Aula violenta
Capítulo III – Aula violenta
Harry pensou que, no dia seguinte, a garota nem olharia para a sua cara. Sentia-se um idiota por ter feito aquilo, mas o modo como ela o olhou durante o café da manhã tirou qualquer dúvida que tinha sobre o assunto.
- Harry, podemos conversar? Aproveitar que temos o primeiro período vago...
- Tudo bem...
Seguiram para o salão comunal, que estava bem vazia naquele horário; sentaram-se bem ao canto para evitar que ouvissem a conversa, caso alguém aparecesse.
- Mione... – começou, mas a garota fez um sinal para que parasse.
- Harry, me deixa começar, por favor... – ele consentiu com a cabeça e ela prosseguiu - ham... ontem, depois do... do acontecido, eu fiquei pensando no que estava havendo comigo... com a gente e... – ela baixou o rosto e começou a encarar os joelhos.
- Mione, eu sei que ta tudo tão confuso, ainda mais com essa história do Rony com a Lilá...
- Não me fala dele... – disse ainda com a cabeça baixa.
- Tudo bem... Mas enfim, eu também estou meio confuso com tudo que aconteceu entre a Cho e eu, ou melhor, o que não aconteceu; mas a sua amizade me fez enxergar tanta coisa que nem eu mesmo...
- Amizade? – disse finalmente olhando para ele – você me beija e depois diz que a minha amizade te fez esquecer outra, é isso?
- Viu, era exatamente isso que eu pensava: que era a sua amizade que me ajudava, mas não, percebi que VOCÊ me ajuda; você, por inteira! Entende... A tua presença, a tua voz, o teu cheiro... Tudo em você me ajuda Mione e eu odeio te ver sofrendo do mesmo jeito que sofri – disse pegando em sua mão.
- Harry...
- E ontem quando te beijei não foi somente para deixar Rony com ciúmes nem nada parecido, te beijei porque eu não consegui mais me agüentar ao seu lado; não consegui mais te ver e não te tocar, te ter ao meu lado, mas não te ter para mim, entende o que eu quero dizer?
- Você não está falando coisa com coisa, Harry! – disse soltando a mão do garoto, bruscamente e saindo da sala.
Ele correu em sua direção, ela já estava fora da sala quando ele a alcançou.
- Sabe qual é o seu problema Mione? Você está com medo!
- Deixe de ser idiota, eu não estou com medo! – disse em tom alterado
- Sim, você está e sabe por quê?
- Diga, por quê?
- Você está com medo do fato de alguém realmente gostar de você, gostar do que você realmente é assim você não precisaria mais se esconder atrás de seus livros e cadernos...
- Ora quanta ousadia! – estavam um de frente para o outro, aos berros. Todos os quadros ao redor estavam ouvindo a discussão.
- Não é ousadia coisa nenhuma, é a verdade! Você tem medo de se envolver com alguém e acabar se machucando, tal qual aconteceu, não é?
- Fique sabendo que você foi longe demais Harry!
- Não fui nem onde queria... – disse segurando-a pelos ombros.
- Me solte Harry!- tinha lágrimas nos olhos.
- Não solto, você tem que ouvir...
- Não quero ouvir mais nada!
- Mas eu preciso falar...
- Eu vou te bater Harry – estava pronta para lhe dar um tapa na cara, mas lê foi mais rápido e segurou sua mão direita.
- Eu te amo, caramba! – disse aos berros, totalmente desajeitado – e sei que me ama também.
Sentiu a mão da garota amolecer em seus pulsos. Respiravam fortemente, continuavam se encarando como se estivessem em um duelo. Foram se aproximando vagarosamente, então ele soltou sua mão, que ao invez de bater, acariciou levemente o rosto do garoto, tinha agora as testas encostadas e os olhos fechados, apenas sentiam um o outro; então se beijaram de um modo como eles nunca imaginaram que seria possível beijar alguém. Tinha amor e carinho, mas ao mesmo tempo, paixão e desejo.
