Parte II



Parte II







Acordei com o sol já alto iluminando o quarto. Olhei para o lado e o vi dormindo de bruços com o rosto enterrado no travesseiro. Fiz menção de levantar, mas seu braço é mais rápido e me segura pela cintura impedindo-me de sair.

- Deixe-me levantar, Remus – pouco conseguia disfarçar a minha felicidade de acordar ao seu lado novamente.

Ri quando ouvi um resmungo abafado de negação. Pouco depois sua cabeça repousava no meu colo e eu me vi acariciando-lhe os cabelos enquanto, mergulhava novamente naquele mar azul dos seus olhos.

- Deixe-me tomar um banho?

- Vamos ficar aqui o dia todo, não vamos? - ele me pergunta ignorando meu pedido.

Eu ri e ele diz de novo.

- Você fica linda quando ri!

- Você também Aluado, fica lindo quando mente…
Ele parece gostar que eu o chame pelo antigo apelido. Rimos os dois e me levantando da cama e fui ao banheiro ouvindo-o gritar do quarto.

- Mas eu não estava mentindo!

Ainda rindo eu liguei o chuveiro e me aqueci naquela água tão quente e reconfortante. Ouvi seus passos pelo meu quarto e pouco depois o silencio.

Bateu-me uma insegurança. Insegurança idiota de quem está apaixonada. E se ele fosse embora? Tínhamos muitas coisas a esclarecer... mas relaxei e não me importei se ele realmente fosse embora. Aliás, talvez fosse até melhor assim. Manter entre nós dois o que rolou ontem à noite. Eu não tinha idéia do que viria pela frente e pela primeira vez na vida, não estava preocupada com isso. Eu estava muito feliz e nada seria capaz de tirar meu bom-humor hoje. Com certeza outros dias iriam vir para colocarmos tudo em pratos limpos.

Mais ou menos vinte minutos depois, eu saio do banho e como eu tinha certeza, o quarto estava vazio. Vesti minha melhor lingerie. Um conjunto de renda rosa bebê, com detalhes em strass e por cima, uma camiseta comprida das Esquisitonas preta, que eu adorava usar quando estava sozinha em casa. Dirigi-me a cozinha pra tomar meu café da manhã e levei um susto quando o vi lá. Realmente eu não esperava que ele ainda estivesse por aqui. Usava somente uma sunga negra e pelo que pareceu, preparava uma xícara de café.

- Pensei que tivesse ido embora – disse.

- Não, não falei que iríamos ficar o dia todo aqui?

- Falou, mas… pra falar a verdade pensei que estava brincando - confessei, sentando-me na cadeira observando ele trabalhar.

Ele pega uma xícara e traz até a mim, oferecendo-me. Eu aceito e pra o que eu pensava ser café, era uma deliciosa xícara de chocolate quente.

- Vamos fazer um trato? – disse ele sentando-se á minha frente.

- Que tipo de trato?

- Entre nós dois, de agora em diante, só falamos a verdade?

Ele abriu aquele sorriso ‘Aluado’ pra mim que eu não conseguia resistir.

- Ok, trato aceito! - E com o sorriso ainda nos lábios, bebo do chocolate.

- Está bom… do seu gosto?

- Hummm… maravilhoso… obrigada! Você não é o único que aprecia chocolate, sabia disso?

- Eu sei muito mais sobre você do que imagina, minha cara!

- Ohhh.... o quê, por exemplo?

Ele se aproxima de mim e sussurra no meu ouvido me fazendo derreter.

- Quer que eu lhe mostre?

Suspirando, eu apenas meneio a cabeça afirmativamente. Ele levanta e volta ao fogão, trazendo um baldinho metálico e um saquinho junto de uma pequena panela.

- Champagne, morango e chocolate! – anuncia.

- Oh Merlim, você quer me matar de vez? - respondo rindo.

- Talvez sim… mas não é essa a intenção que quero contigo. - responde de volta.

- Ok… mas está cedo, não vou beber a essa hora da manhã! - disse tentando roubar alguns morangos, no que ele me impede, sussurrando próximo ao meu ouvido.

- Vamos se você não bebe!

- Vai me embebedar? - disse fingindo-me de indignada.

Ele ri e responde.

- Depende… mas acho que não vou precisar usar força… você age por livre e espontânea vontade.

- O que quer dizer? - disse arqueando uma sobrancelha.

- Vem comigo? - me oferecendo a mão, eu aceito e ele me leva até a sala.

