O Marco
Desculpem-me a demora...
E respondendo a pergunta sobre o título: Não se preocupem não é um Drama. Está mais para uma comédia (ainda que não tenha "comédia").
Fico feliz que tenham gostado!
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Capítulo I – O Marco
--Há oito anos atrás...--
A casa, número 12, em Grimmauld Place estava, finalmente, em silêncio... Era tarde.
-Não peça que me afaste de ti – ela murmurou apoiando sua cabeça sobre seu peito, Harry suspirou abraçando-a de volta pela cintura, antes de lhe beijar o topo da cabeça.
-Não o farei. Não mais...
A morena levantou os olhos para ele, um sorriso pequeno e sonolento em seus lábios. Ela se aproximou, beijando-lhe a esquina de sua boca, antes de se apoiar novamente nele e fechar os olhos.
No minuto seguinte, dormia em seus braços.
Harry ainda ficou observando a garota... A mulher em seus braços por uns minutos, rezando por estar fazendo a coisa certa.
Não saberia... Não conseguiria... Não podia viver sem ela. Sem perceber, o moreno a aprisionara com mais firmeza. Ele inalou seu perfume fechando os olhos. Hermione...
Aquela sua amiga ainda o deixaria louco... Tinha certeza.
Ele sorriu fracamente. Ela era a única que poderia lhe fazer mudar de idéia. Era a única que se fazia escutar ainda que ele gritasse e urrasse para não o fazer. Ela nem precisava de força para ter sua atenção... Ela nem sempre dizia o que ele queria ouvir e, algumas vezes, feria seu brio, mas Harry, ainda que nunca fosse dar o braço a torcer, sabia que, na maioria das vezes, era ela quem estava com a razão. Pra variar. Era... Ela era a única que o entendia. E o fazia até mesmo com apenas um olhar. “Ela é fantástica” pensou antes de fechar os olhos, rendendo-se ao sono.
--Há horas atrás--
Harry estivera calado o dia inteiro, quando Rony ou Hermione insistia em lhe perguntar algo, na maioria das vezes o rapaz respondia com monossilábicas.
Já era noite quando Harry falou, por fim, uma frase inteira. Ele suspirou e se levantou do sofá onde estava lendo (lê-se: tentando ler) um livro de Artes das trevas:
-Vocês irão para suas casas amanhã bem cedo – disse observando seriamente a Rony e Hermione. E, sem mais, lhes deu as costas, para subir as escadas do local.
-Você sabe que não sairemos daqui – a morena retrucou. Harry parou, mas não tornou a olhá-los.
-Já está decidido, Hermione – contrapôs num tom seco e amargo. E voltou a subir as escadas, parecendo imperturbável.
A morena franziu a testa observando as costas do amigo e então se levantou. Rony segurou seu braço e meneou a cabeça de maneira negativa, Hermione o fitou impassível enquanto retirava sua mão de seu pulso. - Deixo-o descansar, amanhã já terá esquecido.
Hermione o ignorou, dirigindo-se às escadas. Ela sabia o quanto Harry podia ser teimoso e duvidava que o rapaz pudesse esquecer o que dissera, ela pôde reparar na determinação de seu olhar enquanto lhes falava.
Ele era demasiado cabeça-dura para olvidar coisas desse gênero. E se não tomasse uma atitude, Harry certamente os mandaria embora acreditando estar fazendo algo bom.
A morena deu um sorriso amargo, conseguia entender seu lado. Ele tinha medo. Medo de perder a Rony e a ela... Mas ela não podia deixá-lo só... Aquilo seria desastroso. Não que Harry não fosse capaz... – ao contrário. - Mas ela precisava ajudá-lo, ela não suportaria apenas receber notícias, estando esperando sempre pela pior. Oh Merlin, seria bem pior estar à distância.
Ela tinha pavor só de pensar na hipótese de Harry precisar de seu auxilio e não o ter... Não ter ninguém. E fracassar. Estremeceu sob esta idéia.
