Reuniões



Capítulo 4 – Reuniões


Terça-feira, 9 de setembro, Feitiços


Ai, que saco. Eu realmente sou uma idiota.


Eu definitivamente me lembro de ter um pergaminho essa manhã. Eu sei que eu tinha, mas não está na minha mochila. Nem mesmo um único pedaço idiota. Mas eu sei que eu tinha. Na verdade, eu lembro bastante avidamente de tirá-lo da minha mochila essa manhã, consertar aquela tarefa de Poções que não fazia sentido nenhum ontem à noite e depois...


...e depois colocá-lo na minha mesa. No meu dormitório.


E não colocá-lo de volta na minha mochila.


Ugh.


Repetidas vezes droga, droga, droga, droga.


“Gracie! Ei, Grace!”.


Eu dou um cutucão no ombro de uma dorminhoca Grace. Ela murmura alguma coisa incoerente, vira sua cabeça e me ignora. Eu a cutuco de novo, mais forte, ela geme levemente, levantando sua cabeça da mesa. Ela pisca os olhos como uma coruja para mim. “Mnhque?”, ela resmunga em meio ao seu sono.


“Você pode me emprestar um pedaço de pergaminho?”.


“Sfhminho?”.


“É, pergaminho”.


Enquanto bocejava silenciosamente, Grace esticou suas mãos acima de sua cabeça, sem nem mesmo se preocupar com o fato de que estamos no meio de uma aula de Feitiços e de que está bastante óbvio que ela acabou de acordar de um cochilo. Para o meu aborrecimento, mesmo estando cansada, Grace ainda é capaz de me dar algo que pode ser considerado como um sorriso diabólico. “Lily”, ela diz em um tom desaprovador, balançando sua cabeça. “Para que você adquira responsabilidade, você tem que aprender a encarar as conseqüências de suas ações esquecidas!”.


Eu revirei os meus olhos e a olhei furiosamente, ignorando o mantra de censura que Emma sempre repete para Grace quando ela esquece alguma coisa. Que hipócrita essa garota é.


“Grace! Por favor!”.


“Você é monitora-chefe, Lily. Eu estou apenas tentando te ajudar a ser o melhor que você pode ser!”.


Eu lhe lancei um olhar irritado, enquanto ela colocava sua cabeça de volta em cima da mesa e rapidamente fechava seus olhos mais uma vez.


Ela pode continuar com esse absurdo por quanto tempo quiser, mas eu acho que nós duas realmente sabemos que isso não tem nada a ver com ela me ajudando a ser o melhor que eu posso ser, e tudo a ver com o próprio divertimento de Grace.


Maldita melhor amiga.


Mas o que eu vou fazer agora? Eu não tenho nenhum pergaminho e Flitwick está falando e falando e eu vou perder tudo isso...


Ei, espere um segundo.


Pergaminho. Aqui. Bem aqui.


Oh, Merlin. Às vezes eu fico pensando aonde meus sentidos vão.


Feitiço Restaurador


Para que um Feitiço Restaurador serve?


Um Feitiço Restaurador força um Animago, que está transformado em sua forma animal, a voltar para sua forma humana.


Quais são os efeitos desse feitiço?


O efeito do feitiço é uma grande e brilhante luz azul e branca.


3) Como executar o Feitiço Restaurador de forma apropriada:


Ele realmente acha que eu vou copiar tudo aquilo?! Feitiços e similares de Newton J. Riter, página 843.


Bem, durou bastante. Eu realmente estou me tornando uma vagal. Sério. Nesse mesmo momento, ano passado, eu teria sentado aqui e copiado todas as palavras do quadro negro. E no quinto ano...Merlin, no quinto ano eu teria escrito material extra de leitura! Eu era um pouquinho nerd naquela época. Eu realmente não sei o que tem acontecido comigo recentemente. Você deveria ganhar responsabilidade quando você fica mais velha, e não perdê-la.


Percebe? Outro claro exemplo de que eu não deveria estar viva.




Quarta-feira, 10 de setembro, café-da-manhã no Salão Principal


Eu não vou para minha aula particular hoje. Eu simplesmente não vou. Ninguém pode me obrigar a ir. Eu não vou mais sofrer nenhuma humilhação. Eu não vou mais suportar isso.


E tem mais: já que eu nunca mais vou falar com o James Potter, poderia ficar um pouco difícil se eu realmente fosse para a aula particular.


Ninguém pode me culpar por não ir. Sério. Eles simplesmente não podem. Se eu tiver, vou sentar com McGonagall amanhã e explicar exatamente porque eu não fui. Eu pretendo falar com ela de qualquer jeito, porque eu preciso que meu professor seja trocado. Uma vez que ela ouvir tudo sobre a catástrofe da gosma-verde (quero dizer, se ela já não ouviu), eu sei que ela vai deixar eu trocar. Eu sou, afinal de contas, a sua favorita – infelizmente, Potter também é, mas nós, mulheres, temos que permanecer unidas em tempos como esse, e se eu tiver que lembrá-la disso, eu vou.


