Capítulo XIV



Capítulo XIV – A carta



Rony e Hermione deixavam com inveja quase todos os alunos da Grifinória. A felicidade deles não cabia na aceitação das pessoas, dava até raiva. E foi nessa felicidade que eles viajaram para o Natal na toca, um dia antes da véspera. Harry acabou sendo “levado junto”.

- Ah queridos... – falava a senhora Weasley, dando um beijo em cada um deles. – Só Merlin sabe quanta saudade! - E você Mione... - olhou com carinho a garota - tão linda.

Hermione ficou no quarto com Gina e Harry ficou no quarto com Rony. O moreno estava visivelmente incomodado com a tristeza de Gina, mas parecia que só ele conseguia repará-la.


*****************


Malfoy foi para sua casa, jogou-se em sua cama ao chegar. Estava enlouquecendo, tudo a lembrava, nem sequer bebia água sem pensar nela, lembrava-se de qual era sua verdadeira sede.

“Agora ela deve estar no lugarzinho que ela chama de lar, com o Salvador-de-nós- todos-Potter dando em cima dela”. Afundou a cabeça no travesseiro, totalmente irado e contrariado.

- Querido? – Narcisa entrava no quarto – Seu pai quer lhe falar antes do jantar, disse que é importante, vá se trocar.

- Já vou!

- Aconteceu alguma coisa Draco?

- Nada não mãe, dor de cabeça, tinha uns alunos perto de mim no trem que não calavam a boca. – falou a primeira coisa que lhe veio à mente.

- Pensei que fosse junto com os outros monitores.

- Mesmo assim dá pra ouvir...

- Ah certo... Então descanse um pouco, vou falar com seu pai. – fechou a porta.

E Draco recomeçou a pensar nela. Uma idéia um pouco distante surgiu na cabeça. Se não fizesse isso iria explodir...


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(Véspera de Natal)

Harry bateu lentamente a porta de Gina.

- Entre. – falou seca.

- Só queria perguntar se está tudo bem, você está tão calada...

Gina olhou-o com cara de “claro que não tá”

- Quer conversar Gina?

- Não sei...

Harry sentou-se ao lado dela.

- Por que não faz alguma coisa? Sei lá, você ta com saudade dele né?

Gina acenou com a cabeça.

- O que espera que eu faça Harry? Chegue à mansão do cara e diga “E ae sogrão?! O Draquinho ta aí?”

Harry riu, Gina acompanhou-o. Estava se sentindo melhor.

- Pode ser, acho que a cara que o Sr. Malfoy iria fazer ia ser, no mínimo, digna de primeira página...

- Tirando que ele iria me torturar.

- É, isso também.

- Coloca um sorriso hoje ok? Sua família tá feliz e hoje é véspera de Natal.


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Os Weasley se reuniram, Fred e Jorge também apareceram, Gui foi passar o Natal com Fleur na França. Carlinhos e Percy chegaram por último.

Gina se arrumava para descer quando uma coruja negra começou a bicar veemente a janela.

Deixou-a entrar e retirou o pacotinho que ela trazia.

Abriu-o, havia um envelope negro. O coração de Gina disparou quando reconheceu a caligrafia.


Gina Weasley,

Não sei se esta carta vai chegar, mas acho que minha coruja é confiável para isso, não sabe quantos ratos eu tive que prometer pra ela fazer a carta chegar em um dia...
Nesse momento não sei o que dizer, então vou começar pedindo desculpas. Desculpa por ter mentido pra você e te feito aquela ameaça, vou abrir todo o jogo agora, mas acho que você já adivinhou.
Eu não senti nada por você quando eu falei aquelas frases bonitas mês passado, no começo da brincadeira. Era muito divertido pra mim ver você se apaixonando. Eu cometi então o breve erro de ser a vítima maior do meu jogo.
Eu me apaixonei por você e demorou pra perceber isso, mas agora eu tenho toda a certeza, você foi a melhor coisa que me aconteceu... Tô enlouquecendo mesmo, nunca pensei que escreveria isto e na verdade acho seriamente que vou queimar quando terminar...
Você poderia me perdoar? Se a resposta for não, não me responda, me deixa enlouquecer sozinho na dúvida mesmo, se sim, me encontre quando voltar pra Hogwarts, preciso de você.
É isso... Fica com esse presente, eu o adoro, você sabe, acho que vai cuidar bem dele...

Inteiramente seu,
Draco Malfoy



Gina agradeceu a Merlin ter posto maquiagem a prova d’água, pois as lágrimas agora manchavam a carta de Draco. Não havia ninguém no mundo capaz de acreditar que o remetente da carta de Gina era um Malfoy.

No pacotinho havia um anel de prata. Gina lembrou-se que Draco tinha ciúme daquele anel, não saia de seu dedo menor, ao lado do indicador. Uma vez tentara tirar e ele fizera uma irresistível cara de “Não!”. Agora estava lhe dando.

Queria voltar pra ele, queria senti-lo. A saudade estava ficando insuportável.

Desceu então para a ceia de Natal dos Weasley, completamente sorridente, tinha certeza que aquela dor não iria demorar a passar.


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No dia seguinte Lúcio dirigia-se veloz ao quarto de Draco. Este estava acabando de se vestir, não demoraria muito para retornar à Hogwarts.

- Draco.

- Sim papai...

- Vou ser rápido, o Lord está convocando rapidamente outros comensais e eu lhe apresentei como um dos nossos, em Hogwarts vou dar um jeito de mandar uma carta para que você possa se reunir a nós para seu ritual. Está bem?

Draco ficou apenas calado. Não tinha a mínima vontade de ser como seu pai.

- Está bem?! – insistiu contrariado.

- Sim papai.


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Voltaram a Hogwarts e Gina ainda não tivera nenhum sinal de Draco. Passou então por ele na entrada do salão principal, à noite, quando foi jantar. Ele olhou de relance para ela, que retribuiu. Conseguiam combinar em silêncio, naquela linguagem que jamais ninguém iria entender, mas entenderam...





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