O despertar



- Eu estou enlouquecendo! Só posso estar enlouquecendo! – Hermione repetia mentalmente enquanto caminhava pelos corredores do castelo. – Isso não pode estar acontecendo comigo. Eu não posso estar sentindo nada pelo Malfoy. Eu sempre amei o Harry. Mas o que diabos foi aquele pensamento.
Caminhou até a biblioteca e mergulhou em alguns livros. Não conseguiu se concentrar, então resolveu voltar ao dormitório feminino rezando para não encontrar com Harry no caminho. Ela sentia uma necessidade de escrever no livro das sombras. Precisava relatar os acontecimentos no livro. Era uma necessidade tão grande que sem perceber ela estava correndo. Ao adentrar no salão principal viu os gêmeos Weasley conversando em um canto concentrados demais para notar sua presença, então ela aproveitou e seguiu sorrateira para o dormitório. Ele ainda estava vazio. Ela seguiu até seu malão, lançou alguns feitiços e retirou o livro das sombras. Hermione notou que ele estava estranho, mais pesado, e uma energia estranha imanava dele. Como se estivesse saindo de Hermione, passando para ele e voltando novamente para ela. Estava tudo cada vez mais ficando estranho. Aquele livro a chamava de uma maneira tão forte. Logo Harry e Draco estavam fora de seu pensamento. E ela sentia como se sua mente estivesse flutuando no espaço, com todas as coisas a parte. Tinha uma leve sensação de que seu corpo estava caindo leve, sem ter sido de sua vontade ela havia se deitado. Fazia uma força enorme para manter os olhos abertos, mas era irresistível não mante-los fechados. Por um momento esqueceu seu nome, seu rosto, seus sentimentos. Só o vazio a contemplava audacioso, prestes a tomar tudo. Uma voz em sua mente começou a ecoar como um sussurro e depois foi ficando mais legível, era uma voz doce, melodiosa, e a chamava, pedia para que ela a seguisse, que não abrisse os olhos, não despertasse. Hermione estava se entregando a essa voz, o vazio estava sendo preenchido por ela. E no vazio um vulto se formava, e a voz ganhara um tom masculino, e o vulto ganhava forma, por um momento Hermione quis caminhar até ele, quis ficar e nunca mais abrir os olhos, mas uma angustia crescente começou a brotar em seu peito. As lembranças voltaram a atingindo como uma onda. Ela quis gritar, mas não tinha voz, o homem agora estava mais perto dela, e o terror em seu peito aumentava. E ela sabia quem ele era, sabia o que ele era, aquele era Zilan,, o que ele estava fazendo com ela¿ Não podia permitir se deixar levar assim, tinha que despertar. Seu corpo não a obedecia, gritava mentalmente, desesperador estava ficando, e ele estava mais forte. Seus olhos de fogo a queimavam.
- Nãoooooooooooooo!
- HERMIONE VOLTE AGORA! – ela ouviu a voz de Melissa ecoar em sua mente. E de uma forma inesperada o vazio tinha se dissipado e ela conseguia saber quem era novamente.
- O que aconteceu¿ - perguntou sem abrir os olhos, eles queimavam e sua cabeça latejava, sentiu vontade de vomitar, mas se controlou com muito esforço.
- Que bom que esta de volta. – Melissa falou se afastando, e Hermione sentiu uma espécie de compressa fria em sua testa. – Segure isso para mim Malfoy – a professora falou, e foi o estimulo necessário para que ela abrisse os olhos rapidamente, o que se arrependeu, pois o mundo estava girando. Fez uma nova tentativa mais devagar e de cara notou que não estava mais no dormitório feminino.
- Onde eu estou¿ - Ela fechou novamente os olhos quando os olhos azuis de Draco a encararam em um misto de alivio e preocupação.
- Você esta na minha sala Hermione – Melissa voltou com um liquido quente que entregou a Draco e ajudou Hermione a se sentar. – Beba! – Melissa entregou a xícara nas mãos da garota, que sem objeções, levou a xícara a boca e sentiu um sabor agradável do qual não fazia idéia do que se tratava.
- Como eu vim parar aqui¿ - Hermione entregou a xícara vazia a Melissa e procurou pelo rosto de Draco que ainda segurava a compressa em sua testa. – Foi tudo tão rápido.
- Não foi! Você esta desacordada a dois dias. – Draco falou enquanto Melissa voltava.
