Decisão sensata

Tatyanna acordou cedo, ainda imersa nos acontecimentos do dia anterior. Pensara muito antes de dormir e concluiu que deveria contar para Harry tudo o que ocorreu em sua conturbada vida e contar o segredo que os separaria para sempre. Aquela enganação já estava indo longe demais. Levantou-se, tomou um rápido banho, vestiu-se e saiu rumo à sala de Dombledore.

Gina lembrava-se da noite anterior, e ria com as lembranças boas que tinha. Draco era uma excelente companhia e um ótimo amigo. Ela já havia esquecido de Harry, pois quando ele a notava, ela dava de ombros. O que Draco prometera a ela havia cumprido novamente. Era um amigo fiel. Porém, sentia ciúmes dele quando ele não podia lhe dar atenção, ou quando estava a falar com outra garota. Gina estava começando a gostar de Draco, apesar de não perceber isso.

Tatyanna chegou à sala de Dombledore nervosa. Bateu levemente na porta e entrou.

- Com sua licença, senhor Dombledore... – Tatyanna tremia com seu nervosismo.

- Claro, sente-se...mas o que faz uma jovem aluna, em pleno sábado, acordada tão cedo? – Dombledore percebeu o nervosismo de Tatty. – Você parece nervosa...alguma coisa grave?

- Sim. Lembra-se, senhor, daquele segredo, e da minha triste história? – Tatyanna falou sem rodeios.

- Oh, sim, claro! Alguém descobriu? – Dombledore a olhava entre seus óculos em meia-lua.

- Não, senhor, ninguém descobriu. Porém, eu acho que chegou a hora de contar para Harry...

- Você acha? E que fatos lhe comprovam esta afirmativa?

- Nós dois estamos muito envolvidos, tanto na amizade como no amor...e eu não quero enganá-lo mais...com certeza ele ficará mais furioso se souber por outras pessoas do que por mim mesma.

- Entendo...mas então você quer contar mesmo...não acha que está muito cedo? – Ele franziu a testa.

- Não, senhor. Se ficar pra mais tarde, eu não vou ter mais a coragem que tenho agora.

- Evidente...então conte. Se seu coração a manda fazê-lo, conte.

- Agora eu tenho certeza que devo contar. Obrigada pela atenção que me foi dada, senhor, e até breve.

- Se precisar de mais algum tipo de ajuda, não hesite em manter o contato comigo, sim?

- Sim, senhor, obrigada.

Tatyanna saiu da sala de Dombledore e foi até a sala comunal de Grifindória. Sentou-se em uma das poltronas, precisava pensar em como contar para Harry toda aquela longa história. Que ela contaria naquele dia, ela sabia, porém não sabia como.

Harry desceu, ainda de trajes de dormir, pois ainda era muito cedo, a escada da sala comunal, e viu que Tatyanna estava sentada na poltrona, postura rígida, olhando a lareira, um pouco abatida. Chegou nela, que imersa nos seus pensamentos, nem percebeu que havia alguém ali.

- Tatyanna, está tudo bem com você?

- O que...ah! Oi Harry...eu nem vi que você estava aí... – Ela tentou disfarçar a preocupação, mas não conseguiu.

- Está tudo bem? Parece preocupada...

- Está sim. Estou aqui pensando com quem que eu vou morar, já que meus pais morreram. – Mentiu.

- Desculpe vir falar com você assim, com pouca roupa. Vou subir e trocá-la, e já volto.

- Pode ir. Até daqui a pouco.

Logo após ele ter sumido escada acima, Tatyanna levantou-se e foi aos jardins. Não conseguia mais enganar Harry daquela maneira. Não conseguia falar com ele olhando em seus lindos olhos verdes.

Harry voltou à sala comunal e não encontrou ninguém.

“Como ela está estranha... acho que é melhor deixá-la sozinha hoje...”

***

Hermione acordara com os pés inchados.

“Maldito Neville! Da próxima vez que ele me convidar a um baile, eu vou botar uma chapa de ferro dentro de meus sapatos! Que ódio! Aiiiiiiiiii...........”

Hermione sentia-se esquisita desde o reinício das aulas. Não amava mais Harry, e estava “sem amor”, ou então achava isso. Pousou o olhar em Rony nas férias, e não o esqueceu mais. Será que seus sentimentos em relação a ele estavam mudando? Confusa era a menina que se encontrava em seu dormitório e se chamava Hermione.

“Não pode ser! Será que estou apaixonada por Rony? Acho que pirei!”

Pouco imaginava ela que descobriria a verdade mais tarde.

***

Hora do almoço, e Tatyanna não havia aparecido. Todos estavam lá: Hermione, Rony, Harry, Gina. Até Draco, por incrível que pudesse parecer, estava sentado com eles na mesa. Estava tão fascinado por Gina que havia sacrificado até sua reputação por ela.

