Destino ao paraíso.- Kaolla



Mac. – Capitulo 14- Narrado por Kaolla.

-Não.- Ouvi uma voz responder por mim. Era uma perfeita imitação minha, virei para o lado e vi a cara surpresa de Thomas.
-Você tem um bafo forte!- A mesma voz completou. Thomas soltou minha mão e se afastou um pouco. Eu acredito que ele estava morrendo de vontade de fazer aquele “truque” de colocar a mão na frente e assoprar pra ver se estava com o hálito forte.
-Isso sem contar esse seu cabelo tigela, já ouviu falar em tesoura!?- A voz deu um risinho abafado e eu resolvi que era a hora de acabar com isso. Coloquei minha mão para trás e puxei a primeira cabeça que encontrei.
-Oi Sirius!- sorri enquanto puxava aquela cabeleira dele (N/a: aqueles sedosos e pomposos fios ô aqui em casa hein!)
-Quer me deixar careca é?- Ele gritou.
-Shiiiiii- ouviu-se uma voz.
-Cadê o Tiago? – Perguntei tateando na mesma altura em que encontrei a cabeça de Sirius.
-Tá deitado no chão sinalizando pra eu não responder sua pergunta.- virei para trás e vi meu irmão dar um tchauzinho timidamente e logo depois se levantar.
-O que vocês estão fazendo aqui? Ah que pergunta óbvia! Hey os dois pra frente AGORA! – falei a última palavra em um tom firme, afinal não poderia gritar, estávamos em um cinema.
-Eu não vou para frente!-Tiago reclamou.
-Ah, o senhor vai sim! Eu não vou me privar de exatamente nada porque vocês estão aqui.- Exclamei irredutivelmente.
-Ah, faz um favor Thomas? Não beija a minha irmã na minha frente não, é meio nojento!- Tiago reclamou. Vi Thomas se encolher na cadeira e resolvi falar algo.
-Vai pra frente então!
Vi logo depois Sirius puxar Tiago para duas cadeiras vagas a nossa frente.
-Dá pra parar? Isso é cinema não feira! Tem gente querendo ver o filme!-ouvi a mesma voz estressada de antes gritar.
-Vem calar intrometida! Estamos em algo importante aqui!- Sirius falou sentando-se. Olhou para a tela, já havia passado algumas cenas e ele nem sabia o tema. Que raios ele tinha gastado a grana dele para ver isso? Eu sei que não é o feitio dele!
Eu vi então uma garota que aparentava ter a minha idade e longas madeixas ruivas cutucar o ombro dele. Ele se virou e quando abriu a boca pra perguntar algo, a ruiva tacou um saco de pipoca amassada lá dentro e soltou um “Se não calar a boca eu enfio o refrigerante também!” E ela saiu batendo os pés escada a cima, voltando assim para o seu lugar. Sirius pareceu confuso e amedrontado. Sentou rapidinho na poltrona e começou um pequeno diálogo com meu irmão, que de tão baixo eu não consegui ouvir. E os constantes “ahns” que meu irmão falava, não me deixaram dúvidas que Tiago também não estava ouvindo Sirius perfeitamente bem.
Eu estava quieta e Thomas estava mais ainda, ele repousava a mão em cima da coxa, eu vendo que ele havia passado um grande constrangimento levei minha mão até a dele e apoiei por cima da mesma, logo depois entrelacei meus dedos no espaço entre o polegar e o indicador dele.
-Desculpa. –falei bem baixinho.
-Tudo bem.- Ele deu um meio sorriso.
-O que aconteceu enquanto eu brigava com aqueles dois?
-Não sei, eu fiquei aqui com os meus botões, apenas pensando.
-No quê?
-Muitas coisas!- ele respondeu com um fraco sorriso.
-São tantas assim que você tem preguiça de contar pra sua namorada?- Eu o vi escancarar o sorriso mais lindo que ele já me deu. Seu aparelho reluzia na pouca luz do cinema e suas bochechas de tão grandes quase bloqueavam os olhos castanhos dele.
-Pra ela nem o maior livro do mundo me dá preguiça de relatar. – Ele acariciou minha mão. Seu toque é suave, eu adoro as mãos dele. Dedos longos e mãos grandes.
-Então vamos sair e conversar? Eu não quero acabar como o Sirius, aquela ruiva me dá medo. – Ele abriu um sorrisinho.
