Pai e filho
Cap. 10
Estavam frente a frente. Olhos nos olhos. O verde esmeralda e o castanho chocolate se encontravam. Apesar dos óculos era possível perceber a intensa tensão que carregava aquela troca de olhar. Ambos nervosos, mas tentavam não demonstrar. A coragem Grifinória estava ajudando bastante naquele momento. Milhões de pensamento iam e vinham em suas cabeças. Perguntas, dúvidas e pensamentos que se embaralhavam magistralmente entre os cantos obscuros de suas mentes falsamente seguras de tudo o que estava para acontecer. Várias imagens apareciam misteriosamente diante de seus olhos e faziam com que seu cérebro trabalhasse cada vez mais rápido, fazendo com que seu sangue corresse velozmente através de suas veias e seu coração bombeasse o dito cujo com batidas e rebatidas vorazes no interior de seu peito. Tudo isso acontecendo e a única coisa que James conseguia pensar era o por quê de tantas perguntas e nulas repostas?
Harry também acontecia a mesma coisa, porém este matinha a calma. Aprendera aquilo com muita dificuldade, mas sempre tomava como exemplo seu grande tutor, Alvo Dumbledore. Já não doía tanto pensar no velho diretor, afinal, passara-se um ano desde que tudo aconteceu. Onde para alguns tudo acabou, mas para outros, tudo iniciou-se de uma forma devastadora. Lutas, mortes, desaparecimentos, torturas, ataques a lugares movimentados, famílias extintas, guerra. Todos estes acontecimentos eram diários. Já recebera muitas cartas de ameaças, tanto dos Comensais da Morte, quanto de pessoas desesperadas e sem mais nenhuma esperança. Porém, o que era para ser feito para acabar com a guerra, estava fazendo. O resultado estava demorando, mas sabia que compensava.
Estavam parados no meio do jardim, ou pelo menos do que um dia fora um jardim belo, vasto de grama verde e águas de um lago límpido. Hoje, estavam em uma terra seca e sem nenhum indício de vida por perto. O Salgueiro Lutador estava seco e murcho, mas ainda resistiam algumas folhas, visto que ele era um vegetal mágico e tinha mais resistência a secas que plantas normais.
James era o que estava mais inquietante, mas não sabia como começar a conversa. Harry fez este favor a ele.
- Então, você é meu pai.
James olhou nos olhos de Harry. É, aquilo era bom para se iniciar uma conversa.
- Bom, pelo que a Gina disse, sim. – Logo depois de sua fala James foi perceber que estragou tudo. Falar de Gina àquela hora deixou Harry meio inquieto, mesmo ele tentando não demonstrar.
- Você conversou muito com a Gina?
- Ah, sim. Bom, nós conversamos sobre você. Sabe, coisas de sogro e nora. – Mais uma vez estragara. Por que foi falar aquilo? Agora Harry estava intrigado.
- É. Coisas de sogro e nora. Mas o assunto era eu. Posso saber do que falaram? – Harry estava sabendo contornar a situação muita bem.
- Bom, ela me contou que você é meu filho. E...- Agora não sabia se deveria contar sobre ele saber do rompimento do namoro dos dois e do porquê. Olhou para Harry e decidiu contar. -... Eu sei que vocês namoraram um tempo e romperam por causa da guerra.
Harry olhou para baixo. Provavelmente pensando sobre tudo o que acontecera entre ele e Gina, e agora saber que seu pai que veio do passado está sabendo disso. Era complicado.
- O que vocês vieram fazer aqui nesse tempo? – Harry perguntou rudemente para James. Isso o assustou. Neste momento o céu escureceu. Parecia que uma forte chuva estava para se iniciar no local.
- Bom, de primeiro pensávamos em vir para cá, para ver como era esse tempo. Sabe, ver nossos filhos. – James olhou para Harry e percebeu que este engoliu a seco. Provavelmente aquelas palavras o tocaram fundo. – Mas quando fomos testar a Sala Precisa, sabe, para ver se funcionava como uma Sala do Tempo, nós testamos no dia seguinte ao nosso e acabamos encontrando nós mesmos. Os nossos “Eus” falaram que tínhamos que cumprir uma missão muito importante aqui. Nos deram o dia, o mês e o ano para vir para este tempo. E cá estamos.
- Vocês sabem que missão é esta? – Parecia que Harry não demonstrava estar com paciência. Relâmpagos cortavam o céu. Indício que a chuva logo começaria.
