Sinta-se honrado, Alexander





- CAPÍTULO DOZE -


Sinta-se honrado, Alexander


 


Por um momento, por um mísero segundo, Aya teve de conter a decepção de não ser a princesa, parada ali, com a porta pesada de carvalho balançando suavemente ao seu lado.


A vontade quase masoquista de que fosse a princesa, apenas para mostrar-lhe, esfregar em seu nariz empinado que não importava o que ela fizesse Alex continuaria pertencendo a ela; passou, dando lugar a vergonha da situação.


Aya nem viu quando Alex jogou o lençol sobre seu corpo, com uma agilidade impressionante pra quem repudiava qualquer tipo de atividade física, e colocava-se de pé para encarar os intrusos. Intrusos no plural, porque era uma dupla. Um casal, especificamente.


- O que querem? – Alex perguntou, e sua voz adquirira novamente aquele tom perigoso.


- Vocês estão loucos? – James sibilou apertando os olhos para encarar o loiro – Não escutaram a carruagem chegar?


- Que carruagem? – Alex perguntava com os olhos apertados, acompanhando os movimentos apressados de Amel, que agora recolhia as roupas de Aya e jogava na direção da morena encolhida entre os lençóis.


- De Lorène e de Alain, ora essa! – retrucou James de mau-humor. Aya teve a nítida impressão de que James subira as escadas e arrombara a porta muito contrariado.


- Vista-se. – Amel disse a Aya secamente – Ela não vai subir aqui e pegá-los, se é isso o que você quer. – Aya arregalou os olhos para ela, mas não teve tempo de retrucar – Eu não vou deixar.


- Amel... – Aya chamou com uma voz receosa, mas foi interrompida por um baque surdo vindo do andar de baixo.


- Eles chegaram. – James disse alarmado – Alex, vista a camiseta do pijama e vamos descer na frente. Amel, ajude Aya a se vestir e use a passagem da armadura para a cozinha... Vamos, Alex, o que está esperando?!


O loiro havia se virado e agora permanecia encarando Aya com os olhos esmeraldinos cintilantes. Silencioso, esperançoso, com uma tranqüilidade inacreditável.


- Alex! – James sibilou irritado.


- Não tenho camiseta de pijama. – ele retrucou debilmente, sem ao menos se dar ao trabalho de encarar o amigo.


- Argh! – James exclamou irritado, e pôs-se a fuçar as gavetas do loiro – Vocês são impossíveis! Não sei como ainda tento ajudá-los!


- Você não tenta, você obedece. – retrucou Amel – Alex, desça imediatamant com James, a nam ser que queir’re acordar amonhã com a cabece de Aya penderrada na parrede de seu quarte.


Alex continuou a encarar Aya. Confusa e apavorada, ela arregalou os olhos em sua direção e assentiu trêmula, para que Alex obedecesse a uma autoritária Amel. James jogou uma camiseta qualquer para Alex e os dois saíram apressados do quarto.


Amel praguejava baixinho enquanto Aya se vestia, o rosto ruborizado de vergonha.


- Amel – começou, com um sussurro.


- Nam quer’ro ouvir. – disse Amel com frieza – Ande, vamos descer. Se tiverrmos sorrtte poderremos ouvirr o que aconteceu pela porta da cozinhe.


Mas elas não precisariam, Aya concluiu, enquanto saiam do quarto de Alex em direção à passagem secreta. Mal pisara no corredor e pôde escutar a voz alterada de Alain ecoando pela mansão.


- E ENTÁM E’LA FALOU PRO GARRÇÓN QUE ER’RA PRRA ELE TRRATÁ-LA COM MAIS RESPEITO PORRQUE ELA ER’RA A PRINCESA DESCENDENTE DA FAMILIE REAL DE VALOIS E LOGO SERIA A RAINHA!


Aya e Amel se esgueiraram sorrateiramente pelo corredor a fim de ficarem mais próximas da escadaria. Aya arriscou uma espiada ao saguão de entrada: os Ases formavam um círculo; Conde Adolphe, a princesa e Alain estavam no meio. Alain mantinha as mãos na cabeça, em uma pose desolada; a princesa parecia muito contrariada, mas Conde Adolphe estava de costas para a escadaria e não era possível decifrar sua expressão.