Ele era seu amigo, o melhor, e por mais que lhe custasse admitir... Não saberia viver sem tê-lo. Harry era todo um turbilhão de emoções, características e singularidades. Era único... Era teimosia, orgulho, era sagacidade e inocência, era ferocidade e timidez, era audácia... Era malicia, era dor, sofrimento, suor, sorriso, doçura, rigidez... Era o herói que se acercava ao anti-herói, era clarividente. Era genioso.
Era força, era modéstia. Vez ou outra era soberba. Maldizer... Era o pecado e o álibi. Era ácido, era duro, pungente e frio... Era esperança, era carinho, ternura, era liberdade. Um afago ou consolo sem-jeito. Trevas e Luz.
A morena se deixou ficar, por um instante, em frente à porta do quarto dele. Ela respirou profundamente e girou a maçaneta. Harry a ouviria. “Não é como se tivesse alternativa”.
Harry a encarou de modo indefinido quando a viu entrando em seu quarto, fechando a porta atrás de si. –Você sabe que não poderá me tirar do seu lado – ela disse fitando-o, parando no meio do quarto. – E creio estar falando por Ron também.
O moreno suspirou profundamente antes de falar, aproximando os óculos do rosto. – Sim, eu posso. E estou fazendo.
-Pois saiba que eu não sairei daqui, não importa o quanto esperneie.
-Hermione, por favor, não quero discutir com você.
-Também não quero discutir. Estou aqui apenas para que sabia que amanhã, ou nos dias seguintes, eu não irei partir. Não até que tenha cumprido sua tarefa.
-Você não entende! É muito perigos-
-Eu assumo as conseqüências – ela o cortou.
-Enlouqueceu?! – ele quase gritou. – Acha mesmo que deixarei que perca a vida nessa busca? Acha que, em casos assim, você tem opinião válida?! Faça-me o favor, Hermione!
Ela ignorou de propósito suas perguntas. - Não deixarei que lute sozinho. Você sabe. Eu já fiz minha escolha. Há anos atrás, Harry. Você não pode, e não conseguirá me afastar disto.
-Não sabe do que está falando – ele retrucou secamente. – Você... – Harry engoliu em seco, sentia sua cabeça estourar. - Poderia ter morrido naquele lugar. Não irei deixar que se machuque outra vez, não quero me sentir impotente uma vez mais – replicou com desgosto.
-Não estou me queixando. Sempre soube dos riscos, desde que me entendo por sua amiga. Harry – ela balançou a cabeça. – Deveria saber que não me importo de morrer, se estiver lutando ao seu lado.
Os olhos do rapaz escureceram de imediato. - NUNCA MAIS! – ele urrou. - Nunca mais diga uma tolice dessas! Esta me ouvindo?! – gritou transtornado. – Eu não vou permitir que ele pegue você. Não permitirei que ele tire de mim tudo o que me restou! Ele sequer vai se aproximar de você – disse rígido, cerrando os punhos. – E assim que amanhecer, tanto você quanto o Ron irão sair daqui. E estarão seguros, por não estarem ao lado.
-E, pelo visto, supõe que faremos isso de livre e espontânea vontade...? – debochou olhando-o duramente. - Como você é ingênuo, Harry! – o rapaz a encarou raivoso. – Escute, é a última vez que digo: Nós não vamos a lugar algum sem você.
-Será que eu fui o único que entendeu aquilo? Você quase morreu ontem, garota! E se não fosse por Edwiges... – ele fechou os olhos um instante, reorganizando a linha de raciocínio e respirou fundo antes de voltar a encará-la. Hermione parecia inabalável - Pelo amor de Deus, Hermione! – sua voz se elevando novamente. – Irão pegar o noitebus* amanhã bem cedo! Nem que eu tenha que azará-los para isso – disse ameaçador.
Hermione sorriu com empáfia. - Gostaria de vê-lo tentar - desafiou.
