Na Casa dos Gritos



Cap. 22
NA CASA DOS GRITOS

Harry correu em disparada pelos corredores até alcançar Ayame (felizmente, como ela nunca tinha usado uma Capa de Invisibilidade, tinha deixado metade dos pés aparecendo).
__ Harry! Saia daquiiii!!!!!
__ Não! Não vou deixar você fazer nenhuma loucura!
__ Você não vai me impedir de ir!
__ Quem disse que eu quero te impedir de ir?__ zombou Harry, com um sorriso matreiro__ Eu vou é com você!
__ O que??? De jeito nenhum!!
__ Nada disso!
__ Olha aqui__ disse ela, apontando o dedo na cara de Harry__ A minha missão na Ordem é te impedir de entrar em encrenca, então não posso permitir de jeito nenhum que você vá comigo! Se alguma coisa acontecer a você, eu... eu nem sei!É muito perigoso!
__ Também é perigoso pra você!
__ Eu sei me cuidar melhor do que você! Agora, volte pra sala comunal e me deixe em paz!
__ Ayame, você nem sabe usar a Capa! Deixou metade dos pés aparecendo!
Ayame corou, envergonhada.
__ Ou você me deixa ir com você__ continuou Harry__ Ou eu conto à Dumbledore e aos professores que você foi atrás da Comensal.
__ Você não faria isso.
__ Duvida?
A garota se sentiu numa rua sem saída.
__ ... Ok. Mas só se você concordar com as condições.
__ Pode falar.
__ Promete que vai fazer tudo o que eu mandar?
__ Sim.
__ Promete que vai ir embora se eu mandar você correr ou algo assim, mesmo que tenha que me deixar sozinha?
__ Prometo. Pronto?
__ Pronto. Agora vamos antes que alguém nos ache aqui.

Eles caminharam furtivamente pelos corredores até chegarem no Saguão de Entrada. Eles abriram o Mapa do Maroto, procurando pelo pontinho que dizia onde estava a Comensal da Morte.
__ Parece que ela andou até a Casa dos Gritos__ disse o garoto, apontando para os pezinhos quase se apagando indo na direção do Salgueiro Lutador, o que indicava para a Comensal havia ido.
Harry não tinha a mínima idéia de como iriam sair pela porta cheia de trancas mágicas de Hogwarts, mas pelo jeito Ayame sabia, pois certificou-se no Mapa e olhando ao redor se não havia ninguém por perto, e saiu de debaixo da Capa de Invisibilidade.
__ O que você vai fazer??__ sussurrou Harry, alarmado, também saindo de debaixo da Capa.
__ Calma__ disse ela, caminhando até a porta e tirando a varinha da pedra na mão.
Harry ficou observando Ayame observar a porta atentamente, esperando pelo o que é que ela fosse fazer desta vez. Porém, a garota simplesmente bateu com a varinha em uma tranca toda enferrujada e a porta se abriu, com um rangido infelizmente alto.
__ Vamos, o que você ainda está fazendo aí parado??__ sussurrou ela, saindo pela porta e chamando Harry__ Essa porta idiota deve ter acordado meio castelo! Vamos logo!
O garoto correu até a amiga, trazendo a Capa. Enquanto corriam pela escada que levava ao jardim, Harry jogou a Capa de Invisibilidade por cima dos dois, deixando-os invisíveis.
Os jardins estavam desertos, e incrivelmente escuros, apesar da Lua crescente-cheia estar aparecendo nitidamente no céu por detrás das nuvens negras daquela noite fria. Os dois foram caminhando o mais rápido possível pelos jardins, até chegarem na Floresta Proibida.
__ Vamos andar até o Salgueiro por aqui__ disse Ayame logo quando chegaram na orla da Floresta.
Porém, uma coisa os fez parar logo antes de começar.
Vindo do lado direito de onde estavam, uma luz se aproximava cada vez mais de Harry e Ayame. O garoto pegou a varinha. Eles ouviram latidos.
__ Canino! O que foi? Calma, garoto!
__ Droga!__ gemeu Harry__ É Hagrid fazendo a ronda! Se ele nos vir...
__ Ela não vai nos ver! É só ficar quieto!__ sussurrou Ayame, puxando o garoto para detrás de uma árvore e tapando-lhe a boca por alguns instantes.
Os dois esperaram ansiosamente pela passagem do gigante e de seu cachorro. Subitamente, naquela escuridão e tensão, a Floresta atrás de Harry pareceu muito mais perigosa e traiçoeira do que realmente era, e isso fez seu coração saltar.
Se isso já fez seu coração saltar, ele quase parou quando, de repente, Harry e Ayame ouviram o estalar de galhos secos. Hagrid parou de andar e virou a cabeça na direção deles. A garota deu um forte cutucão em Harry, e lhe lançou um olhar desaprovador, e Harry mal conseguiu falar:
__ Mas não sou eu...__ e o barulho se fez ouvir novamente, bem mais perto. Era característico de alguém andando no chão da Floresta, bem na esquerda deles.
Ayame e Harry se paralisaram. O garoto apertou a varinha na mão, se preparando.
__ Tem alguém aí?__ a voz de Hagrid se fez ouvir.
Isso provavelmente fez com que pessoa que estava ali por perto saísse correndo, pois ouviu-se mais alguns estalares fracos de galhos e depois o silêncio absoluto.
__ Vamos sair daqui!__ disse Ayame ao ouvido de Harry__ Direto para o Salgueiro.
Felizmente, Hagrid resolveu voltar à sua cabana depois de se certificar de que o barulho que ouvira era só uma ave farfalhando suas asas nas árvores da Floresta, e assim o caminho até o Salgueiro ficou livre para Harry e Ayame. A árvore milenar estava paralisada quando eles chegaram.
__ Isso é bom__ comentou Harry__ Quer dizer que passaram aqui faz pouco tempo e que não vamos ter o trabalho de passar pelos galhos assassinos do Salgueiro para apertar o nó na raiz.
Eles caminharam devagar até a abertura bem entre as raízes da grande árvore, e pularam, sem saber ao certo o que os esperava quando caíssem.

