Um Começo Repleto de Tortinhas
Capitulo 01
Um Comeco Repleto de Tortinhas de Abobora
Já eram 11:30 da manhã. A alguns minutos o Expresso de Hogwarts havia saído da Plataforma 9 ¾ e os alunos ainda circulavam pelas cabines para encontrar seus velhos amigos. Mas em todo trem não havia grupo mais animado, ou melhor, estressado, do que aquela cabine de quintanistas grifinórios.
- Dianinha, maninha querida do meu coração... DIZ PRA BESTA DO SEU GATO DEVOLVER O MEU POMO DE OURO!!!! – disse James, aos berros, com sua irmã gêmea.
- Não fala assim com o Biluzinho! Você vai traumatizá-lo. Ele simplesmente tem atração por coisas brilhantes e que voam. – disse Diana entregando para o irmão um pomo de ouro completamente babado.
- Ai que nojo! Com licença Evans, mas antes a sua capa do que a minha. – disse James limpando o pomo nas vestes de Lily Evans.
- O que você pensa que está fazendo seu imbecil? – disse Lily Evans, uma garota de cabelos ruivos encaracolados com olhos muito verdes. No momento, ela se encontrava com o rosto tão vermelho quanto seus cabelos, da raiva que sentia daquele garoto impertinente que desde o começo do ano anterior a chamava para sair diariamente. Esse garoto era irmão gêmeo de Diana e se chamava James Potter.
- Nossa Diana, você passa o verão inteiro sozinha. Podia convidar suas amiguinhas para passarem lá em casa de vez em quando. – disse James olhando a garota dos pés a cabeça. Aquela garota que havia lhe dado o primeiro fora. Aquela garota que ele teimava ser somente um desafio. Aquela garota que, sem ele admitir, despertava tanto seu desejo, como nenhuma outra havia feito. Aquela garota...
- Concordo Jamy, as amiguinhas de sua irmã vêm evoluindo bastante. Mas não mais que você Diana. – acrescentou Sirius Black se intrometendo na conversa.
Ela e Sirius riram da brincadeira. Conheciam-se desde pequenos, já não era a primeira vez que isso acontecia. Ele a respeitava muito, não só por ser irmã de James, mas por ser sua grande amiga também. Somente isso... era o que ele pensava. Mas as risadas dos dois foram interrompidas pelo grito histérico de Lily:
- SUMAM DAQUI! QUEM VOCÊS PENSAM QUE SÃO? SAI, SAI, SAI!!!!!
A garota empurrou James e Sirius para fora da cabine.
- Espere Lily, já que você odeia tanto assim Hogsmeade, para nunca querer ir comigo, que tal um passeio pelos jardins, a dois obviamente. – disse Tiago lutando para permanecer dentro da cabine.
- FORA POTTER!!!
- Uma conversinha no salão comunal quando todos já tiverem ido dormir quem sabe?
- JÁ DISSE PRA CAIR FORA!!! – disse Lily fechando a porta na cara dele. Black já tinha desistido a tempo.
- Geniosa ela não? – disse Sirius vendo a garota fechar a porta no nariz do amigo.
- Ah! Eu gosto de mulheres difíceis. São como um desafio. – disse James ainda abobalhado pela ruivinha de olhos verdes.
- É, mas a gostosa da sua irmã deveria analisar melhor as amizades.
- Do que você chamou a Diana? – perguntou James fechando os punhos para o amigo.
- Er...eu...bem, eu...na verdade...
- Olá pessoal! Sentiram falta do Remus aqui? – disse o amigo Remus Lupin se aproximando dos dois.
- É realmente! Você apareceu na hora certa! – disse Sirius com um ar aliviado.
- Onde está o Peter? – perguntou James olhando para Sirius como se dissesse: “a gente deixa esta pra depois”
(N/As: Momento de Suspense)
Quando chegaram na cabine Peter estava sentado comendo três tipos de doces ao mesmo tempo.
- Ah! Olá Sirius! Olá James! Minha amiga Tiffany estava atrás de vocês.
Nem deu tempo de James e Sirius fazerem cara de nojo que a porta da cabine se escancarou e por ela entrou uma quartanista da Lufa-lufa que mais parecia uma versão feminina de Peter.
- Oiiii!!!!!! Achei meus fofuchinhos!!! – disse a garota sentando entre Sirius e James e se abraçando a eles.
Os dois marotos estavam com a cara mais desanimada do mundo.
