O dono daqueles olhos azuis
Capitulo 3 - O dono daqueles olhos azuis
Harry acabara de sair do banho e se trocava no quarto. Não parara de pensar naquele tigre branco do zoológico, naqueles intensos olhos azuis. Ao terminar de se vestir, ele abriu a janela e deixou Edwiges sair para caçar. Olhou-a sumir no horizonte e se sentou à escrivaninha, onde havia uma edição diária do jornal bruxo: “O Profeta Diário”, com uma enorme foto de Rufus Scrimgeour, Ministro da Magia e os dizeres:
Mundo Mágico leva grande impacto com o discurso de ontem do Ministro da Magia. Pagina 7
Ele rapidamente abriu na pagina sete e começou a ler:
Bruxos e bruxas do mundo, não posso vos iludir dizendo que estamos a salvo ou que estamos em tempos de paz. Nossas vidas não estão mais em nossas mãos, não depende de nós a nossa sobrevivência ou a nossa morte.
Aquele-que-não-deve-ser-nomeado e seus seguidores estão de volta e agindo intensamente. Está nas mãos deles a nossa morte. Entretanto, a nossa sobrevivência está nas mãos de um simples, porém poderoso garoto: Harry Potter.
Eu pretendo me encontrar com ele amanhã, para saber o que ele pretende fazer e, digo mais, pretendo lhe dar apoio dos melhores aurores com quem já trabalhei.
Espero que essas minhas palavras sejam ouvidas por todos, para que todos fiquem sabendo: essa guerra vai acabar o mais cedo possível.
Obrigado.
Harry releu o discurso, várias e várias vezes, se levantou e jogou o jornal no lixo. Ficou andando de um lado pro outro do quarto, pensando:
“Como ele vai vim aqui? Ele não sabe onde moro.”.
Nesse exato momento o garoto pode ouvir dois “cracks” seguidos, o “crack” especifíco de aparatação. Foi até a janela e viu o Ministro da Magia junto com aquele trouxa, que agora se mostrava ser um bruxo. Harry se remoída de raiva, pegou a varinha e desceu.
Após sua aparatação, Rufus conversava com o bruxo.
- Tem certeza que é essa a casa? Não quero encontrar nenhum trouxa.
- Tenho sim, senhor. Eu o segui após a saída do zoológico.
- Me diga, - começou Rufus se virando para o outro – como o encontrou naquele lugar cheio de trouxas?
- Senhor Ministro, para dizer a verdade, foi coincidência ou pura sorte.
- Usaste sua cabeça?
- Não senhor, apenas estava andando com a esperança de vê-lo. Vi seus guardiões ali por duas vezes na mesma semana e achei que algum dia ele viria junto. Hoje o vi, numa situação um tanto quanto estranha e o segui até aqui.
- Então é assim Scrimgeour? É assim que acha o garoto que possui a salvação da sua vida nas costas? – Harry acabara de sair da casa, bateu a porta e o encarou com desprezo.
Os dois bruxos levaram um enorme susto e se viraram, ficando sem ação.
- Ande, responda! – exigiu Harry.
- Acalme-se senhor. – falou o outro bruxo.
- Quem é você? Diga a verdade!
- Sou John Turner, auror.
- Agora você, Scrimgeour. Responda a pergunta que lhe fiz. – disse Harry mantendo o olhar no bruxo e falando firmemente.
- Respeite-o garoto, ele é o Ministro da Magia.
- Não ligo para quem ele é. Respeito somente quem me respeita. O único que poderia perdoar por estas atitudes está morto. – disse Harry com mais raiva ainda.
- Acalme-se, Harry. – falou Rufus pela primeira vez – Todos ficamos abalados com a morte de Dumbledore, mas temos que superar essa perda e seguir em frente...
- Não fale o nome dele, você não tem esse direito! – Harry o cortou com um grito e explodindo de raiva.
- Cale a boca garoto! – gritou de volta John, tomando a frente do Ministro.
- John! – disse Rufus o segurando pelo braço.
“Adestrador de cães profissional” - pensou Harry rindo por dentro.
- Seu moleque atrevido! – gritou John se soltando, pegando a varinha e a apontando para o garoto – Você me paga. ESTUPEFAÇA!
John Turner era o chefe de sua equipe e o melhor legiminente entre os aurores de sua idade. Uma luz vermelha saiu de sua varinha, contudo, não atingiu Harry, que ficara em estado de choque ao ver o que lhe protegia. Uma enorme cúpula branca e brilhante envolvia a casa e a si próprio. O feitiço bateu na cúpula e foi rebatido contra seu lançador. O auror caiu à cinco metros de distancia, estuporado.
Rufus olhou para o garoto, do garoto pro auror e depois para a cúpula. Harry sentiu uma dor insuportável em sua cicatriz, levou a mão à testa e caiu sobre os joelhos. Ele olhou Rufus e ouviu alguém em sua mente dizendo:
“Ora, ora, ora. O que temos aqui?”