O que quer que fosse que ele estivesse ‘aprontando’ eu iria querer saber. Parecia que o ‘Aluado’ estava de volta e mesmo eu não o conhecendo daquela época, sabia que não era nada bom o que passava naquela sua mente marota e lupina. Possuía um controle sobre meus atos que eu não dominava nem se eu quisesse. Sentamos no sofá um de frente para o outro, com apenas o balde e a panelinha entre nós.

- Ok… ããhh… prova isso… - ele mergulha um dos morangos no chocolate e coloca na minha boca, me entregando uma taça com champagne.

- Merlim... isso é divino! - falo ainda de boca cheia. Ele sorri e pergunta.

- Quer ver ficar melhor?

- Quero! - respondo prontamente.

Mergulhando outro morango na cobertura, eu me adianto para recebê-lo, mas ele me ignora fazendo o chocolate escorrer pela minha perna, fazendo-me pular de susto. Abaixando-se contra mim, ele lambe o chocolate me proporcionando um turbilhão de sensações. Eu fico totalmente atônita, e solto um gemido quando sua língua penetra na parte interna da minha coxa, fazendo-me segurar o braço do sofá. Parecendo indiferente ao que eu sentia, ele me lambia como se um fosse um sorvete muito bom, que estava derretendo rapidamente numa tarde quente de verão. Não que eu estivesse longe de ser um ‘sorvete’. Segura, sólida e imperturbável. Mas ele também não ajudava, quando fazia aquilo comigo. Com aparentemente muito esforço, ele se afasta da minha perna dando agora atenção para o morango que jazia esquecido na sua mão, e toma alguns goles da taça também esquecia por mim.

- É… realmente delicioso - diz ele com uma voz gutural.

Nos fitamos. Ele com uma cara maliciosa, carregada de lascívia. Eu arfando, tento recuperar meu alto-controle quando ele fala pra mim.

- Quer experimentar?

Eu retribuo seu sorriso e sobrepondo-me á seu corpo, pergunto.

- Aonde você prefere? - pergunto atrevida já passando o dedo no chocolate.

- Quer mesmo que eu responda?

Com o canto dos olhos eu noto seu sorriso e respondo marota.

- Sinceramente Aluado… sim, eu prefiro que você me diga!

Mas antes que ele me respondesse, eu deslizei o doce pelo seu tórax e passei a saboreá-lo. Ahhh… como seu gosto era bom! Era mais… Mais doce que mel… delicioso como chocolate.

Embriagante que champagne. Suculento como morango.

O chocolate tinha se findado havia tempo e eu sequer havia notado… não só o lambia e beijava, como o chupava e mordia. Só queria sentir seu gosto… e que gosto! Tão de repente quanto comecei eu parei, agora o observando, percebendo suas reações.

Ele mordia o lábio inferior e mantinha os olhos semicerados. Também segurava o braço do sofá, com um desespero nada disfarçado de quem estava gostando e muito daquilo tudo; baixei os olhos e seu tórax estava vermelho e já apresentava as marcas das minhas chupadas. Nossos olhos se encontraram e devagar ele se levantou, agora trocando de posição comigo. Com aquele corpo sobre o meu, eu me deitei dando espaço pra ele ficar sobre mim. Ele afundou seu rosto nos meus cabelos aspirando meu perfume.

- Eu quero tanto você!

Eu respondi, colocando um pouco mais de chocolate na curva do seu ombro e o lambendo com mais vontade. Sussurrei com a voz mais firme que consegui.

- Sou sua…

Devagar, ele desliza a mão pelo meu rosto e me beija delicadamente. Como se eu fosse algo raro e intocável. Beijava-me como se fosse o seu ultimo beijo. Como se a sua vida fosse acabar a qualquer instante, ele me beijava como se eu a cura para a sua maldição. Quando o senti dentro de mim, eu segurei mais forte seu cabelo e pude sentir suas mãos, comprimindo meu quadril contra o seu. Aquela pele tão clara agora vermelha e suada, colada ao meu corpo.

Unidos como um só.

Ele derrama-se dentro de mim, e a felicidade tem o tom dos meus cabelos.

Enroscados, nos braços um do outro, ele deita ao meu lado, e sinto seus dedos, começarem uma leve carícia. Devagar, e sinto-os passearem pelo meu pescoço e a curva do meu seio. Sua língua quente prová-lo e mordiscá-lo, levando-me ao prazer mais uma vez. Ele intensifica o ritmo, e eu o agarrei pela cintura quando ele chupou meu seio mais intensamente, enquanto brincava com o outro.

