O Fim de Uma Nova Era

O Fim de Uma Nova Era



Capítulo 22 – O Fim de Uma Nova Era

Ele estava nervoso, o salão estava lotado de pessoas, vários bruxos de todas as idades e cidades estavam sentados lhe olhando, e Harry, Ron e Lupin ao seu lado não estavam ajudando em nada tirando sarro em como ele estava “elegante”. O grande salão perto da casa dos Weasley estava coberto de rosas vermelhas, preferidas da noiva, com véus brancos e em cinza escuro, também escolhas da noiva que tinha recusado o rosa oferecido por Molly. O tapete que levava ao altar era na mesa cor das rosas, mais lembrando uma piscina de sangue, e por mais incrível que pareça os noivos tinham concordado com a cor dele. No altar logo atrás dos noivos e do sacerdote uma grande arco branco com as mesas flores se estendia dando um ar de túnel brilhante, ao lado direito nas portas e janelas do salão estava a mesa de presentes onde os gêmeos estavam acomodando os presentes dos convidados e brincavam com cada embrulho. Do lado esquerdo do salão uma pequena mesa se encontrava com um pano negro lhe cobrindo até o chão, encima da mesa uma arca de madeira se encontrava aberta e a cada convidado que chegava lançava suas felicidades e desejos dentro, quando o casamento começasse a arca iria se fechada e só seria aberta quando o casal voltasse da lua-de-mel e a abrisse em sua casa, era uma tradição bruxa que se realizava na família de Snape, e Mione ficou feliz em saber que ele gostaria de seguir aquela tradição, mesmo que ele dizia toda hora que era besteira.
Severus queria acabar com isso logo, apesar que o momento fosse um dos quais vinha imaginando nos últimos meses desde que pedira ela em casamento, finalmente estavam a minutos de realiza-lo.
Hermione estava 20 minutos atrasada, mas era normal, afinal a noiva sempre se atrasa, mas isso só fazia com que ficasse mais nervoso e a vontade de azarar seus padrinhos estavam crescendo a cada palavra que eles falavam. Ia começar a discutir com eles quando uma música começou a tocar indicando que a noiva estava para entrar. Ele olhou para a porta e viu Gina em um vestido vermelho escuro, segurando um pequeno buquê de rosas vermelhas, cabelos soltos e ela vinha andando devagar conforme a música, quando ela chegou ele se virou e a viu. Mione vestia um vestido de alças finas e que iam até seu joelho, o vestido em uma cor clara de cinza com branco, fazendo sua pele ficar ainda mais pálida, mas nada disso importava naquele momento, ela estava divina e todos podiam notar o sorriso que ela tinha nos lábios pintados de vermelho sangue. Em sua cabeça um véu em um tom mais escuro de cinza, lhe cobria muito a face apenas deixando o batom de cor viva visível. Ela andou calma até o altar, sentindo as pernas amolecerem a cada passo.
-Está divina. – disse ele quando retirou o véu dela e a olhou dentro dos olhos, viu ela sorrir e lhe retribuiu o sorriso passando o braço dela no seu e se viraram para olhar o sacerdote que faria o casamento.
Muitos minutos depois a grande pergunta foi feita, primeiro para Severus:
-Aceita, Hermione Jane Granger, como sua esposa? – perguntou o sacerdote indicando a mulher na frente do noivo.
-Aceito. – disse Snape sorrindo como nunca.
-Aceita, Severus Snape, como seu marido? – ele se virou e perguntou para ela, que olhava fundo nos olhos do noivo mas sem sorrir muito.
-Aceito. – respondeu temendo chorar e isso arruinaria o casamento, imagine a noiva chorando lágrimas de sangue? Mesmo que o noivo e alguns dos presentes já não se importassem com as lágrimas de sangue, porque depois de um mês as vendo cair como se fossem em uma cascata sinistra já tinham se acostumado, mas o resto dos bruxos iria estranhar muito esse acontecimento, afinal ninguém que não era da antiga Ordem da Fênix sabia sobre sua nova situação.
-Vos declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva. – falou o sacerdote sorrindo para os recém-casados.
-MORSMORDRE! – uma voz de mulher gritou essa palavra do lado de fora do salão e todos os presentes sentiram o sangue gelar, menos o da noiva, pois essa continuou parada no mesmo lugar.
Snape se mexeu um pouco mas ainda continuou a olhar sua mulher esperando qualquer que fosse a reação dela, o plano estava seguindo como planejado, tinham deixado a noticia do casamento se espalhar por todo o mundo bruxo assim fazendo com que Narcisa também soubesse, mas o casamento era real mesmo que também estivesse sendo parte do plano. Vários aurores estavam entre os convidados somente esperando ela aparecer, pois sabiam que ela não viria sozinha, a movimentação para o lado das Trevas começara a crescer muito nos últimos meses e por fontes seguras souberam que os novatos estavam sendo marcados com a antiga Marca de Lord Voldemort.
Hermione ouviu o grito e continuou olhando nos olhos de Severus, deixou o buquê de rosas vermelhas cair e lentamente fechou os olhos e se transformou, devagar se virou para a porta e começou a andar naquela direção, ninguém se mexeu até que ela chegou na porta, então todos os que sabiam do plano foram para as outras portas e começaram a sair.