- É logique que falei! – gritou Lorène indignada – A ANTA daque’le garçóin trouxe atum quande eu pedi salmón! SALMÓN!


Alain bufou, furioso.


- Olha, não sei o porquê de tanto drama. – começou Al, aparentemente entediado – E daí que ela disse que era a princesa? Faz séculos que a família real da França se extinguiu do mundo bruxo. Provavelmente as pessoas que estavam no restaurante acharam que Lorène era uma louca metida a besta.


Aya mordeu os lábios para conter o riso, quando escutou um bufo indignado de Lorène. Amel lhe lançou um olhar de advertência, prestando a máxima atenção ao que acontecia no saguão.


- Acontece – retrucou Alain com a voz trêmula, ignorando quaisquer manifestações da princesa – que havia pessoas do Ministérie jantando no restaurant! E eles nam parrecerram desacrreditar o que Lorène falou! Pelo contrarie, ficaram muito séries e começaram a cochichar entre si. Quando saímos do restaurant e pegamos a carruagem, perrcebi que tinha outre carruagem nos seguinde. Mandei os cavales levarem a carruagem pra Paris e aparatamos de dentro da carruagem prra cá. O Ministérie desconfia das sociedades secretas. Principalmante de uma com a finalidade de depor o Ministro da Magia!


- Acho – disse Conde Adolphe, em uma voz anormalmente calma – Que teremos que adiantar nossos planos. Anquetil, Auguste, avisem seus respectivos contatos pra se prepararem. Quero-os prontos em uma semana. Não, não vão agora. – acrescentou, quanto ambos fizeram menção de aparatar – Há uma coisa que precisa ser definida antes. Majestade – Conde Adolphe continuou, virando-se para Lorène, e embora o tratamento fosse respeitoso, sua voz estava carregada de sarcasmo – creio que Vossa Excelência acabou com qualquer possibilidade de um longo noivado e um casamento cheio de floreios. Sinto lhe informar que seu casamento deve ser feito imediatamente, antes que comecemos a ser caçados pelo Ministério. Portanto, se nos der a honra de sua escolha agora...


Aya prendeu a respiração, seu coração falhou uma batida. Lorène pareceu confusa por um instante, mas logo se recuperou. Mantinha um sorriso entre satisfação e crueldade quando respondeu:


- Sinta-se honrrade, Alexander.


Aya sentiu suas pernas tremerem violentamente. Não podia ser. Sentiu sua cabeça tombar contra a parede, enquanto seu corpo ia escorregando lentamente até que ela estivesse ao chão. Não podia ter escutado o que escutou, podia? Lorène nem ao menos tinha passado algum tempo a sós com Alex para escolhê-lo como marido. Como ela poderia..? Como ousava...? Sentia seu coração bater feroz, revoltado, indignado. Sua respiração estava ofegante, como se ela tivesse corrido uma maratona. Não ousou olhar para o saguão, que manifestava um silêncio mórbido. Por que ninguém protestava? Por que Alex não partilhava de sua revolta e gritava que não queria se casar com Lorène?


- Muito bem. – ela escutou a voz de Conde Adolphe, manifestando completa indiferença à escolha de Lorène – Realizaremos a cerimônia amanhã de manhã. Auguste, Anquetil, não quero ninguém saindo dessa propriedade até que esse casamento seja realizado, portanto, agendem a partida para amanhã. Alexander, enviarei uma coruja ao seu pai avisando-lhe. Creio que ele se sentirá honrado em saber; Vossa Majestade, acredito que Amelie e a menina nova darão conta de organizar os preparativos. Estão dispensados.


 


Aya sentiu Amel puxá-la pelo braço, mas seu corpo inteiro estava rígido, frio.


- Vamos – sussurrou Amel com urgência – Vamos voltar pra cozinhe. Conde Adolphe está subinde. Aya, ande! Vous sabia que isso poderia acontecer. Levante-se!


Aya sentia-se obliviada, como se as pernas que acompanhavam os passos de Amel não fossem suas, como se o braço que era apertado insistentemente pelas unhas compridas fossem de um boneco que substituíra seu corpo.


