O Segredo de Petúnia



Harry estava mais uma vez trancado em seu quarto, pensando em Dumbledore, em Voldemort, mas acima de tudo, pensava na maior besteira que tinha feito. Terminara com Gina por medo de que acontecesse alguma coisa com ela por estar ligada a ele. Mas não sabia mais se essa foi a decisão certa.
Na Toca, Gina pensava nele também, estava muito triste, não comia e ficava muito pouco tempo fora do seu quarto.
Harry também pensava em Snape, e a toda hora que fazia isso uma raiva o invadia, ele sempre não gostou do Snape, mas agora ele o odiava, tinha matado Dumbledore, ele e Draco, Harry sabia que Draco era mau, mas não pensou que chegaria a tanto, queria por as mãos nos dois e mata-los assim como queria fazer com Voldemort. Deitou no chão, e levantou o assoalho solto, pegou o falso medalhão, e leu e releu a mensagem, quem seria R.A.B.? A Horcrux estaria destruída? Onde estariam as outras? Ele estava com a cabeça doendo de tanto pensar em tantas coisas ao mesmo tempo.
Mas os pensamentos de Harry foram desviados. Um estampido alto, que Harry conhecia muito bem ser de aparatação, acabava de soar bem perto dali. Levantou-se o olhou na janela. Não viu ninguém, apenas muitos rostos de trouxas assustados também espiando a rua.
Desceu as escadas, e foi se dirigindo para a rua, tinha que descobrir quem era. Mas Petúnia soltou um uivo:
-Ahhhhhhhhhhhhhh!!
Harry se virou instantaneamente para a cozinha, pensando o que poderia ser, seria algum comensal a procura dele?
Entrou na cozinha com a varinha empunhada, e viu que Moody girava o olho de Petúnia para ele.
-Olá Harry! Entrei sem bater, devido as circunstâncias dos dias atuais, não se deve esperar muito na porta.
Harry teve que conter o riso, Moody era sempre muito preocupado com a segurança.
-Oi Moody, tudo bem, mas acho que minha tia não vai te perdoar tão facilmente assim.
-Não mesmo, francamente Alastor....
Ela não terminou, empalideceu muito, Harry a olhou como se não acreditasse, não podia ser, não, definiticamente.
As portas da frente abriram e por ela entraram Duda que estava, se possível mais parecido ainda com um porco e Valter, os bigodes mais compridos que nunca. Como costume Duda sempre ia a cozinha quando chegava, e foi seguido pelo seu pai. Quando viram a cena, fizeram cara de espanto e Valter:
-O que você está aprontando moleque? – falou se dirigindo a Harry.
Duda perdera repentinamente a fome e se escondeu atrás de uma cadeira com as mãos protegendo o traseiro.
-Eu?? Nada. Esse aqui é um amigo e....
- O QUE JÁ TE FALEI DE TRAZER ESSAS PESSOAS ESTRANHAS AQUI PARA CASA?-berrou tio Valter os bigodes tremendo.
-Fui eu que chamei. – Petúnia parecia ter acordado do choque que ela mesma causara.
Novamente a atenção de todos voltou-se a ela. Harry não se conteu, estava com essa duvida desde quando Duda foi atacado pelos Dementadores e Petúnia recebeu aquele berrador de Dumbledore.
-Tia, você......é.....você é uma bruxa?
Com exceção de Alastor, todos olhavam de Petúnia para Harry. Ela por sua vez não conseguia falar, parecia que tinha perdido essa capacidade, então com um aceno de cabeça para Moody ele começou:
-Não Harry, sua tinha não é uma bruxa. Mas poderia ter sido, ela nasceu bruxa, como sua mãe, mas não quis ir para Hogwarts, isso eu não sei lhe falar o porque. Mas a questão é que ela não gostava de bruxos, e sempre manteve distância, se distanciando até de sua irmã, mas, quando ela morreu, quando Voldemort a matou, e você foi entregue a ela, ela sabia que teria que manter contato a fim de te proteger, isso foi escrito em uma carta, caso ela não descobrisse.
