O que a vida não resolve...



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O que a vida não resolve... Draco resolve

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Minha vida continuou normal desde aquele episódio vergonhoso com Malfoy. Por falar nele, nunca mais tive notícias daquele ser. Estava bem longe de mim, graças a Deus!

Eu estava firme e forte com Harry, o amava muito mesmo. Se Malfoy reaparecesse em minha vida — coisa que eu sabia que não aconteceria — eu não deixaria meu namorado nunca. Também tinha fortes suspeitas de que ele me pediria em casamento dali a uma semana.

— Ginny, não te conto! — Andressa, uma grande amiga minha, do meu setor, falou, animada. — Sabe o Malfoy? — Ah, não, Malfoy?

— Sei. — Infelizmente, acrescentei em pensamentos.

— Ele saiu da prisão! — Ela deu uma risada escandalosa. Arregalei meus olhos, fitando a parede, incrédula.

— Saiu? Mas... como? Não era uma pena imensa?

— Era, mas, como você sabe, ele é rico, e dinheiro compra tudo hoje em dia — disse como se fosse óbvio. E era óbvio! Eu só estava com os pensamentos nublados demais para enxergar isso.

— É, eu sei... E ele vai voltar a trabalhar aqui?

— Claro que vai! Ou eu espero. Na verdade, não só eu, como a maioria das solteiras ou à-toa daqui. Aquele Malfoy é um pedaço de mau caminho...! — Suspirou. Então eu descobri que não era só eu que às vezes mantinha os pensamentos focados no loiro.

— É... — concordei, sem mais o que dizer.

O que seria da minha vida agora? Certo, eu estava fazendo muito drama com isso, mas quem não faria? Tentaria evitar que aquela obsessão idiota voltasse. E conseguiria!

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— Weasley. — Oh, não. Era ele, eu tinha certeza. A voz não mudara muito, e o jeito sarcástico prevalecera.

Virei-me receosa para encarar aquele par de olhos cinza-azulados.

— O que você quer? — Usei minha maior grosseria. Esperava que não fosse outro pacote — nem um pouco misterioso agora —, se não ele se veria comigo!

— Nada, só queria dizer um olá. Mas vejo que você não está de bom humor... Aguardarei outro dia — disse cínico. Minha vontade foi de arrancar cada fio de cabelo loiro da cabeça daquele imbecil.

— Tchau, Malfoy.

— Isso não vai terminar aqui — sussurrou provocante, muito próximo de meu ouvido, até demais. Senti todos os pêlos de minha nuca se arrepiarem, e fechei meus olhos tentando controlar a raiva, assim que ele foi embora.

Saí quase correndo do refeitório, que era onde estava, esquecendo o café tão desejado que eu ia pegar, indo para meu setor. Cheguei e sentei, quase quebrando a cadeira, suspirando exasperada. Droga! O telefone começou a tocar no instante em que me virei para o monitor do computador.

— Oi, Harry — cumprimentei um pouco infeliz meu namorado, que percebeu.

— Olá! O que foi, Gin?

— Nada, só muito trabalho — respondi, azeda. — O que você quer comigo?

— Nossa, quanto stress! Só liguei para saber se está tudo bem e se eu poderia buscá-la.

— Ah... Certo, Harry, venha me buscar... — cedi para que não houvesse discussão depois. Conhecendo Harry, ele tentaria ainda saber qual era o verdadeiro porquê de minha irritação.

— Te vejo mais tarde — despediu-se, desligando o telefone logo em seguida.

Comecei a bolar minha desculpa para o motivo do stress. Poderia dizer que tinha caído da cama? Dor de cabeça? Sonhei que tínhamos acabado? Passei mal à noite? Nenhuma dessas estava boa. Então eu teria que continuar insistindo que tinha tido muito trabalho, o que requereu quase toda minha capacidade mental e física.

Terminei todo o meu real trabalho às sete e meia, sendo que ainda faltava meia hora para eu poder sair. Então resolvi voltar ao refeitório para tomar meu querido café, o mesmo que mais cedo não consegui nem ao menos sentir o cheiro.

