*Capítulo Bônus*
OBS: Os capítulos foram reeditados e o sétimo finalmente foi postado.
Esse capítulo é um bônus, ou seja, algo que aconteceu no passado, não muito distante, e que não se passa no mesmo tempo que a fic, ok? Espero que gostem desse cap.
Sim, depois de muito tempo, resolvi atualizar.
O próximo só vem, quando vierem os comentários.
Capítulo 7: *Capítulo Bônus*
Sabia o que a esperava, mas isso não a preocupava. Caminhava com o coração leve, de volta para casa. Amanhã seria um grande dia, finalmente completaria dezessete anos.
Mal havia chegado em casa, quando uma voz ecoou pelo ambiente.
- Victória Evil Summers! – era seu tio que a chamava. Logo ele apareceu, descendo as escadas.
- Sim, tio?
- Como explica isso? – jogou-lhe a carta do diretor que ela tentou esconder por meses.
- Ele mereceu.
Seu tio soltou um longo suspiro.
- Precisava tê-lo humilhado daquele jeito? Na frente de toda sua turma? Às vezes palavras podem doer mais do que se imagina.
- Prefere que fosse luta física? Ou quem sabe com varinha?
Ao pensar nas possibilidades, ele soltou outro longo suspiro.
- Não sei mais o que fazer com você! Não se parece nem um pouco com seus pais.
- Não quero ser como eles. – respondeu rispidamente.
Percebendo a drástica mudança no tom de voz de sua sobrinha, ele mudou de assunto.
- Amanhã é sua festa. – disse, sorrindo, sabendo que o sorriso voltaria ao rosto da garota. – Mas se não se comportar, ainda é tempo de cancelar. – foi sua vez de sorrir.
- Assim não vale.
- Não tem nada que diga o contrário. – aproximou-se da garota. – Boa noite, Vic. – beijou-lhe a testa retirando-se em seguida.
Caminhou lentamente para seu quarto. Lembranças passadas ocupavam sua mente.
*Flashback*
Seus pais estavam correndo de um lado para outro. Ela somente conseguia distinguir uma intensa luz vermelha vinda do pescoço de seu pai.
- Pegue a Vic! – era seu pai ordenando.
Sua mãe correu ao seu encontro e a abraçou forte.
- Minha pequena...
Victória fechou os pequenos olhos por uma fração de segundos. Quando os reabriu, encontrou-se num lugar desconhecido.
- Onde estamos?
- Califórnia, meu anjo.
- Nós aparatamos?
- Sim.
Logo seu pai aparatou. Aparentemente a casa estava preparada para sua vinda.
Passaram dois anos convivendo harmoniosamente, apesar das constantes brigas de seus pais. Seu tio os visitava regularmente, e muitas vezes era ele quem apartava as brigas.
Aos sete anos, uma bomba caiu sob ela.
- O quê?
- Vic, entenda! – os olhos de sua mãe estavam marejados de lágrimas. – Eu e seu pai precisamos de um tempo sozinhos. Vai ser por pouco tempo. Você irá morar com seu tio.
- Mas eu não quero! Quero continuar a morar com vocês!
- Victória. – seu pai lhe repreendeu. – Obedeça a sua mãe. – num gesto inesperado, ele a abraçou. Ela viu novamente a intensa luz vermelha. – Cuide-se e não dê trabalho ao seu tio.
- Vic... – o tom na voz de seu tio era serena. – Espere lá fora um instante? Preciso dar uma palavrinha com seus pais.
Ela o esperou alguns minutos e em seguida foram para a casa de seu tio. Alguns dias depois, teve uma terrível notícia: a morte de seus pais.
Poucas pessoas compareceram as despedidas. Lágrimas silenciosas escorreram por seu rosto. No enterro, a saudade e a tristeza tomaram conta. Ela chorou copiosamente abraçada a seu tio.
Jurou jamais ser boazinha como eles foram.
*Fim do Flashback*
“Realmente eles eram uns fracos! Se não tivessem sido bonzinhos, com certeza estariam vivos hoje”.
Amanhã teria um dia cansativo. Tomou um banho rápido e caiu na cama em seguida.
Acordou cedo de manhã, pulando da cama. Desceu as escadas, correndo, encontrando seu tio já a mesa.