- Meu Deus, por um momento achei que não seria mais capaz de voltar. Obrigada! – Ela se voltou a Melissa. – Eu o vi, ele tentou me levar com ele. Foi terrível. Eu senti como se não fosse eu, como se não fosse nada.
- Eu imagino. – Melissa começou a caminhar de um lado a outro do quarto. – Já esperamos demais. Não posso mais ficar esperando para tomar uma atitude. Precisamos agir, ou será tarde. – Ela serrou os punhos decidida. – Estou indo falar com Dumbledore e Lupin, Malfoy por favor fique aqui com Hermione, voltarei com eles em minutos.
Draco apenas acentiu positivamente lançando um olhar de esguelha para Hermione que ainda se sentia fraca.
Melissa saiu da sala a passos firmes, e quando não mais se podia ouvir seus passos Draco se afastou de Hermione para renovar a compressa. Um silencio constrangedor estava começando a sufocá-los, e foi Hermione quem decidiu quebrá-lo.
- Obrigada por cuidar de mim Draco. – sentiu seu rosto corar levemente.
Pego de surpresa Draco derrubou a compressa tendo que voltar sem precisar responder ou demonstrar nada a ela.
De costas, Hermione observou o contorno de seus ombros e as linhas do seu pescoço, tendo que admitir como gostava do corte do seu cabelo e a forma como ele ficava alinhado. Ele se virou e Hermione enrubesceu pega de surpresa. Draco riu, e Hermione pode ver o antigo Malfoy naquele sorriso.
- Estava me olhando Granger¿ - Falou insinuante colocando a compressa novamente na testa dela.
- Foi o que pareceu¿ - ela entrou no jogo.
- Sim, foi o que pareceu. – respondeu a encarando. – Eu sei que sou bonito e que seria impossível você resistir a meu charme.
- Não seja convencido, não é só porque você esta cuidando de mim que vou deixar você tirar algum proveito.
- Longe de mim tirar algum proveito de você. – Ele se aproximou mais dela. Por um momento se encararam, a boca dele estava prestes a dizer mais alguma coisa, mas ela não queria que ele dissesse mais nada. Não poderia, outra visão se apoderou de sua mente. Então desviou seu olhar para um lugar qualquer do quarto. – Acho melhor você se deitar novamente. – Draco falou já do outro lado do quarto.
Ela não o contrariou. Deitou-se, mas não fechou os olhos. Estava com medo.
Eles não trocaram mais nenhuma palavra, mas Hermione podia sentir que ele a observava de longe, sentado numa poltrona do outro lado da sala.
Ouviram novos passos. E Hermione se sentou novamente, e viu a figura de Harry na porta vindo em sua direção.
- Hermione! – Ele veio caminhando e a abraçou. – Ela estava muito constrangida, pois para ela foi como se o beijo e tudo mais não tivessem acontecido a dois dias atrás, e sim algumas horas a trás. Assim não conseguiu retribuir o abraço na mesma intensidade. – Que bom que você acordou, eu estava muito preocupado, mas não me deixaram ficar aqui com você. – Ele lançou um olhar cheio de indignação para Draco.
- Tudo bem Harry! – Ela respondeu sem encará-lo.
Melissa adentrava com Dumbledore, Lupin, Snape e em forma de cachorro Sirius Black que caminhou abanando o rabo até a garota e colocou suas patas em cima dela para que lhe fizesse um carinho.
- Que bom que esta melhor Hermione. – Dumbledore lhe sorriu. – Sinto muito que você esteja passando por isso, mas é inevitável. E sinto que as informações que irei passar para vocês agora não serão das mais animadoras.
Eles se entreolharam rapidamente, Dumbledore continuou:
- O acontecido foi um aviso, e Harry me disse que no mesmo dia sentiu sua cicatriz latejar. Se Voldmort e Zilan se aliarem, se eles conseguirem trazê-lo de volta, as coisas ficarão muito mais complicadas para nós. Não podemos deixar que isso aconteça, então Melissa tem um plano. Mas todos nós temos que ser corajosos, e talvez seja necessário pisar em alguns dos nossos preconceitos e princípios. – Hermione teve que se conter para não lançar um olhar para Draco, mas sentiu ele se remexer na poltrona onde estava.
