Introdução
Um - Introdução - De como resolveu-se fazer uma grande festa de Halloween e de como certo grupo separou-se, indo cada um em direção a uma incerteza.
Buddy you´re a boy make a big noise
Playin’ in the street gonna be a big man some day
You got mud on yo´ face
You big disgrace
Kickin’ your can all over the place
Singin’
We will we will rock you
We will we will rock you
We Will Rock You - Queen
De um grande cartaz que exibia o convite “THE HALLOWEEN OPERA: a maior festa de todos os tempos” seguia-se a data, dia 31 de outubro e o local: a praça central Hogsmead. Não houve dúvidas, Hogwarts inteira estaria presente. Está certo que era um pouco estranho haver uma festa desse tamanho em período tão conturbado quanto o que a sociedade bruxa passava agora... Mas ainda assim haveria a festa, organizada sabe-se lá por quem; e era uma garantia: seria mesmo a “maior” festa de todas!
- A maior? A melhor! Sem sombra de dúvidas! – um rapaz de cabelos muito negros e porte elegante aproximou-se de um outro que lia o cartaz em voz alta.
- “Traje a caráter ou roupas pretas, entrada beneficente no valor simbólico de três sicles” – Remo Lupin continuou a ler, um sorriso alegra formando-se em seu rosto magro – Imagino que o Pontas já tenha escolhido a fantasia, não é?
Um terceiro rapaz, alto e magro, com cabelos escuros despenteados, mas não tão elegantes quanto os do primeiro rapaz, sorriu de modo estranhamente malvado e apenas fez um sinal de “afirmativo’ com o polegar.
- Do quê? Do quê? Ah, nunca me contam nada!!! – protestou o quarto elemento do grupo, um rapazinho atarracado, cujos olhos pareciam pequenas contas negras, como um roedor.
- Não seja burro, Rabicho! – o bonitão, chamado Sirius Black, falou, ainda rindo – Isso foi uma ironia! Mas mesmo assim acho que o Pontas vai de algo como...
-...Relacionado a ruivas! – completou Lupin, com um sorrisinho sarcástico.
- Ah! – fez Rabicho, agora parecendo ter entendido – Mesmo assim... Vai ser uma festa inesquecível, hein???
- Festa inesquecível? - o rapaz torceu o nariz – Pode esquecer!
- Ah, mas Severus...! – uma menina de cabelos castanhos, muito longos e lisos, empurrou os óculos enormes, ajeitando-os sobre o nariz – O que custa?
- Primeira coisa Trelawney: é Snape pra você! E eu não vou a festa alguma, muito menos com você! – Severus encarava a menina com um profundo ar de desprezo, como se quisesse livrar-se dela o mais rápido possível. Mas também, era só com ele que acontecia esse tipo de coisa: a esquisita Sibila Trelawney convidando-o para ir a uma festa estúpida em Hogsmeade. Depois disso, só se jogando da Torre de Astronomia! Virou as costas para a garota e seguiu seu caminho rumo às masmorras. Sibila não o seguiu, como fizera por todo o dia, mas quando estava no fim do corredor ouviu a voz aguda dizer:
- É óbvio: todos vão para a festa e você vai ficar aí, sozinho! Você é muito burro Snape!
Snape virou-se, pior do que ser convidado para sair com sibila era ser insultado por ela! Mas a garota já havia sumido, talvez subindo pelas escadas ao lado de onde ela estava há pouco. Snape agitou a cabeça, e voltou seu caminho. Festa de Halloween... Tinha algo muito mais importante para fazer do que perder tempo com uma bobagem dessas. Será que os idiotas não viam o que estava acontecendo lá fora?
- Pode ter certeza, Rabicho!!! – Sirius confirmou, então seus olhos convergiram para alguém que vinha descendo pelas escadarias. Mas logo se aquietou de novo ao ver que era a esquisitona do colégio, aquela Trelawney amalucada. – Tsc... Onde estarão as gatas dessa escola?
