A Sra. Figg
Harry seguiu para casa da vizinha segurando seu pesado malão de Hogwarts e as roupas de trouxas para se "disfarçar" na casa da senhora Figg. Lembrava do telefonema que seu tio Válter deu antes de ir embora. Tio Válter telefonara para a vizinha e mencionara os "Wlaezee". Disse a ela que eles não "batiam muito bem da bola" e que passariam para buscar Harry no dia seguinte.
Parou em frente a casa e tocou a campainha.
- Já vou! Já vou!- a senhora Figg respondeu do outro lado da porta.
Harry ouviu o som da chave e a Senhora Figg apareceu, sorrindo. Ela era ossuda, meio baixa, com cabelos claros presos a um coque e aparentava ter uns quarenta e cinco anos.
- Oi, Harry!- cumprimentou a vizinha com emoção na voz. A senhora Figg sempre cumprimentava Harry, mas desta vez sua voz tinha algo em especial.- Vamos, entre!
- Her... Tudo bem?
- Tudo, pode entrar.
- Claro- falou o garoto envergonhado. A casa da vizinha cheirava a repolho, tinha um aspecto velho e era cheio de quadros de todos os gatos que ela já tivera. Não era um lugar meio agradável, mas era bom para passar um dia e depois ir à Toca.
A vizinha trancou a porta e se voltou para Harry:
- Fique à vontade, meu filho! Quer ir para o quarto de visitas, quer comer, quer fazer o quê?
- Hum...Bem... Posso ir para o quarto?
- Lógico! Suba as escadas, é a segunda porta à esquerda.
Muito envergonhado, o garoto pediu licença e subiu em direção ao seu quarto. Chegando lá, deparou-se com uma grande surpresa: lá estavam Edwiges, Errol e uma coruja-de-igreja.
Harry correu em direção a Edwiges e acariciou a coruja.
- Já?- disse o garoto pegando o pergaminho e lendo-o:
Harry,
Meu pai irá te pegar amanhã às uma hora, aí, na casa da sua vizinha.
Ele vai ver se arranja um carro. Ele vai sozinho porque segundo ele,
só ele pode parecer o mais trouxa possível. Hermione está aqui.
Até amanhã!!! Ass: Rony
Harry riu ao lembrar de Rony "tentando falar" no telefone. Botou Edwiges na gaiola pegou a carta que Errol segurava:
Caro Harry,
Resolvemos mandar essa coruja junto com Edwiges. Não
repare a letra. Eu escrevi correndo. Obrigado!!! Graças ao
dinherão que você nos deu, finalmente conseguimos abrir
a nossa loja no Beco Diagonal: "Porcarias & Inventos Weasley”
Obrigado Harry, e feliz aniversário!!!
Fred e Jorge.
P.S Mandamos seu presente adiantado para você poder "usá-los”
nessa sua vizinha trouxa!
Harry ficou feliz em ajudar os Weasley e logo, pegou uma caixa de papelão que estava ao lado e a abriu. Lá dentro continha diversos inventos dos gêmeos, como varinhas falsas e tortas desesperadoras. Achou que não deveria usar na vizinha, afinal, ela não era como os Dursley. Mas, os inventos seriam úteis em Hogwarts, por isso, colocou tudo em seu malão.
Finalmente pegou a coruja-de-igreja que segurava dois pergaminhos e um caixote com alguns buraquinhos. Pegou uma das cartas e leu:
Harry, Parabéns!!!
Espero que essa carta chegue a tempo do seu aniversário.
Talvez chegue até antes. Não sei o tempo que esta coruja
levará para te encontrar. Quinze anos, hein? Daqui a pouco
tá mais barbudo que eu... Acho que você já tem responsabili-
dade para cuidar do presente que estou lhe enviando. Deixe-o
afastado do ouro que ele será um excelente animalzinho
de estimação!!! Com carinho: Rúbeo Hagrid.
Excitado, o garoto abriu o pacote que a coruja estivera segurando. Lá dentro havia um pelúcio. Os pelúcios são uns bichos negros com muitos pêlos, pés chatos e adoram pegar ouro.
Harry pegou o outro pergaminho que a coruja-de-igreja estivera carregando. A carta era da diretoria de Hogwarts, dizendo que o ano letivo começaria mais cedo e com a lista do material do quinto ano. Harry parou para pensar, qual seria o próximo professor de Defesa-contra-artes-das-trevas? O garoto acariciou seu pelúcio dizendo:
-Nome, você precisa de um nome!!!
-Venha almoçar- gritou a senhora Figg lá de baixo interrompendo os pensamentos do garoto.
Harry guardou o pelúcio para não levantar suspeitas, e desceu para almoçar.
A comida estava muito boa e muito melhor que a dos Dursley. Parecia comida de bruxo. Harry comentou com a senhora Figg que os Weasley passariam para buscá-lo à uma hora da tarde do dia seguinte. A senhora Figg concordou numa boa, o que não era esperado pelo garoto. O menino pediu licença e se retirou da mesa. Ele correu para o seu quarto e deu ao pelúcio uma coxinha de galinha que tinha guardado no bolso sem a vizinha ver.
Para passar o tempo, Harry pegou um galeão que encontrou no fundo de seu malão, e ficou escondendo para o pelúcio achar. Era impressionante a capacidade do bichinho de achar ouro.
Na volta do jantar, o garoto trouxe para o pelúcio um pão francês que a senhora Figg havia servido como acompanhamento para a sopa... Realmente, Hagrid acertara em cheio no presente do garoto. Por isso, Harry resolveu que ia deixar Rúbeo escolher o nome do animalzinho.
