Capítulo único



Caridosa



Eu sou digamos... uma pessoa muito caridosa. Caridosa até demais...






Por que será que simplesmente tudo acontece comigo, Lily, uma simples mortal?

E olhem que nem sou tão bonitinha assim. Ser uma loirona é um sinal de ser muito bonita, e ser uma morena também. A ruivice é desencorajadora para qualquer um. Parece que existe uma barreira que impede os outros (esse outros significa rapazes) de chegaram perto da gente, ou sequer olharem, ou pelo menos deveria. Nem ao menos tenho cabelão de propaganda de xampu, é curtinho mesmo, nem passa na verdade de aonde eu chamo de pé do pescoço, aquela região entre o pescoço e os ombros. E o pior de tudo é que nem é do tipo lindo! É do tipo muito feio e cheio mesmo. Sou uma criatura muito pouco convidativa.

Não que eu seja só cabelo. Ninguém é só cabelo. Até mesmo uma aberração da natureza como eu não é só cabelo. Também tenho cabeça, boca, nariz, olhos, corpo. Mas nada de muito esplêndido. Como eu já havia dito, não sou nada bonitona.

Baixa, muito baixa, um verdadeiro gnomo que cresceu demais (e olha como os gnomos se parecem comigo, somos tão feios), subnutrida, osso e osso. Nenhuma possibilidade de ser modelo. Acho que só o fato de entrar nos bastidores de um desfile de moda, onde tem uma porção de espelhos para que as modelos posam ficar de deliciando vendo a própria cara, já serio o suficiente para ser expulsa do lugar para sempre, por estragar a boa imagem. Minha boca é muito pequena, nem dá para passar batom direito, meu nariz é... não posso falar nada, já que tem certos indivíduos que tem esse muito maior que o meu.

Como um cara um dia vai olhar para mim, com todas essas qualidades? E já mencionei que como uma boa ruivinha sou muito esquentadinha?

E o pior (sim, tem uma cosia pior do que tudo isso sim) de tudo isso, é que alguém nesse mundo inteiro olhou para mim! Eu, Lily Evans, criatura mais feia do mundo.

Bom... talvez ele estivesse passando e verificando as garotas só pelos olhos, porque esse é meu único ponto forte, o único de meu ser inteiro. Verde, muito verde, verde mesmo, verde forte, fortíssimo! Da cor de esmeraldas, de uma folha superaclorofilada (essa palavra existe?), do portão lá de casa... tem tantas coisas que são da cor dos meus olhos... até o verde da sonserina é da cor dos meus olhos. Tenha certeza que essa é a única coisa de boa naquela casa. Não que eu seja proconceituosa, eles que têm preconceito contra mim.

E essa única parte que é de fato linda de morrer tem maravilhosas pálpebras puxadas. Raramente dá para ver a íris por inteiro. Já que nada é perfeito nesse mundo, muito menos eu. Ao contrário, estou muito próxima da imperfeição.

Mas voltando ao assunto, um milagre aconteceu e por algum motivo que não sei um garoto olhou para mim. Mas como nenhum milagre é perfeito, principalmente comigo, Deus me ama tanto que me deu essa cara, esse garoto é o maior irresponsável, imaturo, inútil, imbecil, idiota e imprestável que já existiu na face da terra.

Seu nome é James. O maior amor da vida dele é correr atrás de uma bolinha que voa que é tão inútil como ele.

Sou tão sortuda! O primeiro cara que olha para mim é um traste.

Talvez na época ele estava procurando carne nova, uma que ele nunca tenha experimentado na vida. E ele olhou para baixo e viu meu olhos, que por algum motivo deviam estar bem arregalados para mostrar a íris dos meus olhos por inteiro, e resolveu se aproximar. E me convidou para sair, sem rodeios. Sem falar nada antes disso. Sem nem perguntar meu nome, apesar de que estamos na mesma casa e no mesmo ano, e ele deve já ter sabido do meu nome feio. Sem falar nem um oi.

E fiz o mesmo. Só que não perguntando se quer sair. Falei um não sem nem ao menos o preparar antes para a decepção. Apesar de que sair com uma garota tão feia como eu deve ser mais decepcionante ainda.

A cara de bobo que ele fez depois do não foi hilária! Como se não pudesse acreditar no que tinha acabado de ouvir. Parecia na verdade em um outro mundo, pensando no verdadeiro significado da palavra não (que significa definitivamente não). Aproveitei o estado dele para sair de fininho.

