Sua Marca em Mim
- CAPÍTULO DEZ -
Sua Marca em Mim
- Princesa?! – o coro dos quatro cavaleiros ecoou no celeiro, enquanto Amel empertigava-se sentada sob o bloco feno.
- Isse mesme. – a morena respondeu, encarando cada um dos rostos familiares dos rapazes – Conde Adolphe deixou bem clarre que er-ra a princess, e me mandou chamá-los imediatamente.
- Então vamos, o que estamos esperando? – François exclamou afobado - Levante essa bunda daí Angus! Oh, Mon Dieu! A Princess! Vossa majestade! Não acredito que estou desse jeito! Preciso trocar minhas vestes! Oh, bom Agrippa!
- Calma lá, Francis! – Al exclamou com a testa franzida – Tem alguma coisa errada aí...
- Aí onde? – o gorducho perguntou preocupado, contorcendo-se para olhar se havia alguma coisa colada em suas nádegas – Oh, droga! Foi aquele rochedo cheio de musgo, oh, que horror!
- Não estou falando de seu traseiro, François! – Al respondeu calmamente, revirando os olhos em contraposição – Quer dizer, pensem bem... Conde Adolphe e Alain passam três dias fora, saindo misteriosamente, e de repente, voltam com a princesa? A verdadeira princesa? Isso é um bocado estranho. Além do mais...
- ... Como vamos saber se essa princesa é a verdadeira? – James completou, com o consentimento de Al.
- Temos que vê-la primeiro. – Angus finalmente se manifestou, com um dar de ombros característico – Ou vocês vão dizer que não estão curiosos?
Al, François e James trocaram olhares em concordância, enquanto levantavam-se vagarosamente de seus lugares.
François tomou a dianteira, andando na velocidade máxima que suas curtas pernas permitiam, seguido por Al e Angus que o acompanhavam muito menos ansiosos. Quando eles desapareceram pela porta do celeiro, James voltou-se para ela.
- Você a viu? – perguntou, um tanto cauteloso.
- E´la estava com uma capa e capuz, só pude verr a silhuete. – respondeu Amel, que parecia de algum modo perturbada.
- Não está curiosa pra vê-la, então? – ele perguntou, com um pequeno sorriso sincero que ele reservava somente para ela – Você não serviu os Ases durante toda sua vida esperando por esse momento?
- Nam. – Amel respondeu, erguendo seus olhos poderosos para encontrar com os dele – E... nam.
A morena se levantou vagarosamente, passando por ele antes de parar na porta do celeiro e olhar pra trás.
- Você não vêm? – e sorriu, o lindo rosto cor de leite amargando-se no sorriso mais triste que James viria em sua vida.
Ele assentiu, sentindo de alguma forma a tristeza de Amel apoderar-se de seu peito como uma brisa gélida que entra pela fresta desapercebida da janela.
Caminhou ao seu lado, sufocando a vontade súbita de abraçá-la, até avistar um ponto disforme e montruoso, parecia a silhueta de um corcunda recortada à fraca luz solar do meio dia, que era o máximo de calor que eles obtinham no alto das montanhas francesas.
- Aya e Alex. – ele virou-se para a morena dois palmos mais baixa, e encontrou um sorriso perambulando seus lábios. Um brilho de esperança, carinho, e uma pitada de inveja refletiu nos olhos cinzentos e desapareceu no instante seguinte.
- Eu os avisei da chegada ilustrrre, mas parrece que eles nam se imporrtam muite. – ela comentou baixinho, enquanto eles ultrapassavam o ‘corcunda´ a uma boa distância a frente.
- Eles não se importam nem um pouco. – James completou, com um sorriso sincero.
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- O que você queria me falar, afinal? – o loiro perguntou mal humorado, logo após a difícil escalada nos rochedos com Aya pendurada em suas costas.
- Ah, é! – ela apertou-se mais contra as costas de Alex e aproximou seus lábios da orelha do loiro – Quando eu estava cavalgando Ghandi, acabei indo parar nas montanhas do outro lado do vale.
Alex ergueu uma sobrancelha.
- E?