- Vindo aí – disse Rabicho, apontando para uma grupo de meninas risonhas descendo pelo mesmo caminho da Sibila. Tiago Potter, que estava encostado na parede, ao lado de Sirius, empertigou o corpo na hora, tentando fazer notar seu físico de jogador de quadribol.
- Evans! Oi! – o rapaz disse, tentando chamar a atenção de uma das garotas do grupo.
As meninas simplesmente riram e continuaram o caminho em direção aos jardins. Uma delas desvencilhou-se do grupo e foi até os quatro rapazes parados junto à parede do cartaz.
- Por acaso vocês arrumaram um emprego de vigia-cartaz? Ou fazem parte da organização da festa?
- Oi pra você também, Alice! – disse Sirius, olhando para a loirinha parada diante deles, as mãos na cintura e um ar um tanto indignado.
- O que vocês disseram para a Trelaweney?
- Quê?
- Nada. – disse Lupin, olhando desconfiado para os amigos.
- Então por que ela saiu chorando logo depois que passou por aqui? Eu vi, está bom?!
Tiago deu uns tapinhas no topo da cabeça da menina:
- Agente não fez nada! Juro!
- É... – Sirius explicou – Ela deve ter brigado com o namorado Ranhoso dela!
Os quatro riram. Alice abanou a cabeça e disse:
- Vocês não crescem mesmo... Já reparou que é por isso que a Lílian te detesta tanto, Tiago?
Tiago parou de rir no mesmo momento:
- Aí Alice, você só veio aqui para isso? Ou o quê?
Alice colocou uma mecha do cabelo loiro atrás da orelha, ainda encarando os garotos de um a um. Ela realmente levava a sério a função de Monitora, e mesmo sendo responsável pela Lufa-Lufa, talvez por influência de Lílian, estava sempre vigiando os Marotos.
- E gostaria que vocês parassem de ficar na frente do cartaz!
Os quatro se entreolharam. Rabicho foi o primeiro a afastar-se, então os outros o seguiram e acabaram tomando rumo do Salão Comunal da Grifinória. Assim que eles sumiram da vista, Alice voltou para o grupo de amigas, que a esperava na porta, com expressões de aprovação.
- Mas então, meninas... – Alice falou para as amigas – Não vamos perder essa festa, né?
As garotas concordaram na hora, menos uma delas, Lílian Evans, que apenas confirmou com um aceno de cabeça. Não tinha certeza se realmente queria ir nesse Halloween...
- Juro sonelemente que não pretendo fazer nada de bom! – os quatro rapazes disseram, com ares de quem faz um juramento. A noite estendia-se sobre eles e a despeito da proximidade do Inverno, o firmamento exibia uma capa forrada de estrelas. Muitos povos do passado comemoraram esse dia como um dia em que o mundo dos Mortos ligava-se ao mundo dos Vivos e assim dedicavam rituais e encantamentos aos que já partiram... Mas o mundo havia mudado e a data tornara-se sinônimo de apenas uma coisa: festa, uma grande e aterradora festa. Até mesmo os mais antigos, que ainda conheciam o verdadeiro significado das coisas, não podiam deixar de exibir um leve sorriso diante do estardalhaço geral causado pela véspera do Halloween.
Assim Tiago Potter, Sirius Black, Remo Lupin e Pedro Pettigrew chegaram a Hogsmeade, naquele dia 31 de outubro, sem saber que o que deveria ser apenas uma festa, mudaria o destino de muitas pessoas. Sequer dar-se-iam conta, principalmente depois quando refletiram-se em seus olhos jovens o brilho colorido das luzes decorativas. Nem mesmo nos dias em que a escola visitava Hogsmead as ruas pareciam tão repletas de gente, de vida agitada, animada... Era dia dos Mortos, mas a profusão de música dançante, vapores e pessoas parecia mais uma grande celebração à Vida.
Sirius adiantou-se, olhando de um lado a outro, aguçado, quase canino. Respirou fundo:
- Ah, eu adoro essa data!
