Único



– Droga, droga, droga, ai que saco!!!! TINAAAAAAAAAA!!!!!!!!
Um grito cortou o silêncio que havia no dormitório feminino do sétimo ano da Grifinória.
– Que foi Lily? – A voz sonolenta de Valentina respondeu ao mesmo tempo em que as outras meninas do dormitório despertavam resmungando e colocando as cabeças para fora do cortinado das suas respectivas camas.
– Olha só isso! – Disse uma Lily esganiçada, apontava para o cabelo com uma mão e, com a outra, pousava sobre a penteadeira uma escova de cabelos com alguns fios ruivos enroscados e dentes faltando.
– Se arrumando pra algum baile à fantasia? Você vai de Simba ou Mufasa, por acaso?
– Não piora, por favor? E como é que você conhece O Rei Leão? É um filme trouxa!
– Ah, eu assisti com o Sirius uma vez e... Bem... Longa história... Não vem ao caso... Enfim, o que você está tentando fazer se não é se fantasiar de leão, em todo caso, se quiser mudar de idéia e fazer isso, ganha o primeiro lugar em qualquer concurso...
– Valentina, por favor, já falei: NÃO PIORA!
– Tá, tá, desculpa, não resisti... Então... – Disse ela acordando de vez. – Agora que já me acordou mesmo, e a todo o resto do dormitório, diga-se de passagem, qual o drama?
– Tenho um encontro...
– COM QUEM!?!?!?! – Gritou Alice, esganiçada, lá de seu canto.
Lily ruborizou e sussurrou:
– Isso não vem ao caso agora... ¬– E acrescentou rápida ao ver que as amigas abriam as bocas em protesto. – Não insistam!
– Mas amiga, assim nem tem graça em ajudar! – Resmungou Amélia.
– Então não ajuda, simples! – Resmungou uma Lily mal-humorada, lançando a escova pelos ares.
– Calma Lily! – Comentou Anna dando uma risadinha suspeita. – Assim você arranca o olho de alguém...
– Ah, não enche você também!
– Hi, a pessoa acordou azeda hoje...
– Hunf, quem não ajuda, não atrapalha!
– Lils, o que você quer que a gente faça?
– Que me ajudem oras! Afinal, detesto confessar, mas estou realmente parecendo o Simba! – Disse ela melancólica.
Lily se olhou no espelho e a imagem que viu fê-la soltar um muxoxo de desespero: uma juba enorme de um emaranhado vermelho que, em um passado distante, pôde ser chamada de cabelo, entre os vários nozinhos podia-se ver alguns dentinhos de pentes e afins que se partiram na inútil tentativa de domesticar os rebeldes fios de Lily.
Valentina e Alice levantaram de suas camas e correram a acudir Lily, Alice ainda resmungava algo como “Que garoto em plena consciência marca um encontro às sete da manhã de um sábado, no inverno?”, Valentina, ignorando os resmungos de Alice e o desespero de Lily, puxava alguns fios das madeixas emaranhadas de Lily, depois de um tempo, não agüentou e comentou:
– Nossa amiga, como você conseguiu essa proeza heim?
– Não tenho idéia! – Comentou Lily à beira das lágrimas. – Amanheceu assim, ai meninas, o que eu faço? Parece que foi de propósito!
– Lily, relaxa, vamos dar um jeito! Deixa eu pensar... – Disse Emelina. – Ah, lembrei! Minha tia disse uma vez que leite com mel solta qualquer cabelo!
– É o quê? Vocês estão mesmo querendo botar leite com mel no meu cabelo!? Vocês têm titica no lugar de cérebro é!?
– Lils... – Alice ponderada. – É caso de tentar de tudo, afinal, você tem um encontro daqui a meia hora e não pode aparecer nele como uma espécie de quimera, esfinge ou algo pior!
– Meu Deus... Simba, Mufasa, esfinge, QUIMERA! Já falei que amo vocês minhas sinceras amigas? – Lily sarcástica.
– Não e agora não é hora para isso! – Amélia, prática. – Topa ou não!?
– Tá né, fazer o que?
– Assim que se fala! – Emelina contente. – Vou buscar as coisas.
Pouco tempo depois Lily estava pingando leite melado por todo o dormitório, mais vermelha que sua juba que, devido à excêntrica mistura de Emelina, agora tinha dois pentes e uma escova colados a ela.
– Olha isso!!! – Gritava ela aos prantos. – E agora? Alguém mais tem uma idéia brilhante por aí?
– Pra falar a verdade eu tenho... – Uma tímida Alice. – Acabei de lembrar que minha mãe uma vez disse que colocar abacate amassado no creme de aloe vera e misturar tudo solta os cachos... E a mistura é menos excêntrica...
E lá foram elas... Resultado... Assim que Lily tirou a toalha que enrolava os cabelos molhados, ouviu-se mais um berro cortante... O leite com mel havia sumido graças ao milagroso shampoo de Amélia que tinha os cabelos parecidos com os de Lily, embora os dela fossem loiros, mas, em compensação, os cabelos tinha ficado...
– VERDES! – Gritava Lily exasperada. – Meus cabelos estão VERDES, Alice!!!!
– Calma Lils, pelo menos o leite saiu... – Ponderava Marlene, que acordara a tempo de ver os cabelos de Lily sendo lavados.
– Ah é... – Disse Lílian irônica. – E ELE não vai perceber se eu aparecer na frente dele como uma versão mais velha de Tonks, ou melhor, como um daqueles bonequinhos duendes trouxas, que têm o cabelo arrepiado e verde!
– Passa morango... – Comentou Anna.
– MORANGO!?
– É... Se abacate fez ficar verde, quem sabe o morango deixa vermelho, ou rosa... Se deixar rosa você só faz algumas mechas e deixa ele verde e rosa... Aí desfila no carnaval brasileiro pela Mangueira que é uma escola de samba bem famosa... – Completou ela risonha.
Lily olhou pasma para Anna e preferiu não fazer comentários à esdrúxula afirmação da amiga, preferiu olhar para Tina com lágrimas nos olhos e sussurrar:
– Por favor... Ele não pode me ver assim...
– Babosa! – Exclamou Tina.
– Para você também... – Comentou Lily sem entender o que a amiga falava.
– Não... Babosa é uma planta... A gente usa a “gosma” que ela produz para passar no cabelo, não sei se vai diminuir o volume, mas pelo menos vai voltar a ficar vermelho, eu costumo usar quando vou à praia ou piscina...
As meninas passaram a babosa e o cabelo de Lily voltou a ficar vermelho, embora...
– Nada desse volume baixar... Gente... – Disse ela desesperada. – O Tiago não pode me ver assim!!!
Silêncio absoluto, então as pessoas que estavam na Sala Comunal da Grifinória, sentiram um forte tremor, seguido por um grito coletivo ensurdecedor.
– NÃO ACREDITOOOOOOOOOOOOO!!!!
Lily ficou da cor dos cabelos embaraçados e começou a pular pedindo silêncio.
– Shiiiiiiiiiiiiiii!
Então Tina se manifestou:
– Sua vaquinha! E você querendo esconder da gente né!!!!
Lily ficou sem graça e Anna começou a gargalhar gostosamente enquanto apanhava a varinha, só então comentou com ar displicente:
– Doeu? – E, perante o ar de dúvida das outras, completou. – Eu que fiz um feitiço para o seu cabelo armar, sua boba! Eu sabia que você ia sair com o Potter, foi o modo que achei de você contar pra gente, se ficasse desesperada você não resistiria e abriria o jogo. – E, com um aceno de varinha, desfez o feitiço.
– Ah, sua piranha!!!! Como que você me faz uma coisa dessas!? – Lílian roxa.
– Hi Lils relaxa, ó... – E com outro aceno ela fez os cachos caírem como cascatas, comportados e brilhantes, descendo pelo colo da amiga.
Lily virou-se para se ver no espelho e, em seguida, se atirou nos braços da amiga aos prantos, agradecendo.
– Bom... – Tina concluiu. – Pelo menos deu pra gente rir do desespero da Lily...
– Sua boba... – Disse uma Lily entre o riso e o choro. – Agora eu já vou que estou atrasada... Prometo que quando voltar conto tudo para vocês...
E Lily saiu feliz do dormitório, um lindo garoto de cabelos espetados lhe esperava à beira das escadas e, quando ela encontrou-o num abraço, ele sussurrou em seu ouvido:
– Pelo terremoto que aconteceu há pouco aqui embaixo, creio que você contou para as meninas...
Lily sorriu, acenou um “sim” com a cabeça e saiu com ele em direção aos jardins.
No dormitório, as meninas se empilhavam na janela para espiar o encontro da “leoa” delas e riam do desespero da amiga.


N?A: Baseada em fatos reais... Fatos que aconteceram c a autora, diga-se de passagem... Enfim... Espero que tenham gostado... Aguardem e dsculpem pla demora... + jah tem 1 cap novo do “Diário” prontinho pra sair do forno... Sorry pla demora e bjos!

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