- Bem, eu vi uma vila muito estranha. – Aya continuou com um sussurro – Só tinha meninos lá. Eles – eles trabalhavam como homens, cortando lenha, construindo cabanas de madeira, e treinando azarações que nós só fomos ver no sexto ano! Alex, esses meninos não deviam ter mais de dez anos de idade!
Aya sentiu um tranco quando o loiro parou de andar abruptamente. Ele a largou no chão e virou-se com um semblante mais sério que o natural.
- Aya, você não pode comentar sobre o que viu na frente do Conde, e principalmente de François, entendeu?
Ela o encarou confusa, mas logo se recuperou.
- Não comento se você me explicar o que é aquilo.
Alex revirou os olhos, imaginando se Aya poderia facilitar as coisas pra ele às vezes.
- Ok. – ele concordou, coçando um olho – Tem mais dos Hussardos que você não sabe.
- Estou escutando.
Ele suspirou cansado, antes de continuar.
- Os Hussardos Alados é uma sociedade formada por três classes de cavaleiros. Você conhece a classe Ás, composta por sete cavaleiros; mas há ainda mais duas.
- Mais duas? – ela perguntou interessada.
- É, mais duas. – ele respondeu – Os Vices e os Bronzes. Dá pra perceber, então, só pelo nome, qual a hierarquia da sociedade não? Simplificando, os bronzes batalham para se tornarem Vices, e os Vices para se tornarem Ases.
- Mas você nunca foi um Vice! – ela exclamou um tanto indignada.
- Nem eu, nem a maioria dos cavaleiros que você vê naquela cozinha de manhã. – Alex defendeu-se – Você não entende, Aya? Não é questão de força ou habilidade, é questão de poder de influência e nome. O único dos atuais Ases que chegou a passar pelas fases Bronze-Vice foi François. James, Al, Auguste, Angus, Alain e eu só estamos aqui obrigados pelo poder de nossos sobrenomes!
- François...? – ela meneou a cabeça atordoada; sempre pensou no gorducho como o mais fraco dos Ases, mas aparentemente era o contrário.
- Por que você acha que ele se esforça tanto? – Alex ergueu uma sobrancelha – Por que você acha que ele é tão ambicioso, tem tanta vontade de provar que é útil, que é bom...?
Ela meneou a cabeça, tentando absorver um pouco da revelação de Alex.
- Mas então... – continuou, com os olhos duros e severos – Aqueles meninos... Aqueles meninos do outro lado do vale, estão treinando pra nada...?
- Eles ficarão na tropa dos Hussardos. – Alex respondeu tranqüilamente – Serão guerreiros.
- Serão peões, você quer dizer! – ela retrucou irritada.
Alex lançou-lhe um olhar curioso.
- Por que você está tão nervosa?
- Você acha justo eles sacrificarem sua infância em busca de um sonho que vai lhes ser tomado por crianças mimadas que nem ao menos desejam o título? – ela exclamou irritada.
- Não são minhas regras. – ele respondeu com a voz grave.
- É, e você não faz nada pra mudá-las, mesmo estando muito claro na sua cabeça que estão erradas. – ela rebateu, a voz trêmula de raiva – Por acaso você já viu alguma vez como vivem esses caveleiros “rebaixados”? Os aspirantes a Ás? – ironizou.
Alex suspirou, derrotado.
- Não. –admitiu, e ergueu os olhos para encará-la – Por que você não me leva até lá amanhã?
Aya meneou a cabeça com a testa franzida, completamente aparvalhada pela reação do loiro.
- Você quer mesmo vê-los? – perguntou, hesitante.
- Não estou te pedindo pra me levar lá? – ele retrucou, voltando ao seu mau-humor.
Ela se permitiu um pequeno sorriso.
- Ok, então.
Alex passou por ela, parando a um passo e esperando por algo.
Ela balançou a cabeça, perguntando-se o que o loiro faria dessa vez, quando a voz dele atropelou seus pensamentos.
- Não vai subir? – perguntou, sem se voltar para encará-la.
Aya sorriu, dispensando um segundo convite – que ela sabia que não viria – e apertou-se ainda mais forte contra as costas de Alex, sentindo um leve tremor no corpo do loiro.
- Que foi? – perguntou, curiosa.