- E aí, como foram as férias? As minhas foram ótimas... conheci uns garotos lindos. – disse ela notando as caras enjoadas deles. – Ai, já sei o porquê dos meus fofuchinhos estarem com a carinha tão pra baixo! Tão com ciúmes! Ah, não se preocupem eu não vou abandoná-los! Nunca, nunca!
- Nossa! Você não sabe o quanto isso nos deixa feliz! – respondeu Sirius sarcástico. E a conversa seguiu...
- Caraca, nós já estamos chegando e você ainda não colocou o uniforme! É melhor se apressar! – disse James de saco cheio da garota.
- Mas nós não estamos quase chegando! – argumentou Tiffany
- Não, nós estamos quase chegando sim! É melhor você ir rápido! – insistiu James, com um olhar significativo a Sirius, como se dissesse “me ajuda”.
- É... o James tá coberto da razão! Você não vai querer chegar assim em Hogwarts, vai? Não! Você tem que se arrumar! Ficar bem bonita para a festa! – disse Sirius se aproximando de James, e mostrando (discretamente) a saída.
- Você tem razão, amoreco. Mas eu acho que ainda não está na hora de eu tirar a roupa na frente de vocês! Hihihi – os Marotos trocaram olhares desesperados. – Eu vou, mas eu já volto tá? Beijinhos!
Após a garota sair, James trancou a porta com força.
- Puta merda, que garota insuportável! – disse James, vendo que Remo não ia segurar o riso.
(N/As: Desculpe o palavrão, mas não conseguimos imaginar James falando coisas com educação)
- HAHAHA...Fofuchinhos? Amoreco?
- Qual o problema? Eu acho tão bonitinho! – disse Peter, com cara de sonhador, depois de engolir um sapo de chocolate.
- Como assim “qual o problema”? O que você acha de um espírito agourento ficar te chamando de: meu amorzinho, meu chuchuzinho, meu docinho de abóbora, meu sapinho de chocolate, meu pomorinzinho fofo... – Sirius falava esses inúmeros “elogios” imitando a voz e as expressões de Tiffany, sem perceber que seu irmão, Regulus e Severus Snape haviam entrado na cabine.
- Que você não valorizava nosso sangue eu sabia “maninho”, mas não conhecia este seu outro lado. – disse Regulus com um sorriso malicioso nos lábios.
- Quem diria, Sirius Black, o garanhão de Hogwarts trocando juras de amor com seu puxa-saco. – disse Snape satisfeito por poder humilhá-lo
- É uma pena, Ranhoso, que você não perdeu essa mania de colocar seu nariz extremamente grande onde não é chamado e isso impossibilita seu cérebro, já deficiente, de diferenciar uma brincadeira de palavras sérias. Aliás, falando em palavras sérias, que história é essa de me chamar de garanhão? Eu não jogo no seu time, mas mesmo assim obrigado pelo elogio. É bom saber que os outros reconhecem o talento de pessoas tão fantásticas como eu.
- Muito bem Sirius. É bom essas pessoas limparem um pouco a inveja que têm por seres perfeitos como nós. Ainda mais se tratando de quadribol, não é Regulus? – disse James, complementando.
- Há há... Esse timeco de vocês não é de nada. A única coisa boa de jogar contra a Grifinória é ver a galinhazinha da sua irmã montada em cima de uma vassoura. Aliás, Potter, um dia desses eu ainda quero mostrar a ela meu pomo de ouro. – falou Regulus.
A paciência de James, que já não era lá grande coisa, se esgotou. Ele sacou a varinha e quando a apontou para Regulus, viu que Sirius já estava em cima dele. (N/As: no bom sentido, é claro) Sem saber o que fazer, olhou para Snape e percebeu que a simples presença dele estava lhe deixando irritado. Guardou a varinha e partiu para cima dele também. Peter apavorado com a briga saiu pelo corredor gritando como um louco e chamando a atenção de todo o trem, enquanto Remus tentava inutilmente separar os quatro.
Ouvindo os berros de Peter saiu da cabine em frente o único aluno que conseguia controlar os marotos (e olhe lá): Edward Sullivan era Capitão e batedor do time de Quadribol da Grifinória e Monitor-chefe. Apesar de seu jeito sério e discreto, Edward era muito popular (motivo de ciúmes de Sirius), pois as garotas apreciavam seus olhos verdes claros e seus cabelos castanho escuro até os ombros. Ele irrompeu pela cabine gritando:
- O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI???