Só depois eu fiquei sabendo por Sharyna que aquele parecia ser o primeiro não que ele recebeu de uma garota. Essa parte de garota deve incluir a mãe dele, já que ele é tão aquelas coisas que começam com i que eu já havia mencionado. Aquilo de fato deve ter mexido com ele bastante. Não me surpreendo que ele ficou pensando tanto na minha resposta. Vai ver de fato ele não sabia o que significava a palavra não.

Mas não sei como, ele descobriu que não significava não. E a partir dessa data James nunca parou de me perseguir e, pelo que fui informada graças as minha fiéis amigas, começou a fazer uma grande pesquisa sobre o que gosto, o que não gosto, minha família e se eu gostava nem que seja um pouquinho dele, informações dadas pelas minhas infiéis amigas. Estou a um bom tempo desconfiada que algumas andaram falando que eu gosto dele! Que absurdo. E Sharyna me disso que todas minhas amigas (menos ela, é claro) enquanto davam as informações sobre minha vida, davam um pouco em cima dele.

Como se eu fosse me importar com isso.

Esse pesadelo que pensei que ia acabar rápido, quando ele visse um outro rabo de saia muito mais lindo do que o meu, o que devo acrescentar que é bem fácil achar, ele iria parar com essa perseguição à pobre Lily. Só que parece que ele achou que a perseguição a pobre Lily é muito mais legal do que sair procurando um rabo de saia bonito. Parece que é o passatempo predileto dele me atormentar.

Pelo que já deu para perceber, sou uma moça de opinião forte. E minha opinião sobre ele prevalece até hoje, ano depois do primeiro não. Minha opinião é que ele merece sempre um não. E fala não, não, não e para diversificar um pouco de vez em quando falo um nem morta e nunca.

Mas... nesses dias... bom... aconteceu uma coisa.

Lá estava eu , quietinha no meu canto, conversando com a Sharyna, ambas em paz quando alguém de repente aparece por trás de mim. Pensando que é James, que há mais ou menos um ano adquiriu o desagradável hábito de tentar dar um beijo em mim quando estava distraída, virei bruscamente e falei muito irritada:

- O que é que foi?

Mas quando ele entrou no meu campo visual, vi que o ele não era bom o ele que esperava. Não era o James, e sim seu melhor amigo, Sirius. Não que isso significa que minha visão foi mais agradável da que eu imaginava ver: era tão desagradável quanto o outro.

Bom, talvez não tão desagradável assim, já que pelo menos ele tão o bom censo de não me convidar para sair dia sim, dia não. Acho que James pede para os amigos não se aproximarem muito de mim. Sinceramente, acho que com uma cara feia desse jeito, só um cara na minha vida inteira iria olhar na minha cara. Esse aviso é muito inválido.

- Evans, será que agente poderia conversar. É que tem uma cosia que tenho certeza que você gostaria de saber. Se bem que na verdade você tem a obrigação de saber.

Nesse momento comecei a prestar atenção de verdade. Talvez o amiguinho idiota e imbecil dele finalmente criou um pouco de juízo na cara e resolveu parar de correr atrás de mim. E depois de analisar todos os nãos que já falei para ele, descobriu que não consegue nem olhar mais para minha cara, pediu ao amigo igualmente idiota para falar que ele nunca mais quer me ver na vida.

Ou isso ou então descobriu que eu sou muito mais que um par de olhos lindos. Viu o restante de mim e decidiu que aquilo que viu não era nada agradável.

De toda maneira, fiquei muito animada. Todas as possibilidades que havia pensado era muito favoráveis a mim, mesmo que eu tenha consciência que James é o único rapaz que olhou para mim na minha vida inteira, e o único que vai olhar.

- Em particular – falou ele, olhando para a Sharyna, que logo entendeu a mensagem de cair fora de lá. Se bem que já estava pronta para falar alguma coisa como não tenho segredos com minhas amigas. Ela é muita rápida. O que era verdade, mas era mais verdade ainda que não confiava nada em Sirius, e muito menos sozinha com ele, mesmo sendo para falar que seu amigo idiota se desencantou comigo.

Mas talvez ele nem tenha percebido que meus olhos são um pouco bonitinhos, e me acha uma feiosa total!

- Evans, não sei como vou te dizer isso, é muito complicado – começou a dizer ele, muito sério, sério como nunca tinha visto na vida. Se bem que as únicas vezes que vejo ele, está perto do amigo imprestável fazendo brincadeiras idiotas de mal gosto, de modo que nunca o vi sério. – Nem sei como começar.

- Começa pelo começo.