Quando se deu conta de que levantara do chão frio do corredor do primeiro andar, já estava na cozinha da mansão. Sentiu os olhos de todos os cavaleiros sobre ela, como se fosse um animal doente do zoológico. Aya ergueu os olhos para observar os presentes: Al e Auguste encaravam-se com expressões de preocupação, embora Al brincasse com uma maçã e Auguste estivesse sentado na cabeceira da mesa da cozinha, com o queixo apoiado nas mãos cruzadas. James a encarou com uma expressão séria, como se partilhasse do pesar de Aya. François encarou-a sem disfarçar sua pena, abriu a boca duas vezes, talvez para lhe dar alguma palavra de consolo, mas não emitiu som algum. Angus lhe abriu um sorriso encorajador, embora estivesse com os olhos carregados de dó. Al sentou-se ao lado de Auguste e ambos começaram a cochichar em sussurros inaudíveis, lançando uma e vez e outra, olhares sinistros em direção à Aya.


Aya começou a sentir raiva dos olhares penalizados, como se ela fosse alguma doente terminal. Sua dor foi repentinamente substituída pela raiva; raiva de Lorène, que escolhera Alex, raiva de Alex, que não se manifestara por ter sido escolhido; sentia ódio do olhar penalizado de François e dos sussurros de Auguste e Al. Seu corpo pequeno começou a tremer violentamente, seus dentes rilharam quando ela disse com a voz trêmula:


- Acho que teremos que ajudar a princesa nos preparativos. Amel virou-se surpresa, mas logo se recuperou.


- Ela logo virá atrrás de nós, nam se prreocupe – disse com a voz firme – Enquante isse...


Mas a porta da cozinha se abriu energicamente, interrompendo suas palavras. Alex entrava na cozinha, uma expressão homicida no rosto, praticamente arrastando uma Lorène que se enroscava em seu braço como uma jibóia.


- ...Podemos usar magnólias brroncas prra enfeitar o chón, o que acha? – Lorène dizia, olhando para o rosto de Alex com um falso fervor apaixonado, na opinião de Aya. Alex meramente assentiu, com um som que mais parecida um grunhido de urso do que qualquer outra coisa. Seus olhos, extremamente azuis àquela hora, se encontraram com os dela. Ela manteve o contato visual, como se fosse a última vez que os viria. Lorène imediatamente percebeu os olhares, balançando a cabeça para Alex, e Aya, e voltando para Alex novamente.


- Entam – disse, tocando suavemente o rosto de Alex e puxando-o para encará-la – Serão magnólias brroncas. Vocês duas – e seu rosto automaticamente se modificou em satisfação maquiavélica – Querro um altar brronco no frrente da porta. A cerrimónia vai serr no saguón. Querro a escadaria enfeitada, e esperre que esteja perrfeite quando descer. O que eston esperrande? – gritou, quando Amel e Aya mantiveram-se estáticas – ANDEM!


Lorène não precisou falar duas vezes. Amel puxou Aya apressadamente, esforçando-se – Aya reparou – para que ela e Alex não se tocassem quando as duas passaram pela porta da cozinha em direção ao saguão. Aya sentia seu cérebro ribombar de ódio, frustração e impotência. Sua mão se fechou em punho, e ela só reparou na força que empregara neste ato quando sentiu filetes quentes de sangue escorrerem por seus dedos: suas unhas cortavam a palma de sua mão.


- Vous nam vai serr muite útil se mutilando desse jeite. – Amel comentou séria, murmurando um feitiço: automaticamente a pele rasgada se regenerou.


- Eu não... eu não sei o que... o que essa – Aya murmurava. A raiva era tanta que a coerência a tinha abandonado.


- Escute – Amel abaixou a voz até se tornar um sussurro – Você reparou em Al e Auguste cochichande? Aya olhou-a surpresa. Tinha reparado sim, mas não conseguia assimilar a conversa dos dois com qualquer coisa que lhe importava. - Eles nam estam nada satisfeitos com o adiantamente desse casamente. – Amel continuou, abaixando ainda mais a voz – Aposte que estam planejande alguma cose. Nam se prreocupe. Se Al e Auguste nam quiserem, nam vai haver casamente nenhum amanhã. Agorra vamos, prrecisames montar esse altar até amanhã de manhã.


