A última visita à rua dos Alfe
A primeira atitude que tomou quando deixou o Hospital foi voltar para casa de seus tios, e pegar tudo o que lhe pertencia. Eram, mais ou menos nove horas da manhã, Valter estava trabalhando e Duda na escola.
- Bom dia tia!! Disse ele, quando Petúnia Dursley abriu a porta.
- Você ?? O que esta fazendo aqui???
- Ô tia, isso é jeito de tratar o seu único sobrinho? Faz mais de um mês que você não me vê, não estava preocupada comigo?
Petúnia não respondeu, mas pela expressão estampada no rosto da tia, Harry achou melhor acabar com a brincadeira, e fazer o que tinha de fazer.
- Eu vim buscar minhas coisas.- Disse Harry, entrando e indo em direção às escadas.
- Buscar suas coisas? Perguntou ela, fazendo ele parar no meio do caminho.
- Sim senhora, estou indo embora dessa casa.
- Embora? Pra onde?
- O meu padrinho Sirius, quando morreu, me deixou una propriedade de herança é lá que eu vou morar
- Morar? Sozinho?
- É – Disse o garoto. Estava achando estranho essa conversa, para quem sempre evitou em falar do mundo dos bruxos, tia Petúnia estava fazendo muitas perguntas.
- E com que dinheiro? Perguntou ela com um sorrisinho no rosto.
- Bom- começou Harry- meus pais me deixaram uma pequena fortuna quando morreram, e juntando também a de Sirius, digamos que estou com um suporte financeiro muito bom.
- Quer dizer que você é rico??!! Perguntou ela espantada.
- É, mais ou menos. Estava sendo modesto, era muito rico.
- Você tinha dinheiro, e nunca nos contou?
Harry não estava entendendo aonde ela queria chegar.
- Nós te criamos, cuidamos de você, te alimentamos, suportamos essa... essa coisa que é você, tudo isso por que achamos que não tinha onde cair morto, e agora você vem me dizer que é rico?
Havia entendido, mas não estava acreditando no que ouvia. Sabia que os Dursley não gostavam dele, eles sempre fizeram questão de deixar isso bem claro desde que ele começou a entender as primeiras palavras, mas pensava que era por causa de seus pais, ou pelo fato de ser um bruxo, mas não podia imaginar que eles, nem ao menos uma vez se quer gostara dele em toda sua vida.
Harry não disse mais nada, subiu as escadas, juntou suas coisas dentro do malão e voltou para sala. Quando estava abrindo a porta, Petunia falou
- Como é já vai? não acha que nós merecemos uma compensação por tudo o que fizemos?
Agora ela havia ido longe demais. Ele se aproximou dela, agarrou se braço fazendo com que ela se virasse, e assim, ficando face a face com ele, estava agora do tamanho dela. Havia crescido muito naquele ultimo ano
- Olha tia, olha nos meus olhos!! A senhora não os reconhece? São da minha mãe, sua irmã!!. A senhora pode não ter me amado como eu gostaria, mas eu acho que a senhora um dia, amou a minha mãe. Fique sabendo que ela não teve escolha, teve que me deixar aqui para me manter vivo, para que eu matasse o assassino dela e do meu pai, eu não pedi isso, não queria, daria tudo para ter meus pais de volta aqui comigo, para ter uma vida normal, uma família que me amasse e me tratasse como um filho deve ser tratado, coisa que nem a senhora nem o meu tio fizeram, nem ao menos se esforçaram, por que era mais fácil me isolar, me tratar como um animal, mas agora eu entendo tia, a vida é assim, temos que aceitar o que ela coloca no nosso caminho, não importando o quão dificíl seja os obstáculos; A sua, te deu uma segunda chance, aproveite-a. Agora, eu vou embora, você nunca mais vai ouvir falar de mim, isso é uma promessa e, se um dia meus filhos perguntarem pela minha familia, vou dizer que vocês morreram, nessa guerra, assim como tantas outras pessoas.
Ele pegou o seu malão, abriu a porta e se foi, sem mais olhar para trás.
Estava aliviado por se ver livre deles, nunca o amaram, mas mesmo assim ele não os odiava, afinal o haviam criado, e por isso ele era grato, era uma pena que as coisas terminassem assim, mas ele nada podia fazer.
Escolheu um beco deserto para poder aparatar, sem ser visto, estava indo para casa.
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