Queria muito que ele falasse tudo de uma vez, como só um “O James nunca mais quer te ver na vida.”. Ainda não me agradava o fato de ficar sozinha com um garoto idiota como o outro, mesmo que não tivesse ninguém perto de nós e ninguém olhava para a gente. Mas era muito mal educado falar fale de uma vez por todas.

- Não sei se você em observado o James utilmente – o que ele sabia que nem precisava dizer, já que eu nunca observo ele, ele que me observa – ele tem andado meio caído, você sabe, desanimado demais – o que era verdade, já faz um mês que não tenho que ficar berrando direto com ele por maltratar as pessoas menos fisicamente privilegiadas do que ele (eu tenho que defender meu iguais, não tenho? Gente que como eu, são feios, feíssimos.) – nós, eu, Remus e Peter – e obvio que esse nós não me incluía – fomos procurar a Madame Rice, a enfermeira, você sabe. Para que o James não desconfiasse de nada, falamos para ele que tínhamos a impressão de que ele estava um bocado gripado. E ele acreditou, você acredita nisso, sem ter nem espirrado uma vez?

Sim, acredito, ele é um tapado. Mas não falei. Ainda estava tentando associar uma desanimação com um “eu nunca mais quero te ver na minha vida, Lily”.

- E ele foi. Só que lá, nossa!, ela descobriu que ele não estava gripado, como se não soubéssemos disso. Mas tinha certeza que tinha uma coisa. Esse que o estranho, ela não sabia o que tinha de estranho, só falou que não era para falar nada desse estranho para o James. Nem sei porque tinha falado isso, se nem sabia o que era. E pediu que fizesse alguns exames lá no Saint Mungus. E na semana passada, na terça-feira ele foi. Ele ficou o dia inteiro fora, lembra?

Lembro. Ele ficou um dia inteiro sem ir às aulas, não se encontrava com ele nos corredores e vi ele só de noite, quando ele foi me perguntar se queria sair com ele. Eu disse que não, é obvio. Se bem que não fiquei nada preocupada com o sumiço dele, ele não vive cabulando aulas? Aliais, eu nunca fiquei preocupada com ele. Continuava a prestar atenção na história dele, tentando adivinhar o final. Deve ter algo haver com os óculos e não enxergar direito. Vai ver que agora ele esteja enxergando direito.

- Evans, - ele respirou fundo, seríssimo – a partir de agora eu quero que você guarde segredo a qualquer custe, por favor!

- Certo – falei esse certo mesmo sabendo que não enxergar bem não é um defeito tão grande assim. Ele já não enxergava bem, vai ver piorou mais.

Sirius inspirou profundamente e recomeçou, sendo que a cada palavra minha atenção redobrava. A próxima poderia ser quer, e depois te e ainda deixar, e para terminar um em paz!

- Nessa semana os curandeiros, você sabe, como os mégicos trouxas – “Médicos” falei. Tem gente nesse mundo que precisa mesmo fazer umas aulas de estudo dos trouxas – é, médicos, é isso ai!, chamaram os Potter pais lá para o Saint Mungus, e depois eles chamaram a gente. A Sra. Anne estava chorando. – apesar de não saber de que Anne que ele estava se tratando. As únicas Annes que conheço são uma menina que dorme do dormitório ao lado do meu, minha vizinha que tem uns cem anos e a tia da minha vó. Essa Anne deve ser a mãe do James – De todo gente ela havia pedido que os curandeiros falasse com a gente, já que somos melhores amigos e ficamos grudados o dia inteiro completamente. – o que era verdade – E o cara disse para gente o que ele tinha. E...

E ele parou de falar bruscamente. A cara dele era muito, muito mesmo, preocupado. E eu estava louca para saber o que havia acontecido, como se esse fosse o final de algum livro que havia gostado muito, como de “O nome da rosa”, que na minha opinião é o melhor livro que já foi publicado. Queria muito saber o que James tinha.

- E... o quê? – falei esganiçada.

- Ele falou que o Prongs – que é o apelido digamos idiota de James – tem... ele tem...

- Tem o quê?

- Tem... Anomalia de Panayiotou-Caine – falou bem baixo.

Anomalia de Panayiotou-Caine? Eu nunca na minha vida inteira havia ouvido isso. Quando falei isso para Sirius, ele falou infeliz:

- É que é uma doença muito rara – me arrepiei – e... e... fatal.

Quase gritei. Quase, foi por pouco. Inesperado foi esse choque. Eu nunca quis que ele morresse, mesmo falando um “Por que você não morre?” toda semana! Nunca quis! Nem quero. Seria muito melhor que Sirius gritasse ele fatal! Foi tão cruel para mim ouvir o fatal tão baixinho como ele falou, tão triste e... fatal...