Poder Feminino, Professora. É tudo sobre o Poder Feminino.


Eu vou mudar de professor, eu vou passar em Transfiguração e minha vida vai, mais uma vez, voltar aos trilhos.


Então, eu não vou.


Lá.




Quarta-feira, 10 de setembro, História da Magia


Tive uma manhã fabulosa, apesar de ter tido aula de Transfiguração (o que geralmente significa que minha manhã não vai ser muito boa). Hoje foi uma aula de anotações, então eu não precisei me preocupar em me humilhar na frente de todo mundo, pelo menos por hoje. Isso me fez ficar com um humor tão bom que eu nem me importei com Grace me batendo com sua pena, porque eu me recusava a parar de desenhar corações no meu pergaminho (eu mencionei que Amos passou por mim algum tempo atrás e disse ‘com licença’? Oh, céus). Ela é tão preguiçosa. Ela só queria que eu anotasse tudo porque ela não queria e Emma disse que sua mão doía. O quê que tem isso, de qualquer forma? Não sou eu a monitora-chefe? Não devia ser eu a dar ordens pra ela? O quão injusto isso é?


Mas eu fiz isso assim mesmo. Copiei as anotações de Transfiguração, quero dizer. Eu acho que fiz isso muito bem também. Quando você segura o pergaminho na frente do seu rosto, a letra parece toda perfeita e organizada e totalmente fab - bem, exceto pelos corações desenhados ao longo das margens. Esses parecem um pouco bobos, mas, naquele momento, eu não pude evitar desenhá-los.


Eu sou tão engraçada.


“Senhorita Evans? Você pode, por favor, falar comigo por um momento depois da aula?”.


Senhorita Evans? O quê? Eu?


Como é que é?


O que, por Merlin, McGonagall poderia querer de mim dessa vez? Eu ainda nem fiz nada! Quero dizer, eu estou me esforçando completamente para ser um bom modelo e tudo mais – sabe, tentar ter uma boa imagem de ‘monitora-chefe’ – mas isso não vai acontecer se ela continuar me prendendo depois da aula. Isso destrói a minha reputação (pah! Que reputação?). E esses olhares de “o-que-por-Merlin-você-fez-dessa-vez” que eu estou recebendo da Grace e da Emma também não estão ajudando. Garotas idiotas.


Então, quando o sinal indicando o final da aula tocou, eu ainda estava recebendo olhares de “o-que-você-fez” de quase todo mundo da sala, e você tem que entender meu enorme desconforto. Quero dizer, você também não se sentiria desconfortável? Essa era a segunda vez na primeira maldita semana de aulas que eu estava tendo que falar particularmente com um professor. Isso tem que ser um recorde ou algo assim.


. “Professora?”, eu perguntei um tanto timidamente, uma vez que tive certeza de que todo mundo tinha saído da sala. Ninguém iria ouvir os meus podres. Principalmente quando eu nem sabia o que eles eram ainda.


“Senhorita Evans”, McGonagall acenou na direção da cadeira em sua frente. Miseravelmente, eu me sentei lentamente na cadeira. Ah, déjà vu. Isso não ia ser bom. Isso não ia ser nada bom. Quero dizer, você sabe que é ruim quando eles mandam você sentar.


“O que é, Professora?”.


Eu tentei, desesperadamente, manter o pânico longe da minha voz, mas não consegui me livrar dele completamente. E quem poderia realmente me culpar? No pouco tempo em que eu fiquei sentada lá, eu tentei, desesperadamente, descobrir o que McGonagall queria. Ela não poderia já me expulsar da aula – ela tinha acabado de me designar um professor particular (apesar de que isso não funcionou muito bem, mas ela não sabia disso ainda)! Mas, o que mais possivelmente poderia ser?


McGonagall me observou com um olhar curioso, levantando suas sobrancelhas levemente por causa do meu nervosismo. “Relaxe, Evans. Não há nada com o que se preocupar. Eu simplesmente queria informá-la que o diretor solicita a sua presença na reunião de monitores amanhã à noite em seu escritório depois do jantar”.


Uma reunião?


Ela me fez ficar toda tensa e pronta para ter um colapso nervoso por causa de uma reunião?


Ugh! Professores!


“Ah”, eu suspirei, relaxando meus ombros em um alívio imediato. Eu acho que eu ouvi uma leve risada vinda da direção de McGonagall. Tenho certeza que eu sou incrivelmente engraçada pra ela. “Isso é tudo, então?”, eu perguntei, um pouquinho chateada porque McGonagall tinha rido do meu alívio óbvio. Os professores podem fazer isso? Rir de seus alunos, quero dizer? Não é contra o Código de Conduta dos Professores ou algo assim? Se não é, eu sinceramente acho que deveria ser.


