Começos...







Sábado. Bellatrix acordou atrasada para a saída a Hogsmeade, uma pequena vila bruxa vizinha de Hogwarts. Precisava correr, ou não poderia sair.
Foi até a loja de costura de Madame Malkins, filial da loja do Beco Diagonal, pois precisava escolher um vestido urgentemente. Seu noivado seria nas férias de Natal, na Mansão Black, e não queria usar o determinado pela mãe.
Lá, a jovem costureira mostrou-lhe vários desenhos feitos por ela mesma e algumas fotos em revistas, nas quais as modelos andavam e giravam exibindo vestidos de gala.
No fundo, não queria vestido algum. Muito menos para tal ocasião. Simplesmente não queria nem noivado, nem casamento. Rodolfus Lestrange era um homem da alta sociedade bruxa, puro sangue, bem mais velho que a jovem Black. Um homem atraente, mas cruel. Loiro de olhos acinzentados encantava qualquer uma, menos ela.
Há dois anos sua mãe prometera Bellatrix em casamento ao rico Lestrange. Algo que não se fazia há anos. Casava-se quem queria. E pronto. Mas tudo fora diferente. Era o destino.
Ela respirou fundo e deixou Madame Malkins falando sozinha. Foi até a grande parede espelhada da loja. Olhou para si mesma.
“Dizem que os olhos são as janelas da alma. Eu não vejo nada”.
Abriu a mochila e pegou uma pena e um pedaço de pergaminho.
“E como dizem os Black... Se quiser alguma coisa bem feita, faça você mesma!”.
E desenhou seu próprio vestido. Não era um desenho profissional, mas a idéia era boa. Entregou a Malkins, escolheu o tecido e saiu da loja.
Sorriu. Tudo seria perfeito.
Repreendeu-se mentalmente. Por um instante viu uma gota de felicidade surgir. Felicidade por um casamento que não queria. Que não queria, mas que lhe era preciso.
Era isso. Não havia escolha.
--- Hei!- Gritou Bellatrix ao esbarrar com uma estudante.
--- Bellatrix?- Era Evelyn, ‘ini – amiga’ da jovem Black.- O que está fazendo aqui?
--- Vim escolher meu vestido de...Hum...Noivado.- disse tentando não demonstrar desespero, nem angustia.
--- Noivado? Parabéns, Bella! Quando vai ser?
--- Nas férias...Dia 31...
“O QUE? ENTÃO O SIRIUS VAI ESTAR NA SUA FESTA E NÃO NA MINHA? EU TE MATO BELLATRIX BLACK! EU TE MATO!”
--- Uau, sério? – respondeu sorrindo.

* * *

O torneio começou!Era novembro e ventava muito.
O clássico! Grifinória versus Sonserina!
O alvoroço era enorme nas arquibancadas. O jogo começara.
Tiago Potter, o melhor apanhador que Grifinória já teve estava sobrevoando o campo. Varrendo-o com os olhos em busca do pomo-de-ouro. Se ganhassem esse jogo já teriam uma grande vantagem contra a Sonserina, que ganhara os últimos dois campeonatos.
No que dependesse dele ganhariam!
Viu de relance um ponto dourado bem acima de sua cabeça. Subiu.
Sua Fridge 750 era a melhor vassoura do momento. Pegaria o pomo! De qualquer jeito!
--- Johnson esta com a goles... Passou para o Stevens...Eeeee... 10 pontos para a Sonserina! – Gritava o locutor.
“Droga!”.
Tiago viu o pomo. Dessa vez bem perto. Esticou o braço para pegá-lo, mas ele desviou, era muito rápido! Voava o mais rápido que podia. Olhava só para o pomo. Era seu alvo. Sua meta.
--- Hei Tiago! CUIDADO!- Gritou Sirius, artilheiro da Grifinória.
Ele desviou o olhar e avançou numa queda rigorosa segundos antes de ser acertado por um balaço.
“Essa foi por pouco!”.
100 x 20 para a Sonserina, Tiago estava ficando maluco.
Voou a uma altura em que as arquibancadas eram apenas manchas verdes e vermelhas, azuis e amarelas.
Faltava pouco. Mais um pouco. Era isso!
Olhou para a pequena bola dourada que se debatia entre seus dedos. Desceu com o braço erguido e o rosto preenchido com um lindo sorriso.
100 x 170!
Grifinória ganhara seu primeiro jogo da temporada.

