Estranhos acontecimentos



Estranhos acontecimentos


Estava fazendo um calor insuportável naquela noite. Todas as casas da vizinhança estavam com as janelas abertas esperando uma brisa inexistente penetrar em seus lares abafados. Ao contrário de todas as casas da vizinhança, havia uma que permanecia com as janelas fechadas há uma semana, e naquela noite, não era diferente. A casa era muito bonita e aparentava ser bastante limpa, porém, no quarto o segundo andar estava sendo ocupado por um garoto abatido. No chão do quarto encontravam-se alguns pergaminhos, penas, tinta espalhada, e roupas jogadas em frente a um grande malão em baixo da janela. Havia uma escrivaninha na parede de frente a cama; em cima da mesma, encontrava-se uma pilha de jornais de datas diferentes: alguns amassados, outros encobridos pela noite, e outros sobre a fraca luz do abajur na ponta da escrivaninha. O assunto de um deles era:

ETERNAMENTE EM NOSSOS CORAÇÕES


Ontem foi o enterro do maior bruxo e o melhor diretor de uma escola bruxa que o mundo já viu. Isto mesmo, caro leitores, Alvo Dumbledore deixou-nos após uma emboscada bem armada dos comensais em nossa querida Hogwarts. Ainda não se sabe ao certo como isso aconteceu, mas este plano elaborado resultou na morte de nosso “Grande Mestre”. Dumbledore foi enterrado onde era seu desejo: na escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. O enterro contou com pessoas muito prestigiadas do ministério, além de figuras públicas importantes na sociedade, e o mais espantoso: sereianos subiram a superfície para homenagear o grande bruxo e pessoa que foi Dumbledore; no final, ainda foram vistas flechas saindo da Floresta Proibida lançadas pelos centauros, saudando o falecido.
Dumbledore, que até o fim de junho passado foi tido como gaga e senil por dizer que Voldemort havia voltado perseguido pelo ministério e acusado de tentar quebrar a “paz” em que vivíamos, foi congratulado com a “Ordem Merlim” por parte do ministério.
Após o enterro...


Mas o que aconteceu após o enterro, não pode se dizer, pois havia um outro jornal por cima desse:

ROUBO EM “FUNDADORES”


Ontem a comunidade bruxa, principalmente os historiadores, ficaram em choque com o roubo no museu feito em homenagem aos fundadores de Hogwarts.
Sabe-se que foram roubados alguns objetos com grande poder mágico e alguns livros também, entre eles o “Rituais: o Grande poder da Magia”. Para os que não sabem, este livro possui apenas quatro capítulos, cada um deles com rituais poderosos. Três dos quatro capítulos, apesar de poderosos, contem apenas rituais de proteção, força mágica entre outras coisas, porém todas para o bem. Porém, o quarto capítulo, é totalmente voltado para as Artes Negras, com certos rituais necromânticos; por este fato, o livro foi proibido e guardado no museu sobre forte segurança, assim como os outros objetos.
Mas ao que parece, há bruxos que queriam a todo custo obter os objetos roubados, e, em vista do que foi roubado, as autoridades tem quase absoluta certeza de que Aquele-Que-Não-dve-Ser-Nomeado está por traz disso tudo.
Em entrevista exclusiva ao Profeta Diário, o curador do museu Robert L...


Nem o nome do curador como o resto da reportagem poderia ser lido, por causa de uma pesada gaiola prata que se encontrava em cima do jornal, vazia.

Em frente à escrivaninha, deitado numa cama em seu quarto escuro, se encontrava um garoto com o corpo definido, que foi adquirindo ao longo dos anos, com seu cabelo todo desarrumado, herança de seu pai, olhando para o teto de seu quarto, que escorriam grossas lagrimas de seus olhos incrivelmente verdes, presente de sua mãe.

Harry Potter se encontrava muito triste deitado em sua cama na Rua dos Alfeneiros nº: 4. Se sentia vazio desde a volta para a casa de seus tios, que já havia sido há uma semana. Pensava em tudo o que descobriu no ano passado, sobre as horcruxes, quais eram, quais já haviam sido destruídas, quais as que faltavam, qual a ultima horcruxes que ele nem sabia qual era, quem era R.A.B., e a lembrança que mais lhe trazia tristeza e ódio: a morte do seu mentor, Alvo Dumbledore. Harry sempre que pensava nisso, sentia vazio, meio perdido pois não mais poderia contar com a ajuda e sabedoria do Velho Mago, que a tantos anos tinha sido mais que um professor para ele; e sentia ódio ao pensar nas palavras que lhe privaram de rever seu mentor: AVADA KEDAVRA, dita pela pessoa que Dumbledore confiava e que Harry detestava: Severo Snape.