Tudo estava escuro. Nem Harry nem Ayame ousaram acender suas varinhas, pois temiam que alguém estivesse por perto. Continuaram caminhando o mais silenciosamente possível, mas desta vez debaixo da terra.
O caminho começou a subir, e logo eles estavam em um amplo corredor, com janelas seladas com pedaços de madeira. Resolveram subir as escadas.
No corredor superior, também não havia nada. Era estranho, mas bom. Ayame puxou Harry para uma sala no fim do corredor, onde havia uma lareira acesa e algumas cadeiras, mas ninguém.
__ Onde será que estão?__ indagou a garota, saindo de debaixo da Capa.
__ Não sei. Talvez já tenham ido embora.
A garota se sentou numa poltrona da sala.
__ Droga! Agora nunca vou descobrir se...
__ Como? Descobrir o que, Ayame?__ Harry notou que ela estava escondendo mais alguma coisa dele.
__ Nada, Harry.
__ Anda logo, fala senão...
Mas Harry não pôde completar a frase, pois Ayame agarrou seu braço junto com a Capa e o enfiou em uma das portas do corredor, dizendo:
__ Tem alguém vindo!!
Ela entrou no pequeno quartinho logo depois, e fechou a porta atrás de si.
A garota não poderia ter escolhido quarto menor. Na verdade, aquilo deveria ser um quartinho de vassouras, de tão pequeno. Harry estava encostado na parede, e Ayame, espremida entre ele e a porta.
De repente, Harry ouviu a voz de Ayame em sua cabeça.
“Não faça nenhum barulho. Converse comigo assim”
Harry a olhou incrédula. Como que ela podia fazer aquilo?? Era telepatia? Seu olhar denunciou seu espanto.
“Vamos, Harry. É só se concentrar que você com certeza consegue.”
Harry se concentrou, olhando bem no fundo dos olhos de Ayame. Bolou uma frase, e pensou:
“Não sabia que você era do tipo de garota que encostava os garotos na parede.”
A cara de indignação de Ayame mostrou a Harry que ele conseguira responder.
“Muito bem” disse ela, dando um sorrisinho irônico” E eu também não sabia que você era do tipo de garoto que se apertava com uma garota dentro de um quartinho minúsculo de vassouras”.
Harry riu mentalmente, e ouviu o risinho cristalino de Ayame dentro de sua cabeça. Ela perguntou:
“Não está vindo ninguém? Parece que não tem nenhum barulho”.
Harry apurou os ouvidos. Não ouviu nada.
“Parece que não” respondeu ele “Acha que já é seguro sairmos?”
“Não”, respondeu ela “Espere mais um pouco”.