-Que lindo vestido. – disse Narcisa quando a noiva saiu pela porta do salão e parou quase dois metros dela. A garota ainda estava com os olhos fechados e não expressava nenhuma reação de ataque ou defesa.
-Obrigada. – respondeu agora olhando fundo nos olhos da assassina de seus pais – Lhe fiz uma promessa e vou cumpri-la hoje. – disse naquela voz estranha que não era de Hermione.
-Que assim seja. – Narcisa disse bem devagar essas palavras, mas segundos depois sentiu uma mão lhe segurando pela garganta fazendo seu corpo sair do chão.
-Vagabunda. Disse que iria pintar com seu sangue a praça em qual crucificou meus amigos mas como estamos longe... – ela virou a cabeça para trás olhando o grande salão – Esse salão serve. – voltou a olhar para os olhos de Narcisa que tinha deixado a varinha cair e tentava soltar a mão da vampira de sua garganta que estava apertando cada vez mais impedindo que respirasse.
Hermione sorriu ao ver aquela mulher se debater tentando se soltar, as pernas balançavam no ar tentando em vão buscar o chão. Mesmo a contra gosto sabia o que tinha que fazer e isso incluía soltar aquela assassina para que antes de mata-la ela pudesse reverter a maldição. Narcisa caiu no chão como um boneco de pano, esfregando a garganta e puxando o ar desesperadamente para seus pulmões. Olhou para a garota e a viu parada em sua frente ainda sorrindo daquele jeito diabólico, e então viu dentes pontiagudos saltando de seus lábios, os olhos de felinos lhe encarando. Nigthwalker tinha lhe traído, tinha mandado ele matar a garota mas ao contrário disso ele a tinha transformado, a deixando ainda mais forte. Viu Draco se aproximar da noiva devagar e lhe entregar um frasco aberto com uma poção escura dentro, sabia bem que poção era aquela.
-Sabe, eu preferia te matar e pintar as paredes do salão com seu sangue, mas eles insistem em que eu lhe dê essa poção antes. Para quebrar a maldição. – explicou Hermione sorrindo e balançando o frasco na cara da assassina que se levantava lentamente temendo ser atacada outra vez.
-Não vou tomar nada. – respondeu e correu na direção da varinha, se virou apontando a varinha na direção da garota, mas ela já não estava mais lá.
-Realmente ainda acha que vai me matar? – Mione perguntou no ouvido de Narcisa fazendo essa se virar, mas não a encontrando outra vez – Buuu! – a assassina se virou outra vez e não encontrou a dona da voz novamente.
-Chega de brincadeira garota, apareça. – gritou a loira vendo um vulto passar por sua direita e parar bem em sua frente.
Todos assistiam a vampira brincar de assustar a assassina e alguns até sorriam, mas esperavam pelo pior, esperavam o resto dos Comensais que logo iriam chegar conduzidos pela marca que ainda brilhava com força no céu.
-Tem alguma coisa estranha. – disse Gina pegando na mão do namorado.
-O que quer dizer com isso? – perguntou Ron que estava ao seu lado.
-Mione... Ela não vai seguir o plano. – disse tremendo com o frio que estava se tornando intenso.
Severus escutou as palavras de Gina e seu sangue gelou, por um segundo pensou em dizer que ela estava errada, mas algo dentro de si dizia que não, a ruiva estava certa, Hermione não iria seguir o plano.
-Onde estão seus amigos? Os meus estão esperando para que a diversão comece de verdade. – Mione mal terminou a frase e várias pessoas encapuzadas e mascaradas como na época de Voldemort aparataram em volta delas, mas nem puderam lançar algum feitiço na noiva porque os aurores começaram a guerrear com eles.
-Pronto. Ainda acha que saíra viva dessa? – perguntou Narcisa balançando os braços para os lados.
-Querida, já estou morta. – disse Hermione zombando de Narcisa que agora sentia novamente a mão lhe estrangular e o chão sumir de seus pés.
A noiva levantou outra vez o corpo da mulher pela garganta e a jogou longe, mas antes que essa encostasse no chão Mione já estava segurando seus cabelos e os puxava para baixo fazendo a boca da assassina se abrir.
-Matou meus pais, machucou meus amigos, destruiu meu casamento e me matou... – Mione se aproximou do rosto de Narcisa com um sorriso assassino na face, fazendo a Comensal tremer de medo, trouxe o frasco bem perto da boca dela – Vai pagar.
O liquido da poção Mors omnia solvit desceu queimando a garganta de Narcisa paralisando de imediato seus movimentos, impedindo que se movesse para fugir. Sentia seu sangue ferver e queimar nas veias, os olhos pareciam bolas de fogo conforme a temperatura aumentava. Gritou de dor mas ainda sentia o liquido descer por sua garganta, mas de repente ele parou, uma mão segurou a sua e a apertou devagar, abriu os olhos e mesmo com muita dor focalizou a imagem da vampira lhe olhando com compaixão.
-Vai morrer. Mas não irá sozinha. – viu a garota virar o resto do liquido do frasco na própria boca e depois cair no chão. Narcisa sentia frio, mesmo que seu corpo estivesse quente, sentia a vida lhe deixando e sua visão foi tomada por uma escuridão e seu coração parou de bater bem devagar. A assassina estava morta.