* * *

Mesmo com a vitória, s jogadores não teriam descanso. Novembro fora um mês difícil. Todos os treinos foram cancelados por causa dos ventos fortemente insuportáveis. O de hoje não foi diferente. Tiago foi para a enfermaria, pois fora acertado por um balaço. Sirius subiu sozinho para o salão comunal e encontrou Lílian Evans lendo o lançamento “Hogwarts: uma história”, um livro grosso de capa vermelha, com o símbolo da escola gravado.
Melissa escrevia arduamente sobre o pergaminho sua redação de História da Magia a respeito dos duendes, que Lílian terminara e Evelyn sequer começara.
Essa, por sua vez, sentada o chão concentradíssima, violão ao lado, caneta e papel a mão, nem reparou que Sirius sentara a seu lado e a observava.
--- O que é isso aí? Uma música?
--- SIRIUS! Você me assustou...E sim, é uma musica, mas... Hei! Devolve, Sirius... Ainda não ta pronta! Vai, me da...
Sirius a ignorou completamente, sorriu e continuou a ler.
--- Ta muito boa!
--- Olha Sirius, se voc...O que? Boa?
--- É, mas não sabia que você era música... – ela enrubesceu –Você é uma caixinha de surpresas...
--- Nem imagina o quanto.
Melissa cutucou Lílian e elas trataram de sair dali bem rápido e deixar todo o salão comunal para os dois. Saíram rindo silenciosamente.
--- Ahn, Sirius...
--- Que, Evy querida... Disse aproximando seu rosto do dela num sorriso maroto.
--- Vou dar uma festa sabe, no meu aniversário... E ia ser legal se você fosse...
--- Com certeza vou estar lá. - O rosto cada vez mais perto...
--- Que bom - disse Evelyn se controlando e virando o rosto na hora ‘h’.- Tchau Sirius.
Pegou suas coisas e saiu. A passagem virou completamente antes de Sirius dar um soco na almofada mais próxima.
--- Droga!

* * *

Era hoje, não teria saída. Dali a duas horas seria uma mulher mais que comprometida. Carregaria uma aliança e marcaria a data final... ‘O Suicídio’.
Bellatrix se olhava no espelho com um sorriso amargo.
“E ainda querem que eu sorria!”.
Seu vestido estava esticado na cama.
Levantou e foi até ele. Vestiu-o. Era lindo e original. Com um decote nada suave, num tom vermelho vibrante, longo.
“Da cor da minha ousadia”
Realçava seus cabelos negros, caindo nos ombros. E a maquiagem negra, seus olhos claros.
As horas voavam.
“Às dez horas”
Nove e três...
“Às dez horas”
Nove e quinze.
“Às dez horas”

* * *

--- Calma Evy! Ainda são nove horas!- disse Lílian
--- Nove e meia! E é minha festa de quinze anos, meninas! E eu NÃO gostei desse vestido!
“Eu mato minha mãe!”.
--- A gente dá um jeito...- sorriu Melissa, pegando a tesoura e abrindo o guarda roupas.