Amel já sacara a varinha e conjurava uma dúzia de cadeiras brancas, enfileirando-as no saguão de entrada. Logo, um tapete de veludo vermelho aparecia e se desenrolava pela escadaria e pelo saguão, em meio às cadeiras. Aya repetiu sua expressão de perplexidade enquanto observava pequenos pilares brancos formarem duas fileiras ornando as extremidades do tapete. O que Amel queria dizer com “Se Al e Auguste não quiserem, não vai haver casamento nenhum amanhã”? Será que os dois cavaleiros tinham tanto poder assim? Mais poder do que Conde Adolphe e Lorène? Sua raiva deu lugar à confusão, quando se lembrou das palavras de Conde Adolphe minutos antes “Anquetil, Auguste, avisem seus respectivos contatos pra se prepararem. Quero-os prontos em uma semana.”. Que contatos seriam esses? Aya perdeu-se em seus próprios pensamentos, sua cabeça fervilhando de informações. Lembrou-se de uma conversa com Alex: “O único dos atuais Ases que chegou a passar pelas fases Bronze-Vice foi François.”. Seriam esses os contatos de François? Os Bronzes e os Vices? Mas quais seriam os contatos de Auguste?


Aya foi despertada de seus devaneios quando escutou um barulho de passos invadir o saguão. Lorène e Auguste saiam da cozinha à frente, subindo as escadarias e desaparecendo de vista. Aya reparou que Lorène parecia muito satisfeita com alguma coisa, tanto que nem se deteve para criticar o altar torto que Amel tentava consertar, enquanto Auguste mantinha-se indiferente enquanto a acompanhava.


O cérebro de Aya trabalhou rápido: Não poderia ajudar Amel, já que Lorène fizera-lhe o favor de quebrar sua varinha ao meio, e se a própria Lorène subira com Auguste, Alex provavelmente devia ter ficado com o resto dos cavaleiros na cozinha. Essa era a sua chance para falar com ele, para planejarem sua fuga, para que ele não se casasse. Saiu apressada em direção à cozinha, mas, com uma pontada de decepção, encontrou apenas Al, James, François e Angus, os quatro sentados na mesa, parecendo que minutos antes estavam sussurrando sobre alguma coisa.


- Vocês... – Aya pigarreou, sentindo-se desconfortável com a expressão dos quatro: sentia que interrompia uma conversa importante – Vocês viram o Alex?


- Subiu para o quarto pela passagem secreta. – disse François com uma voz carregada de dó, que a irritou – Acho melhor você não segui-lo, Aya. Ele não quis passar pelo saguão pra não te encontrar. Eu... eu sinto muito, mas pelo o que ele falou, parece que está disposto a se casar mesmo amanhã.


Aya sentiu sua garganta fechar. Então, Alex subiu pela passagem secreta para não encontrá-la? Não queria falar com ela? A raiva apossou-se de seu corpo como uma poção que fervilhava em suas veias. Como ela podia ser tão burra? Desde quando era tão submissa e fraca? Um pesado caldeirão de ferro voou do fogo, batendo na parede com um estrondo e espatifando-se no chão.


- Reparo. – disse Al rapidamente, e o caldeirão juntou-se, intacto. Al limpou a bagunça com uma velocidade impressionante, enquanto Angus se levantava energicamente da cadeira e passava seus braços em torno do corpo esbelto de Aya.


- Acalme-se – Angus sussurrou – Logo vai acabar, não se preocupe. Só... se controle para não fazer nenhuma besteira. Aya sentia-se desconfortável com os braços de Angus apertando seu corpo. Não era natural, não era cômodo. Era como se um bonito estranho a consolasse.


- Aya – James se aproximara cauteloso – Lembra do que nós combinamos antes de virmos pra cá? No dia do nosso baile de formatura? Aya negou, desejando que Angus a largasse. A verdade era que tantas coisas ocorreram desde então, que mantinha uma vaga lembrança do que ocorrera no baile. Lembrava-se de James socando o rosto de Alex, e dos dois discutindo sobre com quem Aya poderia se casar.


- Você... você pode se casar comigo. – James sussurrou bondosamente, embora Aya notasse contrariedade em sua voz – Assim, você não precisa ficar longe do Alex. Os Ases serão a guarda pessoal de Lorène quando ela for coroada rainha.