Severus viu os Comensais aparecerem ao redor das duas mulheres e logo serem atacados, mas com a batalha perdera Hermione de visão e seu medo crescia porque sabia que ela faria alguma besteira. Correu até onde alguns Comensais lutavam em volta delas e os empurrou para que saíssem do caminho sem se importar com os feitiços que poderia lhe atingir. Viu quando Hermione derramou o conteúdo do frasco na boca de Narcisa e essa começou a se debater para segundos depois parar, mas alguém lhe estuporou fazendo com que voasse longe, assim que conseguiu se levantar a procurou com os olhos e a viu falando com Narcisa e virando o resto da poção na boca.
-Hermione, não. – gritou mas já era tarde, ela já estava caído no chão. Se levantou com grandes dores e correu na direção dela, mas antes que pudesse chegar a ouviu gritar e seu corpo se incendiou. O grito da vampira fez com que a batalha parasse e todos a olharem, muitos deram gritos quando viram o corpo dela se incendiar e o fogo começar a subir.
Os membros da Ordem olhavam em pânico aquela cena macabra, Snape ainda tentou se aproximar do corpo da amada mas Harry e Ron o seguraram. Minutos depois as chamas cessaram e o cheiro de carne queimada inundava todas as narinas.
Muitos Comensais da Morte se entregaram sem resistência, mas muitos ainda tentaram lutar perdendo facilmente. Quase uma hora depois da fogueira macabra terminar Snape ainda estava parado no mesmo lugar onde os garotos lhe seguraram, quase 6 metros do corpo dela, tinha medo de se aproximar, tinha medo do que iria ver.
Gina se aproximou dele e se ajoelhou na sua frente e o abraçou e ele se permitiu chorar no ombro daquela garota. Seu choro era sincero, assim como o da ruiva que o abraçava, a dor de mais uma perda era novamente irreparável. De repente uma luz branca e vermelha inundou o campo onde estavam e eles ouviram um piado alto ecoar.
Todos os presentes no salão saíram para ver o que estava acontecendo e no céu viram uma Fênix aparecer, seu piado lembrava um choro triste e melancólico, mas ao mesmo tempo inundava o coração de todos com esperança. Severus seguiu a ave com os olhos e a viu passar por cima da luz que agora brilhava no corpo de Mione. Sem pensar duas vez, correu até o lugar onde a ave pousará e se jogou de joelhos ao seu lado vendo que o corpo de Hermione agora era um monte de cinzas.
A Fênix piou e a luz se tornou mais forte fazendo todos fecharem os olhos, inclusive Snape que quase ficou cego e agora dizia em uma voz baixa:
-Traga ela de volta. Eu a amo. – repetiu aquela frase como um mantra e então sentiu a luz diminuir e abriu devagar os olhos, a Fênix tinha sumido e a luz desapareceu lentamente. Virou seus olhos para o que antes era o corpo de sua amada e viu que as cinzas balançavam lentamente como se respirassem, levantou a mão tremula até as cinzas e encostou nas cinzas, mas ela não afundou e sim bateu em pele.
Afastou a mão com medo mas logo depois voltou a encostar a mão na pele que aparecia no local onde ele tinha limpado e passou a tirar toda a cinza que cobria o corpo de sua amada, a pele dela estava intacta somente uma marca em forma de uma Fênix estava queimada em sua barriga. A puxou para si e a abraçou gritando para os outros que ela estava viva. Sentiu ela respirar puxando ar com força e a afastou de seu corpo a olhando no rosto.
-Olá, estranha. – disse ele quando ela abriu devagar os olhos e os dele derramaram grossas lágrimas de felicidade. Ela não respondeu e ele a puxou outra vez para si como se tivesse medo de que ela fosse se tornar cinzas outra vez. Ela estava viva.

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