* * *

--- Vai, Sirius, seu idiota! – disse Sirius pra si mesmo – ‘Reclamo’ as férias de verão inteiras que não tinha nada pra faze...Bem feito! Agora você, por falta de uma, tem DUAS festas pra ir! DUAS!
--- Hei Almofadinhas? Surtando ai, porque, hein?
Era Tiago que acabara de entrar no quarto de Sirius rindo da cara do amigo confuso.
--- Qual o problema?
--- Sabe a Evelyn?
--- Sei! Vai dar uma festona hoje! Vim até aqui pra gente chega junto, cara... O Remo ta lá em baixo esperando...Hei, qual o problema?
--- A festa de noivado da Bellatrix com o retardado do Lestrange é hoje...
--- E...???
--- E que se eu for embora vou estar colocando uma placa dizendo que me importo com isso...
--- Francamente, Sirius... Você se importa e muito com isso...Alem do mais você não quer entregar a lindona da sua priminha pra outro, então vamos lá com a gente curtir a festa da Evyzinha...Quem sabe vocês não se resolvem, hein...
--- É, ‘vambora’.

* * *

Dez horas. Sirius saiu da Mansão Black com a capa da invisibilidade de Tiago, para que não notassem, claro!
Chegaram na casa da Evelyn, fachada branca e moderna com um jardim muito bem cuidado, e estava lotada. Música, comida, bebida. Eles viram Melissa e Lílian conversando. Nada da aniversariante.
A maioria vestia roupas brancas, verdes ou vermelhas. A virada do ano bruxa era tão espetacular quanto à dos trouxas. Ou mais.
Evelyn era muito supersticiosa e acabava passando um pouco disso para todos que a conheciam bem.
Sirius a viu dançando com um homem um tanto mais velho que ela. Alto, olhos castanhos e cabelos negros. Porte de ex-jogador de quadribol.
“Ai meu Deus! Eu mereço!”.
Ele a abraçou por trás quando a musica acabou e disse:
--- Muito velho... Tem idade pra ser seu pai, sabia?
Ela virou e o encarou.
--- É porque ele É o meu pai. – riu gostosamente
Estava linda. Vestido branco, cabelos soltos, sandália de salto. Nada como uma boa mágica para aquecer a casa e fazer as garotas colocarem as ‘pernas de fora’.
--- Quer dançar?- perguntou ao começar um musica mais lenta.
“Porque isso sempre acontece? Musica lenta, convite... AMO MUITO TUDO ISSO!”.
--- Claro! Por que não?
Onze e quarenta e nove.
Todos saem na varanda.Obviamente coberta por vidros e aquecida.
--- Sirius... Já ouviu falar em fazer a própria sorte?
--- Já...
--- Pois é... A meia noite de hoje, se você não estiver com ninguém... Quero dizer... Aqui tem muita gente... Mas se você não estiver com alguém que você ama... Pode comprometer o próximo ano todo no quesito amor, sabia?
--- Vou me lembrar disso.
--- Bom, eu já volto.
Ela saiu.
--- Própria sorte, é? Amor? Ta...Não vou esquecer...
Onze horas e cinqüenta e dois...
--- Mas cadê essa garota?
Onze e cinqüenta e sete...
--- Eu vou te achar, Evy... Ah, se vou...
Onze e cinqüenta e oito...
--- EVY!
Onze e cinqüenta e nove...
--- A Lílian ta ali... Lílian, você viu a Evy?
--- Ali, Sirius!
Dez segundos...
“Te encontrei!”.
Nove...
“Sai da frente!”.
Oito...Sete...
--- Sai... SAI DA FRENTE!
Seis... Cinco...
--- Da licença...
Quatro... Três...
--- Evy! – ela girou em torno de si, procurando-o.
Dois...
Ele a tomou em seus braços e a beijou. Mas não um beijo qualquer, um beijo sincero de quem espera tempos, mas chega lá. Um beijo com gostinho de amor.
Ela abriu os olhos, nem acreditava no que estava acontecendo.
--- Não esqueci...
Ela abriu um grande sorriso.
--- Feliz Aniversário, Evy!


N/A.: Genteee, ta ai o Cap...
Postadérrimo!
Espero que gostem!
Proximo cap ehm 2007!!!
Feliz ano novoooo!!!!!
Beijos!
Ah! C-O-M-E-N-T-E-M!!!!

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