De volta ao Nôitibus Andante
Harry entrou no quarto, ainda inconsolado, e pensou no que fazer para passar o tempo. Olhou em volta: aquele devia ser o quarto de Lupin. Era um quarto simples, nas paredes havia arranhões e as cortinas estavam despedaçadas. Remo devia ter se transformado há pouco tempo. O garoto olhou um calendário na parede, os dias de lua cheia estavam circulados. A última lua cheia tinha sido há dois dias atrás...
Resolveu escrever para Rony, desculpando-se e enviando Píchi. Sentou-se numa escrivaninha que havia no canto do quarto, pegou uma pena e começou a escrever:
Rony,
Desculpe, acho que não agi certo em não ir para a toca.
Pensei que assistiria a reunião e depois contaria tudo a
você. Mas não me deixaram ficar depois que a reunião
começou. Adorei a luva e o livro. Agradeça a Mione por
mim. Junto com esse correio-coruja, estou lhe enviando
Píchi. Responda, por favor... Harry
O menino pegou a gaiola e reparou que... o pelúcio havia sumido. Harry pegou Píchi e soltou-o com a carta para Rony.
- Onde está você?- gritou o garoto na esperança que o pelúcio o ouvi-se.
Não houve resposta.
- Edwiges- disse - você sabe para onde ele foi?
A curuja deu uma bicadinha de afirmação. Isso fez Harry abrir a gaiola. A ave alçou vôo, deu uma volta no quarto e pousou junto a um buraco que havia na parede. O buraco lembrava uma toca de rato. Harry enfiou a mão nele: estava vazio, mas parecia se prolongar, formando um caminho pelo concreto. O garoto não sabia o que fazer: ficar no quarto, pois não podia espiar a reunião ou, descer para avisar que o pelúcio estava "passeando" pela casa.
Ele resolveu esperar a reunião acabar, afinal, que mau o bichinho podia fazer? Pegou o presente de Hermione e começou a ler. O livro era interessante. O autor era Antônio Fletwood, ao ler sua biografia, o menino constatou que Fletwood já tinha dado aula de quadribol em Hogwarts para coletar informações para seu livro.
O tempo passou rápido, quando ele tinha acabado o cap. 6(Instruções básicas para um jovem apanhador), já era noite. Foi nessa hora que bateram na porta do quarto.
- Pode entrar -disse o garoto.
- Oi Harry!-disse Hagrid se abaixando para passar pela porta que parecia pequena ao lado dele -E aí?
Parabéns!
- Hagrid!- disse Harry -Olá! Já acabou tudo lá em baixo?
- Ah, sim, acabou de acabar. Subi para te chamar. Sirius está te esperando lá em baixo.
O menino desceu com Hagrid. Já estava tudo vazio. Só sobravam Black, Arabella, Remo e Dumbledore. Ao ver o garoto, Sirius pegou uma caixa e deu ao garoto dizendo:
- Pensou que seu padrinho esqueceria de você? Sou um fugitivo, não estou muito bem de dinheiro, mas me uni com Alvo, Arabella e Lupin para dar-lhe esse presente.
Harry pegou o pacote e abriu ansiosamente. Ao abrir, o garoto uma coisa peluda.
- O que é isso?
O negócio começou o se mexer. Sirius fez uma cara esquisita. O garoto puxou o troço: era o pelúcio e ele estava agarrado a um pomo de ouro.
- Harry, esse não é o pelúcio que eu te dei?- indagou Hagrid.
- É ele mesmo- respondeu o menino- Ele saiu da gaiola da Edwiges e eu não sabia onde estava. Deve ter deixado o quarto a procura de alguma coisa brilhante e...- nessa hora, Harry percebeu qual era o presente que havia ganhado -Um pomo de ouro!
- Isso mesmo Harry, espero que goste.
- Se eu gostei? Eu adorei!
Sirius olhou feliz para o garoto.
- É, o seu pelúcio deve ter saído deste buraco na parede. - apontou Lupin -E fez um buraco na caixa.
- Os pelúcios são fissurados em qualquer coisa que brilhe, principalmente ouro!- completou Rúbeo.
- Você pode dar um nome a ele, Hagrid?
- Mas é claro, Harry. Vejamos... Depois disso que aconteceu hoje, acho que ele poderia receber o nome de Pomo.
- Pomo, esse vai ser o seu nome. - disse o garoto ao bichinho.
O padrinho de Harry estava segurando uma mala.
- Bem, tenho que ir. - disse ele -Lembrem-se que ainda sou um fugitivo. Obrigado pela confiança, Dumbledore. Adeus, pessoal. Tchau, Harry.
- Adeus!- disse Dumbledore, sorrindo.- Sirius, coloquei no Hipogrifo, um feitiço antitrouxa. É melhor desenfeitiçá-lo quando estiver voando.
- Posso ver Bicuço?
- Claro que pode, Harry! Venha comigo.
O menino e seu padrinho foram para o lado de fora da casa. Lá estava Bicuço. O animal estava catando algumas minhocas na terra. Black se aproximou fazendo uma reverência ao hipogrifo, Harry fez o mesmo. Bicuço parecia feliz, mas estava muito magro. O garoto acariciou a cabeça de águia do animal.
