Confirmação do contrato



Entre o Céu e o Inferno

Capítulo 7 – Confirmação do contrato

- Vocês ouviram, meninas? A Weasley queria ficar mais perto de Harry Potter e começou a bater nas admiradoras dele!

- Eu nunca teria imaginado isso...

- Parecendo tão inocente, ela...

- O egoísmo de uma mulher é algo realmente muito assustador...

As fofocas rolavam soltas na manhã seguinte ao episódio envolvendo Gina e as admiradoras de Harry. A ruiva estava sentada em sua carteira, esperando o professor chegar e, inevitavelmente, ouvindo as garotas de sua sala cochicharem sobre ela. Quando não agüentou mais, levantou-se e saiu correndo da sala. Porém, uma das garotas estendeu o pé, fazendo Gina tropeçar e ir de cara com o chão.

- Ah, me desculpe, você está bem? – disse a garota cinicamente, em tom de deboche.

“Por quê?” pensava Gina, enquanto se levantava e continuava correndo “Por que não tem alguém que acredite em mim?”

Antes de sair de sala, procurou Harry com o olhar. Ele nem ligara para ela...

Foi correndo até a capela, onde parou. “Mesmo que ele não goste de mim... Eu não quero que ele me odeie... Mas não é mais possível...”

- parece que você está sendo muito maltratada, Gina...

- Draco...

O loiro estava ao lado dela, perigosamente perto.

- Por que eu fui tão violenta? – perguntou a garota, secando as poucas lágrimas que tinham começado a escorrer.

- Eu... Você não suspeita que eu tenha feito algo? – perguntou Draco, diretamente.

- Como isso poderia acontecer? Você não quer fazer a gente ficar junto? Você não poderia ter feito uma coisa assim.

Draco ficou em silêncio, surpreso com o pensamento da garota.

- Eu quis bater nelas – continuou – minha determinação de gostar do Harry é mais forte do que aquelas garotas... Então foi por isso que meu corpo fez aquele tipo de coisa.

Quando terminou a frase, Gina sentiu os braços de Draco passando em volta dela, abraçando-a por trás. Ele sussurrou em seu ouvido:

- Não importa o que aconteça, eu estarei sempre ao seu lado... Deste modo, se você simplesmente me disser... – ele fez uma pausa – que concorda e me entregar a sua virgindade...

Ele se afastou, e Gina olhou para ele, surpresa.

- Na frente de Deus – ele terminou – jure para mim.

Um silêncio desagradável tomou conta do lugar.

- Jure na frente de Deus que você vai me dar a sua virgindade – ele repetiu.

“Eu... Para o Draco?”

- Jurar dar a minha virgindade para você? O que significa isso? – perguntou Gina, nervosa.

- Mesmo que nós tenhamos um contrato, eu nunca ouvi isso de você – disse ele.

- Mas... Eu não quis invocar o demônio! – gritou ela.

- Isso não tem nada a ver. – replicou o loiro – eu só quero ouvir você dizer essas palavras com a sua própria boca. – terminou em tom sério.

- Por que?

- Porque eu quero ouvi-las.

- Isso não é uma boa razão! – gritou Gina – já havíamos chegado a esse ponto, porque você disse algo assim...

Ela parou de falar ao ver que Draco ria, um riso sarcástico e malvado.

- Permita-me dizer uma coisa engraçada a você – disse ele com seu ar de deboche – a pessoa que fez aquelas garotas entrarem nessa situação e a violência que aconteceu logo depois, tudo isso, foi eu.

Gina ficou sem reação, encarando o loiro. Logo em seguida, explodiu.

- Isso... Isso é demais! Por que você fez uma coisa dessas! Você sabia que o Harry presenciaria toda a cena! Por quê?

No instante seguinte, Draco estava bem próximo dela, segurando seu queixo. A encarando nos olhos, disse:

- Seu amor está nas minhas mãos! Potter irá gostar ou odiar você conforme os meus poderes. Se você entende isso, então irá seguir aquilo que eu mandar você fazer. – ele imprensava Gina contra uma mesinha em que ela estava encostada – não importa como, você ainda será minha. E você não pode escapar disso.

- De... Demônio! – disse Gina, com voz baixa.

O loiro riu.

- Que bom que você sem lembra disso... – ele voltou a ficar sério – diga então... Jure bem aqui que você irá me entregar a sua virgindade.

- Se eu disser uma coisa assim, eu...

Gina não conseguia pensar direito. “Esse demônio... Eu nunca quis invocá-lo... Muito menos planejei trocar promessas com ele... Se eu disser bem aqui que eu irei entregar minha virgindade a ele... Então, isso significa... Que eu estarei vendendo meu coração ao Diabo...” esse pensamento fez Gina ter nojo dela mesma.

- Eu não vou dizer... – ele começou a falar baixinho, e depois aumentou a voz – eu não vou dizer essas palavras! Eu definitivamente não direi! Se a troca dessas promessas significa que eu tenha que vender meu coração...! Mesmo se eu não tiver o poder do Diabo, está tudo bem! – ela desabafava, botando tudo o que queria dizer à Draco para fora – não importa com que tipo de poderes, o Harry deverá ser capaz de me compreender. Eu... Acho que deve ser assim. – terminou.