Mas antes de Alex responder – ou retrucar, como de fato ocorreria -, uma Amel completamente ofegante irrompia pela porta principal de Chateâu D´Aile correndo em sua direção.
- O que houve? – Alex perguntou seriamente.
- O conde... o conde e a prrincess... – ela ofegava – ele trrouxe... a prrincess, oh, Mon Dieu, Alexander!
- O conde trouxe a princesa?! – Aya exclamou, apavorada.
Amel apenas pôde assentir, compartilhando o mesmo medo que se apoderava de seu coração com o medo revelado nos olhos ambarinos de Aya.
- O que é? – Alex resmungou, quando Aya apertou-se mais contra seu corpo.
- Nada. – ela murmurou, os lábios colados no ombro de Alex.
- Eu vou avisarr os rapazes. – Amel informou, correndo na direção contrária.
Alex retomou seus passos como se nada tivesse acontecido, indiferente à aparição inesperada da princesa, enquanto Aya se mexia incomodada em suas costas. Ele não se importaria, em outros tempos, mas aquele sonho... aquele maldito sonho fazia cada toque dela queimar em sua pele, arder em suas entranhas, era completamente insuportável.
- Você quer parar? – ele exclamou irritado – Por que você está tão agitada?
- Nada. – ela respondeu com a voz hesitante, e Alex sentiu seu corpo pequeno tremer contra o seu.
- Você está com medo da princesa? – ele começou, em tom de brincadeira, mas ela respondeu abraçando mais seu corpo.
- Ela vai tirar você de mim.
Alex foi pego tão de surpresa que interrompeu sua caminhada novamente.
- O... o que você disse? – perguntou, mesmo tendo escutado perfeitamente suas palavras.
- Você me escutou. – ela retrucou, com a voz mais triste que Alex já a ouvira entoar – Você vai se esquecer de mim, Alex.
O loiro paralisou, sentindo seus cabelos balançarem com o vento. O mundo parara naquele momento. Conseguia sentir a respiração quente dela batendo em sua nuca e os batimentos fortes de seu coração esmagarem suas costas.
Seus olhos, subitamente mesclados, arderam em um sentimento inexplicável, enquanto os dois jovens amigos, jovens companheiros, jovens amantes, continuavam em silêncio.
- Não seja idiota. – ele respondeu com a boca insuportavelmente seca, a voz trêmula – Pare de falar asneiras, Aya.
- Nã-não é asneira – Alex sentia-a segurar as lágrimas; sabia que se continuassem com aquela conversa ela acabaria...
Ele largou suas pernas, fazendo-a cair com um baque na grama orvalhada. Virou-se para ela com o rosto contorcido, erguendo sua camiseta e seu grosso agasalho para mostrar-lhe as costas musculosas.
- Está vendo isso aqui? – ele cuspiu, a voz trêmula – Aqui nas minhas costas, Aya.
Ela ergueu os olhos brilhantes para ver uma enorme cicatriz com o estranho formato de um guaxinim que o loiro apontava.
- Talvez você não se lembre, mas foi você quem me deu essa cicatriz. – ele continuou, agachando-se em sua frente – Quando eu tinha cinco anos e você quatro, você pegou a varinha de seu pai e tentou me azarar com o feitiço do sono; mas você pronunciou errado e eu acabei com um corte enorme nas costas, você se lembra disso?
Ela assentiu, ainda largada no chão, a primeira lágrima salgada escorreu por seu rosto de porcelana.
- Você ficou desesperada com o sangue que começou a esguichar, e logo meus pais e seus pais apareceram, e me levaram no St. Mungu´s... Bem, eu não sei que bronca eles te deram, mas no dia seguinte, quando você foi me visitar, você me mostrou... essa cicatriz. – ele puxou a barra da calça de Aya para cima, revelando um desenho de um leopardo rosado em sua perna direita.
- Eu... – ela choramingou, enquanto a segunda lágrima despencava de seus olhos.
- Você se auto-enfeitiçou como castigo, e quando você veio me visitar, com quatro anos de idade você... – ele hesitou, a garganta seca arranhava – Você me disse que –
- Sua cicatriz era minha marca em você e minha cicatriz era sua marca em mim. – ela completou, respirando fundo e secando as lágrimas com as costas das mãos – Depois, quando a gente fez quinze anos, ficou explicado o que as cicatrizes significavam.