- Olá!
Sirius tirou alguma coisa do bolso. Era um pedaço do bolo que Dumbledore servira. Colocou o bolo no bico do hipogrifo e o bicho comeu com satisfação. Black limpou a mão melada na calça e disse:
- Fique de olho aberto, Harry. Muitas coisas vão mudar esse ano.
Em seguida, montou em Bicuço e alçou vôo enquanto o menino acenava. Harry entrou na casa. Hagrid se aproximou e pediu para que o garoto arrumasse as malas, pois ele o levaria ao beco diagonal. O menino subiu, enfiou o livro no malão, colocou Pomo na gaiola junto com um galeão
(para se certificar que o pelúcio não sairia de lá), e guardou o pomo de ouro no bolso, não queria se desgrudar do presente.
- Vamos de pó de flu?- disse o garoto descendo a escada.
Harry reparou que todos olharam com pena para Hagrid.
- Eu não posso usar o pó de flu.- respondeu o meio gigante -Desde aquele incidente com a câmara secreta, estou proibido de usar qualquer tipo de magia, inclusive o pó de flu. Mas eu não posso usá-lo, nem ilegalmente. Se eu usar esse pó, em vez de ser transferido para meu destino, irei direto para Azkaban!
- Estou tentando mudar isso, afinal, todos já sabem que Rúbeo não foi o culpado. - protestou Dumbledore.
- Iremos de nôitibus andante e dormiremos no Caldeirão Furado, hoje. Amanhã compraremos seu material. Acho que já podemos ir. A viajem é longa, o beco fica longe daqui.
- Só um minuto. Harry será que você poderia comprar essas coisas para mim?- disse a senhora Figg mostrando uma lista ao garoto.
- Tudo bem.- respondeu.
A vizinha retirou 5 galeões do bolso e os entregou ao menino, junto com a lista. Ele guardou-os no bolso. Depois de se despedir de todos, Harry foi para a rua junto com Hagrid. O garoto esperava encontrar o ônibus, mas não havia nada na rua. Rúbeo parecia tranqüilo. Um trouxa que passava na rua pareceu se assustar com o meio-gigante.
- Hagrid, onde está o nôitibus?- perguntou Harry.
- Logo, logo ele estará aqui.- esclareceu Rúbeo- Ei, veja isso!- disse, apontando para o chão.
O garoto olhou. Era um negócio esverdeado, com alguns pelinhos, e tinha o cheiro do bolo que Harry acabara de comer em seu aniversário.
- Sabe o quê é isso?- continuou Hagrid -São dejetos fecais de hipogrifo.
- Isso é o cocô do Bicuço?- indagou o garoto, meio confuso.
- Exatamente. Provavelmente ele comeu um pedaço do seu bolo. As fezes dos hipogrifos e dos grifos, não perdem nem o cheiro e nem o sabor do que eles comeram. Esse "cocô" é muito usado em poções para dar gosto a elas. Se você colocar um pouco deste aqui em um veneno, por exemplo, ele fica com gosto de bolo de chocolate com cobertura de brigadeiro. E assim vai, dependendo do quê o hipogrifo comeu. Muitas mães usam isso em remédios de gosto amargo que vão dar para seus filhos!
Neste momento, um ônibus roxo berrante, de três andares, se materializou na frente deles. Na frente estava escrito em letras douradas: Nôitibus Andante. Então, Harry viu a cena se repetir: do ônibus, saltou um homem com uniforme roxo e gritou:
- Bem-vindos ao Nôitibus Andante, o transporte de emergência de bruxos e bruxas perdidos. Basta esticar a mão da varinha, que o levaremos aonde quiser. Chamem-me de Lalau, sou seu condutor por essa noite!
O garoto e Hagrid levantaram os braços, enquanto o trouxa que passava na rua, ficou parado, assustado, sem saber o que fazer.
- Ah, não. Aconteceu de novo!- Lalau olhou para o pobre do trouxa e apontou a varinha para ele dizendo, sem paciência -Obliviate! Você não viu esse ônibus, vá dormir. Ah, e nunca mais fique perambulando por aí essa hora da noite!- depois de o trouxa já ter ido embora, Lalau se dirigiu a Harry - Você não é Harry Potter? Já esteve aqui comigo.
- Sou sim.- disse o menino, encabulado. Lalau continuava a mesma coisa de dois anos atrás, só tinha perdido as espinhas.
- Beco Diagonal, por favor.- disse Hagrid, subindo no nôitibus. O menino e Lalau o seguiram.
Rúbeo foi se sentar no fundo do primeiro andar. Harry se sentou ao lado dele. O ônibus parecia estar mais cheio do que da última vez que o garoto estivera nele.
- Pé na tábua, Ernesto!- ordenou o condutor ao motorista - Temos muito trabalho essa noite.
O nôitibus disparou por várias ruas diferentes. Sabendo que a viagem iria demorar, Harry tentou puxar assunto com o amigo:
- Hagrid, é verdade que não vai mais poder dar aula?