Tiago também parecia tomado pelo chamado festivo:
- Com certeza cara! Ah... A noite promete!
- Promete mais um fora pra sua coleção, Pontas! – comentou Lupin, olhando de esguelha para as letras garrafais estampadas na camiseta do amigo – “Quero minha ruiva”? A Evans vai te matar!
Um tanto ofendido, Tiago remendou:
- Evans não é a única ruiva do mundo.
- E a gente acredita! – falou Rabicho, um tanto menos encolhido que o costume, vestido em uma bata de monge.
Os quatro riram. E voltaram a olhar a movimentação, pensando onde iam. As lojas estavam obviamente fechadas, menos uma, cuja dona era muito apreciada pelos jovens freqüentadores.
- Três Vassouras, então? – Lupin perguntou, ajeitando uma singela camisa preta.
- Parece ótimo! – respondeu Sirius – Desde que não fiquemos parados aqui na entrada.
- ‘Bora lá, então? – Rabicho deu dois passos agitados e tossiu quando um filete de fumaça vindo de um incensário na mão de uma bruxa vestida de egípcia atingiu seu nariz arrebitado.
Um filete de fumaça muito tênue desfez-se no ar quando uma mulher apagou seu cigarro na cerca onde estava apoiada.
- Droga! – ela murmurou baixinho, os olhos escuros atentos a qualquer movimentação ao redor. Fazia um bom tempo que estava parada junto à cerca da Casa dos Gritos, observando aquela bagunça no centro de Hogsmeade e isso não era nem um pouco de seu feitio. Mas fazer o que, ordens são ordens, é o que dizem; e não era ela que ia tentar provar o contrário. Seus olhos voltaram-se para o céu, suspirou, lembrando-se de quando era apenas uma garotinha e lhe ensinaram o nome de tantos e tantos daqueles pontinhos brilhantes. “E cada um deles é um de nós, menina, por isso nunca permita nada que possa ofuscar que esse brilho aconteça...” Lembrava-se disso também. A mulher sorriu de modo enviesado, imaginando como sempre seguira à risca todas as milhares de regras e modos de seus familiares. Procurou algo no bolso das veste, acendeu um novo cigarro. Nunca tivera o costume de fumar, mas começara depois de alguns meses em companhia do marido. Casara-se a apenas um ano e já estava realmente cansada da presença insossa daquele homem com quem vivia. Nem sabia quem fora mais interesseiro nesse casamento, ela, em vista da foturna do marido, ou ele, confiando na longa linhagem da esposa. De qualquer forma, uma troca justa.
Seus olhos então convergiram para o comecinho da trilha ampla que subia a colina. Ainda nem sinal de quem esperava. “Provavelmente...” A mulher pensou “Deve ter se perdido entre uma garrafa e um par de pernas naquela maldita festa!” Recostou-se á cerca, maldizendo a demora.
O bar Três Vassouras estava, a modo das ruas, completamente lotado. Afora vários conhecidos de Hogwarts, várias pessoas agitavam seus copos, cantando canções sobre espíritos e feiticeiras. Mas multidões não causavam estranheza entre os quatro amigos, agora indo em direção ao balcão, atentos a quem esbarravam pelo caminho. Madame Rosmerta, a proprietária do bar, ia e vinha com canecas na mão, sorriu largamente ao ver os rapazes.
- Garotos! – ela chamou de trás do balcão, acenando com a mão, cujas unhas faiscavam pintadas de escarlate – Boa noite! Venham aqui!
- Oi Rosmerta! – Sirius cumprimentou, acotovelando-se em um pequeno espaço que abrira-se no balcão – Tudo bem?
A mulher riu, indo buscar mais alguns copos. Tiago e Pedro também procuraram uma brecha.
- Vieram aproveitar a noite, é? – Rosmerta perguntou, um tanto de malicia na voz – Vejam bem se não vão extrapolar.