- Não, nós não sabemos. – James respondeu não gostando do tom que seu filho usava para consigo. A chuva começou.
- Então vocês podem ir embora. Não há nada que possam fazer. O melhor que podem fazer é obedecer que a Lei do Tempo. Cada um no seu lugar. – Dizendo isso, Harry virou as costas e começou a caminhar.
- Espera. – Gritou James. Harry parou de caminhar e virou para James. – Vocês estão numa guerra. Toda ajuda é bem vinda nessa hora. Eu quero e sinto que preciso ajudar. E falo em nome do Sirius que ele também não quer ir agora. Não vamos embora. – James falara aquilo de forma irritada. Parecia que tinha sido insultado pelo Harry.
A última fala de James parecia definitiva, mas Harry não concordou.
- Não. Vocês não podem ficar. Tem que ir embora justamente pela guerra. Não sabem o que é uma. – Harry falava alto agora, no mesmo tom de James. Não falavam mais alto porque suas cordas vocálicas não agüentavam.
- Você acha que não sabemos? Pois vou te contar uma novidade: nós também estamos vivendo uma guerra no nosso tempo. Também lemos sobre assassinatos e seqüestros no Profeta Diário.
- Não estou falando de simplesmente ler uma matéria no jornal. Estou falando de presenciar mortes e torturas e não poder fazer nada. Perder pessoas que amamos e viver na agonia se amanhã vamos sobreviver. – Harry mais parecia estar desabafando o que sentia do que estar conversando com James.
- É claro que eu sei o que é perder pessoas que amamos. Não faz muito tempo meus avós foram mortos por um comensal da morte, como uma ameaça ao meu pai que é auror. Também não sei quanto tempo de vida que ele tem. – James também parecia estar desabafando um pouco. – Quero fazer alguma coisa para extinguir essa guerra que parece que nunca vai acabar. Quero fazer alguma coisa. Qualquer coisa. E não vai ser você que vai me impedir.
- Vou sim. Você não vai ficar aqui. É muito perigoso. Você não pode ficar. – Harry falava em um tom exigente que James odiava receber. A chuva estava pesada e os dois encharcados.
- Eu vou ficar nem que isso custe a minha vida. – Falando isso, James apontou a varinha para Harry. Este continuou imóvel.
- Se você ficar, sua vida estará em perigo. E se acontecer alguma coisa a você eu nunca vou me perdoar, além do que se você morrer, eu morro junto. O tempo vai ser outro, totalmente diferente desse. – Harry explicou tudo aquilo com aparente calma.
- Então é isso. – James estreitou os olhos, baixou a varinha e continuou a falar. – Você não quer que eu fique aqui para você ficar protegido. Se alguma coisa acontecer comigo acontece com você. Você não se importa comigo, se importa com você.
- Não é nada disso. Eu me importo com você. Por isso mesmo quero que você não arrisque sua vida neste tempo. – Harry tentou explicar o que realmente acontecia, mas James parecia não entender.
- Nunca pensei que você fosse tão egoísta. Tenho vergonha que você seja meu filho. – Falando isso James começou a caminhar em direção ao castelo.
James foi caminhando, mas ao passar por Harry parou do seu lado ao ouvir sua voz. Apesar de estarem lado a lado, se encontravam em direções opostas.
- Não era o que achava quando eu estava sob o efeito do feitiço.
James engoliu a seco. Sua visão estava focada no castelo, mas seus pensamentos estavam todos centrados em Harry. Seus sentimentos estavam tão conturbados que não sabia mais se sentia frio ou calor. Resolveu responder.
- Estava enganado. Eu não o conhecia.
Quando o disse, voltou a caminhar para o castelo sob a chuva que ainda caía pesadamente. Conforme andava, parecia que mais se afundava na terra agora molhada. Sentia-se acabado. A primeira conversa que teve com seu filho, brigara. Mas com razão. Se seu filho era tão mesquinho ao pensar somente nele, de nada valia ter ao menos seu respeito. Sentia-se enojado ao pensar que um dia teria esse filho. Não sabia como Gina, que parecia ser uma garota legal, fosse gostar de uma pessoa como seu filho. Olhou para trás e viu Harry no mesmo lugar, cabisbaixo. Não movera um músculo desde que falara aquilo para ele. Achava merecido. Quem sabe aprenderia alguma coisa.