O pelúcio já havia dormido. Era tarde... Harry não estava conseguindo dormir. Foi quando ele resolveu pegar um livro de trouxa na biblioteca da vizinha. Quando estava descendo as escadas, ele ouviu:
- Black! Sirius Black?-disse assustada a senhora Figg.
- Sim, calma.- disse uma outra voz sussurrando-Eu te explico tudo direito. Alguém mais está aí?
- Só o Harry Potter. Não há perigo algum.
-POTTER? Aquele intrometido tem que estar, sempre, em todos os lugares, nas horas erradas?
-Potter não faz mal nenhum!- disse a senhora Figg.
Aquela conversa fez Harry mudar seu rumo. Ele já sabia exatamente o que iria fazer. Foi até seu quarto. Tirou a capa da invisibilidade de seu malão. Vestiu-a e saiu do quarto de visitas. A medida que ele foi descendo a escada, ele voltou a ouvir o que conversavam o homem e a vizinha. Entrou na sala e ficou surpreso ao constatar que o homem era: Snape! A senhora Figg estava conversando, num sofá, com Severo Snape, seu professor de poções. Harry deu um beliscão em si mesmo para ver se não era um sonho. Ao constatar que não era um sonho, o garoto, com o braço dolorido, continuou a ouvir o bate-papo:
- Potter não é confiável, Arabella.- rosnou Snape-Quero ter certeza que ele está dormindo.
- Harry não estaria acordado uma hora destas!
- Sempre dizem que Potter está dormindo, mas na verdade está perambulando pelos corredores de Hogwarts.
Harry não acreditou no que ouvira. Severo mencionara Hogwarts na frente da senhora Figg! Harry resolveu recuar e ficar na escada. Lá ele se sentia mais seguro.
- OK, Severo. Você ganhou. Vamos até o quarto de Harry e ver se ele está dormindo.
Snape respondeu com um sorriso.
O professor de poções e a vizinha levantaram do sofá e rumaram para a escada. Harry sentiu um grande aperto no coração. A escada era muito estreita, e Snape e a vizinha esbarrariam nele. Se voltasse para o quarto, eles veriam a porta se fechando. O que deveria fazer?
Sem saber por que fez aquilo, Harry deitou sobre um degrau da escada e ficou torcendo para que Severo e Arabella (como Snape chamava a senhora Figg) passassem por esse degrau direto.
Os dois subiam a escada lentamente, e a cada segundo que se passava, o garoto ficava sem fôlego cada vez mais. No meio da escada, eles pararam de repente:
- Arabella, agora pare de falar e de fazer barulho! Não quero que Potter me descruba aqui.
- OK, Severo.
Harry tentou bolar um plano "B", mas era tarde de mais. Snape pisou bem em seu estômago e continuou subindo. Depois foi a vez de Figg. Esta pisou mais levemente, por sorte do garoto.
- Esta escada esta bamba?- perguntou Snape a Arabella.
- Não. Por quê?
- Por nada, Arabella, por nada.
Os dois continuaram em direção ao quarto de visitas. Harry correu para a cozinha. O garoto precisava beber água, ele estava com o estômago pulando na barriga de tanta dor.
De repente ele ouviu:
- POTTER NÃO ESTÀ AQUI!!!- Harry havia se esquecido.
Novamente, bolou um plano de emergência: jogou a capa da invisibilidade sob a geladeira, segurou firme o copo com água e ficou esperando...
Snape entrou na cozinha. Ele estava furioso:
- POTTER!!! O quê está fazendo aqui?
- Professor?- desse Harry fingindo surpresa-Eu, eu... Eu só estava bebendo um copo d'água.
A senhora Figg apareceu logo atrás:
- Harry, vá dormir. Amanhã nós conversamos.
O garoto se apressou para seu quarto. Foi salvo pela senhora Figg... Ufa!
Deitou-se. Ele estava com sono, mas não conseguia dormir. Não estava conseguindo entender nada. Será que senhora Figg conhecia o mundo dos bruxos? Será que Snape tinha violado as regras?
Harry estava com muito medo. Principalmente naquela floresta fria. A lua cheia dava mais iluminação à floresta, mas mesmo assim a floresta tinha um tom sombrio.
Ao longe, ele avistou uma pessoa que o deixou muito mais seguro. Era Cho Chang. Ela abriu os braços e correu em direção ao garoto. Ele fez o mesmo. No momento em que os dois iam se abraçar, quatro espadas cortaram o ar entre o casal, impedindo que se abraçassem. As espadas fincaram paralelamente no chão. A garota saiu correndo assustada e desapareceu de vista.
Harry analisou as espadas: uma tinha um desenho de uma cobra e uma pedra verde incrustada; em outra havia um leão e uma pedra vermelha; na próxima existia um corvo e uma pedra azul e na última espada tinha um texugo e pedra transparente. O garoto estava começando a reconhecer aquelas figuras quando Rabicho pegou uma das espadas com sua mão concedida por Voldemort. Quando rabicho desapareceu de vista, uma pessoa cujo rosto Harry não conseguia distinguir direito pegou outra espada. Ele não conseguia saber nem se era homem ou mulher. O rosto estava ocultado pelas sombras da floresta. O garoto ainda pode ver o olhar de desprezo quando o desconhecido desaparecia nas sombras.
Algum tempo depois, o Lorde das Trevas, Voldemort, apareceu. Com corpo e tudo. O bruxo das trevas pegou a espada de cobra e ia pegar a que restara quando Harry impediu, tirando-a ele mesmo.
Voldemort só disse duas palavras:
- Em guarda.
Os dois travaram um combate de espadas. Mas o Lorde das Trevas era muito forte e fez com que Harry soltasse a espada. O garoto ficou desarmado. Sem piedade, Voldemort apunhalou o menino no estômago. Harry gritou.
- Acorde! Acorde! Foi só um pesadelo.
Era Sirius...
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