Ela virou-se para sair correndo, mas Draco segurou seu braço, impedindo-a.

- Me solta! – gritou ela.

A mão dele apertava firmemente o braço, machucando-a.

- Draco está... está... – ela não conseguia dizer que ele a machucava, então, disse algo sem pensar – eu te odeio mais do que qualquer coisa!

Ao ouvir aquilo, Draco a soltou, deixando-a correr de volta ao castelo.

- Dispensado, hein? – o loiro disse para ele mesmo – eu deveria sair daqui logo, antes que mais alguém me dispense também.

E ele foi embora, por um caminho oposto ao de Gina.

A garota parara no meio do caminho, pensando.

“Draco é um Demônio! Ele fará tudo o que puder para atingir o seu alvo. Mesmo que isso signifique matar alguém, ou perturbar a mente das pessoas... A expressão dele nunca muda e ele nunca volta atrás em algo que fala; ele tem o controle de toda a escuridão. Eu sabia sobre isso, mas eu fingi que não...” ela encostou-se em uma árvore “Eu sabia sobre isso, mas por que... Por que de repente me senti tão triste...?”

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Já de volta ao colégio para as aulas do turno da tarde, Gina voltava da biblioteca, após ter passado seu horário de almoço lá.

“Era esperado... A biblioteca não tem informações sobre como selar o poder do demônio...”

Ela estava tão distraída que não percebeu que algumas garotas bloquearam sua passagem pelo corredor, até que esbarrou em uma delas.

- Weasley! – uma delas falou – você ainda não pediu desculpas para as garotas em que você bateu? – e apontou para as três admiradoras de Harry, que estavam perto.

- Você acha que nós vamos permitir esse tipo de violência acontecer aqui? – disse outra garota.

- Vocês estão enganadas! – Gina tentou se defender.

- Eu? Enganada? – disse a primeira garota – você queria se aproximar do Harry Potter, por isso bateu nelas!

- Não! – gritou Gina – isso é o que elas dizem!

- Como assim? – disse uma das fãs – isso significa que a culpa agora é nossa?

- Você bateu na gente! – disse a outra – sua palavra não conta contra a nossa!

- Foi por isso que eu disse, a pessoa que bateu em vocês não era eu! – falou Gina, sem pensar.

- Então quem era? – indagou uma das garotas.

- Era... Era... – ela não podia falar a verdade. Falou baixo, enquanto pensava – eu deveria dizer que meu corpo não seguia as minhas ordens...

- Que desculpa estranha! – disse uma das garotas.

Draco estava por perto, observando a cena. Gina olhou para ele no exato momento em que ele virava as costas e saía dali.

- Você está ouvindo, Weasley? – disse a garota, ao perceber que a atenção da Gina estava em outro canto – simplesmente peça desculpas!

- Isso mesmo, você fez uma coisa horrível!

- Vamos, peça desculpas!

As garotas iam falando, deixando Gina mais nervosa ainda, e com medo.

Quando Draco saiu, encontrou Philipe parado na virada do corredor, olhando tristemente para a cena.

Draco o encarou, e depois continuou a andar, em direção aos pátios, e o garotinho o seguiu.

- Mestre, fazendo uma coisa como essas, a Gina vai ficar muito triste!

- E daí? – perguntou o loiro com indiferença.

- Naquele dia... Aquele era de fato o mestre trabalhando, certo? – perguntou esperançoso – Por que não vai lá e ajuda ela? Mestre, o que o senhor está pensando?

Ao ser respondido com o silêncio do loiro, Philipe resolveu intervir.

- Já chega! Eu não posso suportar ver isso acontecendo mais uma vez! Eu não quero ouvir as desculpas que o senhor dá! Aquelas pessoas...

Draco lançou um olhar irritado para Philipe e ele instantaneamente voltou a ser Phobos, o corvo.

- Phobos – disse ele, seriamente – não permitirei que você atrapalhe meu plano. Eu não irei perdoá-lo se você o fizer...

- Mestre... – disse o corvo uma última vez, com tom de pesar.

De onde eles estavam, ouviram uma voz gritando:

- Já chega!

Harry chegou à cena das garotas forçando Gina a pedir desculpas.

- Vocês já deveriam saber quando parar! – continuou ele – o que vocês estão fazendo agora é, de fato, tirar proveito dos mais fracos.

Ele se aproximou de Gina e perguntou.

- Você está bem?

Ele abaixou a cabeça e respondeu:

- S-sim...

- Harry, ela... – uma das garotas tentou argumentar.

- Não diga mais nada! – ele a cortou – Que irritante! Se vocês continuarem a machucar a Gina, meu respeito só diminuirá por vocês, meninas!

Todas ficaram caladas, e Draco, de longe, observou a cena.

