Helena



N/A: Talvez fique um pouco estranho o fato de eles conhecerem e já terem visto o clipe de Helena, do My Chemical Romance, mas se não fosse assim, a fic não teria nexo XD Então, imaginem que eles vivem em 2006 e conhecem MCR \o\
Espero que gostem, porque eu fiz com muito carinho!
E, sim, é aniversário da Marlene, por isso o resumo estranho... Eu realmente não consegui pensar em algo melhor {morre}
{revive} Aliás, essa fic é totalmente dedicada a Mila Caron, como presente! Promessa é dívida... Acho que é por isso que estou falida u_u
Enjoy!

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Helena
Uma performance. Uma peça de teatro para temperar o aniversário de Marlene. E, acima de tudo, mais uma prova de que não havia nada que ELES não podiam fazer... Os seus melhores amigos no mundo todo.


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- Vamos, está na hora. – James exclamou, olhando em volta do salão comunal.

Estava vazio. Todos os “convidados” para a festa de Marlene McKinnon estavam se arrumando, ainda, sabe-se lá onde. A única coisa que havia no salão, tirando James e o pessoal que estava entrando, além da cadeira exclusiva para Marlene e uma mesa com doces e o bolo, era um pequeno palco improvisado no meio daquele lugar. Era obra dos representantes da peça, James, Lily, Remus, Sirius e Dorcas, que iriam encenar uma peça “escrita” por Marlene – já que a morena era fascinada em teatro e histórias – baseada em uma de suas músicas favoritas, Helena. Na verdade, uma reprodução do clipe.

Os “atores” entraram no salão, cansadíssimos de ensaiar, e logo se jogaram no chão do salão, que era apenas o carpete – eles deram um jeito até na lareira, que ficara oculta por um lençol branco com sombras fantasmagóricas – e o palco. Suspiraram, exaustos. A sede perfurava a garganta de todos, e logo eles já estavam bebendo a maior quantidade de água que conseguiram conjurar.

- Pronta, Helena? – James perguntou, olhando para Lily.

- Sim. E você, Gerard? – Ela rebateu, virando um copo cheio de água na boca.

- Tenho que estar, não? EU vou cantar quase a peça toda. – Murmurou ele, bebendo um gole exagerado de uma garrafinha particularmente grande e derrubando boa parte sobre sua camisa branca. – Só a Lene para escrever algo assim... Eu vou cantar no funeral de uma zumbi!

Lily riu abertamente, sacudindo a cabeça.

- Pare de falar um pouco, James... Pessoal, vamos, temos cinco minutos, e um povo acabou de chegar! – Ela exclamou, se levantando, seguida pelos outros.

Eles entraram pela parte de trás do palco, que naquele momento estava coberto por uma cortina vermelha. O cenário já estava todo montado, e Peter estava como responsável por abrir as cortinas, trocar o cenário e outras coisas. Além disso, ele daria o sinal para que a peça começasse. E tudo isso simplesmente porque era tímido demais para aparecer na encenação!

Os atores formaram um círculo, e deram um abraço coletivo. Logo depois foram vestir suas roupas, de cadáver a cantores de funeral.

Minutos depois, Lily avisou que iria para o caixão onde teria de ficar quase a encenação toda, e entrou no cenário, sumindo de vista. Sirius, James, Remus e Dorcas tocariam a música, já que os instrumentos já estavam posicionados no cenário, para dar mais realidade a peça e fazê-la parecer ainda mais com a música.

- Dez segundos! – Remus exclamou, fazendo um sinal de boa sorte a eles e indo para frente da cortina vermelha. – Boa noite!

Imediatamente o silêncio fez-se no salão, que estava cheio de alunos de todas as idades sentados no chão. E, no centro, sobre uma cadeira de “diretor”, Marlene McKinnon, completamente radiante. Remus sorriu e começou.

- Com vocês, Helena, uma encenação escrita por Marlene McKinnon baseada na música de mesmo nome, da banda trouxa My Chemical Romance. – Narrou ele, a voz trêmula e as mãos ligeiramente suadas. – James Potter como Gerard, Sirius, eu e Dorcas como membros da banda – ele esquecera os nomes, mas continuou assim mesmo. – e Lily como Helena.