Passei o tempo conversando com uma “amiga” que estava lá, até que só faltavam dez minutos para as oito. Então peguei minhas coisas e desci para esperar Harry, sentando num banco que tinha em frente ao prédio onde trabalhava. Tudo estava muito certo, certo até demais. Só faltava ver o que ia me acontecer, agora que Malfoy estava de volta.

— Weasley. — Novamente aquela voz arrastada. Naquele momento achei que poderia bater minha cabeça na parede, de ódio, ou então me jogar num esgoto qualquer.

Não respondi. Quem sabe ele se tocasse que estava me incomodando e fosse embora dali?

— Não é muito educado deixar os outros falando sozinhos — disse, irônico. Sentou do meu lado, e eu continuei ignorando. Ainda tinha a mínima esperança de que ele me deixasse em paz. — Sabe, eu sempre gostei de ruivas — sussurrou, com a boca mais próxima do meu ouvido do que mais cedo.

Naquele momento senti o chão ir embora, era como se eu estivesse flutuando. Eu amava Harry, ele era muito carinhoso, mas muito parado. E Draco tinha uma coisa que ele não tinha: atitude. Sabia que, se continuasse deixando aquele loiro fazer o que ele fazia comigo, estaria frita.

— Que... que bom para você — reuni o meu senso para dizer alguma coisa. Ele provavelmente percebeu minha alteração, pelo sorriso vitorioso que deu. Odiava aqueles sorrisinhos!

— Dificilmente alguém chama minha atenção, e devo confessar que você chamou. Muito — murmurou, colocando meu cabelo atrás da orelha. Fechei meus olhos ao sentir a respiração dele perto de meu pescoço.

Onde estava Harry, que nunca chegava? Ah, que Harry fosse para o inferno! Virei meu rosto na direção do de Malfoy, e, sem pensar duas vezes, o beijei, e fui correspondida prontamente. Com ele eu me senti diferente do que com meu namorado; Draco não era tímido, e não tinha medo de dar o primeiro passo.

Assim que finalmente percebi o que estava fazendo, me afastei dele bruscamente, mas Malfoy parecia satisfeito com alguma coisa. É, ele, sem dúvidas, percebeu o poder que exercia sobre mim. Agora sim eu estava perdida.

— Nos vemos, Ginevra — disse, levantando-se e indo embora.

E onde diabos estava Harry, que nunca chegava? Resolvi esperar mais uns cinco minutos. Se aquele babaca não aparecesse, eu iria embora sozinha!

Logo vi um carro familiar estacionar em frente ao prédio. Entrei sem nem esperar Harry me enxergar.

— Oi, Gin — cumprimentou, beijando minha bochecha. Não o deixei beijar minha boca, estava confusa demais para isso. — O que há com você?

— Desculpe-me... É que eu estou cansadíssima... Muito trabalho hoje, você sabe como é.

— Certo — Harry fechou a cara.

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— Ginevra — cumprimentou Draco, sentando em frente a mim, que estava em minha mesa. Já eram dez horas e eu tinha que cumprir hora extra, já que Suzanne faltara. Só estávamos eu e ele no setor. Socorro!

— Malfoy — respondi, fingindo dar mais atenção ao monitor.

— O Potter é um cara de sorte — comentou como quem não quer nada. — Ter uma ruiva igual a você como namorada não é para qualquer um.

— É.

Desliguei o computador, pegando minhas coisas e levantando, indo em direção à porta rapidamente. Diminuí o passo ao ver que não adiantaria de nada correr: Draco me seguiria de qualquer jeito.

— O que você quer? — Virei-me para ele, revirando os olhos. Ele sorriu malicioso, e temi pelo pior.

— Acho que você sabe o que eu quero.

Ele se aproximou de mim e fechei os olhos, esperando. Esperando algo que nunca veio. Ouvi um risinho irônico e vi Malfoy se afastar, abrindo a porta e saindo. Não tive certeza de mais nada.

Aquele idiota ainda me deixaria louca!

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Nota da autora: Mil perdões por qualquer tipo de erro e espero que curtam!
Espero alguma review, pelamordeDeus! u.u

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