- Você se lembra disso, então. – ele continuou com os dentes cerrados, e agarrou o pulso dela – O que significa esse guaxinim esquisito nas minhas costas então?
Ela sustentou o olhar dele com a mesma ferocidade e respondeu com a respiração entrecortada:
- Meu patrono.
Alex cerrou os olhos.
- E esse leopardo na sua perna? – insistiu.
- Seu patrono. – ela respondeu com a voz mais baixa, a vontade de chorar retornando.
- Está vendo? – ele continuou com a voz mais suave – Você está marcada em mim, Aya. Por dentro e por fora. Então não venha me dizer que eu vou esquecer você. Não se atreva a dizer tal coisa!
Alex não conseguia raciocinar naquele momento. As palavras saiam de sua boca como um vômito incontrolável. Sua garganta pulsava e sua mão trêmula continuava presa ao pulso fino de Aya como se um poderoso feitiço de cola os unisse.
Ele fincou seus orbes mesclados naqueles olhos ambarinos, rasgados e lacrimosos, que naquele momento lhe passavam uma sensação tão boa e desesperadora ao mesmo tempo. Com um calafrio na coluna ele sentia Aya encostar seu lábios em seu queixo. A barba que começava a crescer raspou contra a pele lisa dela, mas Aya pareceu não se importar. A primeira lágrima que ainda marcava o rosto oval da morena umedeceu seu rosto, e sem aguentar mais o aperto no peito e as contrações em seu baixo ventre, Alex tomou os lábios da pequena, tentando de alguma forma saciar o desejo insaciável, recuperar todo um tempo que, em um outro momento seria recuperável. Sentiu o corpo trêmulo dela agarrar-se ao seu, enquanto sua mão se perdia em meio aos cabelos castanhos. Sua mão passeou sem cerimônias pela perna dela, enquanto ele sentia do calor de Aya passar por seu corpo como uma brisa quente em um noite solitária de inverno. Inebriado, atordoado, e completamente sem fôlego, ele sentiu-a terminar a dança de línguas com os olhos fechados. Sem querer se separar dela, Alex colou sua boca no canto dos lábios de Aya, a mão direita perdida no emaranhado de cabelos, e a esquerda prendendo a cintura dela ao seu corpo. Com a mente aparvalhada e o corpo quente e pulsante, Alex sentiu ela sorrir sob seus lábios, enquanto as mãos delicadas acarinhavam seu peito.
- Eu... – Aya ofegou, as mãos ainda mais trêmulas do que estavam antes – Alex, o que... O que você... O que nós estamos fazendo?
A pergunta o pegou completamente de surpresa, mas ele não se deixou abalar.
- Eu – eu não sei. – respondeu, mordendo o lábio inferior dela devagar, e sentindo-a suspirar em seu ouvido – Eu só, eu senti...
Alex nunca gaguejara em sua vida. Nem quando sentia-se embaraçado, nem quando sentia-se ansioso, nem quando sentia-se revoltado. Mas se Aya se permitira derramar sua primeira lágrima com ele, ele poderia se permitir gaguejar por ela. Era assim que se sentia. Tonto, nervoso, inebriado pelo cheiro dela, pelo toque de suas mãos.
- Você sentiu...? – ela insistiu, roçando seus lábios no rosto dele de uma maneira torturante. Ele ofegou durante alguns instantes antes de cair em si. O que estava fazendo? Aquela era Aya, a baixinha pentelha e atrapalhada que lhe importunava desde que eram crianças. A mesma Aya que grudava doces em seus cabelos loiros quando tinha seis anos de idade, a mesma Aya que tropeçava e jogava suco de abóbora nele aos nove, a mesma que o azarava aos treze, a mesma que não largava de seu pé aos quinze, e a mesma que o enlouquecia aos dezessete.
Ele engoliu seco, sentindo um calo em sua garganta. Sua cabeça latejava em protesto ao que estava fazendo. Sem mais delongas, Alex meneou rapidamente a cabeça, erguendo-se e virando as costas para ela.