“Na verdade”, MgGonagall disse, uma vez que ela se recuperou de seu pequeno momento humilhando-Lily. Ela parecia um pouco inquieta naquele momento em sua cadeira, com seu rosto todo amassado e um pouco nervoso. Certo. Eu deixei a Professora McGonagall inquieta. Ha. A mesa virou, Risadinha-bafejante.


“Na verdade”, ela repetiu um tempo depois. “Eu quero te perguntar uma coisa. Como vão indo as suas aulas particulares?”.


Isso foi como um chute no estômago.


Er...bem...as minhas aulas particulares, Professora...


O que eu deveria falar?


Entre todas outras coisas estúpidas pra perguntar, ela tinha que perguntar sobre as aulas particulares? Bem, eu acho que isso faz sentido, já que ela é minha professora e tudo mais, mas, por favor! Que inferno! O que ela esperava que eu dissesse? “Bem, sabe Professora, durante a minha última aula, uma grande gosma verde foi jogada diretamente no meu corpo pelo meu professor e seus amigos, o que me levou completamente a perder o controle e, por isso, eu e meu professor fomos expulsos da biblioteca. Alguma outra pergunta?”. Ah é. Isso soaria muito bom. O que eu deveria fazer?


“Elas estão indo perfeitamente bem, Professora. Na verdade, eu aprendi mais do que eu pensava na última aula”.


É isso aí. Eu menti.


Eu sou tão, tão má.


“Estou feliz por ouvir isto, Evans”, McGonagall acenou com a cabeça. Parecia que agora era ela que estava se sentindo aliviada. Eu queria rir um pouquinho, sabe, só pra irritá-la, mas daí eu lembrei que ela era minha professora e que eu era monitora-chefe e que monitoras-chefe simplesmente não fazem coisas idiotas e infantis como rir de seus professores só por vingança. “Mas”, ela continuou, fazendo meus pensamentos pararem. ‘Mas’ nunca é bom. “Eu tenho um pequeno favor para te pedir”.


Um favor? Pra mim?


“Veja bem”, ela continuou. “Eu tenho tido uns probleminhas com o time de Quadribol da Grifinória”.


O time de Quadribol da Grifinória? O que, por Merlin, eu tenho a ver com o time de Quadribol da Grifinória? Eu não jogo Quadribol. Eu mal sei voar!


“Parece que estamos desesperadamente precisando substituir dois jogadores do time do ano passado. Embora eu tenha te falado que os problemas de Quadribol não atrapalhariam suas aulas particulares, nós precisamos fazer os testes logo. Parece que a Professora Sprout já tem o time da Lufa-Lufa completo e treinando, e eu gostaria de realmente ter uma chance de ganhar a Copa esse ano. Então, você se importaria se a sua aula de hoje à noite fosse cancelada? Tenho certeza que você e Potter poderiam marcar uma outra data”.


ISSSSO!


OBRIGADA, SENHOR!


Eu não teria que não aparecer! Eu não teria que explicar a McGonagall o porquê de eu não freqüentar as aulas particulares essa semana! Ela estava inventando a desculpa pra mim! E ela pensou que estava me pedindo um favor? Ela ficou maluca?


“Bem, eu acho que não tem problema”, eu respondi, mantendo muito bem a felicidade longe da minha voz, até parecendo um pouquinho desapontada, eu acho. Eu sou uma atriz tão talentosa. “Qualquer coisa pela Grifinória, certo?”.


McGonagall concordou com um sorriso. “Obrigada, Senhorita Evans. Eu vou falar com o Potter. Você pode ir agora”.


Ela não precisava me dizer duas vezes. Eu rapidamente peguei os meus livros, tentando ignorar o fato de que eu tinha acabado de mentir rudemente para um professor, peguei minhas últimas coisas e saí apressada.


Mas agora eu me sinto um pouco mal. Quero dizer, se eu tivesse falado a verdade para a Professora Mcgonagall – que minhas aulas particulares não estavam indo bem e que elas estavam, na verdade, fracassando em seu objetivo – ela provavelmente nunca teria permitido que esse cancelamento acontecesse. No entanto, porque minha boca vai lá e mente sozinha, sem meu consentimento, eu não tenho aula hoje à noite.


Você, definitivamente, não deve mentir para os seus professores. Disso eu tenho certeza. Mas eu menti. E um tanto facilmente, na verdade.


Quando eu morrer, eu vou diretamente para o inferno.


Eu não acho que eles vão me deixar parar pra fazer minhas malas ou me despedir da minha coruja.


Não. Eu vou diretamente pra lá.