No momento em que pensava nisso, uma grande onda de poder se “desprendeu” do corpo do “menino-que sobreviveu”, fazendo com que livros fossem atirados contra as paredes, frascos contendo poções se estilhaçassem, os jornais saíram rodopiando pelo ar, as roupas ficaram grudadas no teto, as tintas começaram a estourar contra a vidraça da janela, as penas foram voando em direção a porta, cravando com uma ferocidade enorme; o malão que se encontrava em baixo da janela, começou a flutuar pelo quarto, indo de encontro a porta, mas parando antes de bater. Como se tomado por impulso, foi em direção a janela, mas antes de chocar-se contra a mesma, como se tivesse mudado de idéia, começou a chocar-se contra as paredes do quarto; as lâmpadas do teto e do abajur começaram a ficar mais forte, até que chegou a ponto de cegar se alguém olhasse diretamente para elas; seu guarda roupa, que uma vez há quatro anos atrás tinha servido de esconderijo momentâneo para Dobby, começou a vibrar e a pegar fogo, uma aura multicolorida começou a envolver o armário, até que começou a se “contrair”, e em certo momento, explodiu, provocando um enorme barulho, despertando Harry de seus devaneios assassinos com Snape. No mesmo instante, a aura de energia que estava no quarto sumiu, do mesmo modo que apareceu, fazendo as luzes se apagarem repentinamente e uma de suas cuecas caírem por cima de sua cabeça, deixando Harry um tanto assustado com o estado que seu quarto se encontrava. Neste momento, passadas fortes foram ouvidas subindo as escadas, e no assoalho do corredor quando uma figura bateu a porta do quarto, e sem esperar resposta, a porta se abriu com ferocidade, por ela, irrompendo uma figura de estatura alta e larga, com uma bigodeira muito peculiar: Valter Dursley tinha aberto a porta com um sopetão:

- O que você pensa que está fazendo seu anormal? Perguntou o tio de Harry

E porque o quarto está bagunçado deste jeito?

Já não disse que era para você ao menos fingir que não está aqui? E você vem e com uma semana já começa a destruir o quarto inteiro chamando a atenção dos vizinhos, e ainda por cima destruiu o armário e queimou as lâmpadas.

- Eu não te devo explicações Dursley. O armário era meu, e as lâmpadas também, portanto não se preocupe com isso, que eu mesmo darei um jeito, portanto, agradeceria se saísse do meu quarto imediatamente. Disse Harry, transparecendo raiva e ironia em suas palavras, mas ainda sem sair de sua cama.

- Como ousa falar assim comigo seu fedelho? Eu que te sustento e te dou abrigo, portanto exijo respeito enquanto viver em baixo do meu teto. Disse o tio de Harry já cuspindo as palavras e o olhando com uma cara de assassino.

- Fedelho? Esqueceu-se que em menos de três semanas completo dezessete anos? Quanto a morar em baixo do seu teto, não se preocupe, assim que completar a maior idade bruxa eu sairei daqui, e vocês nunca mais me verão.

- Não sabe o quanto espero por isso seu moleque atrevido, mas até lá, estou mandando que pare de fazer barulho e destruir a MINHA casa. Disse Tio Valter, gritando as últimas palavras, e saiu do quarto batendo a porta com uma força tremenda.

Harry ficou deitado na cama, ainda um bom tempo pensando em tudo o que tinha acontecido, até que seus pensamentos foram parar em certa ruiva: Gina Weasley, dona de seu coração; e ao pensar em Gina o “Eleito” ficou um pouco feliz; e em sua mente veio a lembrança do primeiro beijo com sua amada, após a vitória do time da Grifinória na final da Copa de Quadribol, na comemoração no salão comunal. Harry ficou feliz com aquele pensamento, e pensando em Gina, adormeceu.

_____________________________________________________________________

Uma casa muito bonita, que lhe parecia familiar. Os jardins eram muito bem cuidados, e mesmo por fora, dava para ver que quem morasse ali, cuidava bem para que tudo fosse impecavelmente limpo. Enquanto observava a casa, aparecem dez vultos vestidos inteiramente de negro, e usavam mascaras de caveira, que lhe tapavam o rosto.