- Alex... – ela o chamou com a voz fraca.
- Não devia ter feito isso, Aya. – ele respondeu com a voz mais firme que aguentava – Vamos – vamos, eu, nós... Nós precisamos entrar.
Sentindo um balde de gelo adormecer seus sentidos com aquelas palavras tão frias, Aya engoliu em seco. O desejo guardado a tanto tempo, reprimido e sustentado ao longo de sabe-se-lá quantos anos, de repente lhe fora concedido e tomado em questão de segundos. Ela não podia simplesmente se humilhar a perdir ao loiro uma explicação por um beijo. Um simples beijo.
Alex deixara uma fila de garotas ansiosas em Hogwarts por um namoro sério que nunca viria acontecer. Ela sabia disso. Tinha plena consciência, mas... Uma dor no estômago foi causada pelas palavras casuais seguintes:
- Você não vem?
Sentiu-se completamente tola e vazia ao pensar que talvez com ela pudesse ser diferente.
- Vai... vai indo na frente. – ela reprimiu uma lágrima – Eu já... Já te alcanço.
Ele se afastou, com uma expressão indecifrável ao raciocínio que ela dispunha em meio à angústia do momento.
Aya sentiu seus olhos arderem e seu peito ruir. O coração batia fracamente, disposto a parar a qualquer momento. Largada na grama e observando Alex ficar a cada passo mais distante, resolveu se dar um tempo antes de entrar. Precisava desesperadamente pensar. As palavras de Alex martelavam em sua cabeça, ecoando sem parar. “Você está marcada em mim, Aya, por dentro e por fora”... “Não venha me dizer que eu vou esquecer você. Não se atreva a dizer tal coisa!”.
Por que – e eram essas duas infelizes palavras que a torturavam – ele ficara tão alterado de repente e porquê do beijo, então? Se era uma coisa que ele desejava, pra que fugir? Se era uma coisa que Alex repudiava, qual a explicação para aquele beijo tão faminto,louco, desesperado...?
Aya suspirou.
-Maldito o dia em que nasci e conheci você, Alexander Pierre Morlevat.
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- E onde eles estão, afinal? – a voz fria do Conde era escutada pela figura principesca mergulhada nas sombras, Amel, e os seis Ases presentes.
- Co-conde Adolphe, se me permite – François começou com sua voz esganiçada, quando a porta principal foi aberta com um estrondo e um loiro carrancudo adentrava pelo salão.
Os seis voltaram-se para o recém-chegado com expressões variadas. Conde Adolphe se adiantou com sua habitual expressão de desagrado.
- Está atrrasade, Alexander. – grunhiu, com sua voz sibilante.
- Eu sei. – Alex respondeu extremamente rouco, a rara expressão perdida e vazia marcava seus belos traços – Desculpe.
- Perrdeu parr´te da explicçón, mas chegou em tempe de ser apresentade à vossa alteza. – Alain interferiu, desdenhosamente.
- Obrrigade, Alain, mas non prrecise de nenhum interrprréte no momente. – o Conde interpelou altivo – Cavaleir´ros,- os seis viraram-se cheios de expectativa – conheçam Vossa Alteza, Princess Lorène de Valois.
François soltou uma exclamação abafada; Angus arregalou os olhos, boquiaberto; Al deixou a maçã que levava à boca cair com um baque surdo no chão; Auguste esboçou um sorriso, que era o máximo de admiração que ele conseguia demonstrar em público; James olhou para a princesa de relance, mas logo seus olhos azuis brilhantes voltaram a se fixar em Amel; Alain parecia demasiado acostumado à figura Real para se impressionar, e Alex, apesar de todo o alvoroço entre os rapazes, nem ao menos conseguiu um relance da figura da princesa. Seus sentidos aguçados capturaram o cheiro de Aya no salão, e no momento que Lorène saia das sombras e de suas cobertas, Alex voltou-se para trás, olhando nos olhos tristes e vazios de Aya. Aquele momento pareceu durar horas intermináveis, até que a figura loira e deslumbrante da princesa resolveu intervir:
- Esperro non estarr atrrapalhande nade. – disse, de um modo tão altivo e insuportável que Alex sentiu vontade de arrancar-lhe as cordas vocais fora – Você, garrota – fincou seus olhos frios em Aya – junte-se com aquela lá – e apontou para Amel – e voltem parr´ra o lugarr a que perrtencem. – observando os olhares intrigados que as jovens moças trocavam entre si, a princesa perdeu as estribeiras – Pra cozinhe! – exclamou, com a voz irritada – Já!