E assim que eu chegar lá, eu vou ter um encontro com o Diabo em pessoa, porque os realmente, realmente maus conhecem o Diabo. E quando o Diabo disser que eu fui uma pessoa má, eu vou ter que acenar com a cabeça e concordar porque, sabe de uma coisa? Eu sou uma garotinha horrível, terrível, estúpida, grossa e miserável.


Pah.


Eu aposto que o Diabo nunca mentiu para seu professor de Transfiguração.




Mais tarde, dormitório feminino do sétimo ano


AS CINCO MELHORES RAZÕES DO PORQUÊ QUE VOCÊ NÃO DEVERIA DEIXAR BILHETES DE JAMES POTTER SOLTOS POR AÍ NO SEU DORMITÓRIO


5) O dormitório feminino do sétimo ano já é um lugar incrivelmente bagunçado. É sério – sutiãs, revistas, livros, pergaminhos, roupas – qualquer coisa que você possa imaginar pode ser encontrado no nosso chão. Simplesmente tudo em todo lugar. É maluquice. Pra que adicionar combustível no fogo já queimando?


4) Eca. Germes masculinos.


3) Se os citados “bilhetes” estiverem inutilmente no chão, isso significa que eles ainda não foram queimados. Hello? Queime essas coisas ridículas! Vá em frente! Vamos!


2) Er...Eu não TENHO realmente um número dois, mas uma lista com as quatro melhores razões não me pareceu tão atraente como uma lista com as cinco melhores razões, então eu mudei.


1) ELISABETH SAUNDERS É BASTANTE CAPAZ DE ENCONTRÁ-LOS E LÊ-LOS! ALERTA VERMELHO! ALERTA VERMELHO! ALERTA VERMELHO!


Duas vezes droga!




Ainda mais tarde, no dormitório feminino do sétimo ano


Minha vida é tão deprimente. Minha fabulosa manhã estava boa demais para meu carma ruim poder lidar com ela. Aparentemente, eu não estava sofrendo o suficiente. Agora, eu não só estou me sentindo ridiculamente culpada por ter mentido para McGonagall, mas também Elisabeth Saunders está nesse momento se empertigando pelo quarto, me lançando olhares asquerosos e depois olhando para sua bolsa, onde ela guardou os bilhetes de Potter. Ótimo. Tudo está maravilhosamente ótimo.


Isso tudo é culpa da Grace. Realmente é culpa dela. Foi ela que guardou aqueles bilhetes desgraçados e depois teve a coragem de deixá-los expostos para QUALQUER UM VÊ-LOS! O QUE HÁ DE ERRADO COM ELA? POR QUE EU TENHO QUE TER AMIGAS TÃO TOLAS?


É por isso que eu não tive nenhuma dó dela quando ela entrou no dormitório alguns minutos atrás, toda suja de lama e com um olhar asqueroso em seu rosto. Aparentemente, Potter estava com um humor meio homicida nos treinos dessa noite e jogou todo o time no chão. E, apesar disso parecer meio cruel, tudo o que eu tenho a dizer é: melhor eles do que eu. Ou, na verdade, melhor Grace do que eu. Atualmente, eu não tenho nenhuma rixa pessoal contra nenhum dos outros jogadores ou possíveis jogadores do Time de Quadribol da Grifinória. Apenas contra a minha amiga descuidada.


Oh, Merlin, lá vem ela de novo. Saunders, não Grace. Sim, eu sei que você me despreza, sua idiota. E eu sei que você está ofendida porque seu menino-brinquedo prefere jogar pedaços de pergaminho em mim do que em você mas, francamente, eu não me importo, ENTÃO, PARE DE OLHAR PRA MIM DESSE JEITO! EU NÃO AGUENTO MAIS!


Que tudo isso se exploda. Estou me mudando para Guam.




Quinta-feira, 11 de setembro, História da Magia


Eu não acredito nisso, eu não acredito nisso.


Emma está desaparecida.


De novo.


Exceto que, dessa vez, ela decidiu matar aula!


Eu estou tão orgulhosa dela que eu quase poderia explodir.


Não há nenhuma chance dela conseguir empurrar toda essa história de “Eu estava na biblioteca” agora. Ela não pode estar “na biblioteca” quando ela deveria estar na aula. Peguei ela agora.


Quem poderia imaginar que a nossa pequena traça de livros tinha isso dentro dela? Quero dizer, eu nunca matei aula. Isso é loucura. Com meu carma ruim, Filch me pegaria antes mesmo que eu pudesse sair do meu dormitório. A vida é apenas injusta assim às vezes.


Eu só queria que ela tivesse me contado. Talvez, com o meu carma ruim combinado com o bom carma dela, eu poderia ter tido uma chance e poderia ter ido com ela. Quem sabe?


Ah, bem.




Ainda mais tarde, Feitiços


Emma ainda está desaparecida. Simplesmente maravilhoso, não?