Eu não quero que ele morra, não quero.

- Mas talvez ele se salve.

Se salve. Talvez. Mas. Ele. Tudo embaralhava no meu cérebro. Não sabia onde encaixar essas palavras. Só depois de trinta segundos (que se formos analisar bem, é muito tempo se alguém espera que a gente fale alguma coisa) que consegui de fato formar uma frase com isso. Talvez ele se salve. Mas ele tem que se salvar!

- Como é que ele se salva? O que é que tem que fazer? Eu posso fazer alguma coisa? Meu... meu sangue é do tipo AB, serve?

- Sangue tem tipo? Esse negócio de colocar tipos em sangue é trouxa?

Por alguns segundos eu seriamente pensei que estávamos em um livro de romance, em que a única pessoa de toda cidade que pode salvar o mocinho de morrer é a mocinha, que tem o mesmo tipo de sangue que ele.

- Esquece esse negócio de sangue. Esqueci que não estávamos no mundo dos trouxas.

- Certo. Mas tem uma coisa que você pode fazer. Só não sei se você vai querer fazer..

- É claro que quero fazer! Claro que não quero que ninguém morra! O que é que eu faço? Eu posso fazer qualquer coisa que estiver ao meu alcance! Qualquer uma!

Ele não falou. Talvez ele como eu, esteja tão preocupado com o amigo que não consegue formar frases direito. Ou então não sabia como falar alguma coisa.

- Essa tal anomalia é uma doença mágica. Ela é meio estranha para você, já que você viveu como trouxa por uns bons anos. Só ataca pessoas que sofreram uma grande decepção na vida. E ela vai roendo a pessoa que tem ela por dentro, até a morte. E enquanto isso ela vai sofrendo, e muito. Não tem nenhuma poção que cura e nem uma mágica. Só tem um modo de cura, que não é nada comum.

- E o que eu tenho que fazer? – eu já estava ficando desesperada. Roer a pessoa por dentro? Deve ser muito cruel essa anomalia de não-sei-o-quê! E deve doer muito.

- Evans, tecnicamente a cura disso é muito simples. Mas talvez não seja tão simples assim para você. Só você, Lily Evans, pode salvar o James.

- O que eu tenho que fazer? – será que ele não podia simplesmente me falar o que tenho que fazer em vez de me enrolar? Esta espera está me angustiando! Se ninguém fizer nada rápido, ele vai morrer! Eu não quero que ele morra! Já disse isso mil vezes!

- Acho que você mesma quando descobrir o que é não vai querer fazer...

- Fala logo!

- Você tem que... – ele parecia recear o que iria dizer. – bem... fingir que saí com ele – terminou de supetão.

- Quê??

Quase berrei. Por pouco não faço isso. Foi um choque. Que tipo de doença que a cura é sair com uma garota? Nenhuma que eu conheça. Talvez só depressão, sair com alguém para tentar esquecer de algumas coisas. E isso não é fatal, e nem tem um nome tão idiota como Alguma-coisa-Caine.

- É que essa Anomalia de Panayiotou-Caine só se cura se a decepção de vida da pessoa que sofrer dela se sua decepção de vida for resolvida. E no caso do Prongs, a decepção de vida dele é você.

- Eu?

Não é possível. Eu não posso ser a decepção de vida de alguém. Eu não faço nada errado completamente. Talvez a decepção de vida dele seja outra coisa. Quando eu falei isso à Sirius (na verdade só falei a última parte), ele simplesmente respondeu:

- O que seria uma decepção na vida de alguém pior que ser rejeitado pela garota que gosta?

Tenho certeza que ele está disfarçando essa pergunta. Na verdade ela é mais ou menos assim “O que seria uma decepção na vida de alguém pior que receber milhões de nãos de uma mesma garota?”. E tem coisas muito pior que isso. Mas não na vida dele que parece ser tão tranqüila e sem complicações.

- ... – essa foi minha maior capacidade naquela hora: não falar nada!

- Evans, eu sei que é difícil fazer isso. Mas você só precisa fingir que é a namorada dele até que essa Anomalia de Panayiotou-Caine passe. E então você pode dar um fora nele e rezar para que a doença não volte.

- Como assim que a doença não volte.

- É que uma pessoa que tem essa doença tem depois de curado um risco muito grande de desenvolver a doença de novo em um caso de desapontamento muito grande as chances da doença voltar.