James arregalou os olhos em espanto e indignação, assim como François – mais por espanto do que por indignação –, Al e Auguste erguiam uma sobrancelha em movimentos curiosamente idênticos, enquanto Alex apertava os olhos, tentando passar algum sinal inútil para Aya se acalmar.
- O que você disse? – Aya desafiou, o olhar tão frio e cético como quando lhe disseram que perderia no quadribol para a Lufa-lufa
- Você ouviu. – Lorène sorriu – Já já prra cozinhe. As duas. Os cavaleirros e eu temos assuntes particulares, longe dos ouvidos de faxineirres fofoqueiras para trratar. Então, vão andando.
Alex prendeu a respiração, passando a mão na nuca em um movimento derrotado. Oh, a princesa era um idiota. Estupidamente linda, e com a pele mais sedosa que uma bruxa pode ter, mas definitivamente, uma idiota completa. Foi com uma lamentação silenciosa que ele escutou a voz arrogante de Aya retornar de seu passado obscuro:
- Do que você me chamou...?
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N/A: Dessa vez atualizei rapidinho né? Apesar de todo o stress da facul, cá estou, firme e forte, graças ao apoio de todas vocês! Àquelas que leram e comentaram, muito obrigada!! Vocês me incentivam a atualizar mais rápido, a continuar com a fic! Às que lêem e não comentam, eu sei que é um saco comentar, mas agradeço muito a vocês por lerem, de qualquer forma. O incentivo do comentário é muitíssimo bem-vindo, mas de forma alguma obrigatória. Espero que tenham gostado do capítulo curtíssimo!! Muito obrigada à todas!! Especialmente a: Ligia: Obrigada! Vc sempre comenta primeiro e sempre está presente na comunidade. Muito obrigada de coração,
Ligia!! Espero que tenha gostado do cap... hahah “ué, o que foi que eu perdi” foi ótimo! ^^ Bjão!
Lunny lupin: Olá querida!! HAHAHAHA o Alex ta assadinho memo né? Que vc achou desse cap? Hahaha a Amel tem 23 anos, mas vou escrever mais sobre ela no decorrer na fic! ^^ Obrigada pelo comentário querida! Super bjo!
Tati: Obrigadaaa!! Que bom que vc está gostando tanto qto OWMC... hehehehe geralmente as continuações são mais chatinhas, né? Espero que tenha gostado do cap!! Obrigada pelo apoio! Bjão!!
Tammie: Tammieeeeeeeeeee!!! Minha fiel escudeiira!!! Dessa vez atualizei rapidinho né? Ah, nem tenho mais palavras pra vc... já é da casa!! ^^ super bjooo!!
Thatha: Ooooooo querida!! C ta por aqui eh? Ta tendo palestra na unesp tb?? Hehehehe pois eh, a gente precisa muito se encontrar! Faz meses que não tenho noticias da Kel!!! ^^ Obrigada pelo apoio viu amorzão?? Bjuu Thaaaaaaaa
E, claro, meus agradecimentos àquelas que estão sempre acompanhando a fic, independente de comentários: Marikp, Carol Cadilli, Thassia (desde o comecinho né??), Ana_love_harryandhermione (vi vc na comu, e como sempre que atualizo, vejo seu nome na “bina”... hehehe tenho muito a que te agradecer tb! ^^)... E sem esquecer (obviamente) da MINHA FÃ NÚMERO UM SUMIDONA, MAS Q TA SEMPRE NO MEU CORAÇÃO DE ESCRITORA... EMMY BLACK-ANGLADE.... hehehe cade voceeeee? Sumiuu?? Espero que tenha gostado do cap, queridona do meu coração!! Um beijo e meu muito obrigada a todas, de coração!!!
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