Ainda mais tarde, Runas Antigas


Cartas de Lily Evans para Amos Diggory, as quais ela nunca vai mandar, mas que ela gosta de escrevê-las assim mesmo porque ela não tem nada melhor pra fazer a não ser olhar pra ele e sonhar com ele na aula de Runas Antigas


Querido Amos,


Oi! Você não me conhece realmente, mas eu só queria que você soubesse que eu acho que eu estou apaixonada por você.


Atenciosamente,


Lily Evans.


Querido Deus do sexo,


Oi de novo, Amos! Eu só pensei em te escrever mais um rápido bilhete para informá-lo de que eu te amaria ainda mais se você parasse de falar com a Penny O’Jene, porque você está me fazendo ficar terrivelmente com ciúmes. Certo. Ela é legal e tudo mais, mas francamente, você já olhou pras mãos dela recentemente? Quando foi a última vez que ela as lavou? É nojento!


Atenciosamente,


Sozinha e Desesperada


Querido objeto da minha afeição não-retribuída,


Eu esqueci de mencionar que eu quero ter filhos seus? Só pensei que você deveria saber.


Atenciosamente,


Ainda presa na questão número 13.


Querido atraente Diggory,


Eu te amo com todo o meu coração, mas se você não mover a sua mão para que eu possa olhar a resposta da questão número 13 no papel da Julie Little, eu acho que eu vou ficar um pouquinho chateada. Obrigada. Eu te amo.


Atenciosamente,


Ruiva Revoltada


--


Querido adorado Amos,


Genial! Nós nem tínhamos que fazer a questão número 13! Por que você não me contou, amor? Poderia ser porque você está muito envolvido na sua conversa com a Penny para prestar atenção em mim? Abandone ela, querido. Pela minha já decadente sanidade.


Atenciosamente,


Perdendo a cabeça.


Querido garoto muito bom, sentado duas carteiras na minha frente,


Grande Merlin, amor! Foi mesmo você que se virou e me pediu um pergaminho? Foi você? Ó Merlin fiel, eu acho que foi!


“Oi, Lily! Você tem um pergaminho pra me emprestar?”.


Eu te darei mais do que um simples pergaminho, se você sorrir desse jeito pra mim só mais uma vez, Amos querido. Obrigada por fazer meu dia brilhante e até a próxima vez. Eu digo adeus.


Atenciosamente,


Sua futura esposa (er...ou perseguidora).




Ainda mais tarde, Defesa contras as Artes das Trevas


São quatro aulas, Grace! Quatro! Onde ela poderia estar? – LE


Eu acho que ela deve ter fugido para um fim de semana impuro com algum cara velho. Isso não seria sensacional? – GR


Eu não acho que tenha algo de sensacional nisso, Gracie. Além disso, é Quinta. É possível ter um fim de semana impuro na quinta-feira? Eu acho que não. Não é fim de semana.


Emma sabe algum feitiço contraceptivo? Merlin, eu espero que ela saiba. Ficar grávida simplesmente não é uma opção pra ela agora.


Eu não vou nem responder isso.


Ah relaxa, Lily! O mundo não está acabando! Ela voltará no final das contas. Eu pensei que você estivesse orgulhosa por ela estar matando aula?


É. Uma aula, talvez duas, não todas elas! E se algo estiver errado? E se algo ruim tiver acontecido com ela? E se ela estiver doente e morrendo em seu leito de morte e nós nunca a vermos novamente? E se a colocarem num caixão antes mesmo que possamos dizer adeus? O QUE ACONTECE, ENTÃO?


Er...eu não sei?


É. Bem, eu estou feliz que uma de nós consegue pensar nessas coisas.


Você é uma boba louca, Lily.




Ainda mais tarde, jantar no Salão Principal


Bem, nós encontramos a Emma.


É.


Emma e seu namorado.


NAMORADO!


O NAMORADO QUE ELA NUNCA SE INCOMODOU EM NOS APRESENTAR!


Ela irá pagar no inferno hoje. Eu a estrangularia agora mesmo, mas, primeiro: ela está sentada na mesa da Corvinal (com o namorado dela). E, segundo: eu tenho que ir me encontrar com o Dumbledore.


Eu tenho o Diabo do meu lado agora. Ela nunca sairá dessa viva.




O mais tarde possível, dormitório feminino do sétimo ano


Desde que eu conheço o Professor Dumbledore, eu tenho escutado umas coisas bem esquisitas sobre ele. O mais freqüente é que ele é um pouquinho maluco. Agora, sendo a garota sensata que eu sou, nunca realmente acreditei nesses rumores bobos. Quero dizer, o homem é, possivelmente, o bruxo mais poderoso dos últimos tempos! Como ele poderia ser maluco e fazer todas essas coisas incríveis que ele fez? Você não pode fazer as duas coisas. Eu saberia. Eu li sobre isso. Então, todos aqueles rumores? Completamente fora da minha cabeça.