O moreno reconheceu imediatamente quem era. Voldemort. Então fechou os olhos para que ele não pudesse ver o que acontecia. Rufus deu alguns passos à frente e tocou na cúpula, levando um leve choque. Reparou que não poderia passar por ela e foi até John, o levantou e disse:
- Outra hora eu volto. – terminando isso ele desaparatou junto do auror.
“Abra os olhos, ande abra!” – Voldemort gritava com raiva na mente de Harry.
- Não! – disse Harry em troca.
“Seu insolente, faça o que eu lhe digo. Abra os olhos!” – dizia Voldemort fazendo a cabeça de Harry quase explodir.
- Não, nunca! Saia de dentro da minha mente. – falou o moreno com suas últimas forças.
“Você é apenas um menino, não pode fazer nada além de me obedecer. Já lhe tirei tudo que te era mais precioso, menos seus amigos e eu sei que esse é o seu ponto fraco.”
- Não é ver... – Harry parou de dizer, pois ouvira algo, alguém estava a sua frente mais não deu tempo de falar mais nada.
O garoto desmaiou de tanta dor e caiu no chão.
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Voldemort gritou de raiva por não ter conseguido descobrir o que acontecia com o garoto. Bellatriz apareceu, sendo seguida por Draco e Rabicho, ambos fizeram uma grande reverencia e a bruxa disse:
- Milorde...
- Não estou com cabeça para vocês! – vociferou Voldemort.
- Não vamos tomar vosso precioso tempo. – disse Rabicho.
- Esta bem, mas andem logo.
- Severo está planejando algo e achamos que tem algo com relação ao garoto.
- Explique Bella. – ordenou Voldemort, obtendo mais interesse no assunto.
- Hoje mais cedo, eu o vi discutindo com o Draco sobre tal plano.
- Draco!
- Sim, milorde. – respondeu Draco tomando a frente e fazendo uma pequena reverencia.
- Diga-me o que sabe!
- Achei Severo muito distante esses últimos dias. Então, comecei a vigiá-lo. Descobri hoje pela manhã, que ele tem um plano para pegar o Potter.
- Você sabe que plano é esse? – perguntou Voldemort se levantando.
- Não senhor, foi por isso que nós discutimos. – falou Draco com receio.
- Ótimo! Não se metam na vida do Snape! – gritou Voldemort pegando a varinha e apontando para seus comensais – CRUCIO!
Os três leais servos do Lord das Trevas caíram no chão,se contorcendo e gritando de tanta dor. Em todo o esconderijo só se ouvia seus gritos e a risada de Voldemort ecoando pelos cantos.
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Harry estava deitado no chão, a cúpula já havia sumido e um homem alto, de cabelos negros, olhos azuis e com um físico de atleta estava ao seu lado, reanimando-o.
- Harry, Harry acorde!
- Gina, não. Você não pode ficar aqui... – delirou Harry, acordando logo em seguida.
- Você está bem?
- Sim... – Harry voltou a si, se levantou, pegou a varinha e, apontando para o peito do homem, continuou – Quem é você?
- Calma. Sou apenas um amigo que você não conhece. – o homem se levantou e continuou – Meu nome é Owen, prazer.
- Não sei se isso é um prazer. Por que está aqui? – Harry ainda tinha a varinha apontada para o homem.
- Porque essa é a minha missão. Meu pai me deu a missão de lhe proteger. Mas isto não é assunto para tratarmos aqui fora. Voldemort tem espiões em todos os lugares. – disse Owen olhando em volta – Podemos entrar?
- Ahm... – Harry hesitou.
- Não tenha medo, Harry. Você acha mesmo que, se eu fosse leal à Voldemort, já não teria te deixado inconsciente e te levado à ele?
- Você tem razão. Ok, vamos entrar. – afirmou Harry entrando na casa.
Owen o seguiu e ambos subiram para o quarto do garoto. Harry foi até a janela e fechou a cortina. Owen fechou a porta e a enfeitiçou, para que ninguém a abrisse nem escutasse o que eles iriam dizer. Harry o encarou e ele retribuiu o olhar, rindo logo em seguida.
- Está rindo do que?
- Dessa sua cara de quem não acredita no que vê.
- No que eu não acredito? – falou Harry sentando em sua cama.
- Você não acredita que eu estou de seu lado. Não acredita que Dumbledore pôde acreditar em Severo Snape durante anos e, principalmente, você não acredita em si mesmo. – respondeu Owen.
Aquela frase causou uma grande raiva em Harry. Ele se levantou e foi até Owen. Olhou em seus olhos azuis e lhe deu um soco na boca do estômago. Owen ficou sem ar e colocou as mãos onde o soco havia atingido. Harry se distanciou e foi até a janela. O moreno de olhos azuis o olhava com pena e disse, após te recuperado o ar:
- Tenho pena de você. Sabe que o que eu disse é verdade, não aceita e desconta sua raiva em mim. – ele se sentou na cama – Não desconte em mim e, sim, em quem alimenta sua raiva.