“Estou começando a ficar preocupado”. Harry pensava, e naquele mesmo instante, um bilhete trazido por Collie chegava em suas mãos. Nesse bilhete dizia:

“Encontre-me às dez horas na torre da Astronomia. Preciso falar um assunto sério com você”.

“Ass: Tatyanna Schaucoski”

Harry sentiu a dor de Tatyanna ao escrever esse pequeno bilhete. A hora da verdade havia chegado.

- De quem é esse bilhete, Harry? – Gina perguntou ao garoto com o semblante carregado de preocupação.

- De Tatyanna. Pede-me para encontrá-la mais tarde.

- Que bom que ela deu sinal de vida! Já estava preocupada.

- Ora, Gina, por favor! Se preocupar com uma traidora? Tenha dó de mim... – Draco fora extremamente sarcástico.

- Depois eu quero falar com você. E é sobre essas suas brincadeiras ridículas.

- Você por acaso tá pensando que manda em mim? Eu sou seu amigo, mas também não exagera.

- Tudo bem, Draco, faça o que quiser. Mas, Harry, deixe-me ver o bilhete?

- Não posso deixá-la ver. Desculpe.

- Ora, Gina, não vê que é um encontro de amor entre o Santo Potter e a Santa Schaucoski? – Draco saciava-se com as caras de ódio dos companheiros de mesa.

- Me desculpem gente, mas eu não TÔ a fim de aturar esse soserino idiota caçoando de meus amigos. – Rony enraiveceu, ficando vermelho como um tomate.

- Rony, não se irrite a toa, até agora ele estava distante de nós, por isso não sentíamos as piadinhas dele. Mas agora ele está sentado na nossa frente e agora temos de aturá-lo. – Hermione foi a socorro do amigo.

- Gina, tire esse...cavalheiro daqui. – Rony fora sarcástico como Draco fora minutos antes.

- Vamos Draco.

- Vamos, que eu não agüento mais nem um minuto nessa mesa com ESSE Potter. – Eles se afastaram da mesa, indo em direção ao corredor que levava às salas de aula.

- Eu não te obriguei a sentar-se com eles.

- É que eu não queria ficar longe da minha única amiga.

- Tá bom, eu perdôo suas piadinhas sem graça. Mas vamos para as aulas, sim?

- Vamos.

***

- Que cara irritante! Como a Gina consegue ser amiga daquele charlatão esnobe? – Hermione falava com Harry e Rony.

- Na verdade também não entendo. – Rony estava inconsolável. – Tudo o que eu menos queria era a amizade desses dois. Eu pensava que isso nunca ia acontecer, por isso baixei a guarda!

- Deixa esses dois. Vocês não conhecem a frase de que os opostos se atraem? Ninguém nunca iria imaginar que esses dois seriam amigos um dia. – Harry estava muito liberal naquele ano. Permitia tudo, deixava as coisas rolarem naturalmente.

- Chega desse assunto. Não agüento nem pensar nessa amizade. Mas me diga, Harry, o que está acontecendo com a Tatyanna? – Rony estava preocupado com a mais estranha amiga que já teve.

- Ela tá meio estranha. Quero dizer, mais estranha que o normal. Quer falar uma coisa muito séria comigo hoje.

- O que será? – Hermione fitava Harry, com curiosidade.

- Se ela não queria falar na frente de vocês, é porque deve ser algo muito sério mesmo. Mas não faço idéia do que seja. Até faço, mas serei precipitado se disser o que penso ser esse assunto.

- Vamos para a aula. Certamente ela deve estar lá. – Rony disse ao amigo.

- Sim, mas peço para deixá-la um pouco sozinha...ela está precisando de um tempo para pensar no rumo que sua vida tomou. Deve ser por isso que está estranha.

- Claro. Mas vamos logo para a aula, antes que percamos pontos para Grifindória. – Hermione falou, levantando-se e indo ás aulas, seguida por seus dois amigos.

A tarde passou rápido, com muitas pessoas comentando sobre o belo baile do dia anterior. Porém, apenas dois alunos ficaram sozinhos, cada um em seu canto pensando.

Tatyanna pensava em como falaria tudo o que tinha guardado dentro de si por todo aquele tempo. Harry pensava no que Tatyanna lhe podia falar naquelas dez horas daquele dia tão estranho. Será que era a resposta de seu pedido para ficar com ela?

Nove e meia: Harry subia as escadas, ofegante, e nervoso. O que será que ela iria lhe falar? Chegou no topo da torre da astronomia, e Tatty estava parada na pequena janela, a olhar as estrelas. Ela percebeu a presença de alguém ali com ela e virou-se, com o semblante sério e um pouco triste.

- O que você tem de tão sério para me falar? – Harry estava ainda mais nervoso do que quando estava a subir as escadas.

- Encontre um lugar para se sentar, porque a conversa que terei com você será longa e definitiva.

Continua...

Coments da autora: Ow, galera! Estou avisando aqui que o segredo dela será revelado do próximo capítulo, eu prometo! Cometem, por favor! Eu imploro, Bjus!

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