela lhe lançou um olhar cheio de reprovação.
- Eu quero que se danem vocês duas! Vou pegar minha roupa.
Ele avançou para o quarto, mas Hermione se colocou na frente dele.
- Olha, eu não sei porque convidou Luna para esse baile, mas qualquer que seja seu plano sórdido, saiba que...
- Granger, você está louca? Me deixe...
- Cale-se! Só estou te avisando que a Luna está bem feliz, e se você magoá-la, eu vou te lançar uma maldição tão forte que... VOCÊ VERÁ!
Ela se virou e entrou no quarto, batendo a porta. Draco ficou parado, pasmo. Ele estava rodeado de pessoas anormais. Decidiu não insistir em entrar no quarto. Primeiro, porque Granger poderia matá-lo num ataque histérico, e, segundo, a possibilidade de ver Hermione sem roupa não lhe agradava nem um pouco. Assim, dirigiu-se ao quarto ao lado. Chegando lá, se deparou com uma sala pequena, e iluminada com dois espelhos de corpo inteiro. Em um deles estava pendurada sua roupa, e no outro não havia nada, indicando que Ernesto já se trocara e saíra.
Draco foi até o espelho que lhe pertencia e começou a se arrumar, mas seu pensamento estava longe. O excesso de estudos estava realmente fazendo mal a Granger. “Plano sórdido... O que ela pensa que eu sou? Um sádico obcecado por garotas lunáticas?”. Então outra parte da conversa veio a sua mente. “A Luna está bem feliz...”. Sentiu um puxão em seu estômago. “O que a Granger quis dizer com isso?”. Mas ele não teve tempo de divagar sobre isso. Casualmente, se olhou no espelho e todos os pensamentos se evaporaram. “Meu Deus, como eu sou bonito!”, pensou ele, com a modéstia digna de um Malfoy. Não que fosse uma mentira. Ele usava camisa e calças sociais e uma capa com o emblema de sua família no peito. Todo o traje era preto. Seu cabelo liso caia nos olhos acinzentados, o que não o impedia de se admirar. “É realmente impressionante”. Após alguns segundos admirando a própria beleza, ele olhou em um relógio na parede. Faltava meia hora para o início do baile.
“É melhor elas estarem prontas...”
Draco voltou para o dormitório. Já se preparava para abrir a porta, mas achou melhor bater antes. Ouviu alguns ruídos vindos de dentro do quarto, e em seguida Hermione abriu a porta. Ao ver Draco, a garota perdeu a fala por um momento. O garoto sorriu pelo canto dos lábios. “Eu estou realmente bonito”.
- Ãhn, Draco... é, o que você quer??
- Vim pegar a Luna.
- Um momento.
Ela entrou no quarto e Draco espiou. Não havia ninguém. Ele observou o andar de Hermione, que usava um vestido rosa de babados. “Ela também não está mal...”. Mas ele sacudiu a cabeça. Não devia ter esse tipo de pensamento a respeito de Granger. Ela se encaminhou para trás de uma das camas que estava com o dossel fechado.
- Ele está aí.
- Já vou – respondeu Luna de trás.
Draco se apoio no batente da porta e colocou as mãos no bolso para esperar. Algum tempo depois, Luna saiu de trás da cama. Draco arregalou os olhos e prendeu a respiração. “Meu Deus...”
Estou retornando das cinzas... YEAH!
Dá uma comentadinha e me faça uma pessoa feliz.
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!