Visita noturna



”...Tic...Tac...As saidas se fecham...”

Capítulo 9
Visita Noturna


Harry olhou aquela cabeça novamente, tentando convencer-se que estava enganado... Sírius? Matando pessoas?
Não, era sua imaginação apenas, Sírius estava morto... MORTO...
Mas Harry não conseguia se convencer do que pensava...Passara alguns anos apenas conhecendo o padrinho, mas sabia... Aquele rosto... aquela cabeleira desarrumada...
Harry relutou contra seu senso de segurança e correu atrás do padrinho.Virando a primeira porta que viu ao sair...Estava mais uma vez no corredor do banheiro.Um aroma diferente impregnava o local.A porta das serpentes se erguia ao lado, monumental e misteriosa. O banheiro estava fechado, como Harry o deixara pela manhã.O alçapão continuava aberto, como sempre.
Harry ponderou por um momento:Não queria nem de perto saber o que existia atrás daquela porta, e por outro lado não queria saber o estado daquele banheiro.
Sua única opção foi o alçapão, que parecia até convidativo, se comparado às outras portas.
Harry continuou,e , de varinha em punho, pulou para dentro do alçapão.
Seus pés bateram no solo fofo e ele se viu, mais uma vez, num lugar diferente.
Todos os pedaços de mesa e móveis quebrados haviam sido afastados para dar lugar ao caixão, que estava no centro de uma espécie de circulo, formado pelos móveis.Dentro do círculo estava desenhado com um líquido prateado, no chão, um perfeito pentagrama.A porta que dava para o salão ao lado estava trancada, haviam tábuas que a protegiam, todas pregadas de forma que era impossível de se abrir.
Harry deu um sobressalto ao ouvir um grito ao longe, que chamava por seu nome.
Direcionando a varinha para cima, Harry conseguiu aterrissar no corredor.Rapidamente, Harry fechou o alçapão... Só o que falta... Me pegarem perto de um pentagrama esquisito... Harry entrou na sala dos quadros vazios novamente... Hermione vai ter certeza que eu sou louco... Principalmente depois que souberem que Jorge morreu....
--Harry?—Perguntou Ronald, que acabara de chegar. Harry se desencostou da parede e olhou para o amigo.Mesmo com suas diferenças, Harry sentiu pena de Rony naquela hora.—Estivemos te procurando há tempos... a Mione saiu há cerca de uma hora para te procurar...Você não viu ela???
--Não...E, Rony... Eu sinto muito mas...
Ronald pareceu ter entendido.Seu rosto pareceu murchar mais do que já estava murcho. Harry pensou em dizer algo bonito e de consolo, mas isso era coisa para Hermione dizer... e por falar nela...
--Há quanto tempo você disse que ela saiu?—Harry perguntou
--Uma hora...—Rony não pareceu muito empolgado em procurar a garota.
Harry, porém, largou o amigo no estado que estava e decidiu procurar a garota.Pegou a varinha e deu meia-volta, mas não foi necessário procurar...
--Harry?Ron?—A voz da garota veio por suas costas—Gente eu estou aqui...
--Como foi que não te vimos?—Harry perguntou
--Bem, eu estava trancada...Eu fui procurar você e Jorge... Eu entrei naquela porta e alguém me trancou...
--Quem?--Harry perguntou.Será que ela também o vira?
--Eu não vi ninguém... estava abaixada...
--Eu preciso contar algo a vocês.


--Sírius?
Hermione perguntou mais uma vez.A garota parecia não entender e não se conformar.Ou então achava que Harry era louco.Isso alimentou ainda mais a raiva de Harry.
--Não!Voldemort decerto!—Gritou, irônico--Claro!Eu o vi! Sírius Black! Meu padrinho falecido!
Hermione ficou mais irritada, mas não pôde esconder uma mágoa muito grande. Levantando-se, dirigiu-se à pia e depositou seu prato.
-- Eu não estou duvidando...Talvez você só esteja... vendo coisas, imaginando mais do que realmente existe...Pense nisso Harry.
--Talvez eu possa estar vendo coisas... mas não escondo dos amigos...
--Harry, pare de ser agressivo com ela!—Disse Gina—Você não pode acusar ninguém de quem não tenha certeza que esteja fazendo algo errado.
Harry atirou o prato contra a parede e saiu batendo o pé...


--...Em nome de Jesus, de Deus, de alguém, eu te peço, senhor... Amém
Harry completou. Não tinha nenhuma experiência com fé ou religiosidade.Mal prestara atenção aos cultos que freqüentara quando era pequeno, mas aquilo parecia-lhe a única chance, a única saída.
Virando-se para o lado, Harry contemplou a escuridão de seu quarto.Sua vida estava uma completa Merda.Preso em uma casa, sendo tirado para louco e atentado pelo fantasma de seu padrinho morto...
Seria melhor que morresse...
Harry viu algo piscar no escuro. Um pequeno reflexo, um ponto mínimo de luz em meio à escuridão.
Aos poucos, o ponto de luz foi aumentando, e logo Harry conseguiu distinguir dois olhos em meio à escuridão.
Apalpando bobamente a mesinha de cabeceira, Harry conseguiu pegar no cabo suado da varinha de Gina.
--Lumus—Harry ordenou, mantendo os olhos ainda fechados, com medo do que viria.
--Não se assuste Harry...—Falou uma voz rouca e acolhedora...—Não se assuste, sou eu.
Harry abriu os olhos lentamente.
O rosto de Sírius o encarava.Mas, ao invés de furioso ou cruel, parecia implorante.
--Harry, você tem que me ajudar...—Sírius olhava para os lados, assustado, como se estivesse cuidando.Como se alguém invisível o observasse, o rondasse.
--Fala, Sírius, o que você quer...—O padrinho suava e parecia prestes a pirar
--Agora não...Ele está ouvindo... Ele descobriu que estou aqui...—Sírius pareceu congelar por um momento—Tenha-Cuidado—Falou com dificuldade, como se o estrangulassem.Harry não conseguiu entender, tentou perguntar alguma coisa, mas Sírius saiu correndo, fugindo de algo que só ele podia ver.
Não seria o único a fazer isso nessa casa, não, disse uma voz fraca na cabeça de Harry.

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