Ele entrou sorrateiramente atrás da cortina, deixando para trás olhares curiosos. Então, as luzes se apagaram, deixando apenas a luz do palco se sobressaindo no salão todo. As cortinas se abriram. Todos estavam parados em seus devidos lugares, ansiosos, com expressões sérias e uma grande vontade de fazer tudo sair extremamente perfeito. Então, começaram.



- Long ago (Tempos atrás), Just like the hearse, you die to get in again (Assim como carro funerário, você morreu para entrar nele de novo)... – Começou a cantar James, com um leve chiado da bateria de Sirius. - We are so far from you (Nós estamos tão longe de você)...

Então, todos começaram a tocar para valer, naquele cenário perfeito e totalmente real de uma igreja, idêntico ao do clipe. Impressionante. Tanto que, todos os alunos, sem exceção, estavam olhando boquiabertos para a encenação.

- Burning on, just like a match you strike to incinerate (Queimando como um fósforo, você começa a incinerar)… - Continuou James, o cabelo despenteado caindo em seus olhos por causa de seu movimento com a cabeça.

Ele deu uns passos à frente, ficando perto do caixão onde Lily – que estava com uma peruca preta – estava fingindo ser Helena. James se aproximou mais, olhando para o público com tamanho drama que parecia até real.

- The lives of everyone you know (As vidas de todos que você conhece)! – Ele meneou a cabeça, dando a alma para a música. – And what’s the worst you take (E o que é pior de se fazer) from every heart you break? (de todos os corações que você partiu?)

Dorcas, Sirius e Remus, tocavam guitarra, bateria e baixo, respectivamente. Estavam parados atrás do que parecia um podium de discursos, enquanto James caminhava cantando pelo cenário, com o microfone mágico bem seguro na mão.

E Lily ficava deitada dentro do caixão, sem se mexer. Cá entre nós, ficar dentro de um caixão, mesmo que ele não esteja fechado, não é uma das coisas mais agradáveis do mundo. Ainda mais com uma peruca negra, um buquê de rosas entre os dedos entrelaçados e a pele mortalmente pálida. Era capaz até de enganar algum desinformado que olhasse para dentro do caixão...

- And like a blade you stain (E como uma espada que você mancha), Well, I've been holding on tonight (Bom, eu estarei esperando esta noite)... – Continuaram cantando, encenando perfeitamente o clipe e dando a impressão de que era uma peça de teatro profissional.

Mas, como estava planejado, de repente eles pararam de tocar e as cortinas se fecharam – uma sombria luz dançava atrás do grande pano vermelho, e o público prendeu a respiração.

Lá atrás, os membros da banda correram imediatamente para os bancos da igreja, pegando papéis que continham músicas fúnebres. No mesmo instante, atrasado, Frank entrou e pegou seu lugar atrás do podium, vestido comicamente como padre, um tipo de boina preta cobrindo a cabeça e uma veste preta com uma cruz de cristal pendurada. Ele fez um sinal positivo para os amigos, e logo as cortinas se abriram, para a única parte da apresentação que não era cantada.

- Estamos aqui para celebrar a morte de Helena, admirável pessoa que infelizmente nos deixou... Mas, embora seu corpo já não esteja com vida, sua alma está presente em nós a... A... – Frank gaguejou, olhando envergonhado para a platéia. – Sua alma está presente em nós. – Concluiu, de forma débil.

- Para sempre presente em nós. – Dorcas, Sirius, James e Remus exclamaram em uníssono, com feições sérias.

- Que sua alma descanse em paz no paraíso, e que ela consiga encontrar toda a felicidade que não encontrou em nosso mundo, o mundo dos mortais, o mundo da tristeza e da dura realidade. Que ela voe pelo céu, que suas doces mãos toquem a mão da paz eterna e que esta boa alma nunca seja atormentada.

- Amém. – E mais uma vez as cortinas se fecharam, deixando o público mais maravilhado do que já estava.

Depois de alguns pequenos minutos de intervalo, a cortina se abriu novamente, todos já de volta em suas posições do começo da peça e Frank escondido atrás do cenário, totalmente envergonhado pela gaguejada no meio da peça.