Quero dizer, até eu ver o escritório dele essa noite.


Meu. Merlin.


Eu não acho que eu tenha visto tanto lixo desde aquela venda de garagem da minha tia Mae quando eu tinha sete anos. Foi terrível! Quero dizer, eu presumo que todos aqueles enfeites e peças tenham suas próprias utilidades, mas, francamente, ele realmente precisava de tantos? Eu acho que não.


E eu acho que Dumbledore deve ter percebido a minha desnecessária admiração quando eu entrei em seu escritório, porque ele sorriu e começou a olhar suas bugingangas de forma bastante afetuosa enquanto me dizia, “Ninguém nunca tem peças úteis demais, Senhorita Evans”.


Úteis? ÚTEIS? Ele chamou algumas daquelas coisas de úteis?


Mas, claro, eu não podia falar isso pra ele então, eu simplesmente me sentei lá, concordando com a cabeça como a idiota que eu sou. Talvez, algum dia, eu realmente perguntarei a Dumbledore o porquê de ele ter me escolhido para o cargo de monitora-chefe, porque, sinceramente, eu sou uma idiota. Talvez ele tenha descoberto que ficaria mais confortável com alguém tão insano quanto ele. Bem, se foi isso, ele a encontrou.


“Antes de começarmos nossa reunião”, Dumbledore começou, olhando significativamente para Potter (que eu estava ignorando maravilhosamente, tenho que acrescentar) e para mim, “Eu devo parabenizar os dois por terem conseguido essa alta posição. Não é um trabalho fácil, ser monitor-chefe, mas eu tenho certeza que vocês dois vão cumprir as tarefas maravilhosamente”.


Maravilhosamente? Eu e o Potter?


Ah, é. Maluco, esse daí.


Potter e eu murmuramos nossos agradecimentos enquanto Dumbledore começava a mexer em uma das bugingangas de sua mesa. Seus dedos esfregavam levemente esse pedaço pequeno de metal na forma de uma tigela, com várias varas e bolas destacando-se nele. Era uma coisa um tanto estranha e me fez pensar para quê aquilo era usado. Não parecia ser algo muito útil.


“Senhorita Evans, Senhor Potter”, ele disse nossos nomes tão formalmente, tão sério, que uma série de calafrios percorreu a minha espinha e eu parei de olhar para a peça. Dumbledore parecia tão sério quanto sua voz. “Haverão coisas ditas essa noite – e em outras noites também – que vocês podem ou não podem saber ou querer ouvir. Algumas dessas coisas serão insignificantes, como horários e monitores. Mas outras”, ele parou aqui, respirando fundo. “Outras poderão ser vitais. Outras, como o caso de Voldemort”.


Voldemort.


Eu acho que é estranho, eu não ter mencionado Voldemort antes, mas eu tento não pensar nele e no desastre e na destruição que o homem conhecido no mundo bruxo como Você-Sabe-Quem tem causado. Não é que eu não tenha medo do que essa...essa coisa está fazendo. Pelo contrário. Na verdade, eu sou nascida trouxa e eu sou afetada muito mais do que muitos outros bruxos da minha idade são. Mas esse é o ponto, não? Eu sou nascida trouxa. Por mais que eu odeie admitir isso, eu simplesmente não...sei o suficiente. Eu não tenho as milhares de gerações de puro-sangue lutando contra os nascidos trouxas incutidas em minha cabeça desde o nascimento. Eu nunca vi a separação de certas famílias puro-sangue por causa de grandes debates sobre essa questão. Eu simplesmente vivi no meu próprio e seguro abrigo até eu completar onze anos, quando eu fui jogada dentro dessas novidades. Como você pode ter medo de um nome quando você não entende realmente sobre o que tudo isso é?


Não que eu não esteja fazendo o meu melhor para ajudar a situação. Eu estou, afinal de contas, estudando para me tornar uma auror.


No entanto, apesar de toda a minha ignorância no assunto, eu acho que eu ainda fiquei um pouquinho assustada quando Dumbledore mencionou o nome dele. Eu não o ouço sendo usado freqüentemente. Dumbledore percebeu minha reação e balançou sua cabeça de forma compreensiva.


“Eu peço desculpas”, ele disse, correndo seus dedos pela tigela e pela vara da bugiganga mais uma vez. “Eu não estou tentando assustar nenhum de vocês. Se eu não acreditasse que vocês dois poderiam suportar o fardo de ouvir essas notícias, eu não as contaria. Mas parte do motivo de vocês dois estarem sentados aqui hoje é porque seus professores e eu acreditamos que vocês dois conseguem agüentar essas coisas. Os tempos estão ficando piores e vocês, monitores-chefe, precisam ser capazes de controlar sua escola se certas situações horríveis começarem”. Ele parou de novo, abaixou sua voz e olhou por cima de seus óculos de meia-lua “Vocês dois entendem o que eu estou dizendo?”.