Voltou a olhar para frente e viu Sirius na porta do Saguão de Entrada conversando com Rony, Hermione, Remo e Gina. Quando entrou foi atolado de perguntas. A única compreensível foi a de Sirius, que perguntou como foi a conversa. Não demorou a responder.
- Pior impossível.
Todos ficaram estáticos. Essa era a resposta mais temida de todos e foi um grande impacto ouvi-la. Sirius logo começou a falar.
- Mas como assim. Pensei que vocês se dariam bem.
- Também pensei. Mas agora que conversei com ele, percebia que ele é a pessoa mais mesquinha e egoísta que já conheci. – James falava aquilo cuspindo as palavras. Hermione logo se prontificou.
- Então ouve algo mal entendido. Eu conheço o Harry muito bem e a última coisa que ele pode ser é egoísta. Não. A única coisa que ele se preocupa é com a nossa segurança e das pessoas que ele mais ama.
- Então a única pessoa que ele ama é a si mesmo. Eu tenho nojo de ser o pai dele. – James talvez se arrependera de ter dito aquelas palavras, porque ao dizê-las, Rony o socou no rosto. O murro foi de tamanha intensidade que James caiu no chão do Saguão. Foi necessário Remo e Sirius segurarem Rony para que este não continuasse a bater em James. Gina e Hermione não sabiam o que fazer. Poderiam ajudar James, mas o que ele acabara de dizer as impediram.
- NUNCA MAIS FALE DO HARRY DESSE JEITO. VOCÊ NÃO O CONHECE. – Rony urrou para James. Este continuava no chão, com o nariz sangrando. Levantou-se e falou.
- Almofadinhas, quero falar com você.
Sirius olhou para Remo buscando uma resposta no que fazer naquela situação. Remo o assegurou que cuidaria de Rony. Com a certeza que recebera de Remo, Sirius soltou Rony com cuidado e seguiu James em direção as escadas. Eles subiram e encontraram uma sala vazia. Entraram e começaram a conversar.
- Pontas, o que aconteceu? O que foi aquilo no Saguão? O que vocês conversaram?
- Calma Almofadinhas. Uma pergunta de cada vez. Vou respondê-las, mas, por favor, pergunta uma de cada vez. – Ao falar, James puxou a varinha e arrastou duas cadeiras. Eles se sentaram e voltaram a falar.
- Pontas, como foi a sua conversa com o Harry?
James explicou contou como foi a conversa e do porquê de ter dito aquelas palavras sobre Harry. Sirius ouviu cada palavra com atenção, como se fosse uma aula, embora nunca tivesse aprestado tanta atenção em uma. Ao final, Sirius se encontrou estático. James se enganara sobre Harry. Como Hermione disse, tudo um mal entendido. Mas antes de poder explicar a James como realmente tudo tinha acontecido, este se adiantou e falou.
- Nós vamos voltar. Se ele quer assim, eu não ligo. Mas eu não quero lutar ao lado de alguém tão egoísta. Não quero mais saber de nenhuma missão. Nós vamos voltar.
Sirius indignou-se com as palavras de James e tratou logo de revidar.
- Não, não vamos. Nós vamos ficar aqui e ajudar eles na guerra. Você não quer acabar com aqueles Comensais que mataram seus avós ano passado? – Sirius se levantou da cadeira e se apoiou nos braços da cadeira de James. Olhou nos olhos de seu amigo e voltou a falar. – Não quer acabar com eles com suas próprias mãos? Nós temos essa chance. Com certeza não teremos no nosso tempo, mas vamos ter nesse. Vamos ficar.
- É o que mais quero, mas não dá. Se nós ficarmos tudo vai ser diferente. – James estava tentando revidar o que Sirius lhe disse, mas aquilo lhe tocou fundo.
- Desde quando James Potter se importa com problemas? Desde quando? – Sirius Começou a gritar levemente. Não estava reconhecendo seu amigo. James também se levantou.
- Desde que descobri que meu filho é um covarde. – James respondeu no mesmo de Sirius.
- Ele não é um covarde. – Sirius aumentou o tom de sua voz.
- Como você sabe? Você não o conhece. – James fez o mesmo que Sirius.
- Nem você. – Dessa vez, Sirius abaixou o tom de voz.
James encarou Sirius, e este o mesmo. Nunca haviam brigado tão seriamente como estava acontecendo. Estava muito delicada aquela situação. James resolveu quebrar o silêncio.