- Vamos – disse Harry, puxando Gina pelo braço.

Ele foi guiando-a para longe das garotas, levando-a consigo.

“O Harry... Ele realmente me ajudou... Ninguém estava do meu lado, mas... Eu acho que o Harry me entendeu... Então ele na verdade não me odeia...”

O moreno levou-a até a capela, onde, somente quando estavam lá dentro, ele a soltou.

- Harry, eu quero agradecer a você pelo que aconteceu lá atrás... – começou ela, mas foi interrompida pelo garoto.

- Eu só fiz o que deveria fazer. – disse ele, seriamente, de costas – chegamos aqui, elas não deverão mais ser problema pra você...

Ele virou-se e ficou de frente para Gina.

- Se você honestamente se arrepende pelos seus pecados, Deus aceitará suas desculpas e perdoará você pelas suas más ações.

Gina ficou estática, ao perceber do que se tratava.

- Você não está pronta para falar a verdade na frente de todos, isso eu entendo – continuou ele – Mas aqui só estamos eu e Deus, e acho que Deus será capaz de perdoar você...

“Do que... Do que ele está falando?” Gina pensou desesperada.

- Eu não disse aquelas palavras sobre tentar me aproximar de você... Além disso, não era eu quem de fato estava batendo naquelas garotas! – a ruiva tentava se explicar.

- Então quem causou os ferimentos que aquelas meninas tinham? – perguntou ele, serenamente.

- Aquilo... Aquilo foi...

Gina parou, pois sabia que não podia contar a verdade. “Não importa como eu explique, ele não vai acreditar em mim... Não importa o que eu faça, esse mal entendido não vai desaparecer...” ela o encarou, e depois olhou para baixo “Se eu contar a ele sobre eu ter invocado o Diabo, e do contrato... Se o Harry souber sobre isso, ele provavelmente vai pensar mal de mim...”

- Mas... Por favor, acredite em mim! – suplicou Gina.

- Não tem jeito – ele falou, friamente – Você já acabou, Gina? – ele pareceu se exaltar – Eu não sei qual é a sua intenção! Se você não disse nada, eu não saberei! Como então eu poderei entender? Como eu posso acreditar em você, se você não fala nada? Você não pode se abrir e me contar? – ele havia se aproximado e a segurado pelos ombros.

“Me abrir... Eu invoquei o demônio só porque queria ficar junto do Harry. No entanto, eu tenho que pagar com a minha virgindade... Como eu posso dizer uma coisa dessas...?”

Gina afastou-se de Harry e falou, olhando para baixo:

- Fui eu... Quem bateu naquelas garotas...

Harry fechou os olhos, como se digerisse a informação, e depois falou, com os olhos inexpressivos.

- Confiança não é algo que se use quando se está mentindo, Gina. Eu quero acreditar em você... Então, por favor, não despreze essa bondade.

Ele virou-se para ir embora, mas antes falou:

- Sua alma está manchada.

“Sua alma... está manchada...” as palavras que o moreno disse estavam ecoando na cabeça de Gina, que o assistia partir. “Por que? Se pelo menos eu pudesse contar... Tudo ficaria bem...” Ela ajoelhou-se no mesmo lugar em que estava “Se eu contasse, será que ele acreditaria em mim?”

Lágrimas começaram a descer pelo seu rosto.

“Harry nunca acreditaria... Não, definitivamente, ele nunca mais irá gostar de mim de novo! Nós não podemos mais ser amigos... Não há... Não há mais uma segunda chance...” seu rosto já estava todo molhado, pois não conseguia conter o choro “Eu não consigo fazer nada sozinha... Não há nada que eu possa fazer por mim mesma. Eu não consigo mudar nada. Eu... Eu não me importo mais com aquilo que me tornei!”

As portas da igreja se abriram e Draco entrou. Ele foi caminhando até Gina, que estava ajoelhada. Abaixando a cabeça, ela disse as palavras que ele tanto queria ouvir:

- Eu vou... Dar minha virgindade a você. Eu vou cumprir o seu contrato. Então... Por favor, me empreste o seu poder... Por favor, me dê a sua força.

“Não pode haver nada mais triste que isso.” A ruiva pensou.

- Gina... – Draco ajoelhou-se na sua frente – Você finalmente jurou...

Suas asas se abriram enquanto ele falava, e voltaram a se fechar logo após.

- Eu vou proteger você – declarou ele – tristeza, angústia... Tudo o que machuca você irá em breve desaparecer. Em nome do senhor da escuridão, Satanás, eu juro...

Sua mão segurou o queixo de Gina e levantou-o. Seus lábios se aproximaram dos dela e ele a beijou. O beijo foi terno e pegou Gina completamente de surpresa.

Ele então afastou se rosto e levantou, seguindo para a porta.

“Draco... Porque você me beijou?” pensou a garota, surpresa, levando a mão à boca.

.:: Fim do capítulo 7 ::.

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N/A: mais um capítulo pra vcs ;P

Bjinhos!!!

>> Princesa Chi <<

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