Eu não queria concordar, mas eu concordei mesmo assim. O que ele quis dizer com ‘vocês entendem?’. Não, eu claramente não entendi. Quero dizer, certo. Eu sei agora porque Potter foi escolhido para o cargo de monitor-chefe ao invés do Amos – todo mundo sabe que sua família combate as artes das trevas. Na verdade, eu acho que seus pais são aurores – mas, sério, eu?Certo, eu sou boa em Feitiços e tal, mas em ‘situações horríveis’? Eu simplesmente não sei. Talvez, eu nem deveria estar tentando me tornar uma auror. Sério. Se você pensar nisso, eu sou simplesmente muito imatura. Quero dizer, eu sento e reclamo o dia inteiro sobre as minhas amigas e sobre a minha vida e eu sou completamente distraída com tudo. Não exatamente material para auror. Eu morreria em dez segundos.


“Senhor? Eu tenho uma pergunta, se você não se importar?”. Isso veio do Potter.


Dumbledore acenou com a cabeça. “Claro”.


“Bem, o negócio é que, esse não é o primeiro ano que Voldemort vem promovendo uma desordem – meus pais têm o perseguido há anos. Então, por que esse ano? Por que nos escolher agora? Eu espero que você não se importe que eu diga isso, mas ano passado o monitor-chefe era o Rabastan Lestrange e todo mundo sabe que os Lestranges são preconceituosos”.


Agora, isso foi uma pergunta de auror, ou o quê? Obviamente Dumbledore também pensou assim porque, apesar de ele ter suspirado, eu poderia dizer que ele estava escondendo um sorriso. Por que Potter, dentre todas as pessoas, tinha que ter os genes de auror? Por que não eu? Por que eu não posso ter uma pequena chance? Comparada com ele, eu sou uma sujeira no chão.


“Às vezes eu acho que você é um pouquinho inteligente demais pro seu próprio bem, Senhor Potter”, Dumbledore respondeu, seus olhos cintilando. Eu esperava que Potter sorrisse orgulhosamente ao elogio, mas seu rosto permaneceu sério. Dumbledore suspirou mais uma vez e continuou, “Mas, ai de mim, você está certo. Os monitores-chefe do ano passado não foram escolhidos pelas mesmas razões que vocês dois foram, e eu peço perdão pela falta de informação, mas eu não posso responder à sua pergunta ainda. Há coisas que um homem velho precisa guardar pra si mesmo. Pelo menos, por enquanto”.


Francamente, que resposta boba. Quero dizer, ele não percebe que essa resposta nos deixa ainda mais intrigados? Eu nunca considerei Dumbledore como uma pessoa não-inteligente – na verdade, bem o oposto – mas, sério! Isso foi tão ridículo.


Bem, depois disso, o assunto foi mudado de forma abrupta. Dumbledore obviamente não queria mais nenhuma pergunta inteligente do Potter, e eu agradeci de todo o coração. Quero dizer, eu realmente não poderia deixar o sujeito me fazer de idiota enquanto ele fazia todas essas perguntas inteligentes e eu ficava simplesmente sentada lá, parecendo bonita (o que eu não poderia fazer de qualquer jeito), poderia?


Monitora-chefe, Garota humilhada. Eu realmente sou apenas uma idiota com um distintivo.


Então, depois de discutirmos sobre os monitores e os pontos das casas por dez minutos, Dumbledore finalmente nos deixou ir. Eu não vou mentir e dizer que eu não estava aliviada quando finalmente pude me levantar e sair do escritório.


Potter e eu saímos juntos e começamos a fazer a nossa viagem até a Torre da Grifinória.


E apesar de ter prometido a mim mesma milhões de vezes que eu nunca, nunca, nunca mais falaria com Potter de novo, enquanto nós andávamos pelos corredores lado a lado, o silêncio se tornou completamente desconfortável e eu me achei incapaz de permanecer quieta por muito mais tempo.


E a culpa é toda da minha disposição preocupada e do meu corpo extremamente cansado.


“Bem, foi bem interessante, em?”.


As palavras ecoaram nas paredes do silencioso corredor, fazendo-as parecer muito mais altas do que elas foram realmente pronunciadas. Primeiro, parecia que ele não tinha me ouvido, mas depois, de repente, Potter parou bruscamente, me fazendo parar também.


E ele apenas olhou pra mim.


Quero dizer, realmente olhou pra mim, como se estivesse me analisando ou algo assim. Eu me mexi desconfortavelmente por causa de seu olhar, sem saber exatamente o que estava acontecendo. O que ele estava fazendo? O que ele esperava conseguir por simplesmente me olhar daquele jeito? O que estava acontecendo?


