Fim de Jogo
.......Tic...........O Tempo acabou.
Capítulo 13
Fim de Jogo
Durante aquele segundo, Harry teve a sensação de não ter sentido nada, mas ao mesmo tempo sentiu muita coisa.
Sentiu Medo.Sentiu seu corpo flutuar por alguns segundos.Sentiu o ar frio da maldição da morte passar sobre sua cabeça.
Sentiu seus ouvidos se acalmarem com o fim dos gritos de Gina.Sentiu o sangue quente de Monstro jorrar em sua mão.Sentiu o relógio badalar ao longe.
Matar...Dizia um instinto defensivo em sua cabeça...
Enfiou o punhal de prata novamente no peito de Monstro, mesmo com a quase-certeza de que o elfo já estava morto.
--Lumus—Hermione falou, trêmula.
Harry se afastou do corpo de Monstro.O sangue quente do elfo parecia agora escorrer pelo seu cérebro.
--HARRY!—Gritou Hermione—O que...O que você fez?
--EU?!—Harry ficou impaciente—O que aconteceu com vocês?!
Hermione não se importou com a grosseria
--Eu...Eu a matei Harry.Era o único jeito de acabar com o sofrimento de Gina...—Harry olhou para cima, dois metros à sua frente.Lá estava a garota. Morta.
Harry não entendia, como ele tinha ido parar dentro do Pentagrama.
“Não importa.—Pensou.—“O sino tocou depois que Gina morreu.O Ritual Falhou”
O garoto caminhou um pouco, lentamente.Seu sapato sujo bateu novamente no corpo de Monstro.
“Tem certeza?”—Uma voz estranha falou em sua cabeça.
Harry avançava lentamente.Aquela voz o incomodara.
Hermione estava com a varinha apontada para Harry, a poucos metros da porta.
O garoto ficou imóvel, estático, confuso.
Mione ? —Pensava ele.Suas suspeitas sobre ela sempre foram um tanto constantes e muito improváveis.
”Seria ela, mesmo, a culpada de tudo?A comparsa de Sírius?
Ela se encaixava na situação.Era inteligente e sempre descobria algo que os outros não sabiam.
Mas ela não parecia ter a coragem e nem o sangue-frio de matar alguém...Não de matar alguém de forma tão cruel.Devia ter mais alguém...Alguém alem dela e Sírius
Outra varinha se acendeu.
Rony mirava Harry com raiva.Sua varinha saiu de Harry e mirou Hermione, e depois Harry novamente, indecisa.
Rony seria o comparsa ideal...Força braçal...Não teria medo de matar...Ou talvez não fosse um comparsa, mas sim o próprio mentor...Todos os paspalhos têm algum trunfo escondido...
Mas ele parecia não estar ciente de trunfo algum.Estava confuso e possesso de raiva quando gritou:
--Qual dos dois?
--...O Quê?—Hermione perguntou confusa.
--Quem?Vocês sabem... O Ritual...
“Vocês sabem...?”—Será que sírius também o visitara à noite?
Harry decidiu ficar calado.
Mas Hermione parecia querer falar.
--Você sabia de algum ritual?—A garota perguntou.
Os olhos de Harry foram da garota para Rony.
--Eu Traduzi.Hoje de noite.Encontrei o livro certo.
A voz do amigo vacilou.
Parecia estar mentindo.
--Aonde?Não havia nada nos meus livros. Há algo que você está escondendo? .—A garota falou alto.
Ronald ficou pálido.
--Eu não quis contar...Fui burro...Egoísta...idiota... Eu o achei no alçapão da cozinha, antes de acordar vocês hoje de manhã...
Harry arregalou os olhos
Eis, o trunfo de Ronald Wesley
O amigo parecia achar graça.
--Para ambos, pois não sei qual é o culpado, parabéns.O ritual está completo.
Você está livre do seu outro Eu.Mas para QUÊ? A FIM DE QUE? Para sair desta casa? Há algo que eu não estou sabendo, não é? O QUE É ?
--Não-Somos-NÓS !—Harry gritou—Ou pelo menos não eu.
Rony o olhou com um olhar confuso, mas ainda assim superior
Hermione fez uma cara impaciente
--É Sírius —Completou Harry, com as duas varinhas apontadas para seu rosto e a sua pendendo indecisa entre os dois.—Ele e Alguém.Um de vocês dois, ou os dois juntos, ou nenhum dos dois—Completou, duvidando apenas da última alternativa.
