Como tudo começou
A noite passou rápido. E quando Any acordou o dormitório já estava vazio, já eram 8h00, lembrou que sua aula começaria dali a dois minutos, e se arrumou correndo, chegando na Sala Comunal da Grifinória, viu Lupin correndo em direção à saída, foi atrás dele.
- Aula do que? – perguntou ele
- Poção
- Nossa então corre, não vai chegar atrasada!
- É mesmo, Tchau! –ela deu um ultimo beijo nele e saiu em direção às masmorras
Já na hora do almoço, conversava com Lupin.
- Minha aula foi um saco, como sempre...
- E a minha então? Foi pior ainda, o retardado do John tá na enfermaria, e os amigos dele querem que eu vá lá pedir desculpas para ele! Eu não vou!
- É Lupin, o que você fez foi grave, podia ir pelo menos pedir desculpa, eu vou
- Lupin, você têm que ir, mas têm que ir de coração, se não, não adianta nada
- Então não adianta eu ir, eu odeio ele, do fundo do meu coração, com todas minhas forças
- Nossa Lu, porque todo esse ódio ?
- Não sei... – ele corou levemente
- O que? Por causa de mim?
- É, quem ele pensa que é pra dar em cima de você? Ainda mais na minha frente?
- Ai Lu, que ciúme bobo, se sabe que eu gosto só de você...
- Eu tenho medo que ele faça alguma coisa, por exemplo nos separar, ou até te agarrar!
- Lupin. Lógico que não, tá ficando doido?
- Ele que é doido!
- Vamo pára de fala dele ?
- Tá bom, você tem aula agora a tarde?
- Não, tarde livre, e você?
- Também – disse se animando
- Mas tenho um monte de lição...
- Ih, que chatice, mas eu posso te ajuda, daí a gente termina mais rápido!
- Beleza, daí você faz o de Defesa contra as artes das trevas, lobisomens!
- Tá bom, então vamos?
- Vamos!
Eles foram para biblioteca e começaram, Any fazendo a lição de Herbologia, e ele a redação sobre lobisomens, logo terminaram.
- O que vamos fazer agora? – disse animado
- Num sei... – ela lhe lançou um olhar safado – Lu, eu... queria conhecer o lugar onde você fica, quando tá transformado, sabe?
- Meu... cativeiro?
- É... Tem problema?
- Não, nenhum, vamos?- disse sorrindo jovialmente
- Vamos! – ela se levantou e o seguiu até o Salgueiro lutador
- É aqui?
- É sim... – ele se aproximou vagarosamente da árvore, que se mexeu nervosamente, com um movimento mais do que ligeiro, apertou um nó na árvore, o que a fez “congelar”.
- Vem!
Ele a conduziu até um túnel escondido pela árvore. Atravessaram-no e chegaram a um casebre destruído.
- Foi você que fez isso tudo, Lu? – disse reparando em volta.
- Sim, eu fico fora de mim, transtornado...
- Mas... Você... É... já nasceu assim?
- Não, Any.
- E... como aconteceu?
O rapaz abaixou a cabeça e começou a fitar os pés. Any se preocupou.
- Se você não quiser me contar tudo bem, só queria saber...
- Claro que eu quero, não tenho segredos com você, mas...
- Mas?
- É que nem eu sei direito... Eu tinha 6 anos e fui acampar com a minha família, a noite chegou e eu nem percebi, era noite de lua cheia, tava brincando, é claro... Vi uma borboleta diferente e fui atrás, acabei me perdendo, sentei ao canto de uma árvore e fiquei ali, quietinho, esperando alguém ir me buscar, daí eu v-vi ele.
- O lobisomem?
- Sim... Fiquei com medo e comecei a chorar ali, encolhido, ele começou a vim pra cima de mim, não vi mais nada... Acordei alguns dias depois no St. Mungus, estava todo enfaixado, não entendi porquê, daí mamãe me contou... – ele baixou os olhos, como se tudo passasse novamente por seus pensamentos.
- Ah, Lu, coitadinho de você... - ela o abraçou – Deve ter sido tão difícil pra você, deve ter sido difícil pra aceitar.
- No começo era esquisito, eu era tão pequeno e já sofria de preconceito, quando tinha 10 anos foi pior ainda, nenhum colégio queria me aceitar, e eu entrei em alta depressão. Eles até me aceitavam, mas quando meus pais contavam que eu era um lobisomem, me mandavam embora na hora...
- Ah, Lupin...
- Por sorte, e para minha alegria, o Prof. Dumbledore me aceitou, ele arranjou esse lugar pra mim, sabe, me transformar. Você sabe onde estamos?
- Não.
- Na Casa dos Gritos.
- Como? Aquela mal-assombrada de Hogsmead? – disse se assustando
- Essa mesma, só que ela não é mal-assombrada, Any, s-sou eu...
- Ah... – disse se tranqüilizando um pouco- Lu, o que vamos fazer agora? – “Tadinho do Lupin, não é culpa dele, ele deve ter sofrido muito...”
- Não sei.
- Nem eu.
- Tá com fome? Quer torrada? – disse pegando a varinha.
- Quero sim.
Ele conjurou um prato com 3 torradas e ofereceu para ela, que pegou uma.
- Sabe, Lupin, você deve sofrer muito aqui, sozinho...
- Mas eu não fico sozinho, meus amigos vem aqui... Ops...
- Mas... você não ataca eles?
- Droga! Não, Any... Eles são... animagos.
- Sério?
- Sim...
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