Harry a fitou com incredulidade. – Não me subestime, Hermione.
-Não estou o fazendo, mas se você quiser me tirar do seu lado, - ela ergueu a cabeça, de modo decidido. – terá que duelar comigo. Porque nenhum argumento irá me convencer de que o melhor para todos é que eu me afaste de você.
-Sai daqui. Vamos, Saia daqui! – disse de dentes cerrados.
-Esse seu mau-gênio é o que te faz pensar tão pequeno – falou balançando a cabeça negativamente. - Não deixarei que se perca tão fácil. Pode me expulsar quantas vezes quiser, ainda estarei aqui. Quando precisar se reerguer, quando precisar de ajuda, de um encantamento, de um conselho ou apenas de meu ombro.
O rapaz já estava cansado de tudo aquilo quando voltou a falar, da maneira mais dura e pungente que pôde. – Você nunca poderia entender. Pergunto-me como uma pessoa tão inteligente como você, pode ser tão estúpida algumas vezes...! Não está fazendo bem a humanidade estando ao meu lado, Hermione. Se isso é o que está passando por sua cabeça agora – ele sorriu ironicamente, sentindo-se quebrar por dentro sob o olhar chocado da amiga. - Por que não vai tratar da libertação dos elfos? Hm? Não sei se eles estarão, no fim das contas, muito agradecidos a você, mas, ao menos, você seria útil em alguma coisa, não é? – rezingou. – Será que não dá para entender que não quero vocês aqui?! – indagou lhe dando as costas por um instante. - Eu NÃO preciso de mais estorvos! – Hermione deu um passo para trás, parecia ter sido atingida por uma força invisível quando aos seus ouvidos chegaram as mordazes palavras de Harry.
A morena voltou a encará-lo engolindo duro, deixando de morder seu lábio inferior. Não se deixaria abater por tão pouco, Harry certamente falara aquilo da boca pra fora. - Você não é auto-suficiente, Harry Potter. E por mais que estas suas palavras me magoem e me firam como nem mesmo você pode imaginar, ainda estarei aqui. Você não pode decidir por mim. Você não tem esse poder!
Estava a ponto de tirá-la de seu quarto a ponta-pés. Por que Hermione tinha de ser tão, tão absurdamente teimosa? – Maldita seja Hermione! Por que não pode somente colaborar?!
-Porque tenho medo por você – ela retrucou energicamente. – Eu sinto muito medo, todo esse medo que você olvida! Então, qualquer coisa que fizer ou disser não vai me tirar desse lugar. E, por Deus! Pode acreditar Harry, para ajudá-lo, morreria lutando.
-EU NÃO QUERO TE PERDER! – ele gritou segurando com força seus braços. Harry não fazia idéia de como chegara ali, próximo a ela, ou de como prendera seus braços. Hermione o fitou como se não o enxergasse, enquanto ele baixava a vista. – Só não quero te perder – murmurou. - Você não entende... Eu não posso! – ele a olhou suplicante sob as lentes de seus óculos. – Não quero perdê-la, Hermione – disse roucamente. – Eu não suportaria.
A morena segurou com suas mãos cada lado do rosto do rapaz, tento seus olhos fitos nos dele – queria que ele entendesse, não era apenas Harry que não queria perdê-la... - Antes que pudessem dizer qualquer outra coisa, seus lábios estavam conectados... Como se aquilo fosse a coisa mais certa que fizeram desde que Hermione entrara naquele quarto.
Havia urgência no beijo, talvez por conta de todas as palavras que foram ditas. Talvez pelo medo que ambos sentiam. É estranho observar as distintas reações e modos de lidar que um ser humano pode encontrar para as adversidades...
Harry e Hermione estavam perdidos em meio aquele contato, seus lábios dificilmente se deixavam. O medo da perda ainda os assombrava.
Ainda aos beijos, eles caminham, precariamente, pelo lugar e depois de um tempo nessa ‘luta’ chegaram à cama do rapaz.