Seguiram para os gramados da escola, teriam aula com o Hagrid, faltava aproximadamente uma hora para o início da aula, mas nem se importavam, queriam ficar um tempo sozinhos com o amigo, mas até a hora da aula, toda a escola já sabia do ocorrido; e mesmo que tentassem agir naturalmente, não tinha como esconder que estavam juntos, os quadros espalharam a noticia pelos demais andares; e para o pessoal da Sonseria, especialmente Malfoy e Pansy, isso foi um prato cheio.
- Então é verdade, o Potter realmente está com a Granger! – disse em alto e bom som entre o pessoal da Sonserina.
- Ignore Harry – disse a garota pegando em sua mão e andando para o lado oposto do gramado.
- Ah que lindo! Você aceita ordens dela... – disse aos risos
O garoto se virou para Malfoy e o encarou.
- Qual é o seu problema heim? A gente está te incomodando? Ou então é ciúmes ou algo do tipo...
- Ah, faz me rir Potter, ciúmes? Imagine só! Ciúmes está o Weasley, que mais uma vez vai pegar algo “usado”não é? Você sai com ela, pra ver como é, e depois entrega pro tonto do Weasley...
Harry olhou para Rony e viu que o garoto tinha as orelhas vermelhas e os nós dos dedos extremamente apertados.
- Olhe como você fala Malfoy, me segurei aquele dia, mas com certeza hoje eu não irei me segurar!
- Uh... Vai me bater é?
- Harry, vamos embora! – disse Hermione surgindo às suas costas e puxando-o pelo ombro – vamos Harry....
- Isso, vá Harryzinho! – disse em tom de deboche – vá com a sangue-ruinzinho da sua namo... – então Malfou foi acertado em cheio com um soco no nariz, mas não um soco de Harry, nem de Harmione; Rony surgira do outro lado de Harry e metera-lhe um belo golpe.
Harry e Hermione viraram-se espantados, mas o garoto continuou a proferir golpes em Malfoy, até que ele caísse no chão, mas mesmo assim Rony continuou batendo. Grabe e Goyle foram pra cima de Rony, mas Harry e Simas chegaram antes e entraram na briga também.
- Pare seu imundo, você vai machucar ele! – gritava Pany para Rony.
- Devia machucar muito mais – completou Hermione em tom de desafio para a garota.
- Isso tudo é culpa sua! – disse partindo para cima da garota, puxando-lhe os cabelos e arranhando seu rosto.
Não tinha mais como controlar essa briga, Rony e Malfoy, Harry e Grabe, Simas e Goyle, Hermione e Pansy estavam bem ao centro, brigando aos socos e ponta pés, os demais alunos formavam um circulo em torno do grupo. Gritavam tanto que nem ouviram a sineta. Quando Hagrid chegou, não conseguiu controlar a multidão, precisado assim da ajuda da Professora McGonagal, professora Hook, que estava por perto, dando aula para os alunos do primeiro ano, professora Sprout e Snape, que chegou junto com McGonagal.
- Santo Deus! – disse a diretora da Grifinória, horrorizada com o que via – parem todos, agora! Hagrid chame o professor Dumbledore, estão feito animais! Separem-se agora! Vamos!
- Professora nunca vi algo do tipo – disse Sprout, tão ou mais horrorizada, que a colega devemos separa-los!
- Se você conseguir...
- Devo dizer professora, eu pra mim isso tudo é culpa do Potter...
- Devo dizer professor Snape, que os alunos da Sonserina estão tão envolvidos quanto o Potter!- disse lançando um olhar frio para o homem – Ah... Alvo, graça a Deus!
- O que está acontecendo?
- Olhe por si mesmo – disse McGonagal abrindo um espaço entre os alunos.
- Minha nossa... – o diretor estava boquiaberto com a cena – Parem já com isso! – mas nada aconteceu, pela primeira vez. Apontou então a varinha para a garganta e gritou – PAREM COM ISSO!