Aya franziu a testa, sentindo um sentimento novo invadir seu peito. Não era mais raiva de Lorène nem de Alex. Era algo a mais. Era uma emoção maior. Era isso que queria para sua vida? Casar-se com James e ser uma serva de uma rainha insuportável só pra ter minúsculos vislumbres de Alex? Era nisso que se resumiria sua felicidade...? Uma vida arcaica, completamente distorcida de sua própria realidade? Ajudar a restaurar um sistema completamente antiquado e retrógrado em um país tão desenvolvido quanto a França só pra ficar perto de Alex?


-Não! – a resposta para todas aquelas perguntas repentinas que bombardearam sua cabeça saiu em alto e bom som, assustando James e Angus, que finalmente a largou. - De-desculpe James – Aya tremia e ofegava, como se finalmente entendesse o que Amel vinha lhe dizendo há semanas – Eu não quero me casar com você. Eu... eu não quero ficar aqui. Vou embora. Preciso ir embora. Não quero mais ficar aqui.


- Agora é tarde. – disse Al – Veilliard já foi informado pelos funcionários do Ministério que estavam no restaurante sobre a possível princesa De Valois. Nesse momento a França está isolada de outros países. Colocaram feitiços anti-aparatação internacional e todas as fronteiras estão sendo vigiadas. Se você tentar sair do país, vai ser presa.


- Além do toque de recolher em Paris. – acrescentou Angus com a sobrancelha erguida. - Mas... mas como vocês sabem sobre tudo isso? – Aya exasperou-se – Como?


- Informantes no Ministério. – disse Al, dando de ombros – Não tem como você sair do país, não tem como ir à Paris. Pra onde você iria?


Aya sentiu-se burra e impotente pela terceira vez naquela noite. Escorregou para uma cadeira e abraçou os joelhos. Como fora tão idiota a ponto de se encontrar em uma situação como essa? Sentiu palmadinhas amigáveis em seu ombro, enquanto imagens terríveis do que poderia ser a sua vida como servente de Lorène atormentavam sua cabeça.


Lembrou-se de seus pais: Olívio Wood, que sempre a tratara como uma princesa, que movia montanhas pra que ela não se machucasse. Mia Wood, que abandonara o grande amor na Inglaterra a fim de fazer seu próprio caminho como jornalista; uma mulher forte e independente. Como se sentiria ao ver a filha escolher ser subjugada e tratada como uma velha elfa doméstica? Escutou murmúrios distantes, pareciam vir de outro lugar, longe, muito longe...


- Wood, preciso que me acompanhe. – a voz firme e séria de Auguste a fez voltar à realidade. Ela ergueu os olhos, encarando Auguste e seus olhos frios.


“Alguma coisa de ruim vai acontecer”, alertou uma voz em sua cabeça, enquanto ela se levantava e o acompanhava.


- x -




- Então – disse Auguste, logo que a porta se fechou às suas costas – Vossa Majestade gostaria de falar comigo?


Lorène o encarou como se o avaliasse. Seus olhos azuis esquadrinharam o rosto sério e indiferente com curiosidade.


- O que vous acha daquele emprregade Auguste? Auguste teve apenas alguns segundos para avaliar a questão. Não era como a pergunta de Amel, embora ele sentisse que era avaliado da mesma forma.


- Com todo o respeito, Vossa Majestade – e ele teve de conter qualquer coisa em sua voz que denotasse ironia ou desprezo – Não tenho que achar nada. Ela e um porco têm a mesma significância pra mim em nível de afetividade.


Lorène pareceu satisfeita com a resposta.


- Com que facilidade vous abateria um porco? – seus olhos brilharam em malícia tornando seu rosto belo em uma feiúra quase insuportável.


Auguste a encarou, tentando manter sua seriedade frente a um pedido tão explícito de homicídio. Manteve sua frieza pra que seu raciocínio funcionasse com a mesma agilidade de sempre.


- Você quer que eu a... abata?


Lorène sorriu.


– Nam faço questão nenhum de mascarraar em acidant, só qur’uo que seja rápide e que não seja na frrante dos outrros. Eles podem tentarr defendê-la. E que seja feito antes de meu casamante. Quero ver o corpo antes de me casar. Darrá sorrte. Auguste assentiu, sem nem ao menos questionar as razões de um pedido tão frio, desaparecendo pela porta do quarto de Lorène.


- Nam que vous seja importante o suficiente prra me ameaçar – Lorène murmurou com um sorriso, pra si mesma – Mas é suficiente prra me incomodarr.