-Mentira – falou Valter, mas com a voz tremendo – aquela carta só explicava da morte dos pais do Harry e que ele teria que ficar conosco por sermos a única família dele. Não falava nada disso.
-Não foi essa carta – Petúnia recobrara a fala – recebi outra no outro dia, me explicando tudo isso, e por mais que eu não queria, eu não podia deixar que meu sobrinho, por mais que eu não goste dele, morrer, então combinei em me comunicar com alguns bruxos para manter a segurança de Harry e a nossa também.
-E por isso que vim aqui hoje, iria vir amanhã, mas como Petúnia me chamou, imagino que por medo de alguma coisa – olhou brevemente para ela, que confirmou com um aceno.
-Por que?? Por que você nunca me contou tia? – Harry estava mais assustado do que a própria tia.
-Tinha essa condição. Mas o que eu quero falar com você Moody, é que não quero que nada de mal aconteça a minha família – olhando para Valter e Duda, excluindo Harry, por que não o considerava, ambos não conseguiam entender, os cabelos do bigode do tio Valter pareciam enrolar sozinhos – Quero isso como pagamento. Sei que Harry vai embora quando completar a maioridade, então quero proteção.
Moody analisou a situação.
-OK, vou providenciar a proteção. Mas agora tenho que ir – virando para Harry – Harry, em breve mandaremos uma carta para tratarmos de....uhm...alguns assuntos.
-Tudo bem.
Com um aceno despediu de todos, sendo retribuído apenas por Harry, desapareceu.
Todos viraram para Petúnia que parecia querer sumir, tratou logo de conferir se as cortinas estavam fechadas, porque sabia o que estava por vir, um assalto de perguntas, e não demorou, Valter foi o primeiro:
-Petúnia? – ele estava confuso, era possível ver as coisas tentarem se encaixar em seu cérebro – O que? Mas você nunca...disse...disse que era uma....uma você sabe.
-Eu tive medo de você me abandonar, e mesmo que eu seja, eu não treinei para saber fazer as, você sabe, e não quero, nunca quis.
Foi a vez de Harry.
-Por que a senhora não quis ir para Hog...a escola?
-Não! Eu sabia o que ia me tornar, e não me arrependi, quando sua mãe dois anos depois voltou de lá, eu sabia que tinha tomado a decisão certa, não queria ser uma aberração como ela.
-Ela não era uma aberração! – Harry gritara.
-Sim, como você é uma, e o medo que eu tive, que Duda fosse igual – Duda estremeceu na cadeira cujos pés dobravam devido ao seu peso – Não queria saber disso – ela estava confusa, não falava muita coisa com coisa – Só te aceitei porque aquele velho caduco me disse aquelas coisas que...
-Não chame Dumbledore de velho caduco! – Harry explodiu, e daí que ela não quis ir para Hogwarts, não ia ficar ouvindo essas coisas – Não quero saber nada! Cansei, vocês só insultam as pessoas que gosto, sem elas terem feito nada para vocês! Não vou ficar escutando isso, não ligo se você foi imbecil de não ir para Hogwarts, e depois, claro, se arrependeu tanto que invejava minha mãe, não é? – Harry agora entendia tudo, estava claro porque esse ódio por bruxos e por ele, ela estava mentindo, era essa a verdade, mas ele não esperou a resposta, passou rápido pelos rostos de seus tio e primo que estavam perplexos.
Já no hall, só ouviu Duda exclamar:
-Eu podia ter sido igual a ele? – falou isso com uma nota de enjôo na voz, como se isso fosse a pior coisa do mundo.
Harry subiu para seu quarto, com mais uma coisa para se pensar, esse primeiro dia de férias tinha tido uma surpresa muito estranha. Mas elas não acabaram por aí.



Essa idéia eu tive por uma entrevista da JK "há um personagem, que mesmo tardiamente, consegue fazer magia na vida".
Espero comentários, é a minha primeira FIC.
Vou tentar atualizar com um ou dois capitulos toda semana, mas não prometo nada.

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