Don Juan e Seus Mistérios

Don Juan e Seus Mistérios



Capítulo 11
Don Juan E Seus Mistérios


...SE ABAIXAR E BEIJAR MEU PESCOÇO COM A RESPIRAÇÃO OFEGANTE.

E EU NÃO SEI O QUE FAZER, PORQUE ESSE ARZINHO QUENTE DEBAIXO DA MINHA ORELHA ME DÁ ARREPIOS.

E, SABE, ELE ESTÁ EM CIMA DE MIM, PRATICAMENTE.

ESTOU ENTORPECIDA (I’VE BECOME SO NUMB, I CAN’T FEEL YOU... ok.), COMPLETAMENTE SEM REAÇÃO.

O QUE ESTÁ ACONTECENDO, AFINAL????????

- Você não vai me desejar um feliz aniversário? – Ele perguntou, baixinho. Beem baixinho, tão baixinho que a voz saiu rouca. E eu quase morri de vez.

Minha boca estava seca. Eu só conseguia ficar de olhos fechados e esperar o meu trágico destino. Seja qual fosse ele.

Inspirei. Tentei manter a pose, claro, então apenas sussurrei no ouvido dele:

- Como se você merecesse.

Ele abriu um sorriso, que eu SENTI, já que a boca dele estava colada ao meu pescoço (!).

- Eu mereço isso e muito mais, Lils.

Okay, e foi aí que eu percebi a dura e inegável (?) verdade: James Potter era um garoto. Como todos os outros.

E nós sabemos o que os garotos querem.

Então, como se um choque me levantasse até os limites do céu do susto, eu empurrei James pro lado com tanta força que acabei ficando em cima dele. Porque, imagina só, o pensamento de que, veja bem, ELE ERA UM GAROTO COMO TODOS OS OUTROS, que queriam, er... Aquilo Lá.

Aquilo Lá. IMAGINE LILY E JAMES... FAZENDO AQUILO LÁ.

Sacou?

- Saia do meu quarto. – Murmurei, batendo BEM forte no peito dele. – Saia. Saia. SAIA.

- Não.

Corno.

- James-eu-não-estou-brincando. – Falei, entre dentes, tentando ignorar que... Bem... Ele tinha um cheiro realmente bom... – Você está no meu quarto, no meio da noite...

- ...E você está em cima de mim. – Ele gracejou, calmamente.

Eu já falei que eu odeio quando EU estou errada e ELE está certo, mesmo que essa certeza seja bem pervertida?

- Porque eu vou te espancar até a morte.

Pode me bater. Pode me linchar. Pode armar um protesto daqueles que faziam quando iam queimar as bruxas nas fogueiras. Pode simplesmente puxar meus cabelos pra trás e me bater igual a Angelina Jolie bate naquele carinha do mal em Tomb Raider.

Porque eu comecei a bater em James Potter em todos os lugares que eu conseguia alcançar, com toda a minha força.

Bom, ele pegou nos meus peitos, o que você quer que eu faça?

Certo. Nem responda.

- PÁRA! – Ele berrou, quando eu acertei seu estômago.

Então saí de cima dele, o virei, sentei em suas costas e comecei a torcer seu braço, com uma força que eu não tinha até lá.

James desperta meus instintos assassinos.

- Desculpas. – Resmunguei, tentando evitar que ele se soltasse. Bom, de verdade, devia estar doendo MESMO, porque eu puxei seus braços pra valer.

- O que? – Ele indagou, com a voz estrangulada. Até seu rosto estava meio branco de dor.

Tudo bem, vai, eu praticamente amassei seu estômago quando dei um socão na barriga, mas... Que marica. Não agüenta uma porradinha de nada.

Eu acho.

- Desculpas.

- Tudo bem...

- Não eu, idiota! Vo... cê... – Esse ‘você’ está dividido porque eu apertei AINDA MAIS seus braços em cada sílaba. E eu nem me importava com os gemidos de dor que ele soltava, porque, sabe como é, todos nós vamos sentir dor algum dia em nossas pobres e mortais vidas.