 


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N/A:
Depois de quase um ano sem atualizar, eis que retorno com o Capítulo 12! Palavras não serão o suficiente pra me desculpar e pra agradecer, todo o apoio e carinho que recebi durante todo esse tempo ausente. Tive uns bloqueios criativos BASTANTE INTENSOS. E todas as mensagens que vocês me deixaram me fizeram superá-lo. Este ano ingressei meu último ano na faculdade, e aí vem o TCC e a pressão de conseguir um bom Trainee estão na minha bunda heuheuheuehe. A fic é um modo que eu tenho de extravasar toda a pressão que está nas minhas costas, e o carinho de vocês que lêem é um modo de me levantar quando estou caindo. MUITO, MUITO OBRIGADA A TODAS!

Tammie: Não sei como agradecer todos os scraps e todos os incentivos implícitos que você deixa neles (hahahaha, toda vez que você me manda ums crap eu lembro que tenho que atualizar a fic!). Esse capítulo não teve nada de fofinho, mas eu gostei dele porque acho que a Aya finalmente acordou pra vida e viu que existem coisas mais importantes a serem feitas do que se pendurar no pescoço do Alex, e que ela é uma garota privilegiada, não só financeiramente, mas por ter a família que tem. A partir de agora veremos uma Aya menos “macaca” e mais madura. Espero MUITO que você tenha gostado =). Muito obrigada por tudo!!!

Taty: Taty!!! Não sei se você continua por aqui na F&B, (seu nome sumiu do comentário!), mas muito muito obrigada mesmo por todo o apoio que você tem me dado ao longo da OW&MC e da Ás. Desculpa mesmo por toda essa demora, mas é que eu não tava conseguindo definir direito o que ia acontecer mais frente da fic, e odeio escrever às cegas porque me bloqueia ><; Eu acho que não montei bem a Lorène porque ela ta RUIM DEMAIS (hauhauhaa) eu tava relendo a fic e acho que ela ficou muito vilãzinha da Malhação hauhauhauahuaa. Eu vou dar uma remodelada nela mais frente pra mostrar algumas fraquezas dela (afinal, ela também é um ser humano né? – Mesmo que um ser humano sócio e pscicopata) hehehe. Muito obrigada mesmo queridona!!

Emmy: Você não faz idéia de como fiquei feliz com sua mensagem no MSN. Fiquei bastante surpresa, mas muito muito feliz mesmo. Todo esse carinho que você tem dado ao longo de todas as fics, pode ter certeza que NUNCA vai ser esquecido! Muito muito obrigada! Eu prometo uma super dose de Angus nos próximos capítulos. Vou começar a escrever no POV de todos os Ases agora, começando com um pouquinho do Auguste. Espero que você goste. Sem palavras pra você. Apenas um muito obrigada de todo o coração! Lígia: Espero que você tenha gostado desse capítulo. Eu estou jogando uns verdes sobre o Al (huauhauhauahuaha) acho que você já deve ter percebido algumas coisas. Muito obrigada de coração por todo o apoio!!!

Nash: Minha sobrinha mais pentelha e mais querida de todas! Voltou, e voltou com tudo!! Quando achei que a fic estava criando teias de aranha você me manda um comentário! Muito obrigada mesmo!! Eu acho que você deve ter ficado com um pouco de raiva de mim por causa de como retratei o Auguste nesse capítulo, mas prometo mais surpresas mais frente! Muito obrigada por ter voltado!

Lunny lupin: Não era a princesa que os flagrou, afinal hehehehe. Espero que você tenha gostado do desenrolar do capítulo. Eu mesma fiquei com raiva da fraqueza da Aya enquanto escrevia o capítulo anterior, mas finalmente estou moldando ela como eu a imaginei desde o começo agora. A Aya ama o Alex mais do que tudo, mas o que mata esse amor, é que ela só enxerga o umbigo (dele) hehehe. Ela não dava valor pra todas as condições favoráveis na vida que ela tinha. Os pais amorosos, a vida sem preocupações. E precisei fazer isso pra que ela acordasse um pouco pra vida. Espero que tenha gostado do capítulo! Muito muito muito obrigada mesmo! Mande um beijo pra sua irmã Lorena. Espero que ela tenha gostado do capítulo também! Peça minhas desculpas por ter usado o nome bonito dela em uma pessoa como a princesa!

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