- What’s the worst that I can say? (Qual é a pior coisa que eu posso dizer?) Things are better if I stay (As coisas serão melhores se eu ficar), So long and goodnight (Até mais e boa noite)… - Continuou James, voltando a ficar ao lado do caixão de Lily.

Ele sacudiu a cabeça, tentando imitar a voz do vocalista da banda que tocava Helena, os olhos castanho-acinzentados brilhando de alegria e vontade de encenar – dentre todos os “atores”, James era o único que conservava um antigo sonho de criança: encenar uma peça com um dos papeis principais. E era naquele momento que o antigo sonho estava sendo realizado.

- So long not goodnight (Até mais, não boa noite)… - Dorcas enrolou um momento com um pequeno solo, e logo eles voltaram a tocar no ritmo normal. - Came a Time (Chegou um momento) when every star falls (Quando todas as estrelas caem) brought you to tears again (E te fazem chorar de novo)... – Ele passou a mão sobre o caixão, como se estivesse chamando por Lily, a voz expressando todo o drama e o sentimento da peça. - We are the very hurt you sold (Nós somos a dor que você vendeu)... And what’s the worst you take (E qual é a pior coisa que você pegou) From every heart you break? (De todos os corações que você partiu?) And like a blade you stain (E como uma espada que você mancha), Well, I've been holding on tonight (Bom, eu estarei esperando esta noite)...

Dorcas e Remus, que tocavam guitarra e baixo respectivamente, ficaram frente a frente fazendo caras de drama, como se aquilo fosse um duelo de cordas. Então, surpreendendo toda a platéia, Remus fingiu avançar para a garota, que apenas virou e continuou a tocar.

Naquele momento, a platéia só fazia vários “ooh” de admiração; pudera, não havia defeito algum aparente na peça. Até a gaguejada de Frank, meio vaiada na hora, fora colocada como “tempero” a peça.

- What’s the worst that I can say? (Qual é a pior coisa que eu posso dizer?) Things are better if I stay (As coisas serão melhores se eu ficar)... So long and goodnight (Até mais e boa noite), so long not goodnight (Até mais e má noite)... – Continuou James, ansioso pela hora em que Lily começava a fazer o lindo balé de Helena, a cena mais difícil de toda a peça.

Sorriu internamente, parando de andar em frente a bateria de Sirius, com a mão sobre o coração e uma cara sofrida.

- Well, if you carry on this way (E se você continuar nesse caminho), things are better if I stay (As coisas serão melhores se eu ficar)... – Ele colocou uma mão nos cabelos, abaixando a cabeça e olhando diretamente para seus sapatos extremamente pretos e polidos, chegando até a brilhar. Sentiu vontade de sorrir, mas continuou encenando, com todo seu esforço e talento. - So long and goodnight (Até mais e boa noite), so long not goodnight (Até mais e má noite)...

De repente, Lily, que ninguém sabia que estava no caixão, saltou de lá de repente, tentando imitar os passos de Helena. Pisou levemente no chão, os pés envoltos por sapatilhas pretas de amarrar. Estava com a mesma roupa de Helena; e o que mais a agradava era a sapatilha, pois finalmente podia mostrar seus dotes em balé, esporte que fizera durante a infância.

A platéia prendeu a respiração. Marlene, que estava com lágrimas nos olhos, começou a soluçar baixinho, os olhos incapazes de se soltarem do palco.

Então, a esperada cena começou.

- Can you hear me? (Você consegue me ouvir?) – Seguindo a voz de James, que parara de andar e fazer gestos, ela começou a mexer os braços, a feição concentrada e praticamente igual a de Helena. - Are you near me? (Você está perto de mim?)

Ela continuou fazendo os movimentos com os braços, avançando lentamente pelo vão entre as duas fileiras centrais dos bancos. Pisava levemente, como se estivesse sobre uma única linha, em gestos ensaiados que pareciam completamente naturais.

- Can we pretend to leave and then (Podemos fingir ir embora e então)... – Ela começou a se mover mais, os olhos espantosamente verdes destacados na pele mortalmente branca, cada vez mais próxima da borda do palco. Então, começou a girar, num movimento perfeito. - We’ll meet again, when both our cars collide? (Nós nos encontraremos de novo, quando nossos carros baterem?)...

