Capítulo IV
Capítulo IV – O segredo e o encontro
“ O lado ruim de resistir a uma tentação é que você pode não ter uma segunda chance”
Hermione estava furiosa consigo mesma, por que depois que tudo está bem há sempre uma maneira de ficar confusa? “Merlin, como chegou naquela situação, porque fui naquele dormitório? O que Rony vai pensar de mim? E o pior, como vou contar isso a Harry, bem, ele não vai saber, de jeito nenhum! A não ser que eu queira acabar...mas eu não quero, ou quero? Aaaaaah....! Harry me deu tanta segurança que eu sinto que tá faltando alguma coisa... mas não é motivo para aquela fraqueza, Meu Merlin...QUE CONFUSÃO!”
********Flashback (algumas horas atrás, sábado de manhã)*******
Hermione desceu para tomar café. Harry já estava à sua espera.
- Bom dia Mione! – disse o garoto, charmoso como sempre.
- Bom dia. – respondeu pouco antes de beijá-lo, abraçando-o e aprofundando o beijo. Ficaram alguns minutos assim, quando Hermione separou-se do garoto – Onde está Rony?
- Há! Hoje não tem treino e com aquela quantidade de dever de casa ontem duvido que ele acorde cedo!
- Mas ele sabe por que a gente fez os deveres ontem! Temos que começar a nos preparar para os N.I.E.M.s, a Prof. McGonnagal disse que...
- Mione... – interrompeu Harry – Faltam sete MESES. Agora é que é novembro, temos muito tempo para estudar, deixa o Rony dormir e vamos tomar café...
- Hoje não Harry! Hoje vocês não enrolam... vou chamá-lo.
- AH! Vou esperar aqui – disse, jogando-se na poltrona da sala comunal – Se depender do Rony, vai demorar...
- Veremos...
A garota subiu as escadas e entrou no dormitório dos garotos, surpreendendo Rony, que já estava totalmente vestido e deitado em sua cama.
-Por que ainda não desceu? – disse, sentando-se na cama de Harry.
- Me troquei mas não tava afim de descer, ainda tô com sono – falou, sentando-se na sua e ficando de frente para a garota.
- Você vem ou não? Sei lá Rony, você tá estranho esses dias... – indagou a garota, agora sentando-se na cama do garoto, ao lado dele, criando uma proximidade que, para o ruivo, era no mínimo, muito perigosa.
- Acho que está imaginando, eu tô ótimo, já te disse... - Sua respiração estava acelerada e podia sentir a da garota, tinha que resistir ao erro... não estava tendo sucesso. “Levante-se Rony, levante-se”. Aproximou-se, não importava as circunstâncias, ele a queria, e iria ter, nem que fosse por alguns segundos.
“Por que eu não recuo, não posso fazer isso. Ele é Rony, ele é RONY, ele...”
Seus lábios estavam a centímetros quando Pichi, a coruja de Rony, começou a bicar na janela, com uma carta. Separaram-se abruptamente.
- Deve ser da minha mãe – falou Rony, controlando-se.
Neville agora entrava velozmente no quarto, olhou os dois, deitou-se em sua cama e fechou as cortinas, parecia prestes a chorar. Mas os dois não repararam, estavam pensando a mesma coisa:
“ Se não fosse a Pichi, Neville teria visto bem mais que dois amigos...”
Rony estava criando uma breve noção do acontecimento, iria trair Harry, a quem jurou fidelidade... Lançou um olhar culpado a Hermione, que o retribuiu, pela completa falta de autocontrole. A garota sentiu uma vontade imensa de chorar como Neville, pelos soluços abafados, estava fazendo. Saiu do dormitório e respirou fundo.
- Acho que Rony não quer descer agora... – estava vermelha, de raiva e vergonha, evitou o abraço de Harry, e pela primeira vez perguntou se o merecia.
*********Fim do Flashback ***********
Hermione e Rony ficaram muito distantes nos dias seguintes, praticamente só se falavam por que tinham um melhor amigo em comum. Harry achava que era só mais uma das milhares de brigas entre eles. Mal percebeu que os amigos fizeram um tipo de acordo, no silêncio, de não contar o que se passou. Ou o que quase se passou.
**********************
Gina achou curiosamente suspeito o fato de que na última semana, isto é, desde o bilhete do baile, ela não recebeu mais nenhum do garoto, estava sentindo falta, e a vontade de saber que é só aumentava.
Enquanto isso Draco tinha um verdadeiro desafio pela frente, e isso o estimulava. Como um Malfoy seria capaz de escrever cartas de amor? “Tá ficando engraçado, mas não posso errar, ela vai me descobrir antes do baile... É, mudança de planos... algo mais escondido... ou o triozinho maravilha vai dar seu showzinho... Não seria nada mal... mas não agora... tenho que primeiro conquistar a idiota”
Querida Gina,
Rasp... o garoto rasgou e amassou o pergaminho. “só Gina”
Gina,
Desculpe por ter demorado a escrever, estou ocupado
Rasp... rasgou de novo “ela vai pensar que num tenho mais tempo para ela, que droga!”
Gina,
Sei que estou escrevendo menos, mas meu amor por você está aumentando, por isso resolvi que quero que você me conheça
Rasp “ muito confuso e complicado para o cérebro da Weasley”
Gina,
Sei que estou escrevendo menos, mas meu amor por você está aumentando, não agüento mais ficar longe de você, então queria que fosse à torre da astronomia sábado, para que saiba que eu sou...
Beijos
“ ATÉ QUE ENFIM!!!! Num sabia que dava tanto trabalho escrever para garotas. ‘não agüento mais ficar longe de você’, sinceramente, a cada dia eu constato o inevitável... eu sou...’o’ cara” .