Os quatro pararam por um instante e assim Remus conseguiu tirar James de cima de Snape. Edward, vendo que os irmãos Black não iam ceder, puxou Regulus com uma mão e com a outra agarrou Snape pelas vestes e os jogou para fora da cabine. Puxou Peter de volta e fechou a porta com força. Edward olhou para as caras culpadas (menos a de Sirius), deu um longo suspiro, já sabendo o que viria pela frente.
James e Sirius desataram a falar sem pontos nem vírgulas:
- Aquelas antas intrometidas...
- Ofenderam a minha irmã...
- O desgraçado do meu irmão quis tirar proveito da Diana...
- Ela é tão inocente...
- Você queria que a gente ficasse parado?
- Tá, tá, tudo bem. Mas porque vocês têm que partir para a ignorância? – disse Edward impaciente.
- Tá, já entendemos. Sabemos que essa palavra não faz parte do seu mundinho infeliz, Sr. Todo-Poderoso, mas nós somos humanos. Ainda não fazemos parte do Olimpo como deuses das boas maneiras. – disse Sirius sarcástico.
- Não sei quanto a você, mas eu já garanti a minha vaguinha por lá. – disse James passando a mão nos cabelos com um sorrisinho.
- Vocês se acham grande coisa, mas não passam de crianças bobinhas. Aposto que ainda acreditam em Papai Noel...
- Como assim? Ele não existe? Quem entrega os presentes então? – questionou Peter com ar de desapontamento de quem está prestes a cair no choro.
- Cala a boca Peter. – falaram os outros três marotos e Edward, este revirando os olhos.
- Muito bem. Deixem-me em paz o resto da viagem. Mas não vão se animando porque isso será registrado no relatório que entregarei para McGonagall no fim do mês. Agora me dêem licença porque eu preciso fazer uma visitinha a uma certa cabine da Sonserina.
- É, vai e vê se desconta alguns pontinhos! – disse James com um olhar vingativo.
- Até outro dia. Enquanto isso vejam se cresçam, ao menos até o Campeonato de Quadribol começar.
- Como assim? – perguntou James.
- Vocês agem como crianças e vão ser tratados como tais. – disse Edward finalmente se retirando.
- Por Merlin, finalmente essa praga dos infernos foi embora. – disse Sirius aliviado, se largando no banco.
- Sabe Sirius, eu acho vocês dois tão parecidos. – disse Remus cautelosamente.
- Ah é, eu sou igual ao Sr. Adulto-Todo-Perfeito-Dono-Da-Verdade-Poderoso-Chefão...
- Cala a boca Sirius! – disse James irritado.
Sirius se calou, mas James sabia que no fundo o amigo queria muito ser parecido com Edward.
Depois de alguns minutos de silêncio, Sirius se manifestou:
- Alguém fala alguma coisa!
- Eu tenho uma coisa para falar! – disse James com um brilho doentio nos olhos. – Eu e você temos que acertar algumas contas sobre aquilo que você falou da minha irmã quan...
- Doces? – perguntou a bruxa do carrinho de doces se aproximando da cabine dos Marotos.
- Mas só se for agora! – disse Sirius imediatamente se encaminhando em direção ao carrinho.
Remus se levantou e disse:
- Ah, eu também vou querer! – e se aproximando de Sirius, cochichou em seu ouvido. – Tente as tortinhas de abóbora.
- Boa idéia! – cochichou Sirius de volta. - Me dê cinco tortinhas de abóbora! – disse bem alto olhando significativamente para James.
Era de conhecimento geral que James era viciado em tortinhas de abóbora.
- Você não vai me comprar com cinco tortinhas de abóbora. – falou James irônico.
- Me dê dez tortinhas de abóbora! – disse Sirius desafiador.
- OK. Com dez você me compra. Mas eu quero bem recheadas viu?!
- Dez tortinhas de abóbora como as da Sra. Potter, por favor!
- Você não vai achar tortinhas iguais a da minha mãe aí!
- Realmente não há tortinhas como as da Sra. Potter. – disse Remus.
- Concordo! – disse Peter de boca cheia com os olhos brilhando.
Sirius largou uma montanha de tortinhas de abóbora entre o lugar em que ele e James estavam sentados.
- Oba! Tem doze aqui! – disse James feliz da vida.
- Sim! Duas são minhas! – disse Sirius cautelosamente.
- Nem em seus sonhos mais delirantes! – disse James pegando todas.
- Sai pra lá, James! Me devolve!
- Isso vai longe... – disse Remus se rindo dos dois amigos.
E realmente foi longe, até que o Expresso de Hogwarts começou a perder velocidade. Quando chegou à Estação de Hogsmeade, os Marotos desembarcaram pensando que teriam um longo e inesquecível ano pela frente.
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