- Bom dia, Victória! – ele ergueu o olhar quando percebeu que a sobrinha já se encontrava ali.
- Bom dia, tio. – ela sorriu animada.
- Quando terminar seu café, venha até o meu escritório. – saiu, deixando-a perdida em pensamentos.
- Será que ele descobriu o que fiz a Martha? – sentando-se a mesa.
*Flashback*
Estava na festa há horas, somente esperando a hora de agir. Vic vestia um vestido curto, que batia um pouco acima de seu joelhos, na cor roxa, chamando a atenção dos garotos ao seu redor. Logo apareceu Martha com seu namorado Mark.
Summers sorriu internamente. Pegou o copo entre seus dedos e bebeu um gole da bebida. Caminhou decidida para a garota. De propósito Evil derrubou o conteúdo do copo em cima do vestido da garota.
- Ora, ora... Se não é a garota do Erick, ou será do Mark?
O medo era perceptível nos olhos da loira.
- É claro que do Mark! – devolveu a garota amedrontada.
- Claro? – desdenhou Vic. – Ela não sabe quem você realmente é! Ou será que sabe? – a morena tinha total controle da situação. – Ou já contou que ele não é o único em sua vida?
O garoto soltou a mão dela e a olhava com desprezo. Martha permanecia em total silêncio, sem conseguir se defender.
- Que já foi para cama com outros, até mesmo com professores?
- Pensei que fosse minha amiga!
- Quem mexe com fogo acaba se queimando.
- Por que está fazendo isso?
- Porque eu quero? Ou será que você não merece? – perguntou Vic irônica.
- Ao contrário de você, eu tenho um namorado fiel a mim.
- Acho que tinha. – um sorriso irônico brincou em seus lábios. – Meu maior consolo é saber que eu tenho amigos de verdade ao contrário de você.
- Como pode saber que não tenho amigos?
- Amigos que você compra? Que paga para ficar ao seu lado? Isso não é amizade! Ao contrário de você, tenho dignidade e não preciso pagar as pessoas para serem minhas amigas. – sibilou a morena venenosamente. – Eles me aceitam do jeito que sou, não preciso mudar para agradá-las.
Todos estavam pendurados em cada palavra que a morena falava.
- Muito menos fingir algo que não sou. Ou já contou que seu pai está preso e sua mãe é drogada?
Olhares perplexos se voltavam para ela. Lágrimas escorriam pelo seu rosto. Falar sobre seus pais lhe doía.
- Como pode fazer isso?
- Do mesmo jeito que traiu minha amizade, posso te humilhar agora, como estou fazendo.
Não suportando mais a situação, a loira começou a correr.
Victória sorriu vitoriosa. Pegou mais um copo de (alguma bebida que você queira). Agora que sua vingança estava completa, poderia aproveitar a festa com gosto de missão cumprida.
*Fim do Flashback*
- Ou será outra coisa?
Comeu rapidamente. Queria descobrir o mais rápido possível o que seu tio queria. Andou em direção a seu escritório, abrindo a porta devagar.
- Feche-a. – ordenou. A garota obedeceu de má vontade. – Seu presente. – estendeu um embrulho para ela.
Ela o desembrulhou e encontrou um “estojo” dentro. Abriu e encontrou um medalhão. Ele a hipnotizava. A parte que estava a sua vista era de um cristal muito transparente. Victória tirou o medalhão do estojo e o virou. Ao contrário do que espera, o outro lado era feito de um metal escuro. Ela pressionou seus dedos contra o metal e ele revelou um pequeno esconderijo, mas que não revelava o que havia dentro do cristal. Ela tornou a fechar o esconderijo, porém seus dedos ainda alisavam a superfície do medalhão.
- Está na sua família há tempos. – ele interrompeu seus pensamentos, fazendo-a erguer o olhar, curiosa, mas seus tetos tateavam a superfície do objeto.
- Começou agora termina.
Não gostou do tom que ela usou, porém era melhor que soubesse da história agora.