Mas então, antes que eu tivesse a chance de descobrir o que estava acontecendo, seu olhar observador se transformou em um olhar extremamente desagradável.


Ai, meu Deus.


“Ah, então agora você quer conversar?”, ele disse com raiva, estreitando seus olhos. Eu tentei não recuar, imaginando que provavelmente eu merecia aquilo. Eu, afinal de contas, derramei suco de abóbora na cabeça dele. E ignorei seus bilhetes. Duas coisas que ele, definitivamente, mereceu, mas talvez, não a coisa mais madura a se fazer da minha parte.


“Você não precisa ser tão grosso!”, eu retruquei asperamente, cruzando meus braços.


“Não preciso ser tão grosso?”, Potter repetiu, raiva e repugnância evidente em sua voz. “Não preciso ser tão grosso? Você é tão volúvel assim, Evans? Você não percebe nada? Você se colocou tão acima do resto de nós que toda a sua cabeça está nas nuvens?”, ele deixou sair um urro de repugnância. “Só me deixe em paz, está bem, Evans? Estou farto de você”.


Eu estava congelada pelo choque. Eu não podia me mover. Minha cabeça estava rodando.


O que, por tudo que é mágico, foi aquilo?


Quero dizer, eu acho que ele estava, obviamente, bravo comigo por eu não perceber que seus bilhetes eram, na verdade, bilhetes e não apenas pedaços de pergaminho dobrados em forma de bolas apenas para o meu divertimento, mas sério, o que foi esse repentino ataque de crueldade? Eu sei que eu sempre reclamo do Potter sendo mau comigo e tudo mais, mas na verdade, ele nunca foi realmente mau, mau. Ele foi, na verdade, mais um aborrecimento do que uma verdadeira ameaça. Pelo menos pra mim, de qualquer forma. Na maioria das vezes, ele apenas implicava comigo para me irritar – fazendo suas pequenas zombarias sugestivas como me chamar pra sair, já que ele sabia que ninguém me convidaria, ou implicando comigo porque eu sempre ia a Hogsmeade com Grace e Emma – mas ele nunca foi realmente...mau. Como ele é com Snape.


Mas do jeito que ele estava me olhando naquela hora, eu acho que eu posso ter me transformado no Snape.


Então, eu simplesmente fiquei lá em pé, olhando Potter andar irritado pelo corredor, completamente desconcertada pelo que tinha acabado de acontecer.


E quer saber mais? Quando eu finalmente cheguei à Torre da Grifinória (Emma não estava lá de novo. Ela estava com seu namorado) e contei à Grace tudo o que tinha acontecido, Grace não estava nem um pouquinho surpresa.


“Bem, claro que ele se revoltou com você, Lily! Ele está completamente zangado com você!”.


“Por que eu não respondi seus bilhetes?”, eu perguntei ainda confusa. “Mas eu não sabia que eram bilhetes! E mesmo se eu soubesse, não parece um pouco insignificante ficar tão cruelmente zangado comigo por causa de algumas bobas palavras não-retornadas? Ou foi o suco de abóbora? Mas mesmo isso seria bobo! De qualquer forma, ele se limpou antes mesmo da primeira aula! Isso é tão idiota”.


O que, definitivamente, era. As pessoas não deveriam ficar tão bravas como Potter tinha ficado só porque uma garota teve um momento de idiotice e acidentalmente pensou que seus bilhetes eram equipamento para um novo jogo, ou porque ela tinha finalmente tido o suficiente de suas conversinhas e, por isso, decidiu que ele precisava de uma acalmada. Alguns garotos apenas precisam crescer.


“Não, não, não”, Grace zombou, sacudindo sua cabeça. “Não tem nada a ver com isso. Ele está zangado com você por outra razão”.


Outra razão? O que?


“O que mais eu fiz pra ele?”.


Grace suspirou, agindo como se ela estivesse falando com uma criancinha estúpida, e não com sua melhor amiga de dezessete anos. “Escuta, Lil”, ela disse, dando de ombros. “Não sou eu que vou te dizer e você sabe disso. Se você está tão interessada, você pode ir perguntar pra ele, não acha?”.


Perguntar pra ele? PERGUNTAR PRA ELE? Ela está brincando? E arriscar outra crítica como a que eu recebi antes, com todos os xingamentos, insultos e “me deixem em paz”? Eu acho que não.


Então, essa foi a minha noite.


Eu não acredito que ele realmente esteja zangado comigo. Isso é tão injusto. Quero dizer, sério. Definitivamente, tem alguma coisa de errado nessa situação. Sou eu que deveria estar zangada com ele e não o contrário! Ou, de repente, ele esqueceu um certo incidente da gosma-verde que aconteceu semana passada? Por que ele tem que invadir o meu tempo de raiva?


Que idiota, idiota desprezível.

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