Houve uma pausa onde Sirius voltou a sua forma humana, então Melissa continuou:
- Como todos já devem ter percebido, as visões estão aumentando, isso significa que a ponte entre os dois mundos esta prestes a desmoronar. Como também é de conhecimento geral, um dos livros esta nas mãos dos comensais da morte. Precisamente nas mãos de Lucio Malfoy – ela lança um olhar de esguelha para Draco antes de continuar, este continuou inexpressivo – Com certeza ele já descobriu uma maneira de violar a ponte, mesmo só possuindo uma das chaves. – novamente parou e encarou todos os rostos presentes. – Eu tive uma visão, elas não são precisas, mas eu sei exatamente o dia em que eles tentarão liberta Zilan. Exatamente daqui a uma semana, quando a primeira lua cheia do ciclo apontar nos céus. Então antes disso precisamos apanhá-los.
- Mas como iremos fazer isso¿ - Harry se manifestou timidamente.
- Precisaremos nos infiltrar ainda mais na mansão Malfoy. – Melissa olhou diretamente para Draco. – Se você estiver realmente disposto a nos ajudar Draco.
- Vocês ficaram malucos¿ - Harry protestou indignado. – Ele é um Malfoy, Por que acham que podemos confiar nele¿
Draco continuava inexpressivo ignorando a indignação de Harry sem nem ao menos encará-lo.
- Porque foi ele quem me ajudou quando eu fui seqüestrada pelo pai dele Harry! – Hermione falou baixo sem encarar ninguém. - Se tivesse feito isso, teria notado o brilho de satisfação nos olhos do loiro. Enquanto Harry a olhava incrédulo.
- Mas será que podemos realmente confiar nele¿ Afinal de contas é um Malfoy!- Sirius partiu em defesa de Harry tendo o apoio dele.
- Parem de falar de mim como se não estivesse aqui. – Draco protestou imponente. Fazendo com que todos os olhares se voltassem para ele. Menos o de Hermione.
- Quem é você Sirius para me julgar por conta de minha família¿ Afinal de contas a sua não é tão diferente da minha. – Seus olhos faiscaram encarando Sirius que sustentou um olhar ofensivo.
- Ele esta certo Sirius! – Lupin partiu em defesa de Draco. – Eu sou um lobisomem, você é um Black, onde toda sua família apoiava a causa de Voldmort, no entanto estamos aqui. Não é justo julgar uma pessoa pelo que ela tem ou pela sua descendência.E não somos as melhores pessoas para isso! – Sorriu, mas o sorriso não alcançou seus olhos.
O homem parou por um breve momento enquanto ponderava as palavras do amigo e finalmente balançou a cabeça positivamente dizendo:
- Tem toda razão! – Voltou-se para Draco – Peço desculpas a você Malfoy.
Harry ainda não estava acreditando naquilo. Draco iria ajudar enquanto Rony ficaria de fora. Ele olhava para Hermione incrédulo. Ela estava estranha.
- Mas no final das contas, - Melissa se manifestou – Draco é que nos dirá se irá nos ajudar.
Dragon parou por um minuto e olhou para Hermione discretamente.
- o que tenho que fazer¿ - perguntou voltando a sua inexpressão inicial.
- Descubra como os comensais pretendem libertar Zilan. – Se manifestou Snape pela primeira vez, tendo o apoio dos demais.
- Mas como farei isso se não posso voltar para casa¿
- Esse não vai ser o seu maior problema. – Dumbledore falou com um sorriso maroto brincando em seus lábios. – Pode deixar que daremos um jeito de amanhã mesmo você voltar para casa.
- Tenho que ser sincero e dizer que meu pai não esta muito confiante de minha lealdade. – falou sem conseguir deixar de olhar para Hermione.
- Faça o seu melhor. – Melissa o encarou encorajadora.
- Você terá dois dias para colher informações. – Snape se dirigiu diretamente a ele. Draco acentiu positivamente.
- E quanto a nós¿ - Harry questionou sem esconder sua irritação.
- Só nos resta esperar a volta de Draco. – respondeu Dumbledore. – Então daqui a dois dias nos reuniremos novamente essa mesma hora, só que em minha sala. – Terminou a reunião.
Harry foi o primeiro a sair da sala lançando olhares faiscantes para Hermione e Draco.

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N/A: Olá pessoas, 3 anos depois eu volto a continuar a fic, é muita cara de pau dessa garota viu! rs
MAs, então, tô concluindo esse novo capitulo! Dessa vez termino a fic. Chega de negocios inacabados.

beijos a todos























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