- Não se esqueçam da ordem de nosso mestre: Matem os três trouxas, deixem apenas o Potter vivo; nosso Lord quer que o pirralho sofra um pouco mais, disse uma voz feminina, transparecendo excitação.

- Vocês, disse a voz feminina apontando para três encapuzados, fiquem aqui fora e vigiem a casa. Se aparecer alguém indesejável... Já sabem o que fazer, acrescentou com um tom malicioso. Os três soltaram exclamações de prazer ao ouvir aquilo, e correram a se esconder pela vizinhança.
O restante acompanhou a dona da voz, e assim que chegaram a soleira da porta, um deles disse:

- Então o que faremos? O Mestre nos disse que a proteção ainda está ativada.

- Com medo? Perguntou a voz feminina. Não se esqueça do ritual que passamos. A casa não nos terá como inimigos; será confundida com o sangue imundo que hora corre em nossas veias. E com um aceno rápido de varinha, a porta explodiu, revelando um corredor que até minutos atrás estava muito limpo. A encapuzada olhou aquela casa por alguns segundos, até que retirou sua mascara, revelando uma face de pele morena, muito bonita, mas que Azkabam tinha levado parte de seu encanto: era Bellatriz Lestrange.

____________________________________________________________________

- HAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!- gritou uma voz feminina muito jovem em seu quarto escuro. Ela com um salto se pos sentada em sua cama e procurou sua varinha, enquanto ia procurando se acalmar.
Em pouco tempo, uma mulher de estatura baixa, um pouco gorda, mas ainda assim mais magra do que fora nos últimos meses, com sua cabeleira ruiva, entra no quarto, muito assustada:

- Gina, o que aconteceu? Perguntou a Sr.ª Weasley.

- Mamãe, o Harry, o Harry... Ele está em pe... ri... go! Disse Gina, com uma voz muito assustada e chorosa.

Molly ficou assustada com a declaração da filha, e falou com uma voz que soasse como acolhedora e protetora:

- Filha, minha filha, tenha calma. Foi só um pesadelo... está tudo bem com o Harry. Semana que vem ele vem para o casamento de seu irmão Gui e Fleur, querida, por isso não se preocupe com nada.

- Não mãe, a senhora não entende. Eu vi acontecer – Dez comensais aparataram em frente a casa do Harry – e Bellatriz esta no comando.

- Virgínia Weasley, agora chega. Disse sua mãe com uma voz severa, mas, ao mesmo tempo transparecendo carinho e segurança.

- Está tudo bem com o nosso querido Harry. Se quiser, quando acordar, pode mandar uma carta para ele para saber como ele está. Agora, volte a dormir, afinal, ainda são uma e meia da manhã. Falou a Sr.ª Weasley, já cobrindo sua filha.

- Boa noite querida! Disse Molly, antes de sair do quarto.

Gina não conseguiu dormir bem aquela noite, pensando se aquilo foi realmente um sonho como sua mãe dissera, ou se estaria acontecendo naquele exato momento, e em como estaria seu amado.

____________________________________________________________________

Harry, assim que ouviu uma explosão no andar de baixo, levou sua mão esquerda à procura dos óculos, enquanto sua mão direita apanhava sua varinha, escondida embaixo do seu travesseiro. Após apanhar seus óculos, e já de varinha em punho, Harry abre a porta do seu quarto o mais silenciosamente possível; assim que sai para o corredor, vê várias luzes lá em baixo, e pelo pressentimento que estava sentido, não significava coisas boas.

Antes de conseguir tomar uma decisão sobre o que fazer, ele ouve uma das vozes que lhe causavam grande sofrimento e ódio: Bellatriz Lestrange.
- Vamos. Aleco, Amico e Crabe, vocês vão verificar o andar de baixo e montar guarda aqui. O resto sobe comigo.

Harry, se controlando ao máximo para não descer lá e matar a assassina de seu padrinho, pensa no melhor modo de salvar seus parentes trouxas, e dar um jeito nos comensais. Até que tem uma idéia razoavelmente boa: ele fecha a porta do seu quarto, corre ao banheiro, que fica em frente ao quarto de seus tios e ao lado do quarto do primo, e se tranca lá, esperando os comensais subir.