- Se você quiser ficar, tudo bem. Eu vou voltar. – James finalizou aquela conversa, mas parece que Sirius queria ter a última palavra.
- Já vai tarde. Não te reconheço mais como meu amigo. – Após ter dito essas palavras, Sirius sacou a varinha e com um aceno empurrou James para fora da sala e trancou a porta.
Seu coração agora estava quebrado. Fazer aquilo com James lhe doeu não só o coração, como todo o seu corpo. Seus olhos já estavam marejados e suas pernas bambas. Mas continuaria firme, como todo maroto tinha que ser. Puxou uma cadeira e sentou-se. Abaixou a cabeça e fez o possível para não chorar.
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James chocou-se contra a parede oposta à sala. Sirius utilizou muita energia naquele feitiço e fez com que ele voasse contra a parede. Sua costa estava dolorida e sua cabeça também havia batido, mas com pouca intensidade, não impedindo que esta também doesse. Aos poucos se levantou e começou a caminhar em direção à Sala Precisa. Através dos corredores começou a refletir sobre o que poderia ter acontecido para tudo acabar daquele jeito. Dumbledore morreu; a guerra continua de uma forma mais assustadora que poderia imaginar; Remo tem uma filha órfã de mãe; acabara de brigar com seu melhor amigo; e o pior de todos, seu filho é um covarde egoísta. Sinceramente, não há como piorar a situação agora. Chover não poderia ser, pois já estava chovendo. O que poderia ser pior?
Continuou a caminhar até chegar na parede de pedra que provavelmente seria a passagem para a Sala Precisa. Teria coragem de deixar seu melhor amigo em um tempo de guerra? Teria coragem de deixar lutar para satisfazer seus caprichos? Teria coragem de abandonar seu filho em perigo e ir para um lugar mais seguro? Não. Isso não é coragem. Isso é ser covarde. Julgava-se o corajoso, mas o verdadeiro covarde era ele mesmo. Decidira. Não voltaria para o seu tempo. Ficaria. Mas mesmo assim, será que teria coragem de voltar e conversar com Sirius?
Ficou ali, encarando a parede de pedra até ouvir uma voz que nunca ouvira na vida.
- Harry?
Virou-se e viu um garoto da sua altura, moreno e olhos escuros. Bochechas rosadas e um pouco rechonchudo. Aparentemente estava emagrecendo, provavelmente resultado da guerra. Tratou logo de responder.
- Não sou o Harry.
- Ah, me desculpe. Pensei que fosse o Harry. – Disse o garoto envergonhado.
- Eu também pensei. – James falou olhando o garoto. Aquela frase o confundiu.
- Eu estou procurando ele. Você o viu? – O garoto parecia estar com muita pressa.
- Eu vi sim, mas não quero saber daquele covarde. – Parecia que James queria descontar sua frustração em alguém. Simplesmente começou a descontar no primeiro que apareceu.
- O Harry não é um covarde. Ele é a pessoa mais corajosa que conheço. Já me salvou de diversas situações de risco. E também salvou muitos. A única coisa que o Harry não é um covarde. – O garoto parecia ter se revoltado com o que James disse.
- Que situações? – A chance para que James conhecesse Harry era aquela.
- Muitas. Ele já matou um basilisco no segundo ano. Derrotou mais de cem dementadores no terceiro. Participou do torneio Tribruxo no quarto. Enfrentou muitos comensais no quinto. Nos ajudou contra a invasão de comensais aqui em Hogwarts no sexto, embora não obtivemos sucesso. E já enfrentou Você-Sabe-Quem diversas vezes, e na maioria dessas vezes saiu vitorioso. O Harry não é um covarde. – James ficou estático com que o garoto disse. Harry realmente fizera tudo aquilo?
- Ele está no jardim. – James respondeu ainda estático. O garoto começou a correr em direção ao jardim, mas antes de sair da vista de James, este perguntou gritando. – Qual seu nome?
O garoto parou de correr e se virou para James.
- Neville Longbottom. – Dizendo isso, Neville se adiantou pelos corredores.
N/A: O que posso falar? Acho q desculpas naum vão adiantar. Esta bem: desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa...ETC...
Naum to tendo tempo nem p/ liga o pc. Soh fds e olha lah. Tentei aumente o cap. mas minha imaginação anda falhando. Naum vou responder os comentário hj, mas no próximo vou tentar o possível para naum demorar e responder a tds. Muitos agradecimentos e sinceras desculpas. Bjos
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