Sua voz ecoou pelo gramado e então eles pararam. Rony tinha um olho inchado e um corte ao canto da boca, tinha os dedos ralados, de tanto bater em Malfoy, que estava com os dois olhos inchados, o nariz quebrado e com a boca cortada em três lugares diferente. Grabe e Goyle eram grandes, mas também estavam bem machucados, assim como Harry e Simas, que tinham cortes profundos nos rostos e na testa. Hermione, assim como Rony, também deixaram Pansy bem machucada, a garota estava descabelada, com muitos arranhões no rosto e no braço, tinha também o nariz quebrado e, se bobear, uns dois dentes quebrados também. Hermione tinha muitos arranhões e seus cabelos estavam cheios de terra, tinha a blusa rasgada e a perna toda ralada.
- Nunca, eu repito NUNCA algo dessa dimensão aconteceu em Hogwarts! – disse o Diretor em seu tom mais bravo – o que me dá o direito de tirar, de cada um de vocês, noventa pontos! – os alunos que assistiam a cena ficaram chocados a penalidade, seriam 360 pontos a menos para cada casa – Sem contar a penalidade que o diretor de cada casa dará a vocês!
- Mas diretor, ele xingou a Her...
- Desculpe Harry, qualquer coisa que tenha a dizer não justifica seu ato e as senhoritas, que vergonha! Para a minha sala, vocês quatro, depois vocês quatro – apontou para Harry, Rony, Hermione e Simas e depois para o pessoal da Sonserina – quero ouvir as duas versões. Classe dispensada!
Subiram todos para a sala do diretor e lá ficaram por duas horas, até que tudo ficasse esclarecido...
- É sempre ele quem começa diretor! A culpa....
- Não foi de nenhum de vocês... – completou o homem. Tirou então os óculos e encarou um a um – Sei que o Sr. Malfoy pode ser bem irritante em certas horas...
- o Sr. Quer dizer um pé no c... Desculpe...
- Mas temos que analisar a situação como um todo; o que eu vi foram oito pessoas, praticamente adultas, agindo como animais! Desculpem-me, mas foi a primeira imagem que tive quando vi vocês lá, brigando. O fato é que vocês receberão detenções, mas isso não cabe a mim, se o que vocês dizem for verdade, se Malfoy realmente começou a situação, a detenção dele será maior...
- Não com Snape puxando o saco dele... – disse Harry revoltado.
- O professor Snape fará o melhor Harry..
- Claro que fará! Fará tudo para deixar o filinho do amiguinho dele, o comensal da morte, a vontade!
- Não mude de assunto Harry! – disse o Diretor com um pouco mais de seriedade.
- Está bem, não mudarei de assunto, mas todos aqui são prova que Malfoy nunca se dá mal, Snape o protege descaradamente!
- Então é hora de mudar isso... Hermione.
- Sim.
- É verdade tudo que foi dito aqui? Os acontecimentos procederam dessa maneira, exatamente assim?
- Sim diretor – confirmou a garota
- Bem – disse o homem, pausadamente, observava cada um deles meticulosamente. Harry sabia o que ele estava fazendo; estava praticando a legiminência – o fato dos demais terem se machucado bem mais que vocês não será de muita ajuda, mas daremos um jeito – concluiu com um leve sorriso – podem sair, devem estar famintos... Ah, passem na Ala Hospitalar para curarem esses machucados ok?
Já na Ala Hospitalar, madame Pomfrey tratou-os rapidamente, pasmando também ao saber a origem dos ferimentos.
- Onde já se viu brigarem feito bichos! – a ouviram reclamando quando saíram da sala.
Seguiram silenciosamente até o Salão principal e, já na porta, Harry cutucou Rony, que se virou sério para o garoto.
- Hum.. Obrigado por, você sabe...
- Bater no Malfoy?
- Também, mas principalmente por nos...
- Não fiz por vocês – disse lançando um olhara Hermione – fiz por mim mesmo. Ninguém mandou ele colocar meu nome no meio! – e assim dizendo deu as costas ao casal e seguiu para perto de Lilá.
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