- Dois irmãos resolveram criar um medalhão pra si. Ele lhe dava poderes fabulosos. Para isso, precisavam da ajuda do Sr. Burke e de seu fiel ajudante, Thom Riddle. O rapaz concordou em ajudá-los, mas queria um medalhão idêntico pra si. Os irmãos aceitaram a condição, contudo, no último minuto, eles o traíram, entregando-lhe um medalhão falso. Foi aí que começou a discórdia. Os dois estavam brigando constantemente pela posse do medalhão. Um originaria os Evil, outro os Arcanos. Por tempos o medalhão estava com os Arcanos, até que um dia os Evil o tomaram, tendo agora sua posse. O medalhão foi passando de geração em geração. Riddle jurou que se vingaria e tomaria o medalhão dos irmãos. Até que ele chegou às mãos do seu pai.
- Como meu pai não o usou? Que poderes ele tem?
- Não sei te responder. – ele sorriu levemente. – Seu pai desistiu de usá-lo quando conheceu minha irmã. Eles se apaixonaram perdidamente um pelo outro e dessa união você nasceu.
- Por que eles morreram?
- Por causa disso que está em suas mãos.
- Como assim?
Ele não respondeu, somente lhe entregou uma carta.
- Não a abra agora. – murmurou ao vê-la rasgar o envelope.
- Por que não?
- Você está cheia de mágoa e rancor. Abra a carta quando seu coração estiver puro, sem nenhum sentimento ruim.
- Por que não me entregou antes?
- Sua vida está ligada ao destino do medalhão. Primeiro você precisava de treinamento para saber como protegê-lo, por isso não lhe entreguei antes.
Para agonia de Summers, as horas demoraram a passar. No meio da tarde, ela e o tio começaram a arrumar a casa, com a ajuda da varinha. A casa estava decorada em tons de laranja e prata.
Assim que a garota terminou, subiu para seu quarto, tomando um banho em seguida.
Despiu-se devagar, perdida em pensamentos. Entrou no chuveiro deixando a água escorrer por seu corpo.
*Flashback*
Depois da decepção que teve com seu primeiro e único “namorado”, Victória somente curtia a vida.
Andava de mãos dadas com um dos mais bonitos e populares do colégio. Ele era alto, moreno, dono de duas piscinas azuis.
Levou-a um longo corredor que dava acesso a uma das áreas mais lindas, secretas e proibidas da escola.
Era um lindo jardim, com flores das mais variadas espécies cobrindo cada centímetro quadrado do local. Abaixou-se e recolheu uma das rosas vermelhas que ali se encontravam e a entregou a Vic.
- Que linda! – ela tocou a flor com seus dedos.
- Achei que gostaria.
Ela levantou o olhar e o encontrou sorrindo. Tentou falar alguma coisa, mas no momento palavras eram desnecessárias. Ele aproximou-se dela e a beijou. Ainda segurando a rosa, ela o abraçou. Ficaram longos minutos assim, com os corpos colados.
- Alguém pode aparecer! – alertou Vic, assim que os lábios se separaram.
Beijos e amassos eram terminantemente proibidos no colégio.
Voltaram pelo mesmo caminho que chegaram. Foram conversando animadamente, até que alguém entrou no campo de visão de Summers, a sua frente.
Este alguém era um garoto loiro, de estatura mediana.
Victória correu com os olhos pelo garoto, da cabeça aos pés, parando em alguns atrativos que a natureza gentilmente havia lhe dado.
- Vic... Vic... – o moreno a chamava.
- Desculpe... Tenho que falar com a Trisha, é sobre os deveres...
Sem dar mais nenhuma explicação ou esperar uma resposta dele, Evil saiu em disparada atrás do loirinho.
- Espera... – ele virou-se a encarando com aquele rostinho tão perfeito.
- Sim... – ela aproximou dele perigosamente, sorrindo.
*Fim do Flashback*
Sorriu com a lembrança do que aconteceu. Ficou longos minutos assim, refletindo. Balançou a cabeça, espantando os pensamentos. Terminou seu banho rapidamente e se vestiu em seu quarto.
Seu vestido da noite já estava preparado em cima da cama. Era um vestido tomara que caia, roxo, meio rodado, indo até o chão. Ela o colocou, terminou de se vestir e passou uma leve maquiagem no rosto.
Seu olhar foi atraído pra o medalhão, que estava em cima da cama. Summers o colocou, guardando a carta junto do medalhão. Evil estava deslumbrante.