-É, eu acho que nossa primeira ida ao cinema não foi muito produtiva. – Ele concordou. Eu levantei e dei minha mão pra ele. Começamos a descer os degraus e eu pude ouvir Sirius perguntar pra meu irmão: “ Você tem certeza que a Lily não tem uma prima não?”. Dei um pequeno riso e logo estava no final da escada. Abri a porta do cinema e a claridade incomodou meus olhos. Mas nada que eu não sobreviva. Fomos para fora do cinema.
-Então, o que achou do filme?- Ele perguntou irônico, andando de frente para mim, esbarrando em algumas pessoas e nem se importando com isso.
-Eu diria fantástico, as cenas, a edição e bem... minha companhia foi especial. Mas esse último comentário é baseado nessa sessão que eu fui, os do começo são da primeira vez que vi o filme.- Eu sorri abestalhadamente.
-Ah! Você já tinha visto? Por que não me disse?- Ele arqueou as sobrancelhas. (N/a: ou ela disse? Eu não lembro!)
-Porque eu queria ouvir a música do início ao seu lado e bem... eu ouvi!
-Você é...- ele apertou meu nariz.
-Não vale xingar a namorada, ela vai virar um monstro como aqueles de desenhos animados e comer seu fígado!- Apontei o dedo na cara dele fazendo minha melhor cara –fingida- de brava.
-Fígado tem bastantes vitaminas, mas canibalismo não é algo legal! Coma boizinhos e não a minha pessoa.- ele voltou a caminhar do meu lado.
-Você tem a maior cara de vegetariano!- estendi minha mão a ele e ele ficou acariciando.
-Está dizendo que eu não tenho graça?- Ele me olhou ofendido.
-Longe de mim! – Eu virei para ele. - Mas e aí meu Tomatinho, topa ir comprar meu vestido de formatura comigo?
-Perder horas e horas vendo você experimentar roupas e mais roupas e ainda de quebra gastar a sola do meu sapato? Como eu poderia perder isso?- Ele deu um risinho irônico. Mas eu havia prometido a mim mesma que se tivesse um namorado ele iria fazer compras comigo e ainda carregaria as sacolas. Mas hoje, somente hoje é melhor desconversar.
-E você, já comprou seu terno?- Apertei a bochecha dele e encostei meu queixo no ombro dele. Eu sei que posso parecer uma garota que não liga muito para roupas, mas eu gosto! All star, jardineiras, calças, bermudas. E quando o assunto é roupa masculina eu quase tenho um infarto no meu pobre miocárdio. E confesso que ver o Thomas em um terno é algo que me agrada muito.
-Minha mãe vai me enfiar em algum que vai valorizar meus ombros, ela diz que é a parte do meu corpo que ela mais gosta. – Então eu reparei. Ombros largos, costas em V. E além de tudo ele é alto. Se eu já não estivesse apaixonadinha eu com certeza me apaixonaria.
-São realmente bonitos.-tirei meus olhos dos ombros dele e me voltei a sua face- Mas hey! É a sua formatura! Anime-se! Faça isso ou faço você usar o fraque de Mandraque do Sirius. – Disse vitoriosa.
-Garanto que ficará bem melhor nele! – Ele deu um pequeno sorrisinho.
-Só falta o chamar de gostoso, daí você me paga um analista porque eu vou traumatizar!- Sorri abertamente e comecei a movimentar minhas mãos pra frente e pra trás e já estava começando a saltitar quando senti uma mão no meu ombro.
-Amor- Ele falou. ESPERA AÍ! Deus como ele fica extremamente fofo quando me chama assim. E que menininha babaca eu fui me tornar, daqui a pouco eu vou correr pra contar... é, eu vou contar pra Lily... Será que eu não cresci não?- Não arranca meu braço.
-Ahm?- É, eu me perdi em pensamentos, por que eu arrancaria o braço dele? – Não se preocupe, só arrancarei se eu tiver motivo. Eu tenho? – Levantei minha sobrancelha.
-Não que eu saiba. – Ele me olhou e se distanciou um pouco.- Você me dá medo, Kaolla. Juro que dá.
-Dou nada não. E não leve isso no sentido pervertido, mocinho! – Coloquei o dedo na cara dele ao ver que ele deu um risinho de lado.- E qual é a graça?
-Tem algo na minha testa? – Ele perguntou pra mim, ainda mantendo aquele risinho divertido nos lábios.
-Espinhas? – Eu diagnostiquei logo depois de levantar a franja dele.