- Remus, você.…vai… me enlouquecer…

- É esse o meu propósito!


Ele lambe meu pescoço me fazendo ir ao limite quando sua língua desliza pela linha sensível, atrás da orelha. Riu-se divertido do efeito ‘destrutivo’ que exercia sobre mim. Destrutivo sim… avassalador.

Como ele conseguia ter tanto fôlego depois do que acabamos de fazer a pouco? Sem notar, minhas unhas deslizam pelo seu dorso e o arranham por puro deleite e capricho. Estávamos cansados e suados, e após essas doses de carinho extremo, enroscamos nossas pernas e passamos a descansar.








OoO









Estava no sofá cochilando, quando ele levantou e se dirigiu a mesa no canto da sala. Vesti minha camiseta e fui ao seu encontro.

- Algum problema?

- Não…

- Tem certeza? Essa ruguinha na sua testa me diz alguma coisa - disse tocando a linha do seu rosto.

Por algum motivo meu coração apertou. Ele tinha se arrependido? Acho que não iria suportar mais uma rejeição… por mais que esse sonho seja distante, tê-lo hoje e perdê-lo seria demais para suportar. E foi com esse aperto que sussurrei.

- Se quiser ir embora…

- Não… não é isso… não quero ir embora…

Não pude esconder um sorriso de felicidade, e quando ergui os olhos novamente, dei de cara com suas íris entorpecentes me encararando.

- Eu gostaria sinceramente que você o deixasse Tonks…

Levei um pouco de tempo para lembrar de quem ele se referia. Ah, sim… meu atual namorado!

Afinal, o tempo parava com ele ao meu lado. Horas, minutos, segundos eram substituídos por espaços de um tempo sem pressa e preocupação. Ele me fazia esquecer de tudo e de todos.

- Do que você esta falando Remus?

Ele segurou minha mão num ato rápido e meu corpo se aqueceu com o calor dos seus dedos.

- Não gosto de pensar que você está com esse bruxo, Tonks. Que em vez de estar aqui comigo você pode estar com outro ou...

- Escuta Remus… você devia parar com isso! Não tem sentido você…

- Porquê? - seu tom tinha aflição, nervosismo, insegurança.

- Porque é irrelevante eu estar com ele! Se estou, é em você que eu vou pensar… sempre foi assim…

Senti seus dedos pressionando minha mão. Aquilo pra mim foi um sinal de preocupação.

- Eu estou com você, e por Merlim, você está aqui! Não quero que isso acabe Remus… não quero você longe de mim…

O porque disso? Ele estava com medo!? Está certo que depois de tudo o que passamos essa noite eu poderia sonhar que tudo seria eterno, mas com ele nada era ‘durável e para sempre’. Foi assim que ele me fez acreditar...

Não… eu não podia me iludir…

Mas vê-lo desse jeito não estava me fazendo bem. Levantei devagar sem soltar nossas mãos e me sentei no seu colo de frente pra ele. Tomando cuidado em manter um contato visual. Senti seu corpo nu relaxar-se em contato com o meu.
Ele me abraçou pela cintura e eu afaguei seus cabelos castanhos aspirando novamente seu perfume. Sussurrei no seu ouvido.

- Aconteça o que acontecer á nós dois… daqui pra frente nada mais me importa…

- Porquê?

- Eu ontem, te disse que não sou uma propriedade… mas é mentira… eu sou sua… - parei insegura, mas prossegui - Por mais que eu tente mudar isso, eu…

- Você já tentou?

- Te esquecer? Aham… faço isso todo dia… - eu rio nervosa – Mas te confesso que isso é totalmente inútil.

Abracei-o mais contra meu corpo e ele sussurrou me fazendo arrepiar.

- Amo você!

- O quê?

Abaixei os olhos pra encará-lo e vi o seu mais lindo sorriso. Tão simples e cativante. Tão real e sedutor…

- O-o… que foi-que vo-você falou? – repeti sem esconder meu nervosismo.

Ele sorri e aproxima nossas bocas, sem tocá-las, e diz com seus lábios colados nos meus.

- Eu amo você! E vou estar com você Nym… pra sempre!







N/A: Levando em consideração que eu admiro demais quem escreve RL/NT, todas as minhas fics com esse ship são tudo menos clichê. Eu não consigo escrever esse casal do mesmo modo que a maioria vê. Por esse motivo a considero uma UA. Por favor comentem e me dêem sugestões!

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