O reencontro

Talvez o pior de Harry, o último dia das férias estava sendo torturante.
Harry sentia tanto medo.
Estar sendo o “namorado” de Hermione tinha devolvido a felicidade que ele não sentia desde a morte de Sirius.

Só que agora tudo estava confuso e as coisas não faziam mais sentido.
O combinado era de ficarem juntos até o fim das férias. Esse era o tempo que Harry havia pedido.
Parecia suficiente, mas agora que o dia havia chego, Harry não sabia o que fazer.
De qualquer jeito, não adiantava fugir.
Ele teria que ser forte o suficiente para ouvir um “não” se fosse o caso.
Mas sabia que não agüentaria perder Hermione. Ele sentia que não conseguiria suportar sofrer tanto assim de novo.
Resolveu respirar fundo e enfrentar, mesmo se sentindo Tão inseguro.

Caminhou por Hogsmead a procura da doceria que havia combinado de se encontrar com Hermione.
Finalmente, Harry tomou coragem e entrou.
Lá estava ela.
Ele se aproximou e se sentou.

-Oi – disse com a voz trêmula.

-Oi – Hermione disse sorrindo – Achei que você não vinha mais.

-Ah, desculpe – ele se apressou em dizer – Eu estava com o Rony esperando a namorada dela chegar.

-Certo – ela disse tranqüilamente – Quer comer alguma coisa?

Harry balançou a cabeça negativamente.
Suas mãos estavam tremendo e seu rosto estava queimando.

-Por que você está nervoso? – ela perguntou.

-Você sabe – ele disse.

-Ei – Hermione disse soltando uma risadinha – Não fique assim.

Harry a fitou.
Claro, era muito fácil falar.
Mas só ele sabia o que estava sentindo.
Só ele sabia como era horrível.

-Sabe – ela começou a dizer, numa voz suave, depois de tomar dois goles de suco de laranja – Essas foram as melhores férias da minha vida.

Harry sorriu e sentiu uma pontada de esperança.

-Jura?

Hermione confirmou com a cabeça.

-Foi a melhor da minha vida também – ele disse sorrindo.

-Eu...nunca achei que...existisse um garoto tão...carinhoso e atencioso como você.

Harry sorriu. Aquelas palavras estavam o deixando cada vez mais calmo, mais feliz e a insegurança havia sumido em questão de segundos.

-Você...é uma pessoa maravilhosa, Harry – ela disse o fitando.

-Ah, Mione – Harry disse carinhosamente – Se você soubesse como você mudou minha vida...me devolveu toda a felicidade que eu tinha perdido.

Hermione sorriu e abaixou a cabeça. Depois olhou para Harry novamente.

-Quero que fique com isso – ela disse lhe entregando um colar.

Harry o pegou com cuidado.
Era de ouro. Havia um pingente em forma de esfera, pequeno, também de ouro, que brilhava.

-O que é isso? – Harry perguntou baixinho.

Hermione sorriu e mostrou um exatamente igual que estava no pescoço dela.

-Você também tem um?

-Tenho – ela disse – Vou te explicar como funciona.

A garota se aproximou, pegou o colar e colocou em Harry.
Nesse momento, estavam perto de mais.
Harry se aproximou e tocou de leve os lábios de Hermione.
Ela se afastou lentamente e sorriu.

-Pronto – ela disse satisfeita.

-Hum – ele disse pegando na corrente – Você ainda não explicou pra que serve.

-Ah, claro. Ela é muito rara, Harry. Não me pergunte onde eu a peguei que eu não posso te responder – disse dando uma risadinha – Bem, é o seguinte: O pingente brilha quando sentimos emoções fortes de mais. Tipo...se você sente muita raiva de mim, o meu irá brilhar...se eu sinto muita raiva de você o seu irá brilhar.

Harry olhou para o seu pingente. Ele estava brilhando.

-Você não está com raiva de mim, está?

-Não, seu bobo- ela disse sorrindo – Isso não vale só para raiva, não. Vale pra qualquer sentimento. Mas é preciso saber avaliar as cores. Tipo, quando fica vermelho é amor, o amarelo é felicidade, o preto é raiva...e assim vai...

-Hum...certo. Então a sua vai viver vermelha.

Hermione corou.

-Porque – Harry disse se aproximando – Eu não paro de pensar em você...não paro de sentir...amor.

Hermione sorriu e se aproximou ainda mais.
Os dois se beijaram.

-Eu tenho medo de te perder – Harry desabafou.

-Não tenha medo do impossível.

Harry a fitou.

-Como assim?

-Nós…nunca vamos perder um ao outro, não importa o que aconteça.

Harry sorriu e a abraçou. Um abraço forte e demorado.

-Se a gente se casar um dia – ela sussurrou – Você ainda vai me ensinar a fazer chocolate quente, não?

Harry riu baixinho.

-Claro que vou.

Se calaram por um instante, até que Hermione quebrou o gelo:

-Harry, eu não vou te dar resposta nenhuma...não vou te prometer nada...vamos deixar as coisas acontecerem, ta?

Harry confirmou balançando a cabeça, a puxou e se beijaram de novo.



-Sorte que conseguimos uma cabine vazia – Rony disse se sentando.

Harry e Hermione também se sentaram.
Estavam voltando para Hogwarts.
Claro que Harry estava com medo...afinal, Hermione reencontraria Tom.
Mas achou melhor tentar não pensar nisso.

A primeira hora de viagem, os três conversaram e riram bastante.
Depois, Rony foi ver a namorada que estava na cabine ao lado.

-Você está com saudades dele? – Harry perguntou a Hermione.

A garota o fitou por algum tempo e depois olhou pela janela.

-Não quero falar sobre isso. Vamos esquecer, certo?

Harry se calou e olhou também pela janela.

-Olhe pra sua corrente – ele murmurou.

Hermione olhou para o pingente que brilhava desta vez com mais intensidade. Estava laranja, mas às vezes ficava vermelho.

-Isso é medo – Harry disse lentamente.

-Eu já disse, Harry – Hermione disse carinhosamente – Não se preocupe com isso, por favor, por mim.

Harry se levantou e se sentou do lado dela.

-Por você – ele disse baixinho – Só por você.

O resto da viagem foi mais calma. Digo, tranqüilizava Harry saber que Tom não estava no trem, já que ele havia ficado em Hogwarts.

-Chegamos – Hermione disse se levantando – Vamos?

Harry sorriu e se levantou.

Em pouco tempo estavam dentro de Hogwarts, reencontrando todo mundo.

-Hermione! – ouviram uma voz chamar.

Se viraram.
Harry gelou.
Era Tom.

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