Rony mantinha uma expressão de pena e riso no rosto.Achava que Harry estava louco.
Hermione foi um pouco condescendente e manteve uma expressão neutra.
--Harry?Você não entende?—O garoto a olhou.
Era sua vez de ficar confuso.O que é que eu não entendo?
A resposta veio rápida.
--Não-Há-Sírius!É imaginação!Alucinação...—Hermione descarregava aquilo que guardara há dias—Pura IN-VEN-CIO-NI-CE!
Harry perdeu a paciência.
Ficou calado.
Sírius apareceria ali, a qualquer momento.
Se o ritual desse certo, viria salva-los.
Se desse errado...Mata-los.
Deu certo—Disse a voz impertinente que não só falava como agora forçava Harry a lembrar vagamente de algumas cenas...Uma mão sem um dedo... esfaqueando alguém...
Sua mão esfaqueando Monstro.Um sino tocando ao longe...O sino de um relógio...
Harry avançou na direção da porta. Hermione o encarava.Rony estava confuso.
Apareça...—Pensava Harry...
Nada.
Sírius...—Chamava em sua cabeça
“Ele não vem...”—A voz irritante, e sensata insistia em sua cabeça
--Não—Pensou, mas dessa vez emitiu som sem querer.
Talvez demore para fazer efeito...—Pensava
”É, demora”—a outra voz concordou, como se soubesse mais que o próprio Harry.
Rony e Hermione recuaram, e chegaram juntos, ao mesmo ponto, o centro da sala.
Talvez...—Pensava Harry—Eu tenha feito a coisa certa sem nem mesmo querer...Matei Monstro.Cumpriu-se o Ritual...
“Certo novamente”—A voz começara a se mostrar um pouco fria e feliz.
E Sírius vai chegar aqui e nos salvar... Graças A mim!
“ELE NÃO VEM”—A voz agora queimava sua cabeça.Parecia ser muito mais que uma voz.
Harry olhou para a luz que saia da própria varinha.Se não a tivesse achado uma hora atrás... estaria indefeso.
”Você não a achou...—A voz insistia.
Harry ignorou.Sírius... ele chegaria, não?
Mas não foi necessária voz alguma para que compreendesse.
Houve um estalo leve e grossas correntes ataram os pés de Rony e Hermione à paredes opostas
Harry agora entendia.Como era simples...mas ao mesmo tempo complexo, aterrorizante.
Movia-se lentamente na direção do pentagrama.
Tão simples...—Dava vontade de rir.
Seus olhos decaíram em Gina, pendurada no teto pelo pescoço.
A mão de Harry limpou o sangue que saia da boca da garota.
Tão Linda... Tão Tola... Tão morta...
Seus dedos escorregaram pelo queixo dela, demorando-se no pescoço até chegar ao peito.
Hermione chorava ao longe.Suas lágrimas eram de quem amava... e de quem odiava.
Macios...Harry acariciou os seios da garota morta. É uma pena....Ela podia ter sido minha.
Hermione chorava angustiada.
Harry chutou a mão de Rony, a varinha do ruivo voou alguns metros.Harry caminhou até ela e partiu a madeira em três partes.
Rony Gritava aterrorizado.Seus gritos lembravam os de Percy...Como fora Bom mata-lo... Uma morte limpa... Suave... Perfeita.
Tão perfeita quanto a garota de quem Harry se aproximava.
Uma Pena...Pensou, Beijando-a docemente...Seus lábios tinham gosto de sangue... Que sabor doce...
Harry descolou seus lábios dos dela.Sua mão já segurava firmemente a varinhaa da garota.
Partindo-a em outros três pedaços, Harry caminhou lentamente.Os gritos de Rony eram como música a seus ouvidos...
Traidor...Covarde!
A vontade de gargalhar foi tanta que Harry nem sequer tentou supera-la.
Chegando à porta, Harry observou a cena.Era de uma crueldade imensa. Cômica—pensava Harry, vasculhando o bolso da calça.
Uma Pena...—Pensou aquele seu lado cruel...seu Único lado agora.
Sua mão cortada encontrou uma pequena chave dourada dentro do bolso.
Tão pequena...tão simples..tão complexa...
Harry olhou uma última vez para os dois.
--Harry... você teria coragem?—Hermione perguntou suplicante.
O garoto enviesou um sorriso perverso.
--O Jogo Acabou.
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