Mesmo que essa dor parta de alguém que te ama e te odeia ao mesmo tempo.

- Nunca! – James ainda acha que pode lutar. Ok.

- PEÇA DESCULPAS!

Então, ele...

- O QUE ESTÁ ERRADO COM VOCÊ? – Ele berrou, fechando os olhos de dor e começando a se virar.

Então ele me jogou pro lado e sentou sobre a minha barriga, segurando meus braços com MUITA força. Porque, bem, eu queria REALMENTE bater nele. Aquele tipo de porrada que você nunca viu antes (?).

- Não tem nada errado comigo! – Gritei de volta, tentando tirar a criatura de cima de mim. Porque, acreditem, ele é PESADO.

- Você só pode ter problemas ou algo assim! – James exclamou, entre dentes, com uma raiva no rosto que eu nunca tinha visto antes. - PÁRA!

Eu me debatia e tentava me soltar, mas era tipo inútil. Ele era BEM mais forte.

- Meu problema é você! Você ACHA que é o dono do mundo, que todos estão aos seus pés! Mas sabe qual é a real, James? NINGUÉM ESTÁ SE JOGANDO POR VOCÊ! VOCÊ É UM CEGO, UM ESTÚPIDO, UM ARROGANTE, UM TIR...

- CALE A BOCA! – Gritou James, bem mais alto que eu, apertando meus pulsos contra o chão com MAIS força.

- TIRANO! PREPOTENTE! EGOCÊNTRICO! NOJENTO! – Eu não ia ficar calada. NÃO MESMO.

Só que eu não sei o exato porquê de estar gritando aquelas coisas. Eu SABIA que não eram verdade, claro. Duh. Eu conheço James há sete anos. É de se esperar que eu saiba um pouco dele.

- EGOÍSTA! BRUTO, TOLO, GROSSO...

Eu jurei que James ia me bater, MESMO. A cara dele estava branca, branca, MUITO branca. Ele parecia um fantasma. Ao contrário de minha pessoa, que fica vermelha até explodir.

Ele fica completamente branco.

Tomatão e nuvemzão, o par perfeito!

Mas voltando o negócio, o fato é que James não me bateu. Nem me xingou. Ele simplesmente saiu de cima de mim, virou o rosto, saiu do quarto com a chave que outrora ocupava o vácuo entre meus amigos, bateu a porta e saiu do salão. Só isso. Sem nem falar nada.

Sabe, ele foi bem maduro.

Coisa que eu não sou.

Porque aqui, jogada no chão do meu quarto, os pulsos vermelhos onde James apertara e o rosto quase roxo de tanta força pra não chorar, eu vejo o que eu fiz. Eu vejo a coisa que eu acabei de fazer, estragando praticamente um ano da mais forte amizade, com direito a risadinhas particulares e covers embalados a álcool.

Eu simplesmente acabei com tudo.




Feliz dia das bruxas.




Feliz baile do dia das bruxas onde você está com uma fantasia de palhaço. É. Isso mesmo. Fantasia de palhaço.

Eu sei que sou irresistível.

- Levante seu traseiro gordo dessa cadeira, potranca! – Okay. Quem foi o DEMENTE que disse isso?

Levantei minha cabeça da mesa (a mesa é minha fiel companheira nas horas de ressaca) e abri os olhos, lentamente.

LAURA!!!!!!!!!!

- POTRANCA? – Gritei, arregalando os olhos e me afastando dela.

LAURA!!!!!!!!!!

- Foi só pra você levantar a cabeça mesmo. Se eu falasse ‘Lily, venha’, aposto minha vida que você nem me olharia. – Poxa. Ela é mais esperta que eu.

O que, se você gostaria de saber, não é nada difícil.

- Laurinha – levantei e coloquei minhas mãos nos ombros dela. – querida, acho melhor você se virar e balançar seus glúteos celulitosos naquela – apontei pra pista de dança. – pista de dança. – Então a empurrei e dei meia volta para sair daquele salão IDIOTA.