Ela desceu as escadas lentamente. Algumas pessoas já haviam chegado, mas devido a pouca luz, Victória não conseguia diferenciá-los.
Aos poucos, as pessoas foram chegando. Vic os cumprimentava sorridente, apesar de não gostar da maioria que fora convidada por seu tio.
Um grupo se aproximava da casa. A morena foi recebê-los.
- Victória! – um homem alto, moreno e bonito a chamava. – Você está mais linda do que já é normalmente. – beijou-lhe a mão em um gesto cavalheiresco. Summers percebeu que seu tio não havia gostado da presença do homem a sua frente. – Sei que deve estar confusa, mas sou seu parente, por parte de pai. – ela nem se tocou que ele pertencia à família dos Arcanos. – Eles também são seus parentes exceto Malfoy. – um garoto loiro, de belos olhos azuis se aproximava.
- Malfoy, Lucius Malfoy. – beijou-lhe a mão, repetindo o gesto do outro. – Você está deslumbrante!
- Obrigada. – a morena só conseguiu sorrir, encantada de tê-lo conhecido.
Ela afastou-se para poder atender a todos, porém com a esperança de voltar a vê-lo. Uma música tocava ao fundo.
- Quer dançar comigo? – ela se virou e o encontrou com a mão estendida.
- Sim. – abriu um sorriso.
Malfoy enlaçou sua cintura, puxando-a pra mais perto. Ela como resposta, o abraçou pelo pescoço, deitando a cabeça em seu ombro. Essa proximidade o deixou confuso. Apesar de ser tão bom tê-la em seus braços, ainda tinha uma missão a cumprir.
Assim que a música terminou, ele se desfez do abraço lentamente e afastou-se, deixando-a paralisada.
- CRUCIO! – ouviu uma voz berrar.
A confusão estava formada. O grupo que chegará junto com Lucius estava atacando as pessoas. O medalhão começou a emitir uma intensa luz vermelha avisando-a do perigo.
Seu tio correu para frente de batalha, entrando no duelo.
- TIO!
- CORRA! – ele esforçava-se pra manter a concentração. – CORRA VIC! – para seu desespero a garota não lhe obedecia. – ISSO É UMA ORDEM! – vendo a garota se afastar rapidamente ainda gritou. – CUIDADOS COM SUAS ATITUDES!
Ela correu, aparentemente sem notar aonde ia. Desfez-se do longo vestido. Ele o atrapalhava pra correr. Mudou sua forma, a cor de seus cabelos para loiro e seus olhos para azuis.
Já estava nos jardins quando algo a fez parar. Alguém, que ela sabia que era um comensal, pelas vestes, estava logo à frente. Ela começou a correr novamente, para fugir do perigo, mas ele a notou.
- Calma! – ela parou ao ouvir a voz. Era Malfoy. – Não vou te machucar. – Lucius não a reconheceu. Ele tirou sua longa capa preta e colocou sobre os ombros da garota. – É melhor você correr. É perigoso ficar aqui.
Summers seguiu seu conselho, correndo o mais rápido que suas pernas conseguiam.
Quando já estava longe de casa, pegou a carta de seus pais e a abriu.
“Vic, minha pequena...”
Reconheceu a caligrafia de sua mãe.
“Sei que você deve ter odiado ter que se separar de nós, mas foi preciso, para sua própria segurança.
Os Arcanos, inimigos de seu pai e dos Evil estão atrás do medalhão, que a está altura já deve estar em suas mãos. Ele dá poderes fabulosos pra quem o possuir e souber ativá-lo”
Nesta altura havia uma grande quantidade de símbolos, que a loirinha não conseguiu identificar.
“Sei que provavelmente deve estar nos odiando, mas te deixar com meu irmão foi o único meio que encontramos para salvá-la.
O medalhão nos avisou que os Arcanos iriam atacar. Se por acaso não sair viva, saiba que eu sempre te amei, filha.
Cuida-se.”
Ela percebeu que havia pessoas se aproximando. A luz emitida do medalhão ficava mais intensa. Guardou a carta e tornou a correr, com Voldemort e seus fiéis comensais em seu encalço.
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