- Snape.
- Nele também, mas... Diga-me, Harry: por que você luta para sobreviver?
- Eu luto pela minha vida para poder matar Voldemort e seus aliados. – respondeu o garoto olhando nos olhos de Owen.
- Você mesmo sabe que isto não é verdade. Você luta para que as pessoas que você mais ama não morram. Seus amigos e, é claro... – Owen fez uma pausa, olhou para o rosto do garoto que devia proteger, e continuou – sua amada.
- Como você consegue tirar a verdade de dentro de mim? – perguntou Harry confiando um pouco mais em Owen.
- Simples, - disse Owen num tom risonho – você é um péssimo oclumente.
- Isso eu aceito sem problemas. – falou Harry dando um sorriso e se sentando à escrivaninha.
- Pois não devia. – falou Owen ficando serio de repente.
- Por que não?
- Voldemort consegue entrar em sua mente com facilidade e conseguir informações importantes só de pensar em querê-las.
- Owen, o que você quer de mim? – falou Harry voltando a se exaltar.
- Apenas o “sim” para uma pergunta.
- Que pergunta?
- Você quer matar Voldemort?
- Sim! – respondeu Harry altamente.
- E como você fará isso?
- Eu não sei! Preciso de ajuda! – respondeu ele novamente se levantando e indo até a janela.
- E eu estou aqui para ajudá-lo. – falou Owen indo até ele e colocando a mão em seu ombro.
- Como você irá me ajudar? Você não sabe o que eu tenho para fazer.
- Harry, - falou Owen virando o garoto e olhando em seus olhos verdes - não tem como eu não saber algo que está em sua mente.
- Ok, mas... como você irá me ajudar?
- Ainda não posso lhe dizer mas, acredite, eu irei lhe ajudar. Bem... – ele sorriu divertido - não serei eu, necessariamente. Vou lhe levar até a pessoa certa. – explicou o moreno de olhos azuis sorrindo.
- Então, quando você vai me levar? – perguntou o outro moreno querendo ir naquele instante pra qualquer lugar que Owen lhe levasse.
- Calma. Por enquanto, nem eu sei quando. Mas, até que esse momento chegue, - falou enfiando a mão no bolso e, tirando uma tornozeleira prateada, voltou a dizer – fique com isso.
- Por quê? – falou Harry pegando a tornozeleira que Owen lhe entregava.
- Sempre use essa tornozeleira, sempre que estiver em perigo eu saberei e virei lhe ajudar.
- Ok. – afirmou Harry se abaixando e colocando a tornozeleira.
- Agora eu devo ir, tenho que informar ao meu pai o que aconteceu aqui. Tome cuidado e olhe sempre por onde anda. – pediu Owen sorrindo.
- Pode deixar.
- Ok, então... – Owen pegou a varinha e desfez os feitiços que havia feito – tchau!
- Espera...
- O que é?
- Desculpe-me por não acreditar e confiar em você.
- Não se preocupe Harry, ok?
- Uhum, ok! – falou o moreno também sorrindo.
- Beleza então, tchau. – falou Owen pronto para aparatar.
- Espera! – Harry gritou de novo.
- O que foi agora? – Owen o olhou.
Harry se aproximou de Owen e focalizou seus olhos.
- Você! Era você!
- Do que você está falando Harry? – Owen pareceu confuso.
- Era você! Você é um animago! Um tigre siberiano, só que branco! – um enorme sorriso surgiu na face de Harry.
- Ah! – Owen passou a mão pelos cabelos – Você notou é? Como?
- Seus olhos. Nunca tinha visto um tigre com esses olhos azuis tão intensos. Somente um ser humano poderia ter. – Harry falava feliz.
- Ta certo. – Owen riu – Agora eu tenho que ir.
- Ok. – Harry acenou com a mão, mas uma coisa passou em sua mente – Espera!
Owen girou os olhos, agora ele se sentia incomodado.
- Os trouxas da rua! Eles, eles devem ter visto aquele negocio envolvendo a casa.
- Eu já cuidei deles. E “aquele negocio” é a proteção da casa, proteção muito forte por sinal. Somente Dumbledore poderia ter feito. Mas agora é sério Harry...
- Ok, ok. Vá! – Harry sorriu.
- Até logo! – Owen acenou e sumiu em mais um “crack”.
Harry se sentou na cama e ficou olhando pela janela. Sua cicatriz ainda formigava.
“Será mesmo que Dumbledore era um bruxo muito forte? Bem... melhor dizendo, será que ele era mais forte do que eu imaginava?” – pensou ele.
O moreno desceu logo em seguida. Apesar da insistência da tia em saber quem era aquele homem e o que aconteceu do lado de fora da casa, ele não falou nenhuma palavra, apenas ficou vendo o filme que passava na televisão.
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