Juro que enquanto andava, pensei que meu príncipe encantado seguraria meu braço, falaria “você não vai a lugar algum” e me beijaria pra sempre. Mas é claro que isso não aconteceu. Se minha vida é um conto de fadas, sinto muito lhe informar, mas estamos no mundo errado. É redondamente IMPOSSÍVEL que algo dê certo na minha vida.

Eu sou uma potranca, falemos sério.

Mas o fato é que, quando comecei a subir as escadas para sair do salão – eu não agüentaria aquele lugar nem por mais UM SEGUNDO – eu vi.

Eu vi.

Eu vi.

EU VI.

EU VI!

- SANDY! – Gritei, ao ver Sandy Dickens, uma antiga amiga minha da Lufa-Lufa, passando pelo corredor.

Ela se virou, e sorriu.

- Lily, sua sumida! – Exclamou, me abraçando. – Como vai?

- Não muito bem. Esse baile tá um verdadeiro saco. – Eu disse, arrumando meu cabelo.

Eu já disse que Sandy é louca por essas coisas de beleza e sonha em ter o melhor salão de toda Londres?

De qualquer forma, acabei de dizer, então deixe pra lá.

Alguém grita ao fundo: EU JÁ DEIXEI!

PERSONALIDADE DUPLA, FIQUE DE BOA AÍ! Se não eu me bato na parede e morro logo de vez.

Assassinato em Hogwarts, uuuuh.

...

...

...

Ficou calada agora né? HAHAHA.

Ok, nem me olhe assim, eu sei, eu tenho plena consciência de que sou extremamente maluca e de que você não me quer perto dos seus filhos, por medo de eles ficarem com a mesma doença mental que eu tenho.

A idiotice.

- Eu estou indo pra lá agora, apesar de nem estar fantasiada. Quer ir comigo? O pessoal da minha casa está junto numa mesa... Vai ser bem legal... – Pisquei pra Sandy. Pensando bem, e muito bem, não era uma proposta ruim, certo? Os lufinhas são realmente legais...

Então sorri, e concordei. Minha noite podia ser divertida, afinal...




Quer saber da última? A festa não é tãão ruim assim.

O Rhys faz a festinha ficar ÓTIMA.

Rhys Ungermeyer-Popsy II (esse é o nome dele MESMO. Eu sei, eu sei, nem precisa falar.) é um Lufa-lufa simpático, alto e bronzeado, com cabelos castanhos bem aloirados e olhos verdes. É um daqueles carinhas que você vê e pensa “puxa, esse eu guardava no armário”. Pois é. Ele é tipo MUITO fofo, e dá vontade de apertar.

Ele tem bochechas apertáveis.

E bem graciosas.

A gente se conheceu porque a Sandy – santa Sandy! – me deixou aqui na mesa dos amigos dela, e por acaso eu sentei ao lado dele.

Ops, hoje é meu dia da sorte.

- Adorei te conhecer. – Disse Rhys, quando paramos de falar por um instante, deixando a música dos Bee Gees invadir nossos ouvidos.

Abri um sorriso, claro. Quem não sorri pra um GATO desse?

- Eu também. Você é bem legal, e uma das únicas pessoas que eu conheço que não gosta dos Beatles. – Respondi, dando um gole no meu whisky de não sei o que, que é MUITO bom.

- Eles são muito chatos, sou bem mais Bee Gees! Que nem você... – Own. Own. OWN! Acho que estou apaixonada!

O Rhys é TÃO fofo!

- Qual sua música preferida? – Questionei, tamborilando os dedos na mesa.

- A que está tocando. – Então comecei a prestar atenção na música.

HOW DEEP IS YOUR LOVE¹! OH MY...

- JURA? – Gritei, piscando várias vezes. – Rhys! Essa é minha favorita!

Rhys abriu um sorriso que me fez derreter. Hehe.