Da doença voltar! Não quero que ninguém seja dissolvido dolorosamente de dentro para fora!

- E aí, o que você vai fazer? – perguntou esperançoso.

- Eu vou... eu vou... eu vou... – fiquei repetindo isso como uma idiota, enquanto conseguia alguns minutos a mais para pensar. Essa é uma decisão muito difícil de ser tomada de uma hora para outra, principalmente se a vida de alguém depende disso.

- Lembre-se que se alguma coisa acontecer, quem vai ficar com remorsos é você.

É, quem vai morrer é ele e quem vai morrer de remorsos sou eu. Oras o que eu estou dizendo? Ele não vai morrer, eu não vou deixar.

- Certo, então eu saio com ele sim.

Nem sei como essas palavras simplesmente saíram da minha boca. Durante anos (Anos!) minha relação com ele era de dizer não, não e de vez em quando nunca. Sempre pensei que quando saísse da escola daria um jeito de fazer ele nunca mais me encontrar. Penei em viver em paz, sozinha mas em paz. As chances que eu disserem um sim apara alguma coisa relacionada em sair com ele eram para mim nulas. Isso até menos de uma hora atrás. E vem essa história bombástica de Anomalia de não-sei-como-se-fala e acaba com esse meu plano. Não é mais minhas vontades que estão em jogo: é a vida de alguém.

- Nossa, Evans, obrigado, obrigado mesmo! O James vai ficar radiante quando souber que você decidiu sair com ele. Mas não é para você comentar em hipótese alguma sobre ele estar doente com ele. Ele não pode saber de nada. Vou correndo falar isso com ele.

E saiu correndo, feliz da vida, quase saltitando. E eu fiquei pensando no que eu havia acabado de fazer.

Estou simplesmente perdida!

Tudo bem que eu acabei de salvar uma vida, foi bonitinho e coisa e tal, mas com isso eu acabei sem querer estragando a minha! Completamente arruinando.

Para começar eu vou ter que sair com ele. Saindo com ele! Uma coisa que nunca na minha vida havia cogitado a real possibilidade de acontecer. Todos os pequenos (e raros) momentos que eu me atrevia a pensar em como seria minha vida namorando com ele, me arrependia instantaneamente. Nunca gostei do que via.

Em primeiríssimo lugar eu viraria um troféu para ele mais importante que uma taça de quadribol (que é a coisa que ele mais adora no mundo e que acho mais ridículo) ou um Oscar. Seria um tal de em grandes multidões reunidas me abraçar ou me agarrar, só para mostrar para todo mundo que conseguiu domar a megera indomável. Se bem que ele não domou coisa nenhuma, cedi por livre e espontânea vontade. Se bem que não é tão livre assim, já que se não fizer isso, ele vai simplesmente morrer!

Depois vem as lindas conseqüências de sair com ele para a minha reputação: ela vai por água a baixo. Anos e anos fazendo-a algo impecável, nem nenhum posto negro, e vem uma grande bomba e detona ela completamente. Vai ser humilhante admitir para o mundo inteiro que sairei com James Potter! Desde que eu me entenda como gente, todas as garotas que saem com ele perdem de um segundo para o outro a pose de boa moça.

Ai, meu Deus! Agora que estou me lembrando disso! Eu vou ter que beijar ele! Beijá-lo! Uma tortura, pura tortura! E acho que para fingir bem que estou saindo com ele não vou poder fazer isso na bochecha, o que já seria bem ruim. Deve ser na, ahg!, boca dele! Deve haver bilhões de germes nojentos nela, e já devem haver cem garotas que beijaram ele. Que lindo meu destino, beijar nos lábios de um cara cheio de germes e que já beijou duzentos garotas no mínimo. Tem que ter muita caridade uma pessoa que decide sair com um ser desses!

E outra coisas bastante ruim! Tenho que pensar menos, já que toda vez que faço isso penso em uma coisa ruim. Isso é sério. Não faz nem cinco minutos que decido sair com James e já penso em tudo isso. Nem quero imaginar as coisas que posso ocasionalmente descobrir.

Eu vou ter que apresentar meu pais à ele! Tudo graças ao fato de já estarmos em Maio. O ano escolar já está acabando e minhas temporada em Hogwarts também. Talvez ele tenha que até freqüentar minhas casa! Já imaginou o que ele irá falar?

Ah! James está vindo aí. Só não sei como ele me encontrou. Sirius deve tê-lo dito onde é que eu estava. E pelo soriso no rosto, já o deu as boas-novas. Como é que vou fazer isso?

Nossa! Eu sou mesmo muito caridosa...


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