Tudo por causa do Vento



Tudo por causa do vento – 2º capítulo

Quando Caroline tinha acordado, já eram 6h30mih. Ela se arrumou; colocou o uniforme e penteou os cabelos loiros e compridos. Enquanto se arrumava, Lílian foi tomar banho.
Quando, finalmente, Carol ficou pronta, ela foi pentear de novo os cabelos para ver se ficavam. Então ela foi até a penteadeira e começou a escová-los. De repente ela escutou um bocejo, exageradamente, alto.
- Que sono, hein Lily! – Caçou Carol.
Ela sentiu alguém dar um beijo em sua bochecha e viu no reflexo do espelho, uma cabeleira morena.
- Mayara? – disse Carol se virando para a amiga e consultando seu relógio de pulso – São sete horas!
Mayara se espreguiçou e foi em direção ao banheiro.
-E daí? – perguntou ela, parando na porta e se virando para a amiga.
-E daí que hoje você tem aula só de tarde! – respondeu Carol, Surpresa.
Ela escutou o barulho da descarga e a água que caia do chuveiro cessando.
-Eu vou fazer minhas tarefas no lago hoje. – disse Mayara
-May, o que você está fazendo aqui? – assustou-se Lily.
-Ham... – começou ela, fingindo estar pensando – Lavando meu rosto e minhas mãos? – disse se apoiando na pia e olhando para a amiga no reflexo do espelho.
-Você acordou cedo hoje – disse Carol que acabara de entrar no banheiro.
-Sim – respondeu Mayara - Deve ser porque eu fiquei acordada oito horas, ontem.
-Tá bem, ta bem... – disse Lily cautelosamente, saindo do banheiro para poder ir se trocar.
Mayara começou a rir, saiu correndo pro quarto, puxou a toalha de Lily e começo a pular em cima da cama.
-Gente, essa garota é doida! – exclamou Carol, apoiada no vão da porta do banheiro, assustada com a atitude da amiga.
-Mayara, pra quê essa animação? – disse Lily, também assustada.
A morena balançou os ombros com indiferença.
-Acordei de bom humor! – disse Mayara rindo e começando a trocar de roupa.
-Não acordou de bom humor, acordou com um ótimo humor! – disse Carol rindo da amiga que estava se trocando dançando hula-hula
Lily começou a se trocar, rindo também.
Um tempo depois, Mayara já pronta, saiu do quarto rebolando.
-Precisamos descobrir o que a Poia fez ontem à noite. – disse Lily penteando os cabelos, ruivos e molhados.
-Uhum – disse Carol indo até a porta recém-fechada – To descendo, ok?
-Tudo bem! – respondeu Lily – desço daqui uns... – ela olhou os cabelos no espelho – cinco minutinhos.
-Ok! – disse Carol e fechou a porta quando passou por ela.
Lily, exatamente cinco depois, desceu as escadas do dormitório das garotas e se dirigiu até o quadro da Mulher Gorda.
-Hey, Lil! – disse uma voz conhecida atrás dela – Você demorou...
Ela respirou fundo, olhou pro teto, como se pedisse paciência e se virou.
-Desde quando eu pedi pra você me esperar, Potter? – perguntou ela, azeda.
-Você nunca pediu – disse Tiago, sorrindo – Eu que gosto da sua companhia.
-Ah, sério? – perguntou ela com ironia – Você vai ter que se acostumar ficar bem longe de mim, isso é, se você não quiser tomar vários banhos por dia. Só pelo simples fato de você me dar náuseas! – e fez uma careta.
-Mas ruivinha pelo menos assim eu vou ficar mais cheiroso... – disse ele sorrindo e agarrou Lily pela cintura – e irresistível – murmurou no ouvido dela.
-Potter, se você não me soltar agora – disse ela olhando para o teto, pedindo, mais uma vez, paciência – eu vou tomar atitudes drásticas para você!
-Ok ruivinha – disse ele e a soltou – Está livre!
-Graças ao bom Merlim! – disse Lily
-Mas antes... – disse Tiago, olhando para o lado. De repente parou de falar.
-Mas antes mais nada - disse a garota se virando para o quadro de nov.
Ele a segurou pela cintura e a deixou de frente pra ele.
-Como não? – perguntou Tiago. Sem esperar a resposta, deu um beijo em Lily.
Ela pega de surpresa, demorou um pouco para voltar à realidade, ela não sabia se retribuía ou não o beijo, mas optou pela segunda opção e empurrou Tiago.
-NUNCA MAIS faça isso! – disse Lily ofegante. Ela se virou para o quadro e saiu correndo da Sala Comunal.
Ela saiu, ainda correndo, pelo corredor e foi até o banheiro mais próximo. Lá, ela lavou o rosto e pousou as mãos na boca.
-Como ele se atreveu? – perguntou ela se olhando no espelho.
-Ele já estava planejando isso – respondeu seu reflexo.
-Ele já...
-Concordo com você, Lily. – disse Carol que acabara de sair de um dos banheiros.
-Qual de nós? – perguntou Lily e seu reflexo.
-A Lily do espelho – respondeu Carol – Ele só te beijou porque você estava dando mole para ele.
-Eu dando mole para ele? – repetiu Lily, se virando para encarar a amiga.
-Sim... – disse a outra enxugando as mãos – Bom, me deixa ir, não quero brigar com você, Lílian!
-Tudo bem – disse Lily pausadamente –, só fiquei um pouco confusa agora...
-Não fique assim, Lil – disse Ine, dando um abraço em Lily.
Nesse Momento, Mayara entrou no banheiro:
-Uia! Tantos banheiros nessa escola e nós juntas aqui! - disse ela, balançando a cabeça em falsa indignação.
Lily e Carol começaram a rir e a morena continuou:
-É o destino! – e abraçou as amigas – Aonde quer que nós formos, estaremos sempre juntas.
-Sempre, sempre, sempre – concordou Lily, abraçando as garotas com mais força. Como se temesse que fosse perdê-las um dia.
-Amo vocês, garotas. – disse Ine, Por fim.
-Nós também! – disseram Mayara e Lílian juntas.
Elas ficaram mais um tempo abraçadas, relembrando dos primeiros anos, até os últimos de Hogwarts e quando elas iam começar a chorar, Mayara disse:
-Vamos, meninas, vamos comer... Quer dizer, vá comer Lil!
-Não estou com fome – disse Lily enxugando as lágrimas que temiam cair.
-Nananinanão Senhorita Lílian, pode ir agora até o Salão Principal ir comer agora! – disse Ine com firmeza.
-Vamos Lil, eu vou com você – ofereceu-se Mayara.
-Tudo bem, só para eu não desmaiar e, obviamente, ser socorrida pelo nojento do Potter! – disse Lily com desprezo.
-Não fale assim do Tiaguito! – respondeu Mayara, ofendida.
Lily bufou, abriu várias vezes a boca para falar, mas desistiu:
-Vou ser menos rigorosa com o Potter
Mayara e Carol sorriram e empurraram Lily para fora do Banheiro:
-Lily, vou à aula de Poções agora, depois eu digo ao Slughorn que você passou mal...
-Tudo bem... – respondeu Lily meio contrariada. Odiava perder as aulas.
Lily e Mayara acenaram par Ine e foram até o Salão Principal.
-Vamos Lil! Em sete anos aqui em Hogwarts, você só faltou cinco vezes! – disse Mayara chegando à mesa, quase vazia, da Grifinória.
-É que por mais que a Carol ou você me explique, eu não pego todos os detalhes – disse Lily se sentando ao lado da amiga.
-Vamos, tolinha, você é a mais inteligente da escola!
-Ah, mais sei lá, Má... – disse a ruiva, colocando leite frio em um copo e depois o tomando.
Mayara virou os olhos, rindo.
-Olha lá! – disse Mayara de repente, apontando para o Saguão de Entrada – o Siricutico Dorminhoco acordou! – e se levantou – volto logo, Lil! – e foi até o Saguão.
-Essa Mayara...
-... É muito divertida – disse uma voz no seu ouvido.
Lily se assustou e quase derrubou todo o leite na roupa.
-POTTER! – bradou ela.
-Calma Lil! – disse Tiago rindo – Mas ela não melhor que você.
-Será que você poderia parar de me pegar de surpresa? – perguntou Lily, entre dentes e ignorou o comentário de Tiago.
-Vá me dizer que você não gosta – disse o garoto, aproximando o rosto.
-Eu não gosto mesmo, Potter, eu ODEIO! – disse ela, afastando o seu rosto.
-Eu não teria tanta certeza! – disse Tiago e deu um selinho relâmpago nela.
-Potter, NUNCA mais faça ISSO!
-Ok, Anjinho Ruivo! – disse Tiago se levantando.
Ele se afastou e foi até onde Mayara e Sirius conversavam animadamente.
Por que Tiago adorava irritá-la? Ou a intenção não seria essa? Ela que era muito durona com ele? Essas eram perguntas que ela fazia a ela mesma.
-Yahoo! – chamou Mayara, e Sirius logo atrás dela. – Você ta aí?
-Uai, desculpe!
-Tudo bem... Vá pra aula agora!
-Que horas são? – perguntou Lily se levantando de um salto.
-Vai tocar o sinal daqui cinco minutos. – disse Sirius.
-Vou ter que correr! – disse Lily pegando sua bolsa e seus livros.
E saiu correndo do Salão Principal.
Chegando à aula, Lily entrou e viu Ine e Remo sentado juntos em uma carteira.
-Professor, me desculpe o atraso. Eu passei mal... – tentou explicar Lily
-Tudo bem, Lílian. A Caroline me disse – respondeu o Prof. Slughorn sorrindo. – Se junte com Tiago e...
-Com quem? – interrompeu Lílian, indignada. – Me desculpe Professor, - acrescentou ao ver a expressão assustada do professor.
-Lily, ele é o único que está fazendo a Poção de Envelhecimento sozinho. – disse Prof. Slughorn, calmamente.
-Tudo bem, Professor. – disse Lily de má vontade e foi até onde Tiago estava.
Ela se jogou na cadeira e ficou quieta, lendo o que tinha que fazer.
-Fique quietinho onde você está – disse Lily entre dentes e olhando Tiago de soslaio.
-Mas Ruivinha isso não é trabalho em dupla! – protestou Tiago sorrindo.
-O Problema, Potter, é que eu estou só fazendo companhia! – disse Lil pegando seus materiais – Eu vou fazer o meu – colocou as coisas dela mais pra perto – E Você, o seu. – e empurrou as coisas de Tiago para perto dele. E Deu um sorriso irônico para ele.
-Tá OK, ruivinha! – disse Tiago fazendo sinal positivo com a mão, e sorrindo animadamente.
Lily virou os olhos e começou a fazer seu trabalho.
-Hey, Remo, me deixa ficar aí pra eu falar com a Lily – disse a voz de Ine ao lado de Lily.
Lílian escutou alguma coisa ao seu lado se mexer.
-Lil! – chamou Ine aos sussurros. – Depois eu preciso falar com você.
Lily fez sinal positivo com a mão e continuou a fazer a poção.
Ao final da aula, Lily deu graças a Merlim que Tiago não teria a mesma aula que ela.
Lily arrumou seu material e foi saindo as sala, mas no meio do caminho, ela escutou?
-Hey Lily! LILY!
Lily se virou e viu Ine correndo atrás dela.
-Poxa Lil, Eu disse pra você me esperar – disse Ine, ofegante.
-Desculpe. A companhia do Potter me irrita...
-Mas não precisava sair correndo...
-Vem, vamos à aula de Transfigurações, a Má deve estar lá. – disse Lily, mas num tom como se pedisse desculpas.
Ine e Lily foram até o quarto andar. Chegando lá, May, Sirius e Remo estavam cochichando algo entre eles. Quando as garotas se aproximaram, elas viram Remo – que estava de frente para elas – fazer sinal para que os outros ficassem em silêncio.
Mayara se virou e, sorrindo, disse:
-Li! Ine! Vocês demoraram... Como foi a aula com o Slug-Slug?
-Ótima – respondeu Ine
Lily fez careta e disse:
-Se o Potter não tivesse feito dupla comigo, teria sido perfeito! – disse ela, girando os olhos.
Ine teve a impressão de que May piscou para Lily, mas nada disse.
-Hey, Má, Sirius... Vamos comigo até a sala da McGonagall? – perguntou Lily.
E Ine não deu outra. Não teve impressão, ela viu Mayara piscar para Lily.
-Oh Yeah! – disseram Mayara e Sirius juntos.
Então os três saíram deixando Ine e Remo sozinhos.
-É... Querem nos deixar sozinho – disse Ine distraída e levemente corada.
-Uhum! – respondeu Remo, corado e nervoso.
-Por que será que sempre ficamos vermelhos quando estamos sozinhos?
-Bom, eu não sei...
Remo agora parecia mais tranqüilo. Ine sempre conseguia acalma-lo.
Ine sorriu e começou a tremer quando sentiu o vento gelado de outono.
-Hey, que foi? – perguntou Remo, se aproximando.
-Normal. – disse ela, tremendo, mas sorrindo.
-Vem cá – chamou Remo, abrindo os braços, meio encabulado.
Ine se aproximou mais dele e, encolhida, o abraçou. Ele fechou os braços, tentando esquenta-la.
-Obrigada – agradeceu Ine e encostou sua cabeça no peito dele.
-Que nada, Carol! – respondeu ele sorrindo, e encostou a cabeça na dela. Como um movimento de carinho e afeto.
Ine fechou os olhos.
Remo percebeu e fez o mesmo.
Eles ficaram abraçados, apenas sentindo o vento.
Para eles, aquele momento os deixava confortável... Era muito bom...
-Nossa... – disse Carol de repente – É tão bom fica assim... – disse ela, sonhadora e o abraçou mais forte.
Remo, dessa vez, não corou, pelo ao contrário, ele sorriu e retribuiu o abraço.
-Pra mim, esse momento é perfeito – disse ele.
-Mas por quê? Eu também estou achando tudo isso tão perfeito!
-Para mim, é porque você está comigo – disse ele, confiante. Ele levantou a cabeça dela, deixando os rostos muito próximos e ambos sentiam o hálito quente um do outro.
-Para mim, é a mesma coisa – disse Caroline olhando nos olhos dele.
Remo não esperou outra. Ela sentia a mesma coisa que ele sentia por ela.
Ele aproximou mais os rostos e a beijou.
Ine não quis nem hesitar, retribuiu o beijo.
Eles não sabiam quanto tempo chegaram a ficar lá, mas quando se separaram o corredor estava cheio de gente.
Remo e Carol ficaram, na hora, escarlate.
Saíram de lá para que as pessoas, que agora aplaudiam, não ficassem olhando-os.
Remo, que agora longe do monte de gente, começou a rir quando percebeu a cena que os dois fizeram.
Ine também percebera isso e acompanhou ele nas risadas.
-Foi obra daqueles marotos! – disse Ine ainda rindo.
-Foi obra dos marotos e das garotas – corrigiu Remo. – Vocês também são marotas
-Convívio com Os Marotos, é nisso que dá! – disse Ine balançando os ombros.
Remo riu e olhando para o relógio, disse:
-Vamos, Ine, A Professora já deve estar lá.
Ine concordou e foi, abraçando Remo, até a classe de aula.
Má, Sirius, Ine e Remo tiveram uma tarde muito agradável naquele dia.
Lily achou que ela estava só de vela entre os quatro, então sempre ia ou até a biblioteca ou à Sala Comunal ler livros para se distrair. Mas onde quer que ela fosse, Tiago a perseguia, irritando-a.
Então, um pouco constrangida por não ter pensado na possibilidade mais óbvia antes, foi até o dormitório das garotas e se deitou na cama, até adormecer.

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