Eles riram nervosamente quando caíram na casa, seus dentes acidentalmente haviam se chocado na queda. A morena apoiou suas mãos na cama e ergueu um pouco o corpo, afastando-se um pouco do rapaz, que estava imóvel sob si.
Os verdes e os castanhos voltaram a se encontrar e mais risadas nervosas foram ouvidas. Estavam finalmente cientes do que estava acontecendo, do que estavam fazendo. Ela respirou fundo antes de inclinar sua cabeça ao encontro da dele, num beijou mais comedido.
Afastaram-se outra vez. A morena saiu de cima do amigo, sentando-se ao seu lado, vendo-o fazer o mesmo. Com cuidado, ela retirou seus óculos, depositando-os no criado mudo. E quando ela se voltou outra vez para o amigo, o rapaz tinha um olhar indefinido. Harry segurou seu rosto de modo que ele estivesse entre suas mãos. – Não sei o que seria de mim sem você – murmurou. Seu olhar decorando todo o rosto dela, em principal o sorriso que Hermione lhe oferecera, distinto de qualquer outro que um dia ela lhe dispensou.
Em um consenso silencioso, seus lábios se encontraram outra vez. Mais firmes. Mais exigentes. Ousados... As mãos dele deslizaram pacientemente por seu rosto e braços ao encontro de sua cintura. As dela foram primeiramente até seu cabelo, arrepiando-os um pouco mais, então elas deslizaram até sua nuca acariciando-a e, por fim, seus braços enlaçaram o pescoço dele.
Quando Harry passou a beijar o colo da amiga, curioso de como seria o gosto daquele local, a trouxe mais para si - insatisfeito com o contato que estavam tendo... Queria sentir seu calor e que ela sentisse o dele. -, de modo que Hermione acabara em seu colo, ela não se queixou. Na verdade, agradeceu mentalmente...
E, para obter mais comodidade, ficou de fronte a ele. Suas pernas, agora, estando de cada lado do corpo de Harry. Então ele a beijou.
Quando Harry lhe soltou a cintura, para postar suas mãos em seu rosto, Hermione teve a nítida impressão que iria cair e instintivamente prendeu com força as pernas nas costas dele, enlaçando-a desta vez com as pernas, de modo que se moveu para frente de maneira repentina demais, Harry ofegou.
Ela já estava preparando-se para se desculpar acreditando ter lhe machucado, quando o sentiu sob si e corou furiosamente, fechando a boca no mesmo instante. Uma onda de calor a envolvendo por completo e a morena tinha certeza que não era apenas por seu embaraço...
Foi à vez de Harry abrir a boca para se desculpar, mas antes que o fizesse, Hermione tinha a boca sobre a sua. Beijando-o duramente.
Nos minutos seguintes, suas roupas estavam indo de encontro ao chão e suas mãos nunca paravam no mesmo lugar por muito tempo. Haviam se transformado em pesquisadores natos... Fazendo descobertas cada vez mais interessantes.
Harry e Hermione foram os primeiros amantes, não os únicos, de cada um.
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(continua)
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*É noitebus? Esqueci u.u’
Algumas explicações sobre o capítulo: Bom, aí em cima Harry tinha dezessete anos e Hermione dezoito, ok? Eles estavam na casa do Sirius com Rony, enquanto procuravam os pedaços da alma de Voldemort. Cada um tem seu quarto, viu? Por isso que o Rony não os atrapalhou.
No dia anterior ao que aparece no capítulo – o qual eu não mostro e não mostrarei... – Harry, Hermione e Rony haviam ido atrás de mais uma das partes do Lord negro e Hermione quase foi pega numa das armadilhas do local, esse é o motivo pelo qual Harry queria que os amigos voltassem para suas casas.
Achei que não ficou muito bom não... Ainda assim espero que tenham gostado e que, por favor, comentem...^^ Perdoem-me também os erros.
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