-Isso é por que o tratamento está na metade ainda, eu queria dizer escrito algo?- Ele me olhou.
-Se espera que eu diga que está escrito algum elogio eu diria pra você esperar sentado. – levantei minha sobrancelha esquerda.
-Não era isso, deve estar escrito algo na minha testa como por exemplo: “ Cuidado eu sou ninfomaníaco”- Ele deu um risinho de lado. Eu me assustei agora.
-E VOCÊ É? – Arregalei os olhos e soltei , mesmo que involuntariamente, a mão dele.
-Não, não sou. São meus pais que acham isso, acham que eu repetirei os... ah deixa pra lá. Mas fica tranqüila. Eu ainda não experimentei o que os ninfomaníacos gostam. ( N/a: Er... então, eu já citei isso muitas vezes, mas eu não me lembro de dar resposta. Então se alguém perguntou a mamãe espero que não tenha tido problemas. Então pra vocês NÃO irem perguntar ‘mãe o que é uma pessoa ninfomaníaca?’ a Titia aqui vai dar a resposta: ninfomaníaca: pessoa com mania por sexo. O Cleptomaníaco tem para roubo, o ninfomaníaco para sexo)- Eu sei que meus olhinhos brilharam, eu poderia sentir se fosse possível. Onde eu achei um namorado assim? Escolas inglesas são tudo de bom!
-Você quer falar sobre isso, não sexo... Futuramente a gente conversa, mas sobre seus pais. – Eu disse um pouco nervosa. E ele riu do meu nervosismo.
-Ah, não... Eu não quero mais assuntos complicados hoje. É o nosso dia, é um dia pra ser feliz.
-Eu diria que ao menos ele foi engraçado. Não?- Me virei para ele e nós paramos de andar.
-Foi... estranho. –Ele levou a mão esquerda até minha bochecha e acariciou. Senti um arrepio percorrer minha coluna inteira. Ele mantinha seus grandes olhos castanhos em mim. Ele era suave, seu polegar acariciava minha bochecha e eu sentia minha barriga remexer, mas ao mesmo tempo aquele toque me dava paz de espírito. Eu fechei os olhos para sentir esse momento, uma brisa levou meus cabelos para longe do rosto e eu senti o carinho acabar. Respirei profundamente e ele me encarava sorrindo.
-Você é a melhor coisa que está acontecendo na minha vida. – Ele não esperou qualquer reação minha, me puxou para um abraço e eu senti o cheiro do pescoço dele. Quando eu li em algum livro que o cheiro do pescoço do namorado da principal era o melhor calmante para ela. E com total razão, eu não imaginava que era tão bom sentir o cheiro de alguém assim. Eu fiquei quietinha no abraço sentindo o cheiro dele que eu nem me liguei no que ele falou.
-Eu ajo como? Agradeço? – Sorri tímida. Minha boca gigante e maldita,
-Não, não agradece. Você só deve continuar sendo a melhor coisa da minha vida. – Ele beijou minha bochecha. Eu sorri. É impossível não sorrir com ele.
-Bom saber que alguém sente isso por mim. - AH DEUS MINHA BOCA TEM VIDA PRÓPRIA.
-Você não tem idéia do que é Kaolla,Você é uma garota maravilhosa. Deveria admitir isso pra você.
-Você só fala isso porque é meu namorado.
-Não, eu sou seu namorado porque acho isso! – Ele me parou e olhou seriamente pra mim.- Eu não quero ouvir você falar isso novamente ouviu?
-Você é quem manda! – eu sorri. E foi aí que aconteceu. Ele me puxou pra mais um abraço e quando ele estava quase me soltando eu me virei pra dar um beijo na bochecha, mas ele pelo jeito pensou em fazer a mesma coisa. Eu sei que pode parecer a parte mais infantil que eu já tive em toda a minha vida. Mas é o meu primeiro beijo! Meu Deus o que eu faço? Eu sei que é o que todo mundo chama de estalinho, mas Deus o que eu devo fazer?? Bem ele ta de olho fechado, se eu o copiar talvez de tudo certo. É eu fechei os olhos e eu senti os lábios dele se separarem dos meus. Eu tenho certeza que eu fiz merda, tenho sim. Ele soltou um risinho de lado.
-Você é fantástica.- Ele sorriu mais ainda. Agora ele ta tirando uma com a minha cara!
-Não precisa usar ironia!
-Não estou, eu só acho tão bonitinho esse seu medo.