Eles esperaram. Passaram apenas um ou dois minutos, mas naquela tensão e “apertamento”, pouco tempo parecia muito. O pior (ou melhor) era que Harry e Ayame estavam encostadíssimos, quase colados um ao outro, devido ao pouco espaço do quartinho. Harry não sabia onde colocar as mãos, pois os únicos lugares disponíveis eram na garota abraçada nele, então repousou as mãos nos seus ombros, com a permissão da garota, é claro.
Ayame estava na mesma situação um pouco constrangedora. Ela, pelo mesmo motivo que o garoto, teve que repousar suas mãos no peito de Harry (e sentir seus músculos peitorais sarados_-_ zoeira_-_ hehehehehe :P). Ela sentiu um arrepio ao fazer isso e fechou os olhos, da mesma maneira quando o garoto colocara suas mãos em seu ombro, mas agradeceu por Harry estar nervoso o suficiente para não notar isso. Logo depois, se castigou mentalmente.
“ Pára de sentir essas coisas” mandou Ayame para ela mesma “ Você está proibida, lembra-se? Você tem que parar de suspirar por ele.”
Mas, ali apertadinhos, era difícil para ela fazer isso, principalmente com o coração disparado como estava o seu.
Ambos Harry e Ayame estavam com a cabeça virada para o lado (Harry para a esquerda, e Ayame para a direita), evitando se encararem, já que estavam tão perto que os narizes se encostariam se fizessem isso.
De repente, Ayame ouviu um barulho do lado esquerdo do quartinho, provavelmente em um quarto ao lado, e virou a cabeça rapidamente naquela direção.
Ao mesmo tempo, Harry ouviu um barulho do lado direito do quartinho, e também virou a cabeça naquela direção.
(Adivinhem no que isso vai dar.)
A troca rápida da posição das cabeças, e ainda ao mesmo tempo fez o imprevisto acontecer. Quando os rostos de Harry e Ayame passaram frente a frente, devido à proximidade dos dois e a rapidez do movimento, os seus lábios se encostaram por uma fração de segundo, mas somente esse tempo fez os dois pararem, paralisados com o simples acontecido, e se encararem meio sem pensar.
Ainda meio sem raciocinar, os rostos foram se aproximando até chegaram em um beijo ardente e carinhoso, o que há tempos os dois ansiavam, mesmo sem saber. Ayame foi subindo a mão até encostar seus dedos no rosto de Harry, que por sua vez suavemente aprofundou o beijo.
Quando a necessidade de se respirar foi maior, os dois se separaram, respirando rapidamente. Ayame ficou vermelhinha rapidamente ao “notar” o que tinham feito, e Harry sorriu ao ver a reação da garota.
Porém, o clima ali foi quebrado por passos apressados descendo a escada ao lado do quartinho. Ayame lançou um olhar apreensivo à Harry, e apurou os ouvidos para escutar.
__ Finalmente!__ exclamou uma voz de mulher depois de alguns instantes.
“Essa é Belatriz Lestrange” disse Harry, mentalmente, reconhecendo a voz da assassina de seu padrinho.
__ E aí? Conseguiu?__ continuou Belatriz.
A voz feminina que respondeu era igualmente fria, mas parecia cansada.
__ Deu trabalho mas consegui__ disse.
Harry sentiu um arrepio percorrer o corpo de Ayame da ponta dos pés à sua cabeça e ela se paralisou.
“ E essa” disse ela “ É a Comensal que entrou em Hogwarts.”
O garoto deixou de se perguntar como ela sabia isso e continuou a ouvir a conversa das duas Comensais.
__ Ah...__ suspirou Belatriz, aliviada, e Harry notou que ela provavelmente tinha se jogado em uma das cadeiras__ E onde ela está?
__ Em um dos quartinhos lá de baixo__ respondeu a outra.
Houve um momento de silêncio.
__ Quer que eu vá lá fazer o feitiço?__ perguntou Belatriz.
__ Se você quiser...
Harry ouviu passos saindo da salinha com a lareira e depois descendo escadas. A outra Comensal sentou-se na cadeira, cansada, e começou a cantar baixinho:

Vamos lá, conseguir
O que queremos iremos ter
Nessa vida sem saber
O que ainda vai nos vir

Harry sentiu novamente um arrepio percorrer Ayame, e se perguntou o que ela tinha.
Logo Belatriz voltou, e disse que tinha saído tudo certo. A outra Comensal perguntou se agora iriam para casa.
__ Vamos__ respondeu Lestrange__ Os outros estão nos esperando lá.
__ Finalmente.
Antes de aparatarem fazendo o característico estalo, Belatriz revelou o nome da outra Comensal, brincando com a amiga.
__ Não vai errar o caminho de novo, Rebecca.


e ai
estao gostando??
por favor!
comentem!!!!
o prox cap tb vai estar legal!!

um bjao!!
e boa semana e todos!!

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.