- Imagina! Eu sou um santo! – Tiago disse, depois de um grande gole de seu copo – O Aluado que é o doido!
- Fala aí, ‘Luado! – disse Pedro, erguendo seu copo. Mas não havia ninguém. – Cadê ele?
Sirius desviou o olhar do decote de Rosmerta e procurou o amigo:
- A gente nem começou a beber e o cara já foi no banheiro!
- Ele foi? – Pedro olhava nervosamente por cima das cabeças das pessoas.
Tiago e Sirius riram. Rosmerta deu de ombros e foi atender outro cliente, um anão que tentava inutilmente alcançar o balcão.
- Ah, é normal dele ir dar uma volta, depois ele volta – disse Tiago, um tanto divertido – Aliás, é uma boa idéia...!
Tiago ergueu o copo, como quem vai propor algo. Tossiu duas vezes, então falou, usando aquele tom com que em geral se dirigia a Evans:
- Essa é uma noite de homens, portanto, proponho que cada um de nós vá em busca de vida adulta, uma ação a mais do que passear por aí nas noites de lua cheia!
- Psiu! – fez Pedro, olhando de um lado para outro, ainda mais ancioso que antes.
Sirius coçou o queixo e bebeu mais um gole de sua bebida.
- Então... – começou a dizer muito lentamente, girando o copo – hoje será cada um por si...? E a gente se encontra depois que a festa acabar... Na saída de Hogsmeade?
- É, isso mesmo! Veja só: festa, garotas, bebidas... Tudo para a gente se dar bem! Veja só, o Aluado já foi!
- Beleza! – disse Sirius, erguendo o copo – Á grande reviravolta dos Marotos!
Pedro e Tiago riram, o primeiro parecendo ligeiramente preocupado com a idéia de separar-se dos amigos, mas jamais discordaria de qualquer um deles. E Tiago logo pousou o copo no balcão, saiu andando para o meio da multidão. Pedro fez menção de ir para o outro lado, mas Sirius segurou-lhe o ombro:
- Calma aí, Rabicho... Você foi na conversinha do Pontas?
- Mas...
Sirius riu e apontou o grupo de garotas que acabara de sentar-se em uma das poucas mesas vazias. Era óbvio que Tiago as vira e, orgulhoso como era, inventou uma desculpa para ir até lá. Sirius explicou isso a um abismado Rabicho.
- Mas... Isso é sacanagem do Tiago! – Rabicho disse, um tanto enciumado, enquanto via Tiago rondando a mesa, os olhos fixos em Evans, cuja cabeleira vermelha agitava-se, enfeitada com florzinhas brancas.
- Relaxa cara! – Sirius disse, batendo nas costas de Rabicho – Deixa ele lá com a garota! Escuta, vai dar uma volta por aí! Acho que tem uma banca enorme da Dedosdemel lá fora!
Rabicho pareceu um tanto desconfiado, mas acabou por dar de ombros. Ia indo embora quando se lembrou de algo:
- E você, Alm? Vai ficar aí?
Sirius ajeitou a frente das vestes de Don Juan, os olhos fixos em Rosmerta, que abaixara-se para pegar algo sobre o balcão:
- Eu vou esperar o ‘Luado!
O garoto atarracado deu de ombros novamente e misturou-se no meio da multidão, ligeiramente aborrecido com os amigos. Detestava isso de cada um seguir seu próprio caminho... E isso se tornava mais freqüente à medida, como Pontas dissera, tornavam-se adultos.
continua no próximo capítulo...
N/A: special thanks para Morganinha, minha sócia-dear-prima-possivelmente-irmã- e-beta-rader!
Quanto ao capítulo... É uma pequena "introdução' aos personagens presentes e á ação! Talvez esteja um pouco superficial, mas como todos eram protagonistas, não podia enfocar depais na visão de somente um deles... Nos próximos capítulos cada personagem terá sua chance de ter (ou não) um Halloween legal!
comentem, ok?
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!