Mais do que aquele carinha vestido de Don Juan (sim, no HALLOWEEN) que acabou de passar e que me fez babar todo o whisky.

- Demais! – Ele exclamou, colocando a mão na nuca. – Quer dançar?

Nem preciso dizer que sim.

- Claro! – Então Rhys pegou minha mão (!) e andamos até a pista, onde os casais dançavam agarradinhos, no ritmo leve da música.

How deep is your love... How deep is your love… I really need to learn!

Eu já falei que Rhys dança super bem?

Ele está me conduzindo de um modo tão leve!
AAAH, por que não existem MAIS desses no mundo?

- ‘Cause we’re living in a world of fools, breaking us down... - Cantarolou Rhys, perto do meu ouvido, com um sorriso fofo.

Como eu não vi esse cara antes?

- And they all shall let us be... We belong to you and me… - Continuou, me rodando de um lado pro outro e sorrindo de um jeito tão fofo que eu pensei que...

PÁRA TUDO.

O DON JUAN. DO OUTRO LADO DA PISTA.

Disfarça, ok? MAS ELE ESTÁ SORRINDO.

Aquele sorriso que você sabe que é sincero, que é tão bem desenhado no rosto que você acha que é de artista de TV. Aquele sorriso que te faz derreter e sonhar em tocar aqueles lábios que o circundam, vermelhos e cheios como morangos.

E eu acho que ele está sorrindo pra mim.

Mas como eu não tinha certeza, e, convenhamos, é um HORROR quando você pensa que é com você e na verdade não é – tipo quando alguém dá oi de longe. Você retribui todo feliz, aí vira pra trás e vê que não foi com você. Odeio isso. – e quebra a cara.

Então me virei.

E não devia ter virado, porque vi que o sorriso não era pra mim.

Quero dizer, o do Rhys, que franzia a testa por eu estar toda torta em seus braços, era. Mas o do Don Juan?

Não, não era.

Ele era pra garota atrás de mim.

A garota que eu já odiei um dia.

A mesma garota que estava abraçada com James Potter depois do jogo de Quadribol.

A mesma garota pra qual eu cantei Girlfriend toda feliz.

Aquela garota.

Era aquela garota que estava recebendo o sorriso do Don Juan.

Ou, melhor dizendo, do Don James.






























Ai.
































Por que essas coisas só acontecem comigo?






¹ = A música é How Deep Is Your Love, do Bee Gees, que SIM, eu acho BEM melhor que os Beatles. E essa música é LINDA, e me marca até hoje – então espero que tenham sacado a importância dela aqui. xD

N/A: saudações, navegadores! x)
adorei esse capítulo, particularmente. Recompensou a demora e a curiosidade do fim do capítulo anterior, não? AHauhUHAUahUH espero que sim!
O Rhys é, na verdade, baseado numa história real... que aconteceu... comigo :x
No Halloween do ano passado, no CCAA. Eu tava lá, toda feliz com meus amigos, quando vejo um guri MEGA fofo – aqueles que você ADORARIA apertar – e falo “putz, QUEM é aquele?”. Meus amigos foram láá e tals, e acabou que a gente conversou A FESTA TODA, até DANÇAMOS, mas no fim eu não anotei o MSN dele e a gente nunca mais se falou.
Triste né? HAHAHAHAH mas é só falar “Arthur” na frente dos meus amigos que eles vão rir horrores e começar a falar “aaai, o Arty”. Blábláblá. Só que isso é segredo ok? Quer dizer, eu provavelmente nunca mais vou ver ele, porque ele vai pro Canadá em julho, mããs... Vai saber...
Próximo capítulo é o último =(( depois dele só o epílogo e TARÃÃ, My Heart. E não vai demorar, porque eu vou terminar a fic hoje mesmo – tenho várias horas até o horário de dormir e a madrugada (:x) – e pãns. Só que COMENTEM! @_@’
Anyways, vou ficando por aqui, já me prolonguei demais UIHUIHDUIASHDIUSAH fiquem bem e até a próxima =D

- Luh

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