- É, não vou mesmo. Mas não se preocupe. Você terá um professor muito bom de Trato de criaturas mágicas. Muito melhor que eu.
- Ah, não brinque. Você também é muito bom.
- Pode ser, mas esse é um profissional. Você verá, e vai ter que concordar comigo.
A partir daí, o meio-gigante virou a cara para a janela e uns dez segundos depois, começou a roncar tão alto, que todos do primeiro andar olharam para ele. Harry pegou seu livro no malão e continuou a ler para ver se sentia sono.
Meia hora depois, o menino continuava a ler. O livro era muito bom, por isso, em vez de sentir sono, ele foi ficando cada vez mais acordado: preso ao livro. Foi nessa hora, que Lalau passou perguntando o quê as pessoas queriam comer e vendendo exemplares do Profeta Diário:
- E aí, Harry. Vai comer alguma coisa?
- Vocês ainda servem aquele chocolate quente especial?- perguntou o garoto.
- É pra já! E o seu amigo grandão, vai querer algo?
Harry olhou para Hagrid que roncava cada vez mais alto e respondeu:
- Acho que não.
O condutor se retirou e voltou em menos dez minutos, trazendo um copo de chocolate quente e um jornal.
- Já chegamos, Sra. Bulder!- anunciou ele a uma velinha que estava sentada na frente. Depois que a velha havia descido, Lalau se aproximou de Harry e continuou -Aqui está seu chocolate, e o Profeta é cortesia da casa.- o condutor sentou-se ao lado do garoto e abriu o jornal -Veja só: Assalto a Gringotes! Acho que tem mais de um século que Gringotes não é roubada com sucesso.
- Deixe-me ver!- disse o garoto, impressionado.
- Tome.- disse Lalau, entregando o jornal. Depois, o condutor foi conversar com o motorista.
O menino leu a notícia de destaque:
Assalto a Gringotes!!!
Ontem, à noite, o banco de Gringotes, onde mais que a metade dos bruxos confia seu dinheiro, foi roubado. O cofre invadido foi o de número 749. O proprietário milionário do cofre é o senhor Robert Stanning. O mais impressionante desse furto foi o fato de que o ladrão não levou um nuque. O invasor pegou foi um objeto que o senhor Stanning se recusa a dizer qual é. "Não é uma coisa de muito valor, e não é muito importante para mim” - disse ele.
O ladrão é, com certeza, um bruxo das trevas, pois lançou um “Imperius" em um duende e fez com que ele pegasse a chave reserva do cofre. Depois de já ter pegado o objeto misterioso, o invasor derrubou o duende com um feitiço estuporante e colocou as chaves do cofre no bolso do mesmo. Ainda meio atordoado, ele pôde descrever o bruxo das trevas: “Ele era um homem muito baixo, gorducho, loiro, e meio careca na parte de cima da cabeça...".
Esse roubo mostra que nem um dos lugares mais seguros está livre desse tipo de coisa. Além disso, mostra que ainda existem seguidores Daquele-que-não-deve-ser-nomeado. O ministro da magia, Cornélio Fudge, estará amanhã no Beco Diagonal para adotar mais medidas de segurança em Gringotes. Uma delas, segundo Fudge, é ensinar aos duendes a se proteger das Maldições Imperdoáveis.
Harry leu novamente a parte em que o ladrão era descrito. O garoto sabia quem tinha essas características... Será?
- Sr. Rúbeo Hagrid e Harry Potter... Estamos no Caldeirão Furado - avisou o condutor. Ao ouvir o nome do menino, todos olharam para ele. Logo em seguida, veio o cochicho. Harry quis descer logo do ônibus. Lalau se aproximou de Hagrid -São trinta e quatro sicles, senhor.
Rúbeo despejou dois galeões na mão do condutor e saltou do nôitibus. O garoto se despediu de Lalau e Ernesto e também desceu.
Harry e Hagrid entraram no Caldeirão Furado. Por ser tarde, o bar estava vazio. O balconista tirava um cochilo, sossegado, quando o Rúbeo tocou a campainha de mesa.
- Um quarto para dois, por favor.
- É pra já, Rúbeo!- respondeu o atendente, entregando uma chave ao meio-gigante.- Quarto 23.
Enquanto subiam a escada Harry perguntou:
- Hagrid, ficou sabendo que Gringotes foi roubado?
- ROUBADO?
Percebendo que o amigo ainda não sabia do furto, o garoto tirou o Profeta Diário do bolso e entregou a ele. Hagrid leu a notícia de capa. Enquanto lia, ele abriu a porta do quarto. Harry entrou e deitou-se, estava cansado.
- Será que Dumbledore já sabe disto?- indagou Hagrid, assustado.
- Acho que sim, boa noite.- respondeu Harry. O garoto estava com sono. Virou-se e dormiu. Rúbeo ficou acordado, pensativo, ele tinha dormido no nôitibus.
O dia seguinte, com certeza, seria agitado. A lista do material já estava no topo do malão, a espera do beco diagonal...
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