Quando ele ouve passos já no corredor, ele ouve aquela maldita voz feminina:

- Goyle, tranque o quarto do moleque, não queremos que ele interfira.

Bella, não seria melhor se o matássemos agora? Pense bem, tudo acabaria e a ascensão de nosso Lord estaria garantida.

Harry reconheceu aquela voz: era uma voz grossa que parecia um grunhido; só não conseguia ligar a voz ao dono, mas alguma coisa lhe dizia que não seria bom descobrir.

- Não seja burro seu monte de músculos. As ordens de nosso mestre são muito claras: matar os trouxas, e deixar o pirralho sem nenhum arranhão.

Nessa hora, o plano que Harry tinha bolado foi pro espaço, dando lugar a um ódio enorme. Então Voldemort queria matar seus parentes? Ele não deixaria que isso acontecesse. Harry abre a porta do banheiro antes de Goyle terminar de lançar o feitiço coloportos na porta de seu quarto.

- Sectumsempra. Berra Harry, atingindo o dono da voz, que por sua vez cai no chão em uma poça formada por seu próprio sangue. – Fenrir Lobo Grayback.

Estupefata com a aparição do “menino – que – sobreviveu”, Bella não conseguiu se desviar do segundo raio, que veio em sua direção:

- Expelliarmus. Disse Harry, fazendo a varinha de Bellatriz sair voando até sua mão, e a bruxa cair desalentada pela força do feitiço.

Alertados com as vozes lá de cima, os três comensais que tinham ficado no andar de baixo, subiram as escadas correndo. Neste momento, tio Valter sai do seu quarto para ver o que estava acontecendo, pronto para berrar com seu sobrinho, quando ele vê cinco vultos em pé, de varinha na mão, e dois deitados, sendo que um ele julgava morto pela quantidade de sangue no chão.

- Accio varinha da Bellatriz, disse Aleco.

- Você vai se arrepender fedelho. Petrificus Totalus, disse Amico, apontando a varinha para Harry.

Harry, com seus reflexos aguçados devido aos anos de quadribol, tratou logo de executar uma cambalhota para o lado. O raio passou a poucos centímetros de seu corpo, fazendo com que tio Valter caísse duro no chão, com a face em misto de surpresa e raiva, atingido pela maldição de Amico.

Neste momento, uma coruja marrom com manchas brancas adentra a casa da rua dos alfeneiros nº4 passando pela janela da cozinha, que se encontrava aberta, e voa até o segundo andar, deixando um rolo de pergaminho com o brasão ministerial cair, aos pés de Harry, retirando-se imediatamente com medo de ser atingida.

Neste momento, Harry teve uma idéia: Hermione fez questão que Harry lesse uns livros sobre alguns feitiços de não-combate, e parece que teria que começar a usar; rezando para que desse certo, já que nunca tinha realizado o feitiço antes, Harry, aproveitando a distração dos comensais causada pela coruja, somada a sua extrema agilidade, lançou o feitiço coloportos na porta do tio e do primo, sem produzir u único som; e convocou um pergaminho, já na porta do banheiro, e com ultimo feitiço (Locomotors), ele “convoca” o tio para dentro do banheiro junto com ele; assim que estava entrando com o tio, Bellatriz lança um sectumsempra, que atinge Harry na altura do joelho da perna direita. Ao mesmo tempo em que convocava o tio com o feitiço não-verbal, Harry chamava por sua coruja Edwinges, já com a voz fraca, devido à fraqueza que o poderoso feitiço já causava. A coruja, como se já esperasse pelo chamado do dono, passou em uma velocidade incrível pelos comensais e entrou no banheiro no mesmo instante em que Harry fechava a porta e a trancava com um colloportos.

Sua perna estava tomada por vários cortes profundos, um maior que o outro, dando a impressão que o tinham açoitado durante muitos minutos somente naquela perna. O sangue vertia com tanta intensidade e em quantidades tão absurdas que o “garoto-que-sobreviveu” tinha certeza que se continuasse daquele jeito, ele não teria muito tempo.

A fraqueza foi tomando conta de seu corpo, enquanto sua visão começava a ficar fora de foco, e seu sangue já passava para fora da porta do banheiro. Já consciente que não demoraria muito para desmaiar, Harry pega a varinha, aponta para o pergaminho e diz mentalius, em seguida, reunindo suas últimas forças, ele prende o pergaminho a perna de Edwinges, que sai voando pela janela em disparada.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.