Então, para finalizar sua cena, ela colocou o buquê na altura do queixo, arregalou os olhos e fingiu uma queda para trás, no exato momento em que as cortinas se fecharam e o som parou, como se tivesse sido cortado.

Ela correu para trás antes que caísse de verdade, e, se juntando aos outros ao lado do cenário, viu Peter fazer um feitiço e o cenário da igreja virou um tipo de escada enorme, com subida lateral, igual a do clipe. E, para ficar mais perfeito ainda, lá estava o caixão de Lily, que seria carregado pelos meninos, além do carro com a porta do porta-malas aberta para a cena final.

A ruiva correu para o caixão, que infelizmente era diferente do clipe e era transparente; mas só daria mais realidade ainda a cena. Fechou a porta de vidro, voltando a posição em que estava, enquanto os meninos e Dorcas subiam, colocavam o caixão apoiado em seus ombros e braços e uma chuva mágica começava cair, de modo que logo eles estavam completamente ensopados.

As cortinas se abriram lentamente, e os instrumentos mágicos começaram a tocar sozinhos, quando microfones embutidos surgiram nas golas das roupas dos membros da banda. Logo o grande pano vermelho estava totalmente aberto, e eles começaram a última cena daquela bela peça.

- What’s the worst that I can say? (Qual é a pior coisa que eu posso dizer?) – Cantou James, descendo um degrau lentamente, acompanhado pelos amigos. - Things are better if I stay (As coisas serão melhores se eu ficar)... So long and goodnight (Até mais e boa noite), so long not goodnight (Até logo e má noite)…

Eles desceram mais um degrau, num ritmo perfeito e sincronizado, Sirius e Remus fazendo coros de segunda voz para deixar a peça com um ar mais realista.

Era óbvio que, pela perfeita cara de drama de Sirius, James, Remus e Dorcas, a peça tinha sido muito bem ensaiada e contava com verdadeiros atores. Eles desceram mais um degrau, juntos, o caixão levantado e inclinado para baixo, mostrando Lily fingindo ser uma morta de um modo tão real e tão perfeito que um desavisado, provavelmente calouro, começou a gritar “MORTE NA PEÇA!”, sendo calado por vários espectadores violentos, muito interessados na peça.

- Well, if you carry on this way (E se você continuar nesse caminho)… - Eles desceram mais alguns degraus, accelerando os passos e cantando mais forte que nunca. - Things are better if I stay (As coisas serão melhores se eu ficar)...

Terminaram de descer as escadas, virando (para que todos na platéia pudessem ver) para o lado do carro funerário de porta-malas aberto, com um arranjo de flores sobre o teto, seguindo lentamente naquela direção, com James cantando os últimos versos e os instrumentos enfeitiçados fazendo coisas maravilhosas.

- So long and goodnight (Até mais e boa noite), - Colocaram a ponta do caixão de Lily dentro do carro, Dorcas e Sirius, que estavam atrás, se afastando. - So long not goodnight (Até mais e má noite)…

A parte cantada da música terminou, e Sirius e James empurraram o caixão completamente. Sirius se afastou, tornando a subir as escadas, enquanto James esperava os acordes finais da música.

E, durante o zumbido da guitarra, ele fechou a porta com um baque surdo, deu as costas para o público e lentamente as luzes se apagaram...

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N/A: Sim, pequena XD E eu acho que a cena final, do agradecimento deles, fica por conta da imaginação de vocês. Ou de uma possível continuação |sorriso maquiavélico| mas seria praticamente impossível, porque eu realmente preciso parar de criar novas fics XD Já são mais de dez... Meu Merlin o_o’ {a que tenta parar de escrever e não consegue XD}.
Enfim, comentem a vontade XD Podem xingar, chiar... E, quem sabe, pedir uma continuação XD Por enquanto o status daqui vai ficar como Concluído... Mas isso fica ao controle de vocês. HUAUHuhahuHUAHhu
Ah, desculpem se qualquer itálico ou negrito estiver errado, mas eu REALMENTE odeio ficar colocando tags aqui e lá T.T
Amo vocês e até a próxima!
Luh~
PS: MILA, TODA SUAAAAAA! XD

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