-Você está me irritando. – Ah qual é! Isso não era o que eu pretendia escutar.
-Kaolla, é bonitinha toda essa sua infantilidade, você parece tão desprotegida e ao mesmo tempo tão independente que eu acho fascinante estar perto de você.
-Eu vou tomar isso como elogio ok?
-É um elogio amor. Mas agora vamos atrás do seu vestido?
-Eu sei que você só quer me agradar menino!- Apontei o dedo na cara dele. – Mas funcionou.
-Ufa! – Ele colocou a mão no peito e suspirou.

Andamos o resto do dia, quer dizer já era tarde quando saímos do cinema, então andamos uma hora e meia no máximo. E eu agora tenho certeza que a minha teoria que homens são uns maricas quando se tratam de roupa é a maior verdade. Eu achei que era só uma coisa com o Tiago e o Sirius, mas o Thomas chega a ser mais impaciente ainda. Ele ficou andando a loja inteira enquanto eu provava os vestidos e perguntava como tinha ficado ele só falava. “Tudo em você fica lindo, mas quem vai usar é você.” Então eu lembro de ter falado algo como “vou trazer uma planta da próxima vez” e ele pareceu realmente ficar ofendido. Eu sei eu sou um pouco, ta talvez muito, grossa. Mas se eu queria companhia é porque eu queria opinião! E Ele não estava ajudando, Agora estamos aqui no jardim, embaixo de uma árvore eu deitada no colo dele e ele acariciando meu cabelo. Eu estou pensando. O que eu farei quando ele for pra faculdade?
-Oxford?- Eu perguntei olhando pra ele.
-É meu sonho. – Ele sorriu de uma maneira que eu nunca o vi sorrir. Era um misto de satisfação e medo de perder.
-Você sabe não é? Potter e Cambridge é quase uma tradição.
-Sei. Mas eu também vou mandar meus documentos e carta de recomendação pra lá. Eu tenho que ter segundas alternativas.
-Ainda é direito?
-Sempre foi. Eu gosto.
-Será colega de curso da Lily se for pra Cambridge também.
-Oh sim! Vejo que um dia ainda nos enfrentaremos em um tribunal.
-Desculpe, você perderia. Eu tenho medo dos argumentos da Lily.
-Ela é boa não?
-Digamos que ela é meu ídolo, sabe em discussões e argumentos, meu voto é nela.
-Obrigada pela confiança!- Ele riu.
-Eu não minto.
-“Everybody Lies” O House que disse, nele eu confio.
-Agora quem agradece a confiança sou eu. – Eu olhei para ele irônica.
-Confiança é algo que se ganha com o tempo, eu estava brincando. –Ele se curvou de novo e dessa vez eu já tinha algum rumo para tomar, ele selou nossos lábios, eu senti a língua dele encostar nos meus e por um extinto já estava entreabrindo os meus quando ouço um “Ham Ham” no pé do banco.
-Boa Noite Kaolla!- A figura do meu pai estava em pé logo ali a um palmo de nós dois.
-Boa Noite pai. – Eu corei, eu tenho certeza que corei.
-Boa Noite Sr. Potter- Thomas estendeu a mão para apertar a dele. Meu pai com cara amargurada a apertou. Eu acho que é melhor eu acabar logo com isso.
-Bom Thomas, eu estou com um pouco de sono, é melhor eu ir dormir. – Eu levantei e puxei meu pai para a direção da nossa casa. E vi Thomas me encarar com uma cara confusa. Entrei e fechei a porta, estava subindo quando ouvi a voz de meu pai dizer.
-Chame a sua mãe, a gente precisa conversar.- É, lá vamos nós de novo. E eu lembrando que ri quando os meus pais tiveram esse tipo de conversa com o Tiago. Eu não era uma garotinha compreensiva. Eu sinto que vou me ferrar.

N/a: OMFG! Eu demorei mais do que previsto. Mas aqui está! ;) eu estou meio cansada hoje e a preguiça de responder comentários me consome. Amanhã eu faço uma N/a decente e respondo todos direitinhos. O/ Eu sei que esse capítulo foi pequeno e tudo mais, mas eu meio que cansei. Vai fazer dois anos nesse mesmo barco. Mas não se preocupem minha consciência pesa em não terminar tudo isso. Então final vai ter. Não como eu queria em 2006, mas vai ter.

Os: Amanhã eu posto as respostas de comentário. Eu JURO!

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.