Gina recebeu o bilhete, lembrou-se do lugar que ficava sempre que se sentia só, isto é, sempre mesmo... “As aulas da tarde já acabaram mesmo, preciso parar de pensar nos meus sucessivos fracassos de poções. Quarta-feira nunca tem aulas de Astronomia, dei sorte.” Pensou, resolvendo ir.
Ela subiu as escadas e foi à torre, a noite de quarta-feira já estava começando, não queria se meter em confusão por causa do horário, mas nem reparou como a hora passou rápido, e como estava ficando escuro, não havia luz exceto pelas estrelas. Ouviu um pequeno ruído e congelou... “É o que faltava na minha vida, uma detenção, eu podia ter um pouquinho da sorte do Harry para andar à noite”
“Não, nããããão, por que eu num podia ter uma intervenção de Merlin às vezes hein? Antes Filch que a fuinha! Que azar!”
Ninguém menos que Draco Malfoy entrava na sala...”Nossa... que sorte!”
- Weasley, Weasley....Weasley, que sorte encontrar VOCÊ aqui...sabe, eu estava atrás de um motivo bom para descontar uns 100 pontos da Grifinória... que parte do regulamento não coube no seu cérebro? A parte do “É proibido sair...” ou “da sala comunal à noite”. Sinceramente, pensava que sua limitação não chegava a tanto... – “Controle-se Draco, assim nem uma masoquista vai te querer, ou melhor, te amar... por que me querer é inevitável.” – O que faz aqui?
- Não é do seu interesse fuinha! – Gina acostumara-se a rebater Malfoy.
- Ok, ok, que tal se eu tirasse mais uns 20 pontos por não responder a minha per...
- Qual é? Vim aqui para pensar Malfoy!!!!!! - “Como pode alguém ser tão... nojento?”
- SÉRIO! Não sabia que não pensava fora daqui... – respondeu sarcástico – sabe... Eu sempre venho aqui, acho que você veio porque queria me ver antes de dormir.
Gina riu gostosamente, era interessante entrar no jogo do garoto.
- Claro, acha que eu conseguiria dormir sem ver suas magníficas madeixas loiras, Barbie?
O garoto ignorou a última palavra.
- Então está resolvido, não posso tirar tantos pontos de uma fã, mesmo que pobre e ruiva, hum... acho que vou tirar só uns 30.
“Nojento, miserável, fuinha, Barbie, ridículo” a ruiva xingava mentalmente o loiro, não queria que o maldito tirasse mais 30 pontos, mas a vontade de acabar com aquele rostinho perfeito era muito tentadora....
- Como estou muito benevolente hoje, acho que tenho um presentinho a mais para uma fã – aproximou-se.
- Que diabos está tentando fazer Malfoy? - o perfume do garoto era inebriante, Gina quase esquecera quem ele era. “Fuinha, miserável, ....o que mais?” Era incapaz de se mexer, uniu a força que não tinha e começou a caminhar para trás
- Ainda não fiz... – passos decididos, sorriso nos lábios, sabia até onde a garota iria, só até a parede.
Gina encostou as costas na parede, poderia sair dali quando quisesse, mas porque não saia? Um brilho intenso vinha dos olhos de Malfoy. Parecia hipnose, mas sabia que era só magnetismo. Afinal, o loiro poderia ser sozinho, mas a quantidade de garotas em sua cola era inacreditável.
- Weasley, sabia que não iria muito longe, não seria você que resistiria a mim... – o garoto colou seus lábios aos dela.
Mas a última frase foi uma injeção de força em Gina, a garota o empurrou e correu da torre. Voltou apenas para dizer:
- Por que eu não resistiria hein fuinha?
Draco estava impressionado e sorridente, descobrira que tinha poder sobre a garota, mas a reação desta ele nunca vira em garota nenhuma. Nenhuma delas o empurrou. “Talvez a ruivinha valha a pena, apesar de eu ter nojo daquele cabelinho vermelho.”
Gina parou de correr apenas quando chegou ao salão. Subia devagar e ofegante as escadas, quando seu irmão a impediu:
- Onde estava a essa hora, sabe, eu tava preocupado, pensei que tivesse presa em alguma sala, poderia ter se afogado no lago ou caído de uma torre... TÁ ME ESCUTANDO?
- Rony, eu tava bem, eu TÔ bem, agora me deixa dormir. – respondeu, e continuou subindo as escadas.
- Sinceramente acho que vou escrever à mamãe, que garota rebelde...
Gina estava mais calada desde o incidente na torre, já era sexta-feira e faltava apenas um dia para o encontro com o tal garoto, mas o que abalava a paz da ruiva era certo loiro, por que fizera aquilo? O que pretendia. A garota não pensou muito mais, pois foi rapidamente puxada para uma sala.
Esta estava escura e vazia, exceto por quem a puxou, que por sinal estava muito próximo da garota. Beijou-a. Gina nunca havia sentido aquele perfume antes, mas aqueles lábios não eram estranhos a ela, entregou-se ao beijo, que ficava cada vez mais quente. A ruiva percorria as costas do garoto, que apertava sua cintura e começava a beijá-la no pescoço, respirando profundamente, muito lentamente, como se quisesse inspirá-la.
Muito velozmente o rapaz soltou-a e saiu porta afora, deixando Gina com as sensações que seu beijo causara. Voltando a si a garota correu para o corredor... Nem sinal de quem lhe fizera aquilo. Nunca havia sido beijada daquela maneira, passou os dedos nos lábios, delicadamente, e foi jantar.
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