...Sob estrelas e a lua.
A mansão dos Potter; senhorial, bonita, chamativa. Local onde oito jovens estudantes de Hogwarts passavam as férias.
James Potter, filho dos donos da casa, levantou-se, á escuridão da madrugada. Era julho; tempo de calor para quase todos, e tempo de inquietação para ele. Nunca conseguia dormir cedo em dias quentes, e o motivo era desconhecido...
Olhou para seu quarto, desanimado, pisando levemente com os pés envolvidos por meias; outra coisa que ele não conseguia era dormir sem meias. Que angústia ele sentia em dormir com os pés descobertos! Tinha uma visão muito boa, mesmo à noite. Procurou alguma coisa legal para fazer e logo seus olhos acinzentados pararam ao encontrar uma vassoura do lado da porta.
Sorrindo, ele pegou a camisa que estava em cima da cama, e a vestiu. Caminhou em direção a vassoura, silenciosamente, e teve uma idéia: levar alguém para um passeio noturno com ele.
Abriu a porta de seu quarto, quase prendendo a respiração, e entrou na vasta escuridão do corredor imenso de sua casa. Deu uns passos á frente, e fechou a porta de seu quarto, para ninguém desconfiar.
Uma vez no corredor, pensou em quem ia com ele. Pensou em Dorcas, em Marlene, em Annie... Mas ficou com sua última idéia; Lily. Finalmente havia uma chance de eles se acertarem! Com dezessete anos, James lembrou, Lily não seria capaz de recusar um inocente passeio.
Foi tateando a parede lentamente, e indo para a direita, pois a esquerda ficava seu quarto, que era o último. Contou uma porta, duas... Na terceira, segurou firme a maçaneta prateada e abriu-a, levemente.
Ao entrar no quarto, fechou a porta e trancou-a, já que a chave estava lá. Lily estremeceu de leve, e James se aproximou da cama da menina, onde esta dormia calma e profundamente bem, com ótimos sonhos...
- Lily... – Chamou ele, sentando-se na cama. Lily não respondeu e ele chamou de novo. – Lily, acorda...
Aflito, com medo de que Lily pensasse algo errado, colocou a vassoura no chão e se debruçou sobre ela, mas sem encostá-la. Chegou bem perto do seu ouvido, e sussurrou, calmo:
- Lily... Acorda, por favor!
Lily abriu os olhos, assustada. Ao ver James debruçado sobre ela, teve vontade de gritar, mas ao ver o brilho inocente nos olhos do maroto, apenas empurrou-o para cima e levantou-se também, esfregando os olhos.
- O que você quer a essa hora, James?
- Quer dar um passeio... No céu? – Perguntou ele, sorrindo e pegando a vassoura que estava jogada no chão.
- Eu e você? A essa hora? – Lily indagou, boquiaberta.
- Bom, não sabia se você ia querer... Mas, tudo bem... – Exclamou ele, desfazendo o sorriso e levantando-se.
Surpreendentemente, Lily pulou da cama e sufocou James num abraço de urso. O maroto sorriu, internamente.
- Você é demais! – Sussurrou ela em seu ouvido, animada.
- Vamos? – Perguntou ele, quando Lily o soltou.
Lily hesitou.
James abriu a janela do quarto e montou na vassoura, mas sem voar. Olhou pra trás e viu que Lily estava parada.
- Não tenha medo, Lily! Eu não vou deixar nada de ruim acontecer a você. – Falou ele, sorrindo.
- Se você diz...
Ela subiu na vassoura, aflita, e agarrou-se a cintura de James.
A vassoura levantou-se; logo, estavam a mais de um metro do chão. Saíram pela janela, com os rostos contra a quente brisa de verão.
A vassoura passou por cima da casa, chegando ao imenso quintal do terreno. Passaram voando pelos lindos jardins, verdes e vivos, mesmo no verão. Acima deles, grandioso e infinito, o céu anil, furado por estrelas brancas, aqui e ali. Estava uma temperatura agradável, um vento gostoso e o clima mais que perfeito para os dois.
- James, eu estou com medo! – Sussurrou Lily, ao ouvido de James.
Ele deu um doce sorriso e fez a vassoura descer levemente até o chão. Ao tocar o chão, colocou a vassoura apoiada em uma grande planta e se dirigiu a Lily.
- Você não precisa ter medo.
- E por quê? – Indagou ela, abaixando a cabeça por vergonha de parecer medrosa.
James deu um passo à frente, e abraçou Lily fortemente. Depois, colocou uma mão em sua cintura, segurou a mão dela com a outra mão e esticou o braço. Começou a ir pra frente e pra trás, olhando fixamente para Lily...
- When I’m with you, I swear I can fly! I feel like nothing can stop us… I like your hair, and your sweet voice… And I swear I can fly… - Cantou ele, docemente, ao ouvido dela.
Mesmo sem música, começaram a dançar, com James cantando uma música que parecia ser feita por ele. Ambos sentiam-se leves, inebriados, como se nem pertencessem aquele mundo... Como se estivessem completos. Um com o outro.
- You make me smile, you make me happy... So why can’t you stay with me forever?
Lily estava confusa; sentia um misto de alegria, espanto e incredulidade, como se aquilo não estivesse acontecendo com ela!
Enquanto eles dançavam levemente no jardim, á luz das estrelas e da lua, com a leve brisa batendo em seus rostos, o tempo parecia parar ao redor deles. James cantava cada vez mais feliz, e Lily sorria cada vez mais...
Certamente, não havia mais dúvida de que eles eram feitos um para o outro.
- ‘Cuz my love is for you... And my heart it’s just yours! I love you! And I’ll scream this…
Vagarosamente, eles pararam de dançar e pararam no mesmo lugar, quase abraçados. James inclinou a cabeça para a frente, encostando a testa na de Lily, e continuou:
- I’ll get a flower to put in your hair… And I’ll make you fly with me! - A voz dele estava mais baixa, e seus olhos se fecharam lentamente... Mas sua boca exibia um sorriso, um sorriso doce, um sorriso de alegria!
- Why? - Cantou Lily, num sussurro, com os olhos fechados.
Um passarinho começou a cantar ao longe; uma canção doce, suave, no ritmo da música de James...
- Just... ‘Cuz I love you!
- I’ll love you forever…
- And our love will never fail, ‘cuz we are together…
- Together…
Sorriram, um para o outro, e sussurraram, juntos:
- Forever.
Eles se soltaram e James deu uma grande gargalhada. Olhou docemente para Lily, e segurou sua mão...
- Que música é essa, James? – Perguntou a ruiva, olhando para a mão quentinha que segurava a sua.
- Acabei de inventar. – Exclamou ele, sorrindo. – Gostou?
- Gostei!
Fez-se silêncio. Cada um olhava para um lado, envergonhado.
James olhou para estrelas, e começou a pensar... Será que Lily finalmente aceitaria sair com ele? Ou será que, mesmo depois de toda esta declaração, ela continuaria na mesma posição? Ele estava quase agoniado; por quanto tempo mais conseguiria agüentar?
- Noite bonita, não?
Foi como se um buraco se abrisse sob James e ele estivesse caindo por ele... Não; na verdade, fora a sensação de pular um degrau de uma grande escada.
Lily Evans, sem assunto?
- Muito. – Respondeu ele, disfarçando e sorrindo levemente, admirando as estrelas. – Você já sentiu vontade de ver as estrelas de perto?
- Várias vezes... – Ela chegou mais perto e segurou a mão de James. – Leve-me até o céu?
Ele suspirou.
- Tudo que você desejar, Lily.
Os dois então subiram na vassoura, levantando vôo logo depois...
- O que você quer ver? – Perguntou James, sussurrando carinhosamente.
- As estrelas! – Lily respondeu numa voz animadíssima.
James deu um tipo de guinada na vassoura e começaram a subir infinitamente, no vasto céu azul da meia noite. Era uma noite linda... E que noite! As estrelas brilhavam intensamente sobre suas cabeças.
Com um aceno de varinha de James, a vassoura virou um tapete voador! E o motivo era simples...
- I can show you the world shining, shimmering, splendid… Tell me, Princess, now when did you last let your heart decide? I can open your eyes, take you wonder by wonder, over, sideways, and under on a magic carpet ride… A whole new world, a new fantastic point of view… No one to tell us no, or where to go or say we're only dreaming! - James começou a cantar.
- Você conhece as músicas de um filme trouxa? – Ele fez que sim. – A whole new world, a dazzling place I never knew… But when I'm way up here it's crystal clear that now I'm in a whole new world with you!
- Now I'm in a whole new world with you!
- Unbelievable sights, indescribable feeling, soaring, tumbling, freewheeling through an endless diamond sky… A whole new world! A hundred thousand things to see! I'm like a shooting star, I've come so far, I can't go back to where I used to be…
- Acho que estamos repetindo a cena do filme, Lily… A whole new world! With new horizons to pursue... Agora os dois cantam!
Lily riu e começou a cantar, com James:
- I'll chase them anywhere there's time to spare, let me share this whole new world with you! A whole new world… That's where we'll be!
- A thrilling chase... – Sussurrou James.
- A wondrous place… - Lily disse, suavemente.
- For you and me! – Terminaram os dois, em uníssono.
James deixou o tapete avançando levemente, e começou a conversar com Lily.
- Não é perfeito, este céu? – Admirando as estrelas lentamente, James deitou-se no tapete.
- Sim... James, como você conhece Alladim? É um filme trouxa! – Lily comentou, cutucando o maroto para que ele se levantasse.
James sentou-se, e respondeu:
- Amo filmes trouxas. Tenho Alladim, A Bela E A Fera, Anastácia e alguns lá!
- E por que eu nunca soube disso?
- Não sabia que você gostava!
- Depois fala que é inteligente... – Brincou Lily, olhando fundo nos olhos castanhos acinzentados de James.
- Está me chamando de burro, Srta. Evans?
- Talvez, Sr. Potter.
Começaram a rir, então; Um riso tímido, nervoso, mas ainda sim um riso, acompanhado pelos mais belos sorrisos que os dois poderiam dar.
- Como posso te agradecer por tudo isso? – Perguntou ela, passando as mãos no curto cabelo ruivo.
James se espantou.
- Agradecer?
- Por esse vôo! Eu nunca fiquei tão perto do céu assim... E nunca, nunca imaginei subir num tapete voador com... – Neste ponto ela corou, medindo as palavras. – Você!
- Por que essa vergonha pra se referir a mim?
- Ah, você sabe, James! – Com as bochechas já vermelhas de vergonha, ela continuou: - Tudo o que aconteceu entre nós...
- As brigas, você quer dizer, porque nunca tivemos mais que isso... – James disse. Gargalhou gostosamente ao ver a ruiva ruborizada e totalmente sem graça. – Você não precisa ficar sem graça, Lily!
O maroto pegou as mãos de Lily, lenta e carinhosamente, e falou, encarando suas íris extremamente verdes:
- O passado... Passou! Nada que façamos, seja lamentar ou espernear, vai mudar o que passou! Em vez de olhar para o passado, temos que viver o presente e pensar de vez em quando no futuro! Ou você quer passar sua vida toda pensando em como era bom gritar “Potter, você é um arrogante insuportável!” ou “Potter, você me dá NÁUSEAS!” e me ver irritado?
- Você lembra disso tudo? – Perguntou a ruiva, voltando a cor normal e rindo das coisas que dizia.
- Memória infinita!
- James, você é tão diferente!
O maroto olhou com um ponto de interrogação na cara, e ela continuou:
- Tão... Você mesmo! Eu nunca vi uma pessoa assim... Você fala coisas diferentes, faz coisas diferentes, pensa coisas diferentes... Você é sempre tão especial, carinhoso, sempre preocupado com os outros e não com você! Eu não devia estar dizendo isso, mas você tem um tipo de charme... Um brilho próprio! Não sei... Nunca te falaram isso?
- Ah, Lily... – Agora era James quem estava totalmente corado...
- Já falaram, não foi?
- Não com essas palavras, mas falaram. E até agora eu não entendi!
Lily revirou os olhos.
- Você é uma pessoa especial, resumindo tudo!
- Sou? – James riu. – Explique direito.
- Certo... Perto de você, eu sinto como se eu fosse o rascunho e você o desenho... Eu a semente e você a fruta... Sabe? Como se você fosse uma pessoa mais avançada, mais humana! – Mas, enquanto Lily falava, o tapete foi descendo levemente até tocar o chão. – O que aconteceu?
- A magia do tapete acabou... – James sorriu e acenou a varinha, fazendo o tapete voltar a ser vassoura. – Mais um vôo até sua janela, princesa?
- Se não for incômodo... – Respondeu ela, subindo na vassoura trás de James e abraçando a cintura do garoto.
- Pronta?
A vassoura começou a subir levemente, e James deu uma volta completa na casa. As vezes subia ou descia repentinamente, fazendo Lily se agarrar mais a ele e depois rir, assustada, com a brincadeira do maroto.
James então foi até a janela de Lily, parando na frente dela.
- Quer entrar? – Perguntou ela, surpresa com a própria pergunta.
- Não posso... Vá, entre logo. – Lily pulou para a janela, entrou no quarto e debruçou-se na janela, olhando James. – Obrigada...
- Foi um prazer!
Aproximando-se lentamente, Tiago segurou o rosto da ruiva com uma mão e a vassoura com outra. Sorrindo, depositou-lhe um beijo no canto dos lábios, enquanto Lily fechava os olhos, tomada pelo encanto da noite.
- Boa noite, Lily. – Sussurrou ele, saindo logo depois para voar até sua janela, feliz como nunca se sentira antes...
-
Mila, feliz aniversário atrasado. Espero que goste!
Tem coisa mais linda que o amor?
:*
TRADUÇÃO DA MÚSICA:
lha eu vou lhe mostrar
Como é belo esse mundo
Já que nunca deixaram o seu coração mandar
Eu lhe ensino a ver
Todo encanto e beleza
Que há na natureza num tapete a voar
Um mundo ideal
É um privilégio ver daqui
Ninguém pra nos dizer
O que fazer
Até parece um sonho
Um mundo ideal
Um mundo que eu nunca vi
E agora posso ver e lhe dizer
Estou num mundo novo com você
(Eu num mundo novo com você)
Uma incrível visão
Neste vôo tão lindo
Vou planando e subindo
Para o imenso azul do céu
Um mundo ideal
(Feito só pra você)
Nunca senti tanta emoção
(Pois então aproveite)
Mas como é bom voar
Viver no ar
Eu nunca mais vou desejar voltar
Um mundo ideal
(Com tão lindas estrelas)
Com novos rumos a seguir
(Tanta coisa importante)
Aqui é bom viver
Só tem prazer
Com você não saio mais daqui
Um mundo ideal
Um mundo ideal
Que alguém nos deu
Que alguém